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domingo, 17 de agosto de 2014

TALVEZ A CAUSA DETERMINANTE

A notícia da morte do ator Robin Williams impactou negativamente não só aqueles que privaram de sua amizade como a legião dos admiradores que se emocionaram com suas performances como protagonista nos filmes de que participou. Várias são as possíveis causas cogitadas para entender ou justificar a ação infeliz  com que interrompeu sua vida em nossa Dimensão. Homem sensível – fator que certamente o auxiliava a compor os personagens que viveu nas telas –, teve no filme AMOR ALÉM DA VIDA uma ideia dos desdobramentos do suicídio no plano de vida imediatamente após este em que nos encontramos. Além dos transtornos mentais e físicos aventados como hipótese para sua decisão de sair pela porta falsa do palco desta vida, outro pode ser incluído nas avaliações feitas. Talvez o determinante dos demais. Exemplo disso encontramos na REVISTA ESPÍRITA, edição de janeiro de 1869, em que Allan Kardec inclui interessante mensagem recebida por um médium chamado Sr Nivard, no grupo de estudos  Délliens, de Paris. Referia-se a matéria veiculada pelo jornal local DROIT, noticiando fato testemunhado pelo senhor Jean Baptiste Sadoux, em que um jovem que depois de ter vagado durante algum tempo sobre uma ponte, subiu no parapeito e se atirou no Rio Marne. Apesar das tentativas imediatas de socorrê-lo, ao cabo de sete minutos, retirou-o, todavia a asfixia já era completa não sendo possível reanimá-lo. Uma carta encontrada com ele, o identificou como o Sr Paul D..., e, dirigia-se ao seu pai, pedindo perdão por abandoná-lo, afirmando-se “há dois anos dominado por uma ideia terrível, por uma irresistível vontade de se destruir. Acrescentava que lhe parecia ouvir fora da vida uma voz que o chamava sem descanso e, a despeito de todos os esforços, nada o impedia de ir à ela. Encontraram, também, no bolso do paletó uma corda nova, na qual tinha sido feito um laço corredio”. Comenta Allan Kardec, que “a obsessão está bem evidente, explicação que só o Espiritismo dá”, acrescentando que “se fosse esclarecido pela Doutrina Espírita, com mais vontade, seu livre-arbítrio poderia ter resistido, sabedor que a voz que o assediava não poderia ser senão de um mau Espírito”, bem como, “das consequências terríveis que adviriam de um instante de fraqueza”. A comunicação obtida por via mediúnica era assinada pelo Espírito Louis Nivard esclarece: -“A voz dizia: Vem! Vem! Mas teria sido ineficaz essa voz do tentador, se a ação direta do Espírito não se tivesse feito sentir. Por quê? Seu passado era a causa da situação dolorosa em que se achava; apegava-se à vida e temia a morte. Mas nesse apelo incessante que ouvia, pergunto eu, encontrou força? Não; encontrou a fraqueza que o derrotou. Venceu os temores, porque esperava no fim encontrar do outro lado da vida o repouso que o lado de cá lhe negava. Foi enganado: o repouso não veio. As trevas o cercam, a consciência lhe censura o ato de fraqueza e o Espírito que o arrastou gargalha ao seu redor e o criva de motejos constantes. O cego não vê, mas escuta a voz que repete: Vem! Vem! E depois zomba de sua tortura. A causa deste caso de obsessão está no passado, como acabo de dizer. O próprio obsessor foi impelido ao suicídio por esse que acaba de fazer cair no abismo. Era sua mulher na existência precedente e tinha sofrido consideravelmente com o deboche e as brutalidades do marido. Muito fraca para aceitar a situação que lhe era dada com resignação e coragem, buscou na morte um refúgio contra os seus males. Ela vingou-se depois; sabeis como. Entretanto o ato desse infeliz não era fatal; tinha aceito os riscos da tentação; esta era necessária ao seu propósito, porque só ela poderia fazer desaparecer a mancha que havia sujado sua existência anterior. Ele tinha aceito os seus riscos, com a esperança de ser mais forte e se havia enganado; sucumbiu. Recomeçará mais tarde? Resistirá? Dele dependerá. Rogai a Deus por ele, a fim de que lhe dê calma e a resignação de que tanto necessita, a coragem e a força para não falir nas provas que tiver de suportar mais tarde”. A propósito, Chico Xavier conta curiosa passagem em que procurado por uma mãe buscando orientação carregando nos braços um filhinho surdo, mudo, cego e sem os dois braços, apresentando uma doença nas pernas que exigia para salvar-lhe a vida, segundo os médicos, a amputação das duas, ouviu do Espírito Emmanuel: -“Chico, explique à nossa irmã que este nosso irmão em seus braços suicidou-se nas dez últimas encarnações e pediu, antes de nascer, que lhe fossem retiradas todas as possibilidades de se matar novamente. Mas, agora que está aproximadamente com cinco anos, procura um rio, um precipício para se atirar. Avise nossa irmã que os médicos amigos estão com a razão. As duas pernas dele vão ser amputadas, em seu próprio benefício, para que ele fique mais algum tempo na Terra, a fim de que diminua a ideia do suicídio”.

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