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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

BASTIDORES

A dúvida paira nas cogitações de muitas pessoas: como será o trabalho que afirmam acontece nas atividades públicas desenvolvidas nos Centros Espíritas? Haverá realmente a presença de desencarnados em busca de socorro como ocorre aos encarnados? A resposta naturalmente somente pode ser dada por detentores de apuradas faculdades mediúnicas de clarividência ou que através da psicofonia ou da psicografia, se propõe a fazê-lo. É o caso de que nos serviremos em alguns “flashes”. O relato pertence ao competente Espírito identificado como André Luiz, através do médium Chico Xavier: -“Eram quase vinte horas, quando estacamos `afrente de sóbrio edifício, ladeado por vários veículos. Muita gente ia e vinha. Desencarnados, em grande número, congregavam-se no recinto e fora dele. Vigilantes de nosso Plano estendiam-se, atenciosos, impedindo o acesso de Espíritos impenitentes ou escarnecedores. Variados grupos de pessoas ganhavam ingresso à intimidade da casa, mas no pórtico experimentavam a separação de certos Espíritos que as seguiam, Espíritos que não eram simples curiosos ou sofredores, mas blasfemadores e renitentes no mal. Esse casos, porém, constituíam exceção, porque em maioria o séquito de irmãos desencanados se formava de gente agoniada e enferma, tão necessitada de socorro fraterno como os doentes e aflitos que passavam a acompanhar. Entramos. Grande mesa, ao centro da sala, encontrava-se rodeada de largo cordão luminoso, de isolamento. Em derredor, reservava-se ampla área, onde se acomodavam quantos careciam de assistência, encarnados ou não, área essa que se mostrava igualmente protegida por faixas de defesa magnética, sob o cuidado cauteloso de guardas pertencentes à nossa Esfera de ação. À frente, na parte oposta à entrada, vários Benfeitores Espirituais conferenciavam entre si e, junto deles, respeitável senhora (médium encarnada) ouvia, prestimosa, diversos pacientes”. Depois de algumas observações em torno das apreensões da sensitiva, a narrativa prossegue: -“A médium aquietou-se. Passou a conversar naturalmente com os frequentadores da casa. Aqui, alguém desejava socorro para o coração atormentado ou pedia cooperação em benefício de parentes menos felizes. Ali, supliciava-se concurso fraterno para doentes em desespero, mais além, surgiam requisições de trabalho assistencial (...). Pouco depois, a médium senta-se ao lado do diretor da reunião que após pronunciar sentida prece, leu texto edificante de livro doutrinário, acompanhado por breve anotação evangélica, em cuja escolha preponderou a influência do dirigente espiritual sobre o orientador (encarnado) da casa. Da leitura global, distinguia-se a paciência por tema vivo. E, realmente, a assembleia, examinada no todo, mostrava-se flagelada de problemas inquietantes, reclamando a chave da conformação para alcançar o reequilíbrio. Dezenas e dezenas de pessoas aglomeravam-se, em derredor da mesa, exibindo atribulações e dificuldades. Estranhas formas-pensamento surgiam de grupo a grupo, denunciando-lhes a posição mental. Aqui, dardos de preocupação, estiletes de amargura, nevoeiros de lagrimas... Acolá, obsessores enquistados no desânimo ou no desespero, entre agressivos propósitos de vingança, agravados pelo temor do desconhecido. Desencarnados em grande número suspiram pelo céu, enquanto outros receavam o inferno, desajustados pela falsa educação religiosa recolhida no Plano terrestre. Vários amigos espirituais, junto aos componentes da mesa diretora, passaram a ajuda-los na predicação doutrinária, com bases no ponto evangélico da noite, espalhando, através de comentários bem feitos, estímulos e consolos (...). Não faltavam quadros impressionantes de Espíritos perseguidores, que procuravam hipnotizar as próprias vítimas, precipitando-as no sono provocado, para que não tomassem conhecimento das mensagens transformadoras, ali veiculadas pelo verbo construtivo. Muitos médiuns funcionavam no recinto, todavia observávamos que a citada no início, era o centro da confiança de todos e objeto de todas as atenções (...). Junto dela, em oração, foram colocadas numerosas tiras de papel. Eram requerimentos, anseios e súplicas do povo, recorrendo à proteção do Além, nas aflições e aperturas da existência. Cada folha era um petitório agoniado, um apelo comovedor. Entre a médium e seu mentor, destacava-se agora extensa faixa elástica de luz azul e, Amigos Espirituais, prestos na solidariedade cristã, nela entravam e, um a um, tomavam o braço da sensitiva, depois de lhe influenciarem os centros corticais, atendendo, tanto quanto possível, aos problemas ali expostos. Antes, porém, de começarem o trabalho de resposta às questões formuladas, um grande espelho fluídico foi situado junto da médium, por trabalhadores espirituais da instituição e, na face dele, com espantosa rapidez, cada pessoa ausente, nomeada nas petições da noite, surgia ante o exame dos Benfeitores que, à distância, contemplavam-lhe a imagem, recolhiam-lhe os pensamentos e especificavam-lhe as necessidades, oferecendo a solução possível aos pedidos feitos. Evidentemente a generalização não é possível, todavia, a descrição inserida no livro NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (feb,1954), nos dá uma ideia da intensa mobilização peculiar aos bastidores de uma reunião espírita.





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