Se a vida continua quais
seriam os efeitos ao submetido à eutanásia? Ante decisões tomadas sob o efeito
da visão imediatista resultado em leis a partir de uma visão parcial da
realidade dominante em nosso Plano Existencial, destacamos para nossas reflexões, dois casos
contidos nos sugestivos relatos do repassado pelo Espírito André Luiz – como se sabe
médico em nossa Dimensão em sua encarnação mais recente -, através do médium Chico
Xavier. O primeiro caso é
apresentado no livro NOSSO LAR (1943;
feb). Refere-se a um senhor internado
no Pavilhão 5 do Hospital Espiritual onde
o autor se integra como cooperador, descrito como um velho com
fisionomia desagradável, olhar duro, cabeleira desgrenhada, rugas profundas,
lábios retraídos, inspirando mais piedade que simpatia. Recebe a visita de uma
filha também desencarnada sem uma palavra de ternura para ela que o saudou
carinhosa. Semelhava-se a uma fera humana enjaulada pelo olhar, evidenciando
aspereza e revolta, por ter sido vítima de eutanásia praticada
por um filho médico ambicionando a herança a ser por ele deixada, o que resultou na intensa vibração de ódio
pelo vitimado, revelando-se profundamente perturbado mental e emocionalmente. O
segundo
caso é narrado em OBREIROS
DA VIDA ETERNA (1946, feb) e,
diferentemente do primeiro, foi integralmente testemunhado por André
Luiz. Envolve paciente terminal de um processo cancerígeno já alastrado
por todo seu corpo, segundo avaliação descrita pelo autor. Homem de fé, o
enfermo, cujo nome era Cavalcante, acumulara muitos méritos pela dedicação às
ações em nome da caridade inspirada na escola de fé por ele abraçada fazendo-o
merecedor da assistência de equipe espiritual presente no local. Embora real,
mas, parecendo surreal, André Luiz comenta que “o
ambiente da enfermaria em que era mantido estava repleto de cenas deploráveis,
com diversas entidades inferiores retidas pelos próprios doentes, em grande viciação
da mente, postados em
vários leitos, impingindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes
vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando e perseguindo-os”. Depois de mais de quatro dias de acompanhamento pela
equipe de técnicos espirituais especializados em processos de liberação do
corpo espiritual do físico, o responsável deliberou fossem desatados os laços
que o retinham à esfera física. Influenciado através dos canais intuitivos, o
doente solicitou a presença de sacerdote a fim de ouvi-lo em confissão, o qual
abreviou ao máximo o contato, em virtude das emanações desagradáveis que se
desprendiam do corpo do pobre homem, incentivando o médico que o assistia à
prática da eutanásia por este cogitada. Embora no Plano Espiritual o trabalho
de desligamento se aproximasse do final, a providência que se tornou
impraticável, pois o médico ministrou-lhe a chamada “injeção compassiva”,
levando em poucos instantes o moribundo a “calar-se, inteiriçado-se-lhe os membros,
imobilizando sua máscara facial, fazendo-lhe vítreos os olhos móveis”. O
responsável pelo trabalho que se operava no Plano Invisível, comentou, todavia,
que “a
carga fulminante da medicação de descanso, por atuar diretamente em todo o
sistema nervoso, replica-se nos centros do organismo perispiritual. Cavalcante
permanece, agora, colado a trilhões de células neutralizadas, dormentes,
invadido, ele mesmo, de estranho torpor que o impossibilita de dar qualquer
resposta ao nosso esforço. Provavelmente, só poderemos libertá-lo depois de
decorridas mais de doze horas”, tempo efetivamente calculado por André
Luiz em vinte horas,
após serviço muito laborioso. Finalizando repetimos apelo de André
Luiz no capítulo sete de SEXO E
DESTINO (1963; feb): -“Felizes da Terra! Quando passardes ao pé dos
leitos de quantos atravessam prolongada agonia, afastai do pensamento a ideia
de lhes acelerardes a morte!... Ladeando esses corpos amarrotados e por trás dessas
bocas mudas, benfeitores do Plano Espiritual articulam providências, executam
encargos nobilitantes, pronunciam orações ou estendem braços amigos! Ignorais,
por agora, o valor de alguns minutos de reconsideração para o viajor que aspira
a examinar os caminhos percorridos, antes do regresso ao aconchego do lar. Se
não vos sentis capacitados a oferecer-lhes uma frase de consolação ou o socorro
de uma prece, afastai-vos e deixai-os em paz!...(...) Companheiros
do mundo, que ainda trazeis a visão limitada aos arcabouços da carne, por amor
aos vossos sentimentos mais caros, dai consolo e silêncio, simpatia e veneração
aos que se abeiram do túmulo! Eles não são as múmias torturadas que os vossos
olhos contemplam, destinadas à lousa que a poeira carcome.. São filhos do Céu,
preparando o retorno à Pátria, prestes a transpor o rio da Verdade, a cujas
margens, um dia, também vós chegareis!..
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