Consideradas experiências de
alto risco para os Espíritos em processo evolutivo, a riqueza, a inteligência,
a beleza
e a autoridade representam realmente provas duras diante das quais
é difícil manter o equilíbrio. Tal conclusão se depreende da conversa mantida
pelo Espírito André Luiz com a entidade designada para apresentar-lhe o
Instituto da Reencarnação, órgão da Colônia Espiritual Nosso lar, dedicado a
acompanhar, orientar, programar e planejar o retorno de seus habitantes à nossa
Dimensão. Notadamente no que se refere ao exercício da autoridade que nos
remete ao tema poder, os desdobramentos revelados pela Espiritualidade
dentro dos mecanismos da chamada Lei de Causa e Efeito são
instigantes nos casos existentes na série escrita através de Chico
Xavier pelo ex-médico do nosso Plano. Um deles é referido no livro OBREIROS DA VIDA ETERNA (1947, feb)
pela personagem Luciana. Solicitada a cooperar em determinada tarefa pelas suas
habilidades no campo da clarividência, informou “tê-las desenvolvido a fim de
socorrer em outro tempo, o Espírito de seu pai, desencarnado numa guerra civil
na qual tivera preponderância no movimento de insurreição pública, permanecendo
após sua desencarnação nas Esferas inferiores, alucinado pelas paixões
políticas, reajustando emoções depois de paciente auxílio e obtendo
possibilidades de reencarnar em grande cidade brasileira”. Noutra obra,
OS MENSAGEIROS (1944, feb), é
apresentado o caso de Belarmino Ferreira, que, Na
derradeira encarnação “retornara comprometido com a causa do
Espiritismo, após enormes promessas e
auxílio dos que lhe endossaram os propósitos através de múltiplas condições
para que lograsse êxito, apesar do seu passado culposo. Circunstâncias várias
que lhe pareceram casuais o situaram o esforço na presidência de um grande
grupo espírita, e, envaidecido com seus conhecimentos do assunto, começou a
atrair amigos de mentalidade inferior ao seu círculo pessoal, tornando-se
irritadiço, caprichoso, perdendo-se em dúvidas infundadas, surdo aos conselhos
da dedicada esposa que também reencarnara para dar-lhe suporte, até que, de
desastre em desastre, “amigos brilhantes”, arrastaram-no ao movimento, não
da política que eleva, mas da politicalha inferior, que impede o progresso
comum e estabelece a confusão nos Espíritos encarnados, onde a escravidão ao
dinheiro lhe transformara os sentimentos, acabando seus dias com bela situação
financeira e um corpo crivado de
enfermidades, com um palácio confortável de pedra e um deserto no coração, precipitando-o
a tormentos, remorsos e expiações”. Já em NO MUNDO MAIOR (1947,feb), André Luiz conhece um “menino
de oito anos, primogênito de um casal aparentemente feliz, ostentando um corpo
paralítico de nascença, mudo, quase cego e surdo na esfera humana,
psiquicamente tendo a vida de um sentenciado sensível a cumprir severa pena,
lavrada por ele mesmo há quase dois séculos, decretando a morte de muitos
compatriotas numa insurreição civil, valendo-se da desordem político-administrativa
para vingar-se de desafetos pessoais, semeando ódio e ruínas. Depois de
morto, viveu nas regiões inferiores, inomináveis suplícios através das vítimas
de outrora, que o seguiram, obstinadas, anos afora, reduzindo-se pouco a pouco,
até que sobraram dois inimigos à época em processo final de transformação. Com
as lutas vividas em sombrias e dantescas furnas de sofrimento, aprestou-se para
a fase conclusiva de resgate através da reencarnação da forma descrita, há
muitos anos, a fim de completar a cura efetiva”. Cada caso, contudo, é
um caso, assinalado por detalhes graduados conforme a extensão do
comprometimento da individualidade com as Leis de Deus e seu nível de consciência,
refletido pelo estado evolutivo do Ser. No excelente LEIS DE AMOR, (1963, feesp), o orientador Emmanuel, revela que “através
da profissão, o pretérito também se revela, visto que , muitos renascem
gravitando para o campo de serviço em que se lhe afinam disposições e
tendências”. Ressalva, porém, que “a situação da personalidade em determinada
carreira não obedece à fatalidade visto que o livre arbítrio no mundo interior
comanda sentimentos e ideias, palavras e atos do Espírito, constantemente”.
Salienta que “a Lei nos faculta empreendimentos e obrigações junto daqueles com os
quais se verificaram nossos próprios delitos ou deserções em existências
passadas”. Exemplifica, entre outras associações, que políticos
que dilapidaram a confiança do povo, quando já situados nas linhas do reajuste,
retornam no comércio ou na agricultura, com valiosa oportunidade de transpirar
no auxílio àquelas mesmas comunidades que deprimiram; tiranos que não
vacilaram em forjar a miséria física e moral dos semelhantes, voltam na
condição de administradores capacitados à distribuição de valores e tarefas
edificantes; guerreiros e soldados que se valiam de armas para
assegurarem seus instintos destruidores, quando internados na regeneração
começante, transfiguram-se em mecânicos e operários modeladores.
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