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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

SOBRE AS CURAS ESPIRITUAIS

“A mediunidade curadora não vem suplantar a Medicina e os médicos; vem simplesmente provar a estes últimos que há coisas que eles não sabem e os convidar a estudá-las; que a natureza tem recursos que eles ignoram”, escreveu Allan Kardec em artigo publicado na REVISTA ESPÍRITA. Até porque, segundo elea maioria das moléstias, como todas as misérias humanas, são expiação do presente ou do passado, ou provações para o futuro; são dívidas contraídas, cujas consequências devem ser sofridas até que tenham sido resgatadas. Não pode ser curado  aquele que deve suportar sua provação até o fim”. Como se sabe, o Espiritismo revela que “o homem é composto de três princípios essenciais: o Espírito, o períspirito e o corpo. Reagem um sobre os outros, resultando a saúde ou a doença, da harmonia ou não entre eles. Tal anomalia “se originada no corpo, os medicamentos materiais bastarão para o restabelecimento; se vier do períspirito; trata-se de uma modificação do princípio fluídico, requerendo uma modificação para as funções retornarem ao normal; se do Espírito, o períspirito e o corpo serão entravados em suas funções, solicitando para combate-la medicação espiritual(...). Mas, Allan Kardec vai além, dizendo que “há grande número de doenças, cuja origem é devida a fluidos perniciosos, dos quais é penetrado o organismo, contra o que a medicação comum é inoperante”. Afirma que “certas doenças tem sua causa original na alteração mesma dos tecidos orgânicos. Na cura das moléstias dessa natureza, pelo influxo fluídico, há substituição das moléculas orgânicas mórbidas por moléculas sadias”. Considera que “são três ramos da arte de curar, destinados a se suplementar e se completar, conforme as circunstâncias, mas das quais nenhuma tem o direito de se julgar a panaceia universal do gênero humano. Explica que curar trata-se de reparar uma desordem orgânica pela introdução de materiais sãos, substituindo outros deteriorados. Esses materiais sãos podem ser fornecidos pelos medicamentos alopáticos comuns; por esses mesmos medicamentos em estado de divisão homeopática; pelo fluido magnético que não é senão matéria espiritualizada. Seja qual for, compreende-se que a substituição molecular, necessária ao restabelecimento do equilíbrio, só se pode operar gradualmente, e não por encanto e por um golpe da batuta; se possível a cura não pode deixar de ser senão o resultado de uma ação contínua e perseverante, mais ou menos longa, conforme a gravidade dos casos. A eficácia da substância fluídica é mais geral, sem ser universal, porque suas qualidades são modificáveis pelo pensamento, ao passo que as da matéria, são fixas e invariáveis e não se podem aplicar senão em casos determinados. Trata-se de reparar uma desordem orgânica pela introdução de materiais sãos, substituindo materiais deteriorados. Esses materiais sãos podem ser fornecidos pelos medicamentos alopáticos comuns; por esses mesmos medicamentos em estado de divisão homeopática; pelo fluido magnético que não é senão matéria espiritualizada. Observa que o fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem em maior quantidade pode dá-lo ao que tem menos”. Adverte, contudo, que seria um erro considerar o aplicador como simples máquina de transmitir fluídos. Nisto, como em todas as coisas, o produto está na razão do instrumento e do agente produtor. Devido ao temperamento e constituição do médium, o fluído está impregnado de elementos diversos, que lhe dão propriedades especiais. As qualidades do fluído humano, por sinal, apresenta nuanças infinitas, conforme as qualidades físicas e morais do indivíduo. É evidente que o fluído emanado de um corpo doente pode inocular princípios mórbidos no assistido. Considerado como matéria terapêutica, o fluido tem que atingir a matéria orgânica, a fim de repará-la; pode então ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador, ou atraído pelo desejo ardente, pela confiança, numa palavra: pela fé do doente. Assim sendo, todo verdadeiro médium curador, tem necessidade absoluta de trabalhar sua depuração, isto é, seu melhoramento moral. Só isto basta para mostrar que o primeiro que aparecer não poderá ser médium curador, na verdadeira acepção da palavra. Além de tudo isso, necessário considerar o papel da fé. Para Allan Kardec, a fé a que Jesus se referia em se dirigindo aos beneficiados, não é uma virtude mística, como entendem muitos, mas uma verdadeira força atrativa, de maneira que aquele que não a possui opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou, pelo menos, uma força de inércia, que paralisa a ação. Isso nos leva a entender por que se apresentando ao curador dois doentes com a mesma enfermidade, possa ser curado um e outro não.

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