A dúvida paira nas cogitações
de muitas pessoas: como será o trabalho que afirmam acontece nas atividades
públicas desenvolvidas nos Centros Espíritas? Haverá realmente a presença de
desencarnados em busca de socorro como ocorre aos encarnados? A resposta
naturalmente somente pode ser dada por detentores de apuradas faculdades
mediúnicas de clarividência ou que através da psicofonia ou da psicografia, se
propõe a fazê-lo. É o caso de que nos serviremos em alguns “flashes”. O relato pertence
ao competente Espírito identificado como André Luiz, através do médium Chico
Xavier: -“Eram quase vinte horas, quando estacamos `afrente de sóbrio edifício,
ladeado por vários veículos. Muita gente ia e vinha. Desencarnados, em grande
número, congregavam-se no recinto e fora dele. Vigilantes de nosso Plano
estendiam-se, atenciosos, impedindo o acesso de Espíritos impenitentes ou
escarnecedores. Variados grupos de pessoas ganhavam ingresso à intimidade da
casa, mas no pórtico experimentavam a separação de certos Espíritos que as
seguiam, Espíritos que não eram simples curiosos ou sofredores, mas
blasfemadores e renitentes no mal. Esse casos, porém, constituíam exceção,
porque em maioria o séquito de irmãos desencanados se formava de gente agoniada
e enferma, tão necessitada de socorro fraterno como os doentes e aflitos que
passavam a acompanhar. Entramos. Grande mesa, ao centro da sala, encontrava-se
rodeada de largo cordão luminoso, de isolamento. Em derredor, reservava-se
ampla área, onde se acomodavam quantos careciam de assistência, encarnados ou
não, área essa que se mostrava igualmente protegida por faixas de defesa
magnética, sob o cuidado cauteloso de guardas pertencentes à nossa Esfera de
ação. À frente, na parte oposta à entrada, vários Benfeitores Espirituais
conferenciavam entre si e, junto deles, respeitável senhora (médium encarnada)
ouvia, prestimosa, diversos pacientes”. Depois de algumas observações em
torno das apreensões da sensitiva, a narrativa prossegue: -“A médium aquietou-se. Passou a
conversar naturalmente com os frequentadores da casa. Aqui, alguém desejava
socorro para o coração atormentado ou pedia cooperação em benefício de parentes
menos felizes. Ali, supliciava-se concurso fraterno para doentes em desespero,
mais além, surgiam requisições de trabalho assistencial (...). Pouco
depois, a médium senta-se ao lado do diretor da reunião que após pronunciar
sentida prece, leu texto edificante de livro doutrinário, acompanhado por breve
anotação evangélica, em cuja escolha preponderou a influência do dirigente espiritual sobre o orientador (encarnado) da casa. Da
leitura global, distinguia-se a paciência por tema vivo. E, realmente, a assembleia, examinada no
todo, mostrava-se flagelada de problemas inquietantes, reclamando a chave da
conformação para alcançar o reequilíbrio. Dezenas e dezenas de pessoas
aglomeravam-se, em derredor da mesa, exibindo atribulações e dificuldades.
Estranhas formas-pensamento surgiam de grupo a grupo, denunciando-lhes a
posição mental. Aqui, dardos de preocupação, estiletes de
amargura, nevoeiros de lagrimas... Acolá, obsessores enquistados no desânimo ou
no desespero, entre agressivos propósitos de vingança, agravados pelo temor do
desconhecido. Desencarnados em grande número suspiram pelo céu, enquanto outros
receavam o inferno, desajustados pela falsa educação religiosa recolhida no
Plano terrestre. Vários amigos espirituais, junto aos componentes da mesa
diretora, passaram a ajuda-los na predicação doutrinária, com bases no ponto evangélico
da noite, espalhando, através de comentários bem feitos, estímulos e consolos
(...). Não faltavam quadros impressionantes de Espíritos perseguidores, que procuravam hipnotizar as
próprias vítimas, precipitando-as no sono provocado, para que não tomassem conhecimento das mensagens
transformadoras, ali veiculadas pelo verbo construtivo. Muitos médiuns
funcionavam no recinto, todavia observávamos que a citada no início, era o
centro da confiança de todos e objeto de todas as atenções (...). Junto dela,
em oração, foram colocadas numerosas tiras de papel. Eram requerimentos,
anseios e súplicas do povo, recorrendo à proteção do Além, nas aflições e
aperturas da existência. Cada folha era um petitório agoniado, um apelo
comovedor. Entre a médium e seu mentor, destacava-se agora extensa faixa elástica de luz
azul e, Amigos Espirituais, prestos na
solidariedade cristã, nela entravam e, um a um, tomavam o braço da sensitiva,
depois de lhe influenciarem os centros corticais, atendendo, tanto quanto
possível, aos problemas ali expostos. Antes, porém, de começarem o trabalho de
resposta às questões formuladas, um grande espelho fluídico foi situado junto da
médium, por
trabalhadores espirituais da instituição e, na face dele, com espantosa
rapidez, cada pessoa ausente, nomeada nas
petições da noite, surgia ante o exame dos Benfeitores
que, à distância, contemplavam-lhe a imagem, recolhiam-lhe os pensamentos
e especificavam-lhe as necessidades, oferecendo a solução possível aos pedidos
feitos”. Evidentemente a generalização não é possível,
todavia, a descrição inserida no livro NOS
DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (feb,1954), nos dá uma ideia da intensa mobilização
peculiar aos bastidores de uma reunião espírita.
É um trabalho abençoado, sou grata por todo amparo recebido.
ResponderExcluir