A maioria dos seres humanos
ignora, mas, como explicado e provado pelas pesquisas desenvolvidas por Allan
Kardec, “muitas das situações observadas nos comportamentos da criatura humana
tem sua fonte na reação incessante que existe entre o Mundo Visível e o
Invisível, que nos cerca, e em cujo meio vivemos, isto é, entre os homens e os
Espíritos, que não passam de almas dos que viveram e entre os quis há bons e
maus. Esta reação é uma das forças, uma das leis da natureza, e produz uma
porção de fenômenos psicológicos e morais incompreendidos, porque a causa era
desconhecida. O Espiritismo nos deu a conhecer esta lei, e, desde que os
efeitos são submetidos a uma lei da natureza, nada tem de sobrenatural. Vivendo no meio desse mundo,
que não é tão imaterial quanto o imaginam, uma vez que esses seres, embora
invisíveis, tem corpos fluídicos semelhantes aos nossos, nós sentimos sua
influência. A dos bons
Espíritos é salutar e benéfica; a dos maus é perniciosa como o contato das
criaturas perversas na sociedade”.
Em artigo com que abre a edição de janeiro de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec esclarece
como é possível aos Espíritos desencarnados exercer influência sobre o
indivíduo, sem que este tenha consciência disso ou seja médium desenvolvido.
Explica ele: - “Pela natureza fluídica e expansiva do períspirito (corpo espiritual), Espírito atinge o indivíduo sobre o qual quer agir,
rodeia-o, envolve-o, penetra-o e o magnetiza. O homem que vive em meio ao Mundo
Invisível está incessantemente submetido a essas influências, do mesmo modo que
às da atmosfera que respira. Elas se traduzem por efeitos morais e
fisiológicos, dos quais não se dá conta e que, frequentemente, atribui a causas
inteiramente contrárias. Essa influência difere, naturalmente, segundo as boas
ou más qualidades do Espírito. Se ele for bom e benevolente, a influência será
agradável e salutar; é como as carícias de uma terna mãe, que toma o filho nos
braços. Se for mau e perverso, será dura, penosa, de ânsia e por vezes perversa:
não abraça, constringe. Vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços
com correntes contrárias, que atraímos, ou repelimos, e às quais nos
abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem
sempre conserva seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em
virtude do qual pode sempre escolher o caminho. Como se vê, isto é inteiramente
independente da faculdade mediúnica, tal qual esta é vulgarmente compreendida.
Estando a ação do Mundo Invisível na ordem das coisas naturais, ela se exerce
sobre o homem, independentemente de qualquer conhecimento espírita. Estamos a
elas submetidos como o estamos à ação da eletricidade atmosférica, mesmo sem
saber física, como ficamos doentes, sem conhecer Medicina. Ora, assim como a
física nos ensina a causa de certos fenômenos e a Medicina a de certas doenças,
o estudo da ciência espírita nos ensina a dos fenômenos devidos às influências
ocultas do Mundo Invisível e nos explica o que, sem isto, parecerá
inexplicável. A mediunidade é o meio direto de observação. O médium –
permitam-nos a comparação – é o instrumento de laboratório pelo qual a ação do
Mundo Invisível se traduz de maneira patente. E, pela facilidade oferecida de
repetição de experiências, permite-nos estudar o modo e as nuanças desta ação.
Destes estudos e observações nasceu a ciência espírita. Todo indivíduo que,
desta ou daquela maneira, sofre a influência dos Espíritos, é, por isto mesmo,
médium. Por isso mesmo pode dizer-se que todo o mundo é médium. Mas é pela
mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chegou a constatar a
existência do Mundo Invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou
provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o
papel que representam na natureza. O médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo
que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos. É, pois, uma força
nova, uma nova energia, uma nova lei, numa palavra, que nos foi revelada. É
realmente inconcebível que a incredulidade repila mesmo a ideia, por isso que
esta ideia supõe em nós uma alma, um princípio inteligente que sobrevivem ao
corpo. Se se tratasse da descoberta de uma substância material e não
inteligente, seria aceita sem dificuldade. Mas uma ação inteligente fora do
homem é para eles superstição. Se, da observação dos fatos produzidos pela
mediunidade, remontarmos aos fatos gerais, poderemos, pela similitude dos
efeitos, concluir pela similitude das causa”.
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
sábado, 29 de novembro de 2014
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
GUERRAS E A LEI DE CAUSA E EFEITO
Incluída
por Allan
Kardec n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS na abordagem sobre a Lei da Destruição,
uma das LEIS MORAIS analisadas
conjuntamente com a equipe responsável pelas originais propostas do
Espiritismo, nas cinco perguntas feitas, alguns esclarecedores pontos para
refletirmos: 1- A ocorrência da guerra na
Terra “resulta da predominância da natureza animal sobre a espiritual e a
satisfação das paixões entre os habitantes do Planeta, se tornando menos
frequente à medida que o homem progride, porque ele evita suas causas e quando
ela se faz necessária ele sabe adicionar-lhe humanidade”; 2-
Que ela
desaparecerá quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a Lei de
Deus, sentindo todos os povos como irmãos; 3- O objetivo da Providência Divina
em tornar a guerra necessária é o desenvolvimento do senso de liberdade e
progresso, resultando a subjugação observada da necessidade de fazer os povos
andar mais depressa na caminhada evolutiva; 4- Aquele que suscita a guerra em
proveito próprio é o verdadeiro culpado da sua eclosão, necessitando de muitas
existências para expiar todos os assassínios de que foi causa.
Episódios violentos e cruéis resultantes das atitudes observadas nas batalhas e
invasões sofisticadas da atualidade em relação às manobras da Idade Média, por
exemplo, demonstram que a evolução foi apenas foi apenas tecnológica. Operações
onde o autodenominado EI – Estado Islâmico promove extermínio de mulheres,
crianças e homens por questões raciais e religiosas, evidenciam o deplorável
estado evolutivo desses seres. Nada, porém, passa desapercebido perante as Leis
que nos governam. Individual e coletivamente. A seguir, exemplos que dão uma
ideia de como tudo funciona perante a Lei
de Ação e Reação: Caso 1- EFEITO - Nascimento em
massa, a partir da segunda metade da década de 50, em várias partes da Terra,
embora em maior número, em determinado País europeu, de crianças apresentando
má-formação congênita como braços ou pernas mirradas, a maioria como resultado
da ingestão por suas mães de anticoncepcionais que continham em sua fórmula uma
substância chamada talidomida, ainda em fase de testes na época. CAUSA -Ações
praticadas entre 1939/1943, em determinado país europeu por soldados nazistas (vítimas de hoje), contra judeus
cujas residências eram invadidas para
que anéis, brincos e joias fossem subtraídos em meio a golpes rápidos que
resultavam em decepções cruéis de mãos, braços, orelhas, dedos ou na mutilação
de pernas daqueles que tentassem socorrer os indefesos. Entre 1949/1953,
em vale escuro do Plano Espiritual, centenas de seres humanos podiam ser vistos
lastimando a ausência dos pés, braços
ou mãos em seus corpos espirituais. Eram os mesmos infelizes, agentes do
furto ou da morte, à margem da guerra, que desencarnando, se supliciavam no remorso incrustado na consciência,
carregando a mente vincada pelas atrocidades de que foram autores, plasmando em si, nos órgãos e membros profundamente
sensíveis do perispirito, as
deformidades que infringiram aos indefesos irmãos israelitas, necessitando da
reencarnação para se refazerem, nos fluídos anestesiantes do corpo físico. Caso 2 – EFEITO - Crianças, homens e mulheres,
esquálidos, cadavéricos, morrendo de inanição no meio das ruas, se
arrastando pelas sarjetas, a antropofagia generalizada, corpos sendo amontoados
em tétricas pilhas, misturados aos quais há alguns que estertoram, outros ainda
respirando acabavam devorados pelos abutres ou formigas que lhes assinalavam as
derradeiras torturas físicas e psicológicas. Tudo consequência da
absurda guerra interna da Biafra, país africano, nos anos 60. CAUSA -
Ações levadas a efeito por soldados nazistas - vítimas de hoje - ao longo
da Segunda Guerra Mundial, em campos de concentração na Alemanha, onde
iludidos quanto a ideia da superioridade de sua raça, impunham a morte lenta
através da fome ou outros procedimentos cruéis a homens, mulheres e crianças de
origem judia feitos prisioneiros. Caso 3 – EFEITO - Jovem, sexo masculino, 19 anos, desencarna em 1998,
dois meses após ter sido vítima
do primeiro de dois aneurismas cerebrais, embora não tivesse desenvolvido
vícios, desfrutando invejável saúde. CAUSA - Ação praticada em
existência anterior na qual, em operação militar, não hesitou em atirar
contra a cabeça de um prisioneiro, apesar dos pedidos de clemência do
mesmo, impondo-lhe morte imediata. Caso
4 - EFEITO - Jovem
diagnosticado com quadro de esquizofrenia após uma vida aparente
normal até então, levando-o a internação em hospital especializado ,tornando-o
dependente de medicações de uso contínuo. CAUSA - Ações levadas a efeito em experiências com seres
humanos nos centros de pesquisa mantidos pelo exercito Nazista durante a Segunda Guerra Mundial, impondo sofrimentos
cruéis às cobaias selecionadas entre prisioneiros confinados em campos de
concentração.
terça-feira, 25 de novembro de 2014
ALÉM DO QUE SE IMAGINA
Reportando-se a fatos que
precederam o lançamento do livro NOSSO
LAR em 1943, abrindo caminho para uma série de importância ainda não
reconhecida até mesmo por muitos
espíritas, Chico Xavier registrou em carta datada de 12 de outubro de 1946
e endereçada ao Dr Antonio Wantuil de Freitas, então presidente da Federação
Espírita Brasileira, mantenedora da editora através da qual todos os título
foram publicados: “-Desde fins de 1941, o Espírito Emmanuel se dedicava, afetuosamente, aos
trabalhos de André Luiz. Por essa época, disse-me ele a propósito de ‘algumas
autoridades espirituais’ que estavam desejosas de algo lançar em nosso meio,
com objetivos de despertamento. Falou-me que projetavam trazer-nos páginas que
nos dessem a conhecer aspectos da vida que nos espera no ‘outro lado’, e, desde
então, onde me concentrasse, via sempre aquele ‘cavalheiro espiritual, que
depois se revelou por André Luiz, ao lado de Emmanuel. Assim decorreram quase
dois anos, antes de NOSSO LAR”. A partir daí os livros foram surgindo,
de uma forma frenética. Cinco em cinco anos. Não obras quaisquer, mas trabalhos
substanciais, verdadeiros documentários sobre a vida depois desta e suas
interações com nossa Dimensão. E, o mais impressionante: através de um moço
com formação primária, trabalhador humilde de uma venda desde os quinze
anos, cumprindo uma extenuante carga de trabalho. A princípio rejeitadas por uma parcela de
seguidores do Espiritismo por considerarem as informações contidas nos
primeiros livros como materializadas demais, venceram o tempo e, como
preconizado pelo engenheiro Hernani Guimarães Andrade -
importante figura dedicada aos aspectos científicos da Doutrina Espírita -, os
livros da série já são objeto de estudo em grupos universitários brasileiros.
Além dos interessantes relatos, nas obras encontramos sugestivas informações.
Comentando sobre a interação entre habitantes de diferentes Dimensões
vibratórias, o Instrutor Alexandre, personagem central do MISSIONÁRIOS DA LUZ (1945,feb), diz que “os que desencarnam em condições
de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas
algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às situações domésticas e aos
fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos
aposentos onde se desligaram do corpo físico”. Ante a admiração de André Luiz, explica-se
melhor, acrescentando: - “Tanta admiração, somente por vê-los tomando
alimentos pelas narinas? E nós outros? Desconhece você, porventura, que o
próprio homem encarnado, recebe mais de setenta por cento da alimentação comum
através de princípios atmosféricos, captados pelos condutos respiratórios? Você
não ignora também que as substâncias cozidas ao fogo sofrem profunda
desintegração. Ora, os nossos irmãos, viciados nas sensações fisiológicas,
encontram nos elementos desintegrados o mesmo sabor que experimentavam quando
em uso do envoltório carnal”. Alguns capítulos à frente, é a vez de uma
entidade de nome Apuleio, revelar -“ Eles (os encarnados) se alimentam, diariamente,
de formas mentais, sem utilizarem a boca física, valendo-se da capacidade de
absorção do organismo perispirítico (corpo espiritual), mas
ainda não sentem a extensão desses fenômenos em suas experiências diárias. No
lar, na via pública, no trabalho, nas diversões, cada criatura recebe o
alimento mental que lhe é trazido por aqueles com quem convive, temperado com o
magnetismo pessoal de cada um. Dessa alimentação dependem, na maioria das
vezes, mormente para a imensa percentagem de encarnados que ainda não alcançaram
o domínio das próprias emoções, os estados íntimos de felicidade ou desgosto,
de prazer ou sofrimento. Segundo você
pode observar, também o homem absorve matéria mental, em todas as horas do dia,
a ambientado dentro de si mesmo, nos círculos mais íntimos da própria estrutura
fisiológica. Em sua experiência última na Crosta, quando envergava os fluidos
carnais, nunca sentiu a perturbação do fígado, depois de um atrito verbal?
Jamais experimentou o desequilíbrio momentâneo do coração, recebendo uma
notícia angustiosa? Por que a desarmonia orgânica, se a hora em curso era
muitas vezes, de satisfação e felicidade. É que em tais momentos, o homem
recebe ‘certa quantidade de força mental’ em seu campo de pensamento, como fio
recebe a ‘carga de eletricidade positiva’. O ponto de recepção está
efetivamente no cérebro, mas se a criatura não está identificada com a Lei de
Domínio Emotivo, que manda selecionar as emissões que chegam até nós,
ambientará a força perturbadora dentro de si mesmo, na intimidade das células
orgânicas, com grande prejuízo para as zonas vulneráveis”. O próprio Apuleio considera “muito
difícil explicar aos homens encarnados fatos rotineiros' como esses a que se
referiu, 'repetidos pelos homens dezenas de vezes, durante cada dia de luta
carnal”.
domingo, 23 de novembro de 2014
FALTA DISCERNIMENTO
A má fé, aliada à ignorância, costuma associar mediunidade e Espiritismo, quando, na verdade, o segundo
somente cumpriu o importante papel de tirar a primeira da aura de mistério e
misticismo, explicando e definindo-a como inerente ao Ser humano,
por ser uma percepção orgânica. Está por trás de inúmeros fenômenos envolvendo a
criatura humana, sua história individual e coletiva, suas venturas e
desventuras, seu equilíbrio e desequilíbrio mento-emocional. E, vez ou outra,
entra no foco dos noticiários através de vítimas de desencarnados a serviço da
perturbação, na tentativa de desfigurar a verdade dos fatos, alimentando a
descrença já tão combalida da espécie humana. Imaginam aqueles que lhes prestam atenção que os Espíritos nada mais são que pessoas como nós, sem o
revestimento do corpo físico, que, como enfatiza o Espiritismo, não alcançaram
níveis de evolução e elevação espiritual compatíveis com as características
que demonstravam na sua forma de ser enquanto encarnados. Recentemente, alguns
órgãos de comunicação de massa divulgaram a “assustadora” e “ridicularizante”
notícia de que importante companhia aérea em operação no Brasil mudou
provisoriamente o número de um de seus voos regulares ante a previsão
registrada em cartório de um acidente aéreo que deveria se dar em área de
grande concentração de edifícios altos, precisando local e dia exatos em que
se daria, resultando, naturalmente, em centenas de mortes e elevados prejuízos. Os que se
contentam com os conhecimentos relativos que já possuem, presos à chamada “zona
de conforto”, como inúmeros outros em situações similares, se valeram
da “frustrante” não consumação da tragédia para ironizar, justificando seu
descrédito em relação à mediunidade. Desconhecem, por exemplo, que n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, questão 10 do item
289, Allan
Kardec reproduz o esclarecimento dos que o auxiliaram a compor a
importante obra, que "os Espíritos que anunciam acontecimentos que não se
realizam, fazem-no, as mais das vezes, para se divertirem com a credulidade, o
terror ou a alegria que provocam; depois, riem-se do desapontamento. Essas
predições mentirosas trazem, no entanto, algumas vezes, um fim sério, qual o de
por à prova aquele a quem são feitas, mediante uma apreciação da maneira por
que toma o que lhe é dito e dos sentimentos bons ou maus que isso lhe desperta”.
Como, por exemplo, a exaltação da vaidade ou ambição. Quatro anos depois, na
REVISTA ESPÍRITA, de julho
de 1865, Allan Kardec se serve de artigo veiculado um mês antes no Grand
Journal , assinado por respeitado articulista, no qual de forma irônica o mesmo relata fato envolvendo amigo pessoal que, aproveitando-se de visita a um médium,
perguntou se ele poderia designar o vencedor das corridas de Chantilly, obtendo
através da evocação de um dos mais célebres desportistas franceses, pelas batidas a designação de letras, formando o nome Gontran. Coincidentemente
havia um cavalo com inscrito no Derby corrido naquele dia chamado Gontran,
que acabou vencedor da prova. Argumenta Allan Kardec que o fato, raro, se
levado em consideração e divulgado para um maior número de pessoas, atrairia
multidões consultando médiuns, transformados em ledores de sorte, dando razão
aos que contra eles invocam a lei de Moisés, que diz respeito a reprovação enérgica “aos
adivinhos, encantadores e os que tem o espírito de Piton”. Acrescenta
aos seus comentários que “o Espiritismo não está destinado a fazer
conhecer; os Espíritos vem para nos tornar melhores e não para nos revelar ou
nos indicar os meios de ganhar dinheiro na ‘certa’ e sem correr perigo
como diz o herói da aventura, ou se ocupar dos nossos interesses materiais,
colocados pela Providência sob a salvaguarda de nossa inteligência, de nossa
prudência, de nossa razão e de nossa atividade.(...). Eis o que todos os
Espíritas sérios devem esforçar-se em propagar, se quiserem servir utilmente à
causa. Temos dito sempre aos que sonharam fortunas colossais com o concurso dos
Espíritos, sob o especioso pretexto que a sensação que um tal acontecimento
produziria, tornaria todo mundo crente quando, se tivessem êxito, desfeririam
um golpe funesto na Doutrina, excitando a cupidez em vez do amor ao Bem. É por
isto que as tentativas desse gênero, encorajadas por Espíritos mistificadores,
sempre foram seguidas de decepções”. No caso do cavalo vencedor, “deve
ser aceito como fato isolado, sendo – diz Kardec -, louco
e imprudente quem se fiasse em sua realização”. O “pequeno fato tinha uma
utilidade: era um meio, talvez o único, para chamar a atenção de certas pessoas
para a ideia dos Espíritos e sua intervenção no mundo”, acrescenta em
suas ponderações.
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
FATOS E ENSINAMENTOS
A morte que todos
inevitavelmente encontraremos em algum momento do futuro breve não opera
milagres. Sentir-nos-emos e veremos tal como aqui. E, a matemática da evolução
nos compensará com a impressão de paz ou tormento construído nas vivências que
tivemos, especialmente com nosso próximo, oculto em personagens com os quais
construímos no caminho do progresso espiritual, experiências e comprometimentos
que nos trazem sistematicamente de volta às limitações de nossa Dimensão para
retificar. Como comenta Allan Kardec, “o Espírito renasce
frequentemente no mesmo meio em que viveu e se encontra em relação com as
mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes teria feito”. O caso que
apresentaremos a seguir demonstra isso. Envolve
alguns dos poucos amigos e admiradores de Chico Xavier, à época um médium
conhecido e procurado por poucos, ao contrário do que se observa na fase vivida
em Uberaba. O calendário marcava o ano
de 1948 e alguns dos que privavam de sua amizade se encontraram para uma reunião mediúnica prevista a
inauguração da sede de uma fazenda na cidade Esmeraldas, a noroeste de Belo
Horizonte. Chico, atrasado por ter sido reconhecido no caminho por várias
pessoas que faziam parar o carro que o conduzia, aos quais atendia
carinhosamente, finalmente chega. Após abraçar aos que ansiosamente o
aguardavam, dirige-se nominalmente a alguém que ninguém vê, chamando-o João
Rosa, abraçando-o carinhosamente e demonstrando alegria por encontra-lo
ali. Um dos presentes, José Costa, caçoa e, imperturbável Chico,
retruca: - Perdão, João Rosa é desencarnado. Mais tarde, já no ambiente em
que se desenvolveria a reunião mediúnica, o coordenador sugere seja retirada
uma cadeira vaga, ponderando: - Não é bom deixar cadeira vaga à mesa de reunião,
ouvindo Chico, delicadamente, discordar: - A cadeira não está vaga. Ocupa-o
um irmão desencarnado. Iniciados os trabalhos, após a prece, leitura e
comentários sobre o texto d’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Chico
pede a palavra e esclarece: - O irmão João Rosa, a quem cumprimentei ainda
há pouco, lá fora, pediu e obteve permissão da Assistência Espiritual para
participar desta reunião. Neste momento, está sentado na cadeira aparentemente
vaga. Vejo, no espaço, um quadro dramático, diga-se trágico, emocionante. João
Rosa, que era viúvo, ao desencarnar, passa a sofrer o assédio da ex-esposa, que
o tortura, mostrando-se-lhe vestida com o véu tinto de piche, disposta a
vingança implacável! Ante a admiração dos demais, prossegue: - João
Rosa, visivelmente traumatizado, nos diz que seu casamento foi um fracasso;
jamais conseguiu harmonizar-se com a esposa, vivendo o casal sob o impacto
permanente do fogo cruzado decorrente do desajuste conjugal, até que a morte os
separou. Retomando a descrição do quadro percebido pela sua vidência, Chico
relata: - João Rosa diz que, ao comprar os aviamentos para a mortalha na loja de
José Costa, em Sabará, indagou-lhe como proceder com o véu nupcial que a
falecida guardava como preciosa relíquia. Ouvindo do outro que ‘deveria
pichá-lo e com ele envolver o corpo da morta’, recebendo do mesmo, de
presente, uma lata de piche, seguiu à risca o macabro conselho. Agora,
desencarnado há 25 anos, arrosta, no Espaço, terrível confronto; pois ambos,
vivendo em zona trevosa, dão prosseguimento ao conflito doméstico, sob
insuportável clima de ódio e ressentimento. E atenção, caros irmãos: o acaso
não existe. Não foi à toa que João Rosa veio até nós, externando seu pedido
de socorro. E só há uma maneira infalível de se por termo a tal discórdia entre
duas almas predestinadas: o perdão recíproco. Eu pediria então, ao querido
companheiro José Costa, que orasse o Pai Nosso, rogando a misericórdia de
Jesus, no sentido de conceder-lhe o necessário perdão pelo gesto leviano e
impensado que ingenuamente praticara, com mau conselho e invigilância.
Detalhe interessante é que José Costa, autor da lamentável
sugestão, quando a fez não era espírita e a inspirada solicitação de Chico,
objetivava neutralizar os efeitos gerados anos antes, destruindo a causa e,
quem sabe, induzindo a reconciliação do casal. Sensibilizado, rosto banhado de
lágrimas, José Costa ora fervorosamente, voz embragada, palavras sinceras
brotando do âmago do coração. Retomando a palavra, Chico descreve: - As
lágrimas de nosso irmão José Costa, subiram ao Céu, retornando em cascatas
cintilantes. Luz bendita que, projetando-se sobre o casal e incidindo sobre o
véu negro de rancorosas vibrações, transformam-no em manto angelical, qual
veste nupcial, com a alvura do lírio. Agora, reconciliados, ambos se abraçam,
selando com um beijo a nova aliança, na catedral da alma, entre rosas e lírios,
ante a amplidão infinita. (material
adaptado do livro CHICO XAVIER EM PEDRO
LEOPOLDO, de Divaldinho Matos, editora Didier)
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
VISÃO SOMBRIA
O primeiro registro sobre o
fenômeno foi feito por Albert De Rochas, engenheiro e
diretor da Escola Politécnica de Paris, no livro VIDAS SUCESSIVAS (lachatrê), publicado em Paris no início do
século 20. Na verdade, ocorreu meio que por acidente em experiências que
realizava com duas voluntárias objetivando ver se no estado alterado de
consciência chamado transe, ocorre algum tipo de liberação de estruturas mais
sutis do corpo físico. Aliás, tão acidental quanto as regressões de memória
ocorridas. Os novos registros, contudo, revelavam detalhes de acontecimentos
pessoais a serem vividos futuramente pelas duas mulheres pesquisadas. No caso
de uma delas, as revelações foram constatadas, enquanto que no da outra, não foi possível por de Rochas ter perdido contato
com ela. O tempo avançou e, a partir dos
anos 80, a Psicóloga, norte-americana Hellen Wambach que, quase vinte anos
antes, iniciara uma cruzada para através de experimentos – segundo ela – provar
a inexistência da reencarnação, concluindo, por fim, através de significativa
amostragem ser impossível não acreditar nas vidas sucessivas como
relata no livro REVIVENDO VIDAS PASSADAS
(pensamento), resolveu ousar e encarar novo desafio: se é possível voltar no passado
através da reencarnação, será possível ir ao futuro? Selecionou a
princípio, entre muitos voluntários, três que lhe pareceram emocionalmente
estáveis e, entre 1980 e 1985, realizou 2500 experimentos entre regressões
progressões no tempo, apurando que apenas 5% destes americanos, se via reencarnado
por volta do ano 2100. Os dados, considerados consistentes, revelaram que, em
torno de 2300, a percentagem subia para 13 ou 15%, que parece indicar
uma retomada do crescimento populacional, após drástico decréscimo. Tendo
morrido em 1985, suas prospecções no futuro foram
continuadas pelo amigo e também Psicólogo, o Dr Chet Snow, que vivendo à
época na França, retorna ao seu país. Tabulando dados recolhidos de 133
pessoas sobre as expectativas para o ano 2100, o Dr Snow encontrou 35
vivendo no espaço, em viagens constantes ou colônias orbitando a Terra, o que
sugere que o intercâmbio espacial ter-se-á tornado rotina no ano citado. O segundo grupo, composto de 24
pessoas, seria constituído de gente vivendo em pequenas comunidades terrenas,
basicamente rurais ou pelo menos, afastadas dos grandes centros, e que, apesar
da ausência de confortos e sofisticações tecnológicas, seriam autossuficientes
e até felizes, revelando-se bem informada a respeito da realidade espiritual e
familiarizada com os conceitos de reencarnação, sobrevivência do Ser, comunicabilidade
entre vivos e mortos, entre outros. O terceiro
grupo, compreendendo 41 pessoas, vivia em comunidades
fechadas, altamente sofisticadas em termos tecnológicos, implantadas em espaços
protegidos por cúpulas imensas que as mantinham isoladas do ambiente externo,
usualmente árido e hostil. Ao contrário do segundo grupo feliz e descontraído,
os habitantes do grupo fechado mostravam-se descontentes e indiferentes, como
se a vida fosse desagradável imposição rotineira e não um privilégio e
oportunidade valiosa, levando uma existência algo artificial, subsistindo à
base de alimentos industrializados, muitos deles sintetizados em laboratórios,
ao que parece, mantendo ativo intercâmbio com seres espaciais, só se
aventurando fora de suas redomas coletivas por pouco tempo, protegidas por
vestimentas e capacetes especiais que, em alguns casos, desarranjam-se,
acarretando a morte do usuário. O quarto
e último grupo, na classificação proposta pelo Dr Snow, é constituído por
pessoas que ele considera como sobreviventes, seres marginalizados pelas
catástrofes, vivendo, a duras penas, em regiões desoladas, usualmente em ruínas
das grandes cidades do passado, como que regredidos a condições de vida mais
precárias que do século 19, ainda dependentes de transporte animal, sem
recursos que permitam um mínimo de conforto e segurança. Os depoimentos
coligidos não sugerem ter havido nenhum apocalipse nuclear no período, tendo o
desastre que impôs diminuição drástica da população planetária, de agressões
ecológicas sofridas desde os últimos séculos do Segundo Milênio. O cenário descrito
pelo prospectados é desolador, mostrando um planeta devastado também pela
arrasadora ação combinada de erupções vulcânicas, enchentes e abalos sísmicos,
impondo o desaparecimento de regiões inteiras sob as águas dos oceanos, e, o
ressurgimento de outras do fundo dos mares. Avançando no tempo, entretanto, as
progressões ao período 2300/2500, revelam a população
mundial maior, comunidades mais espiritualizadas, parecendo consolidadas e em
expansão, longevidade maior que as anteriores, diminuição dos marginalizados,
apesar da persistência da violência em variadas formas. O apurado resultou no
livro SONHOS COLETIVOS DO FUTURO do Dr.
Snow,
comentado pelo inesquecível Hermínio Correia de Miranda em
opúsculo publicado em 1995 e preservado na sua obra AS DUAS FACES DA VIDAS, ambos publicados pela editora Lachatrê.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
DÚVIDA NATURAL
Ao final de palestra, jovem
questiona se associação da dita civilização com grupos humanos ainda vivendo em
tribos, harmonicamente, com cultura e tradições próprias e respeito à natureza é
realmente correta? Não seria melhor deixa-los viver como o fazem, sem os
contaminar com uma sociedade decadente? Curiosamente indagação parecida
foi tema de matéria na REVISTA ESPÍRITA
de agosto
de 1864, seção QUESTÕES E
PROBLEMAS, em que Allan Kardec atende leitor da cidade
de Bordeaux, em dúvida após ter lido matéria publicada sobre as Cartas
de Cristóvão Colombo descrevendo o estado do México no momento da
descoberta, especialmente no tocante aos habitantes locais que pareciam viver
numa idade de ouro, em perfeita harmonia entre si e a natureza, infinitamente
superiores não só aos invasores como aos
países mais civilizados. Médium, tentou a
opinião do seu guia espiritual, obtendo como resposta: -“Nós te responderíamos com prazer,
se teu Espírito estivesse em estado de tratar, neste momento, de assunto tão
sério, que requer alguns desenvolvimentos espírito-filosóficos. Dirige-te a
Kardec. Esta ordem de ideias já foi debatida, mas ela voltar-se-á de maneira
mais lucida do que poderias fazê-lo, porque sempre tens o espírito tenso e o
ouvido à espreita. É uma consequência de tua posição atual e tens que te
submeter”. Sobre a orientação Allan Kardec comenta: -“Disso
ressalta uma primeira instrução: é que não basta ser médium, mesmo formado e
desenvolvido, para, à vontade, obter comunicações sobre o primeiro assunto
surgido. Aquele fêz suas provas, mas, no momento, seu Espírito, forte e
penosamente preocupado com outras coisas, não podia ter a calma necessária. É
assim que mil circunstâncias podem opor-se ao exercício da faculdade mediúnica.
Nem por isso a faculdade deixa de subsistir, mas nada é sem o concurso dos
Espíritos, que lhe dão, ou recusam, conforme julgam conveniente e isto, muitas
vezes no interesse do médium”. Sobre a pergunta principal, a
Espiritualidade se manifestou na reunião da Sociedade Espírita de Paris de 8 de julho, através do
médium Sr. D’Ambel, esclarecendo o seguinte: -“Sob as aparências de uma certa
bondade natural, e com costumes mais doces que virtuosos, os Incas viviam
despreocupadamente, sem progredir nem se elevar. A essas raças primitivas
faltava a luta; e se as batalhas sangrentas não os dizimavam; se uma ambição
individual ali não exercia uma pressão soberana para lançar aquelas populações
a conquistas, elas não eram menos atingidas pelo perigoso vírus que conduzia
sua raça à extinção. Era preciso retemperar as fontes vitais desses Incas
abastardados, dos quais os Aztecas representavam a decadência fatal, que
deveria atingir todos aqueles povos. Se a essas causas inteiramente
fisiológicas, juntarmos as causas morais, notaremos que o nível das ciências e
das artes ali tinha igualmente ficado em prolongada infância. Havia, pois,
utilidade de por esses países pacíficos no nível das raças ocidentais. Hoje se
julga a raça desaparecida, porque se fundiu com a dos conquistadores espanhóis.
Dessa raça cruzada surgiu uma Nação nova e vivaz que, por um vigoroso impulso,
não tardará a atingir os povos do Velho Continente. Que resta de tanto sangue
derramado? perguntam de Bordeaux. Para começar, o sangue derramado não foi tão
considerável quanto se poderia crer. Antes as armas de fogo e alguns soldados
de Pìzarro, toda a região invadida submeteu-se como ante semi-deuses, saídos
das águas. É quase um episódio da Mitologia Antiga e essa raça indígena é, sob
vários aspectos, semelhante às que defendiam o Tosão de Ouro”. Em
comentário complementar, Allan Kardec, entre outros aspectos,
pondera: -“Sem dúvida, é penoso pensar que o progresso, por vezes, precisa de
destruição. Mas é preciso destruir as velhas cabanas, substituindo-as por casas
novas, mais belas e cômodas. Aliás, é preciso levar em conta o estado atrasado do Globo,
onde a Humanidade está apenas no progresso material e intelectual. Quando
entrar no do progresso moral e espiritual, as necessidades morais ultrapassarão
as necessidades materiais. Os homens
serão governados segundo a Justiça e não mais terão que reivindicar seu lugar à
força. Então a guerra e a destruição não mais terão razão de ser. Até lá, a
luta é consequência de sua inferioridade moral. Vivendo mais material que
espiritualmente, o homem não encara as coisas senão do ponto de vista atual e
material e, por isso, limitado. Até agora, ignorou que o papel capital é do Espírito:
viu seus efeitos, mas não conheceu as causas e é por isto que, durante tanto
tempo, desencaminhou-se nas ciências, nas suas instituições e religiões.
Ensinando-lhe a participação do elemento espiritual em todas as coisas do
mundo, o Espiritismo alarga seu horizonte e muda o curso de suas ideias. Abre a
Era do progresso moral”.
sábado, 15 de novembro de 2014
ATUALÍSSIMO
Aproximadamente mil e
duzentas pessoas - oitenta por cento dos quais encarnados -, presentes em função da
liberação natural do sono físico. Conforme explicações, não guardariam plena recordação
do que ouviriam em retomando o corpo carnal, em virtude da deficiência do
cérebro, incapaz de suportar a carga de duas vidas simultâneas, persistindo,
contudo, a lembrança no fundo do Ser, orientando as tendências pessoais para o
terreno da elevação e abrindo a porta intuitiva para serem assistidos no
pensamento. O encontro, desdobrado durante a madrugada da Terra, reunia
trabalhadores de várias frentes espiritualistas, necessitados de orientação e
fortalecimento em suas lutas. A prédica esteve a cargo de um Instrutor de nome Eusébio
que, no diagnóstico apresentado delineia a situação da Humanidade no
estágio atual. Pode se dizer atualíssimo. De suas palavras, destacamos algumas que bem demonstram a razão de dessa avaliação. “Somos, no palco da Crosta
Planetária, os mesmos atores do drama evolutivo. Cada milênio é um ato breve,
cada século um cenário veloz. Utilizando corpos sagrados, perdemos, entretanto,
quais despreocupadas crianças, entretidas apenas em jogos infantis, o ensejo
santificante da existência (...). Enquanto milhões de almas desfrutam bons
ensejos de emenda e reajustamento, de novo entregues ao esforço regenerativo
nas cidades terrestres, milhões de outras deploram a própria derrota, perdidas
no atro recesso da desilusão e do padecimento (...). Falamos de todos nós, viajores
que extravagamos no deserto da própria negação (...). Porque não represar o curso das paixões
corrosivas que nos flagelam o espírito? Porque não sofrear o ímpeto da
animalidade, em que nos comprazemos, desde os primeiros laivos de raciocínio?
(...). O vendaval das paixões fulminantes de homens e de povos passa ululante,
de um a outro polo, a semear maus presságios. Até quando seremos gênios
demolidores e perversos? (...) Cevamos e expandimos unicamente o egoísmo e a
ambição, a vaidade e a fantasia na Crosta Planetária. Contraímos pesados
débitos e nos escravizamos aos tristes resultados de nossas obras, deixando-nos ficar, indefinidamente, na messe de
espinhos. Foi assim que atingimos a época moderna, em que a loucura se generaliza
e a harmonia mental do homem está a pique de soçobro. De cérebro evolvido e
coração imaturo, requintamo-nos, presentemente, na arte de esfacelar o
progresso espiritual. (...). Hoje, as coletividades humanas ainda sofrem o
assédio da espada homicida, e chuvas de bombas arremetem contra populações
indefesas (...). Existe, porém, nova ameaça ao domicílio terrestre; o profundo desequilíbrio, a desarmonia generalizada,
as moléstias da alma que se inserem, sutis, solapando-vos a estabilidade.
Vossos caminhos não parecem percorridos por seres conscientes, mas assemelham-se
a estranhas veredas, ao longo dos quais tripudiam duendes alucinados. Como
fruto de eras sombrias, caracterizadas pela opressão e pela maldade reciprocas,
em que temos vivido, odiando-nos uns aos outros, vemos a Terra convertida em
campo de quase intérminas hostilidades. Homens e nações perseguem o mito do
ouro fácil; criaturas sensíveis abandonam-se aos distúrbios das paixões,
cérebros vigorosos perdem a visão interior, enceguecidos pelos enganos,
enceguecidos pelos enganos de personalidade e do autoritarismo. Empenhados em
disputas intermináveis, em duelos formidandos de opinião, conduzidos por
desvairadas ambições inferiores, os filhos da Terra abeiram-se de novo abismo,
que o olhar conturbado não lhes deixa perceber (...). Quase todos os quadros da
civilização moderna se acham comprometidos na estrutura fundamental (...). Não
vos esqueça da vossa luz própria. Não conteis com archotes alheios para a jornada.
Em míseros planos de sofrimento regenerador, nas vizinhanças da carne, choram
amargamente milhões de homens e mulheres que abusaram do concurso dos bons,
precipitando-se nas trevas aos perder no túmulo os olhos efêmeros com que
apreciavam a paisagem da vida à luz do Sol. (...). Não basta crer na
imortalidade da alma. Inadiável a
iluminação de nós mesmos, a fim de que sejamos claridade sublime (...). O Plano
Superior não se interessa pela incorporação de devotos famintos de um paraíso
beatífico. Admitireis, porventura, vossa permanência na Crosta Planetária, sem
finalidades específicas? Se a erva tenra deve produzir consoante objetivos
superiores, que dizer da magnífica inteligência do homem encarnado?(...)
Abandonai a ilusão, antes que a ilusão vos abandone. (...) Deixai plantado o
Bem na esteira de vossos passos. O desequilíbrio generalizado e crescente
invade os departamentos da mente humana. Combatem-se, desesperadamente, as
nações e as ideologias, os sistemas e os princípios (...). Encarnados e
desencarnados de tendências inferiores colidem ferozmente, aos milhões.
Inúmeros lares transformam-se em ambientes de inconformação e desarmonia. Duela
o homem consigo mesmo no atual processo acelerado de transição. Equilibrai-vos,
pois, na edificação necessária, convictos de que é impossível confundir a Lei
ou trair-lhe os ditames universais”. (Compilação inspirada no capítulo dois do livro NO MUNDO MAIOR (1947; feb) , do Espírito André Luiz pelo médium Chico
Xavier)
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
INTERESSANTE ASSOCIAÇÃO
Na época não existiam
equipamentos sofisticados como os exames de imagem disponíveis hoje para
pesquisas sobre variados ângulos e aspectos. Tampouco laboratórios preocupados
com as atividades de ordem mental, as quais seriam objeto de investigações mais
aprofundadas no final daquele século, o Dezenove. Declinava em sua
credibilidade apenas a Frenologia,
uma teoria desenvolvida em 1800, pelo médico alemão Franz Hoseph Gall que afirmava
ser capaz, através dela, de determinar o caráter, características da personalidade
e grau de criminalidade pela forma da cabeça dos seres humanos. Classificada
como pseudociência, mereceria mais tarde o crédito por contribuir com a ciência
médica com as ideias de que o cérebro possui áreas específicas relacionadas com
determinadas funções, sendo órgão da mente, sendo elevada ao “status”
de protociência. Atento ao interesse que a dita teoria despertava na França do
seu tempo, Allan Kardec escreveu
vários artigos sobre ela, publicados na REVISTA
ESPÍRITA. Chama a atenção contudo, sua opinião sobre a origem da memória
humana expressa em texto preservado no livro OBRAS PÓSTUMAS, publicado uma década após sua morte em março de
1869, a partir de iniciativa de sua esposa Sra Amelie Boudet e seu
editor, resgatando escritos e estudos na maioria não conhecidos publicamente. Explica
Allan Kardec que
no “início
de sua caminhada evolutiva limitado em suas ideias e aspirações, tendo
circunscrito seus horizontes, o homem precisa gravar todas as coisas e
identifica-las, a fim de guardar delas apreciável lembrança e basear seus
estudos nos dados que haja reunido. Pelo sentido da visão foi que lhe vieram as
primeiras noções do conhecimento. Foi a imagem de um objeto que lhe ensinou a
existência desse objeto. Quando conheceu muitos objetos, tirou deduções das
impressões diferentes que eles lhe produziam no íntimo do Ser, fixou na
inteligência a quintessência deles por meio do fenômeno da memória. Ora,
que é a memória, senão uma espécie de álbum mais ou menos volumoso, que se
folheia para encontrar de novo as ideias apagadas e reconstituir os
acontecimentos que se foram? Esse álbum tem marcas nos pontos capitais. De
alguns fatos o individuo imediatamente se recorda; para recordar-se de outros,
é-lhe necessário folhear por longo tempo o álbum. A memória é como um livro! Aquele em que lemos
algumas passagens facilmente nô-las apresenta aos olhos; as folhas virgens ou
raramente perlustradas tem que ser folheadas uma a uma, para que consigamos
reconstituir um fato sobre o qual pouco tenhamos demorado a atenção. Quando o
Espírito encarnado se lembra, sua memória lhe apresenta, de certo modo, a
fotografia do fato que ele procura”. O pai da Psicanálise Sigmund Freud ainda era
um adolescente quando tal cogitação foi escrita, provavelmente não a conheceu,
contudo sua Teoria do Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente guarda estrita
relação com ela, na medida em que coloca o Inconsciente como elemento decisivo
no comportamento humano. Se considerasse o Espírito em suas elucubrações
perceberia que, através das múltiplas experiências na condição humana, este vai
acumulando neste Inconsciente, dados, informações, imagens que interagem no
sentido de promover a Evolução Espiritual. Se acrescêssemos a isso, as
pesquisas do russo Ivan Pavlov sobre o reflexo condicionado, o resultado seria
extraordinário. Hoje, sabe-se que esse Inconsciente constitui-se num “poderoso
banco de dados capaz de processar cerca de 20 milhões de estímulos
ambientais por segundo contra 40 estímulos interpretados pela
mente consciente no mesmo segundo”. A informação é referência no
excelente livro BIOLOGIA DA CRENÇA (butterfly,
2007) do biólogo norte americano Bruce Lipton que acrescenta que “a
mente subconsciente, um dos processadores de informações mais poderosos de que
se tem notícia até hoje, observa o mundo ao seu redor e a consciência interna
do corpo, interpreta os estímulos do ambiente e entra imediatamente num
processo de comportamento previamente adquirido”. Diz o Dr Lipton
que esse “subconsciente é nosso “piloto automático, enquanto que a mente
consciente, o controle manual”. Um dos entusiastas da Epigenética, concluiu através de
pesquisas que “nossos genes são de fato controlados e manipulados pela forma como
nossa mente percebe e interpreta nosso meio ambiente”, revelando que “podemos
mudar muitas coisas sobre o jeito que somos, inclusive a saúde, mudando a forma
como interpretamos os acontecimentos e situações que acontecem conosco”.
Se tivesse lido EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (1958;feb),
do Espírito André Luiz através da mediunidade Chico Xavier e Waldo
Vieira, certamente encontraria muitos subsídios para avançar em seus
estudos, aprofundando de forma surpreendente suas cogitações sobre o estudo da
vida a partir da célula, tema central de suas investigações.
terça-feira, 11 de novembro de 2014
SERÁ POSSÍVEL? ALLAN KARDEC DIZ QUE SIM
Pode uma pessoa praticar mais mal numa existência que em sua encarnação
precedente? Em artigo com que
abre a edição de junho de 1863 da REVISTA
ESPÍRITA, Allan Kardec afirma que sim.
Parte do princípio da não retrogradação dos Espíritos, explicando que o
retrocesso se dá no sentido de nada perderem do progresso realizado, podendo
ficar momentaneamente estacionários. Esclarece, todavia, “que de bons não podem tornar-se
maus, nem de sábios, ignorantes. Tal é o princípio geral, que só se aplica ao
estado moral e não à situação material, que de boa pode tornar-se má, se o
Espírito a tiver merecido. Façamos uma comparação. Suponhamos um homem
do mundo, instruído, mas culpado de um crime que o conduz à prisão. Certamente
há para ele uma grande descida como posição social e como bem estar material. À
estima e à consideração sucederam o desprezo e a abjeção. Entretanto ele nada
perdeu quanto ao desenvolvimento da inteligência; levará à prisão as suas
faculdades, seus talentos, seus conhecimento. É um homem decaído e é assim que
devem ser compreendidos os Espíritos decaídos. Deus pode, pois, ao cabo de
certo tempo de prova, retirar de um mundo onde não terão progredido aqueles que o tiverem desconhecido, que se tiverem rebelado
contra as suas leis, mandando que expiem seus erros e seu endurecimento num
mundo inferior, entre seres ainda menos adiantados. Aí serão o que eram antes,
moral e intelectualmente, mas numa condição infinitamente mais penosa, pela própria
natureza do Globo e, sobretudo, pelo meio no qual se acharem. Numa palavra,
estarão na posição de um homem civilizado forçado a viver entre os selvagens ou
de um homem educado, condenado à sociedade dos forçados (como nos
regimes totalitaristas). Perderam a posição e as vantagens, mas não
regrediram ao estado primitivo. De adultos não se tornaram
crianças. Eis o que se deve entender pela não-retrogradação. Não tendo
aproveitado o tempo, é para eles um trabalho a recomeçar. Em sua bondade, Deus
não os quer deixar por mais tempo entre os bons, cuja paz perturbam. Por isso
os envia entre homens que terão por missão fazer estes últimos progredirem,
ensinando-lhes o que sabem. Por esse trabalho poderão eles próprios adiantar-se
e se resgatarem, expiando as faltas passadas, como o escravo que pouco a pouco
economiza para um dia comprar a liberdade. Mas como o escravo, muitos só
economizam dinheiro, em vez de amontoar virtudes, as únicas que podem pagar o
resgate. Esta tem sido, até agora, a situação de nossa Terra, mundo de expiação
e prova, onde a raça adâmica, raça inteligente, foi exilada entre as raças
primitivas inferiores, que a habitava antes. Tal a razão pela qual há tantas
amarguras aqui, e que estão longe de sentir no mesmo grau os povos selvagens.
Há, certamente, retrogradação do Espírito no sentido de que recua seu caminho,
mas não do ponto de vista de suas aquisições, em razão das quais e do
desenvolvimento de sua inteligência, sua derrota social lhe é mais penosa. É
assim que o homem do mundo sofre mais num meio abjeto do que aquele que sempre
viveu na lama”. Mais à frente, indaga: -“Nero pode, como Nero, ter feito
mais mal que na sua precedente encarnação? A isto respondemos sim, o que não
implica que na existência em que tivesse feito menos mal fosse melhor. Para
começar, o mal pode mudar a forma sem ser pior ou menos mal. A posição de Nero,
como Imperador, o tendo posto em evidência, o que ele fez ficou mais notado;
numa existência obscura podia ter cometido atos tão repreensíveis, posto que em
menor escala e que passaram desapercebidos. Como Soberano pode incendiar uma
cidade; como pessoa comum pôde queimar uma casa e fazer perecer a família. Tal
um assassino vulgar, que mata alguns viajantes para roubar, se estivesse no
trono seria um tirano sanguinário, fazendo em grande escala o que a posição só
o permite em escala reduzida. Considerando a questão de outro ponto de vista,
diremos que um homem pode fazer mais mal numa existência que na precedente,
mostrar vícios que não tinha, sem que isto implique uma degeneração moral.
Muitas vezes são as ocasiões que faltam para fazer o mal, quando o princípio
existe latente; vem a ocasião e os maus instintos se revelam. A vida comum nos
oferece numerosos exemplos: certo homem, que era tido como bom, de repente
revela vícios que ninguém suspeitava, e que causam admiração. É simplesmente
porque soube dissimular ou porque uma causa provocou o desenvolvimento
domingo, 9 de novembro de 2014
EUTANÁSIA: DOIS CASOS SUGESTIVOS E UM APELO
Se a vida continua quais
seriam os efeitos ao submetido à eutanásia? Ante decisões tomadas sob o efeito
da visão imediatista resultado em leis a partir de uma visão parcial da
realidade dominante em nosso Plano Existencial, destacamos para nossas reflexões, dois casos
contidos nos sugestivos relatos do repassado pelo Espírito André Luiz – como se sabe
médico em nossa Dimensão em sua encarnação mais recente -, através do médium Chico
Xavier. O primeiro caso é
apresentado no livro NOSSO LAR (1943;
feb). Refere-se a um senhor internado
no Pavilhão 5 do Hospital Espiritual onde
o autor se integra como cooperador, descrito como um velho com
fisionomia desagradável, olhar duro, cabeleira desgrenhada, rugas profundas,
lábios retraídos, inspirando mais piedade que simpatia. Recebe a visita de uma
filha também desencarnada sem uma palavra de ternura para ela que o saudou
carinhosa. Semelhava-se a uma fera humana enjaulada pelo olhar, evidenciando
aspereza e revolta, por ter sido vítima de eutanásia praticada
por um filho médico ambicionando a herança a ser por ele deixada, o que resultou na intensa vibração de ódio
pelo vitimado, revelando-se profundamente perturbado mental e emocionalmente. O
segundo
caso é narrado em OBREIROS
DA VIDA ETERNA (1946, feb) e,
diferentemente do primeiro, foi integralmente testemunhado por André
Luiz. Envolve paciente terminal de um processo cancerígeno já alastrado
por todo seu corpo, segundo avaliação descrita pelo autor. Homem de fé, o
enfermo, cujo nome era Cavalcante, acumulara muitos méritos pela dedicação às
ações em nome da caridade inspirada na escola de fé por ele abraçada fazendo-o
merecedor da assistência de equipe espiritual presente no local. Embora real,
mas, parecendo surreal, André Luiz comenta que “o
ambiente da enfermaria em que era mantido estava repleto de cenas deploráveis,
com diversas entidades inferiores retidas pelos próprios doentes, em grande viciação
da mente, postados em
vários leitos, impingindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes
vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando e perseguindo-os”. Depois de mais de quatro dias de acompanhamento pela
equipe de técnicos espirituais especializados em processos de liberação do
corpo espiritual do físico, o responsável deliberou fossem desatados os laços
que o retinham à esfera física. Influenciado através dos canais intuitivos, o
doente solicitou a presença de sacerdote a fim de ouvi-lo em confissão, o qual
abreviou ao máximo o contato, em virtude das emanações desagradáveis que se
desprendiam do corpo do pobre homem, incentivando o médico que o assistia à
prática da eutanásia por este cogitada. Embora no Plano Espiritual o trabalho
de desligamento se aproximasse do final, a providência que se tornou
impraticável, pois o médico ministrou-lhe a chamada “injeção compassiva”,
levando em poucos instantes o moribundo a “calar-se, inteiriçado-se-lhe os membros,
imobilizando sua máscara facial, fazendo-lhe vítreos os olhos móveis”. O
responsável pelo trabalho que se operava no Plano Invisível, comentou, todavia,
que “a
carga fulminante da medicação de descanso, por atuar diretamente em todo o
sistema nervoso, replica-se nos centros do organismo perispiritual. Cavalcante
permanece, agora, colado a trilhões de células neutralizadas, dormentes,
invadido, ele mesmo, de estranho torpor que o impossibilita de dar qualquer
resposta ao nosso esforço. Provavelmente, só poderemos libertá-lo depois de
decorridas mais de doze horas”, tempo efetivamente calculado por André
Luiz em vinte horas,
após serviço muito laborioso. Finalizando repetimos apelo de André
Luiz no capítulo sete de SEXO E
DESTINO (1963; feb): -“Felizes da Terra! Quando passardes ao pé dos
leitos de quantos atravessam prolongada agonia, afastai do pensamento a ideia
de lhes acelerardes a morte!... Ladeando esses corpos amarrotados e por trás dessas
bocas mudas, benfeitores do Plano Espiritual articulam providências, executam
encargos nobilitantes, pronunciam orações ou estendem braços amigos! Ignorais,
por agora, o valor de alguns minutos de reconsideração para o viajor que aspira
a examinar os caminhos percorridos, antes do regresso ao aconchego do lar. Se
não vos sentis capacitados a oferecer-lhes uma frase de consolação ou o socorro
de uma prece, afastai-vos e deixai-os em paz!...(...) Companheiros
do mundo, que ainda trazeis a visão limitada aos arcabouços da carne, por amor
aos vossos sentimentos mais caros, dai consolo e silêncio, simpatia e veneração
aos que se abeiram do túmulo! Eles não são as múmias torturadas que os vossos
olhos contemplam, destinadas à lousa que a poeira carcome.. São filhos do Céu,
preparando o retorno à Pátria, prestes a transpor o rio da Verdade, a cujas
margens, um dia, também vós chegareis!..
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
SUICÍDIO ASSISTIDO, EUTANÁSIA E ESPIRITISMO
-“Já vos dissemos e repetimos, muitas
vezes, que estais na Terra de expiação para completar as vossas provas, e que
tudo o que vos acontece é consequência de vossas existências anteriores, as
parcelas da dívida que tendes a pagar”, respondeu o Espírito Bernardim, quando perguntado se “deve-se
por termo às provas do próximo, quando se pode, ou devemos, por respeito aos
desígnios de Deus, deixa-las seguir o seu curso?”, Conforme reproduzido
no capítulo cinco d’O EVANGELHO SEGUNDO
O ESPIRITISMO. O desconhecimento disso, a não cogitação ou compulsões
trazidas no inconsciente de encarnações passadas levam pessoas como a jovem Brittany
Maynard a optarem pelo suicídio assistido como permitido
pela legislação do Oregon e outros cinco Estados norte-americanos, ou a Eutanásia
praticada por profissionais de saúde na Holanda, Bélgica e parte da Suíça.
Moça de 29 anos, casada recentemente acometida por tipo raro de câncer na
cabeça, escolheu o que se convencionou chamar “morte digna”. No mesmo
capítulo do livro citado, colocada a situação-problema de “um homem que agoniza, presa de
cruéis sofrimentos, sabendo-se que seu estado é sem esperanças, seria permitido
poupar-lhe alguns instantes de agonia, abreviando-lhe o fim”, obteve-se
da Espiritualidade a seguinte resposta: -“Mas quem vos daria o direito de prejulgar
os desígnios de Deus? Não pode Ele conduzir um homem até a beira da sepultura,
para em seguida retirá-lo, com o fim de fazê-lo examinar-se a si mesmo e lhe modificar
os pensamentos? A que extremos tenha chegado um moribundo, ninguém pode dizer
com certeza que soou sua hora final. A ciência, por acaso, nunca se enganou nas
suas previsões? (...) O materialista que só vê o corpo, não
levando em conta a existência da alma, não pode compreender essas coisas. Mas o
espírita, que sabe o que se passa além-túmulo, conhece o valor do último
pensamento. Aliviai os últimos sofrimentos o mais que puderdes, mas guardai-vos
de abreviar a vida, mesmo que seja em apenas um minuto, porque esse minuto pode
poupar muitas lágrimas no futuro”. Noutra resposta, alerta que “quer
o homem se mate ou se faça matar, o objetivo é sempre o de abreviar a vida, e,
por conseguinte, há o suicídio de intenção, embora não haja de fato”.
O caso da americana parece se enquadrar neste . Pergunta-se se a fé
não poderia inspirar outra decisão. Provável. Ocorre que ninguém dá o que não
tem. As gerações nascidas nas últimas décadas em várias regiões do Planeta,
especialmente naquelas em que predomina a cultura materialista, as crianças
cresceram e crescem sem qualquer referência sobre seu sentido espiritual,
distantes da religião, atualmente incapaz nas escolas dominantes de oferecer
respostas lógicas para as mentes argutas dos Espíritos que tem reencarnado. Brittany,
como a esmagadora maioria das criaturas humanas ligadas aos processos e
programas reencarnatórios, ignoram que “os complexos de culpa determinam
inimagináveis alterações no corpo espiritual”, e - como observa o
Espírito Emmanuel, através de Chico Xavier - que o “homem
vê unicamente o carro orgânico em que o Espírito viaja no espaço e no tempo,
buscando a evolução própria, habitualmente não enxergando os retoques de
aprimoramento ou as dilapidações que o passageiro vai imprimindo em si mesmo,
para efeito de avaliação de mérito e demérito, quando se lhe promova o
desembarque na estação de destino”. Pelas regras, ou seja, pelos
mecanismos da Lei da Causa e Efeito, a cada momento construímos o
próprio destino, resolvendo ou complicando problemas criados com nossas ações
deliberadas. E, não fugimos de nós mesmos. A facilidade com que se entregou ao
suicídio mesmo que disfarçado de “morte suave”, bem como, a doença
rara de que foi acometida, a idade em que se deu; sugerem estar ela presa a decisões
radicais que, pela profundidade e extensão com que lesionam e traumatizam as
áreas atingidas, plasmam dores e sofrimentos, acrescidos da compulsão
para repetir o gesto. Apesar do amparo da lei humana, não conseguirá, porém,
fugir das consequências espirituais de seu ato, decretando para si futura existência
assinalada pelos efeitos causados na que interrompe, talvez agravados pelos que
trazia do passado para se libertar. Sem falar do despertar no Plano Espiritual
como observamos na obra LOUCURA E
OBSESSÃO (1986, feb), psicografado por Divaldo Pereira Franco, onde o
Espirito Manuel Philomeno de Miranda descreve visita feita com o Dr Bezerra
de Menezes a um necrotério para auxiliar médium com que o Benfeitor
trabalhava, cuja filha, suicida, debatia-se no cadáver enregelado, sem
conseguir libertar-se dele, nem ser socorrida em sua aflição.
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
O HOMEM ATUAL QUER COMPREENDER
Embora cumprindo importante
papel social, as escolas filosóficas e religiosas tradicionais permanecem
cristalizadas em concepções e princípios que não atendem mais aos anseios do
Mundo moderno, a não ser para aqueles que preferem se acomodar em fantasias
inconsistentes. Os líderes dessas escolas, exalando pretensão e presunção
mantem-se em debates intermináveis contribuindo para que o Ser humano
coletivamente se distancie cada vez mais do entendimento sobre o significado da
existência. Expondo seu ponto de vista, Allan Kardec argumenta que “o
Espiritismo vem, não como uma religião, mas como doutrina filosófica, trazer sua
teoria, apoiada no fato das manifestações. Ele não é imposto: não exige
confiança cega; infiltra-se entre as criaturas e diz: Examinai, comparai e julgai;
se achardes algo do que vos dou, tomai-o.
Ele não diz: Venho derrocar as bases da religião e substituí-la por um culto
novo. Diz: Dirijo-me, não aos que creem e que se acham satisfeitos em suas
crenças, mas aos que abandonam as vossas fileiras pela incredulidade e que não
soubestes ou pudestes reter. Venho falar-lhes sobre as verdades que repelem uma
interpretação de natureza a satisfazer sua razão e que os leva a aceita-la. E a
prova de que o consigo é o número dos que tiro do atoleiro da incredulidade.
Escutai, e todos vos dirão: Se me tivessem ensinado estas coisas assim em minha
infância, jamais teria duvidado. Agora creio porque compreendo”. Nesse sentido, um dos tópicos que poderia ajudar as
criaturas a entender muita coisa e motivar revisões comportamentais é o
princípio da reencarnação. Porque as limitações físico/mentais; a inversão
sexual; os conflitos familiares? Porque, afinal, sofremos? Na REVISTA ESPÍRITA de março
de 1862, Allan Kardec alinha alguns argumentos em artigo de sua
autoria, muitos úteis em nossas reflexões: -“Mas, que é o que dá poder à teoria do
futuro? Que é o que lhe consigna tantas simpatias? É - dizemos nós – a sua
lógica inflexível, que resolve todas as dificuldades até então insolúveis; e
isto ela deve ao princípio da pluralidade das existências. Com efeito, tirai
este princípio, e imediatamente surgirão milhares de problemas cada qual mais
insolúvel. A cada passo a gente se choca com inúmeras objeções. Essas objeções
não eram levantadas outrora, porque ninguém pensava nelas. Mas hoje que a
criança se fez adulto, quer ir ao fundo das coisas; quer ver claro o caminho
por onde o conduzem; sonda e pesa o valor dos argumentos que lhe apresentam; e
se estes não lhe satisfazem à razão, se o deixam no vago e na incerteza,
rejeita-os e espera coisa melhor. A pluralidade das existências é uma chave que abre
novos horizontes, que dá uma
razão de ser a inúmeras coisas incompreendidas, que explica o inexplicado. Ela concilia todos os acontecimentos
da vida com a justiça e a bondade de Deus.
Por isso os que tinham chegado à dúvida quanto a essa justiça e a essa bondade,
agora reconhecem o dedo da Providência onde o tinham ignorado. Sem a
reencarnação, com efeito, a que atribuir as ideias inatas? Como justificar a
idiotia, o cretinismo, a selvageria, ao lado do gênio e da Civilização? A
profunda miséria de uns ao lado da felicidade dos outros? As mortes prematuras
e tantas outras coisas? Do ponto de vista religioso certos dogmas, como o do
pecado original, o da queda dos anjos, a eternidade das penas, a ressurreição
da carne, etc. encontram neste princípio uma interpretação racional, que leva à
aceitação do seu espírito, mesmo por aqueles que repeliam a letra. Em resumo, o
homem atual quer compreender. O princípio da reencarnação ilumina o que estava
obscuro. Por isso
dizemos que esse princípio é uma das causas que dão favorável acolhida ao
Espiritismo. Dir-se-á que a reencarnação não é necessária para crer nos
Espíritos e em sua manifestação; e aprova disso é que há crentes que não a
admitem. É verdade. Também não dizemos que se não possa, sem isto, ser bons
Espíritas. Não somos daqueles que atiram pedras aos que não pensam como nós.
Apenas dizemos que eles não abordaram todos os problemas levantados pelo
sistema unitário, sem o que teriam reconhecido a impossibilidade de lhes dar
uma solução satisfatória. A ideia da pluralidade das existências a princípio
foi acolhida com espanto, com desconfiança. Depois, pouco a pouco,
familiarizaram-se com ela, à medida que reconheciam a impossibilidade de, sem
ela, saírem das inúmeras dificuldades levantadas pela psicologia e pela vida
futura. Há uma coisa certa: o sistema ganha terreno diariamente, enquanto o
outro o perde”.
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
SOMOS SEMPRE OS RESPONSÁVEIS
Como, a não ser através do sofrimento e
da dor, motivar os Espíritos imperfeitos a caminhar na estrada da evolução? Acertadamente lembra um Amigo Espiritual, que se tudo
estiver “redondo”, cedemos facilmente à acomodação da “zona
de conforto”. Não entender isso tem prováveis dois motivos: 1- a condição evolutiva ainda precária
da individualidade, e 2- “fingir”
que não entendemos. A disseminação dos princípios da Lei de Causa e
Efeito dentro do conteúdo apresentado pelo Espiritismo, mas especificamente no
capítulo sete da primeira parte do livro O
CÉU E O INFERNO ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo,
oferece trinta e três artigos do Código
Penal da Vida Futura delineando os mecanismos das normas que regulam o
processo de elevação do Ser na direção de sua iluminação. Não, como disse Allan
Kardec -, a partir da opinião de uma única pessoa, mas através dos
depoimentos de milhares de Espíritos que em várias regiões da Terra desde
meados do século 19 tem dado testemunhos de sua sobrevivência após a morte
procurando alentar o que permanecem no Plano dos chamados encarnados que a vida
continua, repercutindo sempre de forma mais intensa o que cada um faz de si.
Como argumenta Allan Kardec “a responsabilidade das faltas individuais ou coletivas, as da vida
privada e da vida pública, dá a razão de certos fatos ainda pouco
compreendidos, e mostra, de maneira mais precisa, a solidariedade que liga os
seres uns aos outros, e as gerações entre si”. Na sequência,
alguns exemplos interessantes para reflexão, agrupados na sistemática que parte
do
efeito para remontar à causa. CASO
1- EFEITO - Mulher,
casada, quatro filhos. Toda sua vida foi inimiga acirrada do pai, pessoa
socialmente considerada simples, humilde e que sempre a tratou com carinho e
bondade, tendo ele tudo feito para reverter tal situação. Ante a aproximação
dos dois, notava-se o olhar carregado de ódio da mulher transtornada pela
repulsa e desprezo, com palavras incisivas e duras para o pai, comprazendo-se
visivelmente com os tormentos morais estampados no rosto do mesmo.
CAUSA - Ações praticadas 120 anos antes, em pequena vila de nome Pedra Grande, em
Portugal. Na época, a senhora de hoje, estava encarnada na condição masculina, negociava
vinhos, era casado e tinha
filhos. Aventureiro, precipitou
em quedas morais várias mulheres e jovens, chegando a ser pai de muitos filhos naturais não
reconhecidos. Entretendo
relações comerciais com um negociante,
veio a seduzir a filha deste, induzindo-a
à prostituição a levando ao suicídio. Seu
sogro que o auxiliava bastante,
tendo sido quem o criara, sabedor dessa aventura, não desejando mais que sua
filha suportasse os contínuos
escândalos e sofresse mais desgostos,
expulsou-o de casa. Fugiu, para nunca mais voltar. Agora, reencarnou como mulher. Seu pai atual era o antigo sogro. Seu
marido, o noivo da moça que
seduzira e levara ao suicídio e, esta,
por sua vez, renasceu como
uma de suas filhas. CASO 2 – EFEITO
- EB, casada, mãe de nove filhos, tendo, ao longo dos anos, perdido para a
morte cinco deles, quatro de forma violenta – um, criança, aos 7 anos e demais
adultos, respectivamente por afogamento, suicídio e acidentes de trânsito. CAUSA - Influência decisiva sobre a as dúvidas
da Rainha francesa Catarina de Médicis para deflagar a caça e morte dos
Huguenotes presentes em Paris e cidades do interior, reunidos para o casamento
de sua filha Margot e Henrique de Navarra na noite de 24 agosto de 1572,
episódio registrado pela História como Noite de São Bartolomeu, lavrando sua
sentença cármica ao afirmar que “dar nossos filhos a semelhante empresa é
privilégio que devemos disputar”, ante a pergunta – “e seus filhos?”
- de alguém presente à fatídica reunião que resultou na morte por intolerância
religiosa de milhares de pessoas. CASO 3 - EFEITO - I.F.V, 28
anos, sexo feminino, apesar de grávida de seis meses, num quadro de neurose, se
revelava desesperançada de ter filhos por ter perdido 7 gestações sucessivas,
em abortos espontâneos, a despeito de longos tratamentos e internações
hospitalares. CAUSA -Presença de um obsessor interferindo em sua vida,
por razões cármicas bem sérias, nascidas em vida anterior, onde ela fora esposa
do atual obsessor, que em seu ciúme desvairado, em seu egoísmo feroz, não
admitia viesse ela a dividir com mais ninguém o amor que exigia só para si. Na
existência referida, levou-a a cometer vários abortos e, na atual, não
aceitando seu casamento com outro indivíduo, em seu ódio lhe frustrava as
gestações.
sábado, 1 de novembro de 2014
AVERSÕES INEXPLICÁVEIS
Quinze dias após ter sido
internado para se submeter a desintoxicação alcoolica que já provocava delírio
e alucinações, restabelecido, foi possível conhecer parte da história
daquele caboclo forte, disposto, trabalhador, dedicado a conduzir gado pelas
estradas. Casado, pai de seis filhos, dois dos quais, àquela altura, casados,
dizia-se um homem econômico que jamais deixou faltar nada para os seus,
inclusive educação primária, ofício para os rapazes e todas as prendas domésticas
para as filhas, como era habitual na época. Durante a formação dos filhos,
jamais procurou corrigi-los com castigos corporais, tampouco se lembrava de ter
proporcionado à esposa momentos reprováveis pela sua conduta. Lutou enquanto os
filhos cresciam para proporcionar-lhes conforto para o presente, e, se
possível, evitar-lhes preocupações financeiras para o futuro. Entre as inúmeras
viagens no exercício de sua profissão, todavia, apesar da ausência, ao
retornar ao lar, era tratado com frieza por todos, situação agravada nos
últimos três anos, considerando suas permanências em casa serem mais
frequentes. Ouvida, sua esposa não só confirmou tudo como disse sofrer muito
com as atitudes dos filhos, dos quais se tornara confidente, revelando que o
temiam e detestavam, a ponto de desaparecerem de casa, quando estivesse
presente. O quadro se assemelha ao observado na vida de muitas famílias. O
conhecimento do Espiritismo, contudo, pode auxiliar na avaliação de fatos
semelhantes. Isto porque, segundo Allan Kardec em observação n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, nos programas
reencarnatórios objetivando o progresso das individualidades, “o
Espírito renasce frequentemente no mesmo meio em que viveu, se relaçionando com
as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenha feito”.
Explica ainda que a “sucessão das existências corporais estabelece entre os Espíritos laços
que remontam às vidas anteriores, donde decorrem as causas da simpatia entre os
envolvidos e outros que parecem estranhos”. Já no século 20, através do
médium Chico Xavier, o Espírito conhecido como André Luiz transferiu
para nossa Dimensão, OBREIROS DA VIDA
ETERNA (1946; feb), obra onde encontramos interessante ponderação de um
Assistente de nome Barcelos que, entre outras coisas,diz que “em
obediência às lembranças vagas e inatas, os homens e as mulheres, jungidos uns
aos outros pelos laços de consanguinidade ou dos compromissos morais,
se transformam em perseguidores e verdugos inconscientes entre si. Os
antagonismos domésticos, os temperamentos aparentemente irreconciliáveis entre
pais e filhos, esposas e esposos, parentes e irmãos, resultam de recapitulações
retificadoras do pretérito distante (...). Sentem e veem na tela mental, dentro
de si mesmos, situações complicadas e escabrosas de outra época, malgrado os
contornos obscuros da reminiscência, carregando consigo fardos pesados de
incompreensão”. E o caso apresentado no início, destacado do livro A PSIQUIATRIA EM
FACE DA REENCARNAÇÃO (feesp) do médico Inácio Ferreira, diretor
do Sanatório Espírita de Uberaba desde sua fundação até desencarnar nos
anos 80, bem ilustra a dinâmica revelada pela Doutrina Espírita. Através da
excepcional médium Maria Modesto Cravo que não apenas ajudou a
construir e fundar a casa de saúde citada como era aproveitada em suas
faculdades mediúnicas no socorro a muitas criaturas nela internadas. Buscando
entender o fator causal do drama do paciente, viram-se diante de uma entidade
espiritual ligada aos envolvidos no drama atual. Apontava a vitima de agora
como um assassino e ladrão em existência pregressa na cidade Ilhéus, na Bahia. Segundo
o comunicante ele pretendia casar-se com uma das filhas do doente em
tratamento, intenção frustrada, a princípio por falta de recursos por não
encontrar serviço compensador. O homem focalizado matou cruelmente um
indivíduo, fugiu à Justiça e integrou-se a um dos muitos bandos existentes na
região, dedicados a saquear e arrasar lugarejos, espalhando o terror.
Retornando esporadicamente às escondidas ao seu lar, geralmente maltratando
esposa e filhos, tomando conhecimento do seu interesse por sua filha, levou-a,
uma noite, entregando-a a um dos componentes do seu bando, impondo a morte à
esposa. O Espírito manifestante, contou ainda que conseguiu empregar-se num
convento, e, diante de terrível seca que se abatia sobre a região, foi
encarregado com outro funcionário de fazer compras pelas redondezas, tendo sido
vitima de assalto praticado pelo bando. Seu amigo escapou, mas ele foi morto
pelo “monstro” do qual queriam informações, tendo sido amarrado pelos pés e
arrastado pelo cavalo que ele montava, por ter ouvido ser seu desejo vê-lo um
dia, amarrado no pelourinho existente em frente ao convento. Revelou, por fim
que, sua esposa, filhos e filhas atuais, são os mesmos daquela vida
passada.
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