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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

NEM PROVAS, NEM ARGUMENTOS LÓGICOS

Refletindo sobre a questão da aceitação do princípio da reencarnação, conclui-se que isso não será possível nem por eventuais provas a serem apresentadas, nem por argumentos lógicos. Dependerá exclusivamente da condição evolutiva do Espírito encarnado ou desencarnado. Os homens da chamada Ciência interessados no tema prendem-se ainda a registros quantitativos ou análises sobre o que classificam como evidências da reencarnação. Trabalhos criteriosos sobre elas oferecidos por apenas três homens que poderiam ser associados à ciência, dois dos quais (Ian Stevenson e Hemendra Banerjee) por estarem ligados ao meio acadêmico e o terceiro o engenheiro brasileiro Hernani Guimaraes Andrade, permanecem ignorados, perdidos no passado recente da segunda metade do século 20. Produziram obras de reconhecido valor que não tiveram repercussão além dos limites do meio em que surgiram. E, apesar dos conteúdos oferecidos por profissionais que trabalham, por exemplo, com as Terapias de Vidas Passadas, observa-se grande indiferença para o apurado nas imersões obtidas em estados alterados de consciência. Considerando que uma hipotética descoberta científica fosse anunciada pelos meios de comunicação de massa mundialmente, se perderia, ante, por exemplo, milhares de pessoas que não acessam noticiários ou nos preconceitos religiosos – intencionalmente ou não - plantados nas mentes dos que se identificam com suas propostas, através dos “despachantes de Deus” que costumam ter “argumentos fortes”, invariavelmente, usando como escudo textos ditos sagrados. Quando no capítulo três d’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO se lê sobre a diversidade dos Espíritos submetidos aos processos evolutivos previstos para o planeta Terra – uma das muitas moradas da Casa de Nosso Pai -, entende-se porque a convicção sobre os mecanismos da reencarnação, como apresentados pela Doutrina Espírita, não é ainda acessível ao entendimento da maioria. Porque os alunos que “sentam nas carteiras da frente” nas salas de aula do imenso educandário com que analogamente é comparado nosso Globo, representam minoria. Alguns ali se colocam por não enxergarem direito, não por que detém uma inteligência já desenvolvida para conhecimentos de profundidade ou transcendentes. Os demais se fixam na chamada “zona de conforto”, onde os prazeres sensoriais (alimentação e sexo) são o que realmente importa. Aos multiplicadores do pensamento espírita compete apenas chamar a atenção para a visão clara, objetiva das respostas que o Espiritismo dá sobre a questão. Afinal a inexorável marcha do tempo cobra de decisões e ações práticas ante sua avassaladora passagem, conduzindo todos de volta para o ponto de origem chamado Mundo Espiritual, não dando tréguas. No Brasil, a partir da década de 40 do Século Vinte, as corajosas e pioneiras ações do psiquiatra Inácio Ferreira no laboratório chamado Sanatório Espírita de Uberaba, ofereceram material de grande qualidade demonstrando que os transtornos psiquiátricos tem origem em complicações criadas pelos doentes de agora em vida passada. Tendo como “microscópio” a mediunidade de Dona Maria Modesto Cravo, abriu caminho para a compreensão e razão de muitos dramas existenciais, interligando pessoas no âmbito da família, invariavelmente comprometidas entre si com transgressões ao Código Penal da Vida Futura redigido por Allan Kardec no capítulo sete d’ O CÉU E O INFERNO, livro em sua segunda parte, constituído de dezenas de depoimentos de Espíritos desencarnados ouvidos nas reuniões da Sociedade Espírita de Paris. Empolgado com suas pesquisas, o corajoso Dr Inácio Ferreira escreveu dois livros - NOVOS RUMOS À MEDICINA e A REENCARNAÇÃO EM FACE DA REENCARNAÇÃO. O primeiro organizado de uma forma muito interessante, apresentando a ficha de internação do doente, a evolução do tratamento e o apurado através da médium citada. Publicados ainda na primeira metade do século passado, encontraram forte rejeição no meio espírita, o que fez com que o autor não os reeditasse, até que nos anos 80, uma série de seis matérias, apresentadas pela revista INFORMAÇÃO, reproduzindo alguns casos ali expostos, chamassem a atenção para sua existência. Com a desencarnação do valoroso e pioneiro médico, a editora da Federação Espírita de São Paulo, relançou os dois livros. Motivados pela Espiritualidade, vários Sanatórios foram fundadas por organizações espíritas, baseados no modelo adotado no precursor de Uberaba. Começaram, porém, nem todos persistiram até pela mudança da Política de Saúde Mental no País que, aliado às dificuldades econômicas, impuseram mudança de procedimentos, a maioria abolindo os tratamentos desobsessivos. Hoje apenas em alguns Centros Espíritas se oferece as terapias  baseadas nas revelações espíritas. Não se preocupam, contudo, com o aprofundamento, análise e associação entre os distúrbios espirituais/ psicológicos/ sociais e encarnações passadas, desperdiçando material de valor inestimável. Assim, a reencarnação continuará dependendo da inclusão nas gerações que renascem diariamente na Terra, de Espíritos que já desenvolveram em si o conhecimento inato a respeito da pluralidade das existências. 

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