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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

MEDO

Medo de crescer, medo do castigo dos pais, medo do resultado da prova para qual não se estudou, medo do vestibular, medo de viver, medo de morrer, medo da solidão, medo da separação, medo da perda de alguém querido, medo do desemprego, medo, medo, medo... Embora nem sempre verbalizado, sensações como as elencadas, ocorrem na vida da maioria das pessoas. Fatores os mais variados podem ser apontados como determinantes de tais vivencias. Trata-se, naturalmente, de repercussões exteriores dos conflitos interiores que refletem a condição momentânea dos Espíritos em evolução. O problema ultrapassa as barreiras vibratórias que delimitam o chamado Plano Material. Tanto que na obra NOSSO LAR, o médico identificado como André Luiz espanta-se quando a Benfeitora Narcisa fala no capítulo 42, sobre organizar programas com exercícios adequados contra o medo a serem utilizados nas novas escolas de assistência no Auxílio e núcleos de adestramento na Regeneração. O objetivo era o treinamento coletivo de trinta mil trabalhadores empenhados no serviço defensivo da Colônia que contava à época (1939) cerca de um milhão de abrigados. Em comentário específico, Narcisa explicou ser “elevada a porcentagem de existências humanas estranguladas simplesmente pelas vibrações destrutivas do terror, tão contagioso como qualquer moléstia de perigosa propagação. Classificamos o medo como dos piores inimigos da criatura, por alojar-se na cidadela da alma, atacando as forças mais profundas”. A preparação urgente de tão grande número de colaboradores para proteger a Colônia devia-se às ameaças decorrentes dos efeitos da grande Guerra que se iniciava em nossa Dimensão, gerando vibrações mento-emocionais de insegurança e intranquilidade dos encarnados e desencarnados atingidos direta ou indiretamente pelas mesmas. O problema do medo também se manifesta entre os que se preparam para voltar para o Plano em que nos encontramos, como revelado na abordagem do caso incluído no livro MISSIONÁRIOS DA LUZ (feb,1945). Vencidas dificuldades operacionais para possibilitar a reencarnação de personagem apresentado como Segismundo, o mesmo mergulha num clima de medo diante do programa preparado para que ele se liberasse de comprometimentos assumidos passionalmente um século antes num relacionamento afetivo com mulher casada, exigindo a assistência terapêutica do Instrutor Alexandre a fim de não frustrar os planos em andamento. Em outras abordagens André Luiz expõe situações de medo resultante de desequilíbrios causados por processos de influenciação espiritual conhecidos entre os estudiosos da mediunidade como obsessão, causada pela presença e influência de desencarnados ligados a encarnados com eles comprometidos em outras encarnações, o que facilita até certo ponto a ação dissimulada pelo sem fio do pensamento invariavelmente vulnerável pela falta de postura mental mais equilibrada por parte da “vítima”. O Espírito Emmanuel através de Chico Xavier faz algumas apreciações curiosas sobre a origem do medo em nós. Tecendo algumas reflexões sobre  o versículo dez do capítulo dois do APOCALIPSE do Apóstolo João“Nada temas das coisas que hás de padecer” -, diz que o sofrimento de muitos homens, na essência, é muito semelhante ao do menino que perdeu seus brinquedos. Numerosas criaturas sentem-se eminentemente sofredoras, por não lhes ser possível a prática do mal; revoltam-se outras porque Deus não lhes atendeu aos caprichos perniciosos”, concluindo: -“Não temamos, pois, o que possamos vir a sofrer. Deus é o Pai magnânimo e justo. Um pai não distribui padecimentos. Dá corrigendas e toda corrigenda aperfeiçoa”. Usando Paulo em sua Segunda Carta a Timóteo, destaca que “não faltam recursos de trabalho espiritual a todo irmão que deseje reerguer-se, aprimorar-se, elevar-se”, embora “lacunas e necessidade, problemas e obstáculos desafiem o espírito de serviço dos companheiros de fé, em toda parte”. Orienta: - “Onde esteja a possibilidade de sermos úteis, avancemos, de ânimo firme, para a frente, construindo o Bem, ainda que defrontados pela ironia, pela frieza ou pela ingratidão, porque, conforme a palavra iluminada do Apóstolo aos gentios: ‘Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação”. Recorre em outra ocasião, à Parábola dos Talentos –“E, tendo medo, escondi na terra o teu talento” -, para dizer que “há muitas pessoas que se acusam pobres de recursos para transitar no mundo como desejariam, recolhendo-se à ociosidade, alegando medo da ação, alcançando o fim do corpo, como sensitivas humanas, sem o mínimo esforço para enriquecer a existência. Na vida, agarram-se ao medo da morte, na morte, confessam medo da vida, transformando-se, gradativamente, a pretexto de serem menos favorecidos pelo destino, em campeões da inutilidade e da preguiça”. Finalizando, recomenda em outra mensagem: -“Não te percas, desse modo nas ideias enquistantes e destruidoras do medo, capazes de operar a ruína dos melhores impulsos, porque, se utilizas a fortaleza, o amor e a moderação, seguirás para diante, na Terra e além da Terra, com a luz do coração e a paz da consciência”.

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