A convivência com a dura
realidade de milhares de pessoas enquanto lutava em meio à sua, Chico
Xavier acabou tornando-se um sábio, seja pelo aprendizado da própria
luta pessoal diante das dificuldades que a vida lhe impôs como homem e como
médium, seja pela convivência com tantos Espíritos focados no Bem. Como ele mesmo afirmou certa ocasião, “quem sabe pode muito, mas quem ama pode mais”. Mantendo-se fiel à receita da “disciplina, disciplina,
disciplina”, sugerida pelo Benfeitor Espiritual Emmanuel quando ouviu através
dele sobre a tarefa a que estavam ligados por acertos havidos décadas antes no
Mundo Espiritual, concluiu sua recente passagem por nossa Dimensão como uma
referência na exemplificação da mensagem cristã, revivida pelo Espiritismo. Bem
dentro do roteiro necessário para alcançar a espiritualidade em si mesmo, como
preconizado por outro grande líder espiritual, o Dalai Lama que a define
como “aquilo que produz no Ser humano uma mudança interior”. Percorrendo obras
que preservam o pensamento iluminado de Chico, destacamos para
nossas reflexões, algumas das suas orientações e opiniões a milhares de pessoas
que atendeu por várias décadas, condicionando-as aos assuntos pelo qual
procuraram ouvi-lo. No caso, temas relacionados à família. 1- LAR – “Sem a família organizada
caminharíamos para a selva e isso não tem razão de ser. A família terá de fazer
grandes aberturas, porque estamos aí com os anticoncepcionais, com os problemas
psicológicos, com os conflitos da mente, com as exigências afetivas de várias
nuances (...). A família precisa abrir novas pistas de compreensão para que os
componentes dela possam viver em regime de respeito recíproco, com os problemas
de que são portadores, sem a agressão que tantas vezes se verifica, contra
criaturas que sofrem aflitivos problemas dentro da constituição psicológica
diferente da maioria”. 2- CASAMENTO - “União de almas simpáticas é uma
raridade sobre a Terra. Quase todos estamos vinculados aos nossos compromissos
de existências anteriores. Com o passar do tempo, o casal que descobre entre si
certas diferenças não deve se assustar; é natural que assim seja. Se não houver
amor, que pelo menos haja respeito. Tenho visto muitos casamentos se desfazerem
por causa do extremo egoísmo dos cônjuges, que não se dispõe a um mínimo de
sacrifício e de renúncia. Ora, estamos ainda muito longe do amor com que devemos nos consagrar uns aos outros, mas
nada nos impede de começar a exercitar a paciência, o perdão, o silêncio... Se
um não revidasse quando fosse ofendido pelo outro, teríamos um número
infinitamente menor de separações conjugais”. 3 - ESFRIAMENTO DO
INTERESSE MÚTUO APÓS O NASCIMENTO DE FILHOS - “Grande número de
enlaces na Terra obedece a determinações de resgates, escolhidas pelos próprios
cônjuges, antes do renascimento no berço físico. E aqueles amigos que serão
filhos do casal, muitas vezes, agindo no Além, transformam, ou melhor, omitem
as dificuldades prováveis do casamento em perspectiva para que os cônjuges se
aproximem afetuosamente um do outro, segundo os preceitos das Leis Divinas e
formem o lar, desfazendo dentro dele determinadas dificuldades das existências
anteriores em motivos de amor e compreensão maior.. O namoro e o noivado em
muitas ocasiões estão presididos pelos Espíritos que serão filhos do casal”.
4 - PATERNIDADE/MATERNIDADE-“A paternidade é uma
oportunidade evolutiva que a Graça Divina concede às criaturas. A
maternidade é um segredo entre a mulher e Deus. A participação do homem é
ínfima. Na maternidade, a participação da mulher é tocada de alegria e de dor,
de tormento e de sofrimento, de prazer e de responsabilidade, desde que o filho
nasce, até o último dia da mulher sobre a Terra. E sabe lá Deus se, depois desta
Vida, quantas lutas sofrem as mães em auxílio aos filhos que deixaram neste
mundo?”. 5 - EDUCAÇÃO DOS FILHOS - “- Se não encontrarmos criaturas que nos concedam amor
e segurança, paz e ordem, será muito difícil o proveito da nova reencarnação
que estejamos encetando. A Educação não é um processo que possa ser levado a
efeito quando a criatura já adquiriu hábitos. Aquilo que se precisa aprender
começa aos 6 meses de idade. Toda criança deve ser educada no trabalho.
Trabalhei desde pequeno e, não fosse por semelhante providência, com certeza eu
teria me perdido. No currículo escolar deveria
ser incluída uma espécie de avaliação que as crianças cumprissem em casa, cooperando
com os pais nos afazeres domésticos”. 6- VIOLÊNCIA NO
LAR - “-Qualquer violência, em qualquer lugar e em qualquer tempo, é
prejudicial ao autor e aos que lhe assistem a exteriorização, seja qual for a
idade do espectador”
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