Reportando-se a fatos que
precederam o lançamento do livro NOSSO
LAR em 1943, abrindo caminho para uma série de importância ainda não
reconhecida até mesmo por muitos
espíritas, Chico Xavier registrou em carta datada de 12 de outubro de 1946
e endereçada ao Dr Antonio Wantuil de Freitas, então presidente da Federação
Espírita Brasileira, mantenedora da editora através da qual todos os título
foram publicados: “-Desde fins de 1941, o Espírito Emmanuel se dedicava, afetuosamente, aos
trabalhos de André Luiz. Por essa época, disse-me ele a propósito de ‘algumas
autoridades espirituais’ que estavam desejosas de algo lançar em nosso meio,
com objetivos de despertamento. Falou-me que projetavam trazer-nos páginas que
nos dessem a conhecer aspectos da vida que nos espera no ‘outro lado’, e, desde
então, onde me concentrasse, via sempre aquele ‘cavalheiro espiritual, que
depois se revelou por André Luiz, ao lado de Emmanuel. Assim decorreram quase
dois anos, antes de NOSSO LAR”. A partir daí os livros foram surgindo,
de uma forma frenética. Cinco em cinco anos. Não obras quaisquer, mas trabalhos
substanciais, verdadeiros documentários sobre a vida depois desta e suas
interações com nossa Dimensão. E, o mais impressionante: através de um moço
com formação primária, trabalhador humilde de uma venda desde os quinze
anos, cumprindo uma extenuante carga de trabalho. A princípio rejeitadas por uma parcela de
seguidores do Espiritismo por considerarem as informações contidas nos
primeiros livros como materializadas demais, venceram o tempo e, como
preconizado pelo engenheiro Hernani Guimarães Andrade -
importante figura dedicada aos aspectos científicos da Doutrina Espírita -, os
livros da série já são objeto de estudo em grupos universitários brasileiros.
Além dos interessantes relatos, nas obras encontramos sugestivas informações.
Comentando sobre a interação entre habitantes de diferentes Dimensões
vibratórias, o Instrutor Alexandre, personagem central do MISSIONÁRIOS DA LUZ (1945,feb), diz que “os que desencarnam em condições
de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas
algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às situações domésticas e aos
fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos
aposentos onde se desligaram do corpo físico”. Ante a admiração de André Luiz, explica-se
melhor, acrescentando: - “Tanta admiração, somente por vê-los tomando
alimentos pelas narinas? E nós outros? Desconhece você, porventura, que o
próprio homem encarnado, recebe mais de setenta por cento da alimentação comum
através de princípios atmosféricos, captados pelos condutos respiratórios? Você
não ignora também que as substâncias cozidas ao fogo sofrem profunda
desintegração. Ora, os nossos irmãos, viciados nas sensações fisiológicas,
encontram nos elementos desintegrados o mesmo sabor que experimentavam quando
em uso do envoltório carnal”. Alguns capítulos à frente, é a vez de uma
entidade de nome Apuleio, revelar -“ Eles (os encarnados) se alimentam, diariamente,
de formas mentais, sem utilizarem a boca física, valendo-se da capacidade de
absorção do organismo perispirítico (corpo espiritual), mas
ainda não sentem a extensão desses fenômenos em suas experiências diárias. No
lar, na via pública, no trabalho, nas diversões, cada criatura recebe o
alimento mental que lhe é trazido por aqueles com quem convive, temperado com o
magnetismo pessoal de cada um. Dessa alimentação dependem, na maioria das
vezes, mormente para a imensa percentagem de encarnados que ainda não alcançaram
o domínio das próprias emoções, os estados íntimos de felicidade ou desgosto,
de prazer ou sofrimento. Segundo você
pode observar, também o homem absorve matéria mental, em todas as horas do dia,
a ambientado dentro de si mesmo, nos círculos mais íntimos da própria estrutura
fisiológica. Em sua experiência última na Crosta, quando envergava os fluidos
carnais, nunca sentiu a perturbação do fígado, depois de um atrito verbal?
Jamais experimentou o desequilíbrio momentâneo do coração, recebendo uma
notícia angustiosa? Por que a desarmonia orgânica, se a hora em curso era
muitas vezes, de satisfação e felicidade. É que em tais momentos, o homem
recebe ‘certa quantidade de força mental’ em seu campo de pensamento, como fio
recebe a ‘carga de eletricidade positiva’. O ponto de recepção está
efetivamente no cérebro, mas se a criatura não está identificada com a Lei de
Domínio Emotivo, que manda selecionar as emissões que chegam até nós,
ambientará a força perturbadora dentro de si mesmo, na intimidade das células
orgânicas, com grande prejuízo para as zonas vulneráveis”. O próprio Apuleio considera “muito
difícil explicar aos homens encarnados fatos rotineiros' como esses a que se
referiu, 'repetidos pelos homens dezenas de vezes, durante cada dia de luta
carnal”.
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