Uma
pesquisa na trajetória cumprida pelo Espírito conhecido como Chico
Xavier em sua recente existência em nosso Plano Existencial revelará
que textos de sua autoria publicados foram poucos. O primeiro na própria
apresentação do livro PARNASO DE ALEM
TUMULO (feb, 1932); o segundo, no livro EMMANUEL (feb, 1937) contando como conheceu o Orientador das suas
atividades mediúnicas e, provavelmente, o terceiro explicando o relacionamento
com o amigo José Gonçalves Pereira no livro DOAÇÕES DE AMOR (geem, 1992). Os que desfrutaram de sua intimidade,
contudo, verificaram sua rara capacidade na intensa atividade mantida através
de cartas dele recebidas, ora esclarecendo dúvidas, ora aconselhando, ora
incentivando. Seu talento pode ser percebido no trecho de carta escrita à amiga
Nena
Galves reproduzida no original, ou seja, com a própria letra dele, no
livro CHICO XAVIER – LUZ EM NOSSAS VIDAS
(ceu, 2012). Diz ele: -“Espero, sim, que possamos traçar um plano
mais amplo para 1969, plano esse em que possamos visitar juntos a nossa querida
Espanha. (...) Rever os lugares onde erramos e acertamos, oscular com a alma os
tetos que nos cobriram as cabeças repletas de sonhos e aflições, sorver de novo
as águas das fontes que nos acalentaram e que nos esperam em paz, carinhosas e
puras, como tutoras materiais, a fim de abençoar-nos a presença. Elas, decerto,
nos perguntarão com as suas melodias sem palavras se ainda nos lembramos do
tempo em que nos afagavam com as suas claras torrentes e creia que
responderemos a elas com as nossas lágrimas de alegria e de reconhecimento, à
maneira de filhos que retornam ao lar, depois de muito tempo, com imensas
saudades represadas no coração! Tornaremos a ver os céus noturnos recamados de
estrelas sobre as casas brancas das aldeias encantadas e, mais uma vez,
acreditaremos que as estrelas pararam no firmamento a fim de escutarem as
canções do povo e leva-las a Deus, envolvidas no perfume dos jardins e dos
campos que sobem do chão para as Alturas!”. Os compromissos na
continuidade de sua vida, contudo, impediram que o sonho se realizasse.
Desencarnado em 2002, Chico Xavier tem ressurgido vez ou
outra através de médiuns que afirmam ser seu instrumento, oferecendo textos de
inspirador conteúdo. Num deles, escreve: - Quando você conseguir superar problemas
graves não se detenha na lembrança dos momentos difíceis, mas na alegria de
haver atravessado mais essa prova em sua vida Quando sair de um longo
tratamento de saúde, não pense no sofrimento que foi necessário enfrentar, mas
na benção de Deus que permitiu a cura. Leve na sua memória, para o resto da
vida, as coisas boas que surgiram nas dificuldades Elas serão uma prova de sua capacidade e lhe darão
confiança diante de qualquer obstáculo. Uns queriam um
emprego melhor; outros, só um emprego. Uns queriam uma
refeição mais farta; outros, só uma refeição. Uns queriam uma vida mais amena; outros, apenas
viver. Uns queriam pais
mais esclarecidos; outros, ter pais. Uns queriam ter
olhos claros; outros, enxergar. Uns queriam ter voz
bonita; outros, falar. Uns queriam
silêncio; outros, ouvir. Uns queriam sapato
novo; outros, ter pés Uns queriam um
carro; outros, andar. Uns queriam o
supérfluo; outros, apenas o necessário. Há dois tipos de
sabedoria: a inferior e a superior. A sabedoria inferior
é dada pelo quanto uma pessoa sabe e a superior é dada pelo quanto ela tem
consciência de que não sabe. Tenha a sabedoria
superior. Seja um eterno aprendiz na escola da vida. A sabedoria superior tolera, a inferior julga; a superior alivia, a inferior culpa; a superior perdoa, a inferior condena. Tem coisas que o coração só fala para quem sabe
escutar!
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
INTERAÇÃO
“Sendo
os primeiros médicos da alma de seus filhos, os pais deveriam estar instruídos,
não só de seus deveres, mas dos meios de cumpri-los; não basta ao médico saber
que deve procurar curar, é preciso que saiba como deve fazê-lo. Ora, para os
pais, onde estão os meios de se instruírem sobre essa parte tão importante de
sua tarefa? Dá-se às mulheres muita instrução hoje; fazem-na suportar exames
rigorosos, mas jamais foi exigido de uma mãe que ela saiba como deve fazer para
formar o moral de seu filho? São-lhes ensinadas receitas do governo da casa;
mas se a iniciou nos mil segredos de governar os jovens corações? Os pais são,
pois, abandonados sem guia à sua iniciativa, é por isso que, frequentemente,
tomam um falso caminho; também recolhem, nos erros de seus filhos tornados
grandes, o fruto amargo de sua experiência ou de uma ternura mal combinada, e a
sociedade toda disso recebe o contra golpe. Uma vez que está reconhecido que, o
egoísmo e o orgulho, é a fonte da maioria das misérias humanas, que enquanto
reinarem sobre a Terra, não se podem esperar nem paz, nem caridade, nem
fraternidade, é preciso, pois, atacá-los no seu estado de embrião, sem esperar
que sejam vivazes”. O
atualíssimo comentário está registrado numa matéria da REVISTA
ESPÍRITA, edição de fevereiro de 1864. Passado mais de
um século e meio da avaliação observa-se no comportamento social - no que tange à
educação da criança - distorções a que podem ser atribuídas as causas dos efeitos
observados na formação das personalidades dos Espíritos
reencarnados nas fases conhecidas como adolescência, juventude e, por fim na
vida adulta. Claro que há exceções, todavia focadas mais nas preocupações com
aspectos da vida material do que espiritual, como se tudo se resumisse a breve
passagem por esse Plano existencial. A visão de educação é parcial, não
integral. Ignorada pela Humanidade encarnada a influência espiritual tenta,
porém, atuar minimizando os efeitos, pois, como dito por uma entidade
espiritual “o Auxílio Divino é como o
Sol, irradiando-se para todos. As instituições e as almas que se voltam para o Pai Celestial recebem o suprimento de
recursos de que necessitam, segundo as
possibilidades de recepção que demonstrem”. Como,
poderão perguntar alguns? A resposta também emana da Dimensão Invisível: -“Não
de maneira ostensiva, mas pelo pensamento. A intuição beneficia em toda parte
e, quanto mais alto é o teor de qualidades nobres
na criatura, mais ampla é a zona lúcida de que se
serve para registrar o socorro espiritual”. Onde? é dúvida que brota naturalmente.
Explicam os Espíritos que “as reuniões públicas de caráter espiritual
é o meio através do qual agem grandes falanges de aprendizes da fraternidade em
ação”. Contudo, segundo eles, quando reunião obedece à pura convenção
social, funcionando como exibição de vaidade ou poder, a colaboração resulta
invariavelmente nula, pois, interesses rasteiros, dos participantes -
seja qual for o papel que desempenhem - constituem sólido entrave contra o auxílio.
Garantem que “se a dinâmica é simples, partilhada por mentes e corações sinceros, inclinados
à caridade evangélica e centralizados na luz da oração, com os melhores
sentimentos que possuem, se reveste de grande valor, pelas vibrações de paz e
carinho que arremessa na direção daquele a quem é endereçado”. Resumindo:
-“O
cultivo da oração é o meio mais seguro para sua influência. A mente que se
coloca em prece estabelece um fio de intercâmbio natural”...
domingo, 20 de dezembro de 2015
PRECIOSOS ENSINAMENTOS
As inúmeras obras abordando o importante e
inigualável trabalho de Chico Xavier nos permite entrever as
lutas e dificuldades enfrentadas pelo médium nas décadas de serviços prestados
à causa do Espiritismo. Seja em opiniões manifestadas, seja em comentários nos
quais repassa as ponderações do Orientador Emmanuel, podemos sorver muitos
ensinamentos uteis diante de obstáculos que surgem na caminhada de qualquer um
que esteja comprometido com trabalhos relacionados à Doutrina Espírita. Do
extraordinário TESTEMUNHOS DE CHICO
XAVIER,(feb,1985) organizado por Suely Caldas Schubert a partir da
criteriosa pesquisa feita nas cartas enviadas por Chico ao Dr Antonio
Wantuil de Freitas, dirigente da Federação Espírita Brasileira por mais
de três décadas, destacamos alguns: 1- “Na tarefa mediúnica, não podemos agradar a todos, mas não devemos desagradar
a ninguém”. 2- O que me dizes sobre política, é o que
penso. Nossa tarefa é com o Cristo de Deus”. 3-
“Nosso
trabalho não pode esquecer aquele ensinamento do Divino Mestre – a Cesar o que
é de Cesar e a Deus o que é de Deus”. 4- Imagine
se Jesus nos cobrasse direitos autorais de suas bênçãos, onde iríamos. É por
isso que estranho a cobrança de tais vantagens por parte daqueles que o servem
neste mundo. Isso é compreensível nos servidores da morte, sempre receosos do
presente e do futuro, mas, nos filhos da Vida Eterna, não posso compreender”.
5- Foi Emmanuel que também me disse
um dia – ‘não te aflijas com os que te batem’ – o martelo que atormenta
o prego com pancadas fá-lo mais seguro e mais firme”. 6-
“Emmanuel
afirmou, de fato, a um exaltado companheiro, que ele nada faz e que é simples
‘pregador de cartazes convidando à festa do Reino’. 7-
“Para
poucos que auxiliam, temos sempre milhões que criticam”. 8-
“O
nosso serviço – diz, Emmanuel – não é de propaganda. É de construção”. 9-
“O
interesse dos inimigos das boas obras é distrair o bom trabalhador, fazendo-o
perder tempo, quando não podem fazer o pior”. 10-
“Além
disso – considera Emmanuel -, o trabalho nosso é de cooperação e nem ao próprio
autor espiritual pode ser conferida a responsabilidade exclusiva do serviço, de
vez que o Dono da Obra é Jesus, de quem estamos recebendo possibilidades para
contribuir na sementeira da luz”. 11- “Nossa tarefa é também de
servirmos ao ‘desembarque das ideias renovadoras’, garantindo-lhes o curso
entre os nossos irmãos em Humanidade e, nesse trabalho, devemos estar firmes
com um cais. As ondas revoltas da opinião e da desconfiança baterão contra nós,
todos os dias, mas continuemos inabaláveis e venceremos tudo”. 12-
“De
uma coisa poderemos estar certos – é de que nunca estaremos livres da
perseguição e da leviandade dos nosso adversários gratuitos. Eles nos cercarão,
através de todos os lados”. 13- “Não esmoreças, nem te
sensibilizes demasiado. Entrega a Jesus as pedras que te forem lançadas. Ele há
de utilizá-las em construções divinas para o teu futuro. Defendamos a Causa com
o nosso amor. Mas, se formos vergastados por servirmos a ela, nunca revidemos.
A voz de Deus se fará sentir, em nosso benefício, através de alguém ou de
alguma coisa”. 14- “Diz-nos Emmanuel, frequentemente, que ‘para
tomar ou adquirir alguma coisa de nossos semelhantes, a ação é sempre mais
fácil, mas é sempre mais difícil dar a alguém o bem legítimo, quando nisto
empenhamos o coração”. 15- “Uma vida só é grande e bela pelas
obras realizadas a serviço do Bem”.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
OS PERÍODOS DO ESPIRITISMO
Pouco
mais de seis anos haviam se passado desde a publicação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, marco do surgimento da Doutrina Espírita, e,
na edição da REVISTA ESPÍRITA de dezembro
de 1863, Allan Kardec inclui interessante matéria sobre os períodos de
luta que enxergava na revolucionária proposta pela qual fora responsável.
Segundo sua avaliação, seis períodos podiam ser
considerados: “O primeiro período do Espiritismo, caracterizado pelas mesas
girantes, foi o da curiosidade. O segundo, o período filosófico, marcado
pelo aparecimento d’ O Livro dos Espíritos. A partir deste momento o
Espiritismo tomou um caráter completamente diverso. Entreviram-lhe o objetivo e
o alcance e nele hauriram fé e consolação, sendo tal a rapidez de seu progresso
que nenhuma outra doutrina filosófica ou religiosa oferece exemplo semelhante.
Mas, como todas as ideias novas, teve adversários tanto mais obstinados quanto
maior era a ideia, porque nenhuma ideia grande pode estabelecer-se sem ferir
interesses(...) Então uma verdadeira
cruzada foi dirigida contra ele, dando início ao período da luta, de que
o auto de fé de Barcelona, de 9 de outubro de 1861, de certo modo foi o sinal.
Até então ele tinha sido alvo dos sarcasmos da incredulidade, que ri de tudo, principalmente
do que não compreende, mesmo das coisas mais santas, e, aos quais, nenhuma ideia
nova pode escapar: é o seu batismo de fogo (...) A luta determinará uma nova fase do
Espiritismo e levará ao quarto período, que será o período religioso;
depois virá o quinto, período intermediário, consequência natural do
precedente, e que mais tarde receberá sua denominação característica. O sexto
e último período será o da regeneração social, que abrirá a era do
século vinte”. Nessa época, segundo ele, “todos os obstáculos à nova ordem
de coisas determinadas por Deus para a transformação da Terra terão
desaparecido. A geração que surge, imbuída das ideias novas, estará em toda a
sua força e preparará o caminho da que há de inaugurar o triunfo definitivo da
união, da paz e da fraternidade entre os homens, confundidos numa mesma crença,
pela prática da lei evangélica. Assim serão confirmadas as palavras do Cristo,
já que todas devem ter cumprimento e muitas se realizam neste momento, porque
os tempos preditos são chegados”. O otimismo de Allan Kardec, todavia
esbarrou em vários obstáculos, entre os quais o fato de ter surgido na França, por
sinal, o único lugar possível à época face ao grande impulso que a nação
europeia imprimia às mudanças filosóficas/políticas/sociais que se irradiariam
por todo o mundo. O País trazia, contudo, grandes compromissos coletivos
perante as Leis de Deus e no século 20 estava previsto o início dos resgates.
Com a morte de Allan Kardec, o ritmo arrefeceu até o quase desaparecimento do
outrora pujante movimento. Aqueles que dos bastidores da invisibilidade planejam
a evolução da Humanidade na Terra, imprimem outro rumo aos acontecimentos como explicado
pelo médium Chico Xavier, comentando revelação feita pelo Orientador Emmanuel
quando do retorno do médium mineiro de sua primeira visita ao Exterior. Disse:
- “Perguntei a ele, em 1965,
onde estavam aqueles companheiros de Allan Kardec que vibravam com a Doutrina Espírita
na França, que aceitaram aquelas ideias e as divulgaram com tanto entusiasmo
pelo mundo inteiro. Então ele me disse que do último quartel do século 19 para
cá, de 15 a 20 milhões de Espíritos da cultura francesa, principalmente
simpatizantes da obra de Allan Kardec, reencarnaram no Brasil para dar corpo às
ideias do Espiritismo e fixarem os valores da reencarnação”. Assim sendo, no Brasil, o novo centro irradiador
do Espiritismo, a dinâmica ganhou outro impulso sobre o qual o líder espiritual
Bezerra de Menezes falou em palestra proferida no Plano Espiritual, no
alvorecer do século 21, psicografada
pelo médium Wanderley Soares de Oliveira e reproduzida no livro SEARA BENDITA (inede, 2000). Dividiu os períodos
de atuação do chamado Movimento Espírita em três, de
setenta anos: O
primeiro de 1.857 a 1.927 teve como foco a consolidação
do fato de que o Espiritismo não é uma crença fundamentada em ideias humanas,
mas, sim, o Espiritismo é a Doutrina dos Espíritos. O segundo período
de 1.928 a 1.997 teve como objetivo a proliferação dos Centros
Espíritas e a difusão do conhecimento espírita. Foi o em que ficamos
especialistas em fazer belos discursos, sem praticá-los! Passamos a ter
conhecimento, mas, sem as correspondentes atitudes. O terceiro e último
período de 70 anos (1.998 a 2.067)
é o que estamos vivendo neste momento! O
que implica o quão essencial é crermos que nossa atual reencarnação é a mais
importante de todas as existências que até hoje tivemos. Sobre este último
período, diz Bezerra de Menezes: é
o período das atitudes, isto é, o momento de praticarmos o que até agora
aprendemos com o Espiritismo.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
AINDA SOBRE UM RETRATO DA REALIDADE IGNORADA
Considerando
a afirmação do físico Marcelo Gleiser no seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (record,2010) “segundo
a Teoria das Supercordas, mesmo que as dimensões do espaço sejam
imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”,
e a da resposta à questão 85 d’ O LIVRO
DOS ESPÍRITOS de que “o Mundo Espiritual é mais importante de que
o material, pois ele preexiste e sobrevive a tudo”,
torna-se compreensível parte das conturbações observadas na Humanidade
atualmente. Se dessa Dimensão - como evidenciado em várias obras mediúnicas -, procedem
muito dos extraordinários avanços tecnológicos, com os monitoramentos
estatísticos não poderia ser diferente. Depois da densidade demográfica sobre a
população invisível ao nosso Plano, a obra LÍRIOS
DA ESPERANÇA do Espírito Ermance Duphaux psicografado pelo
médium Wanderley de Oliveira (2005), oferece maiores detalhes. Dos
dados ali repassados em 2005, destacamos: 1- A Terra tem hoje um pouco mais de
seis bilhões de almas, envergando o corpo carnal. Sua população geral,
conforme os "censos" do Mais Alto, chega à faixa de trinta bilhões
de criaturas atraídas pelo magnetismo e lutas do Planeta. 2- Do contingente geral, temos vinte por cento dos
habitantes reencarnados, o que possibilita pensar em quatro almas de cá para
cada uma na vida física. 3- Controles bem mais
elaborados e sem margens de falhas, as equipes de celestes Sociólogos, que
orientam os destinos dos continentes, destacam que quatro bilhões desses
seis bilhões reencarnados são almas doentes que purgam dolorosos processos
de reeducação. Os outros dois bilhões são corações na busca ostensiva de
sua recuperação. 4- Algo muito
similar sucede-se com os outros vinte e quatro bilhões da população terrena na Erraticidade.
5- Temos doze
bilhões de desencarnados em patamares de luta e sofrimento, seis bilhões
de almas medianas que já cooperam eficazmente na tarefa regenerativa de
outros, e mais seis bilhões de condutores elevados, entre os quais se
encontram os "avatares" que velam pelo Grande Plano do Cristo para o Orbe.
6- Somando-se à
aglomeração de Seres em franca condição de dor e doença, temos um total de dezesseis
bilhões, em ambos os planos de vida, distribuídos em quatro bilhões no
corpo e mais doze bilhões nas regiões de pavor e desequilíbrio de Plano
Espiritual. Uma média de três almas em crise para cada uma em
tormenta na vida física, totalizando um pouco mais de cinquenta por cento da
população geral do Orbe. 7- Desses dezesseis bilhões encontramos quatro bilhões de
almas, apesar de enfermas, em franca busca do Bem. Outros quatro bilhões
são criaturas perversas que deliberadamente agem no mal. 8- Os oito bilhões
restantes se encontram em postura de indiferença ou indecisão, com fortes
apelos para a apatia é o desânimo. Essa faixa de doze bilhões de enfermos
traz em comum a falta de idealismo superior e o apego às questões materiais,
dois traços que se distribuem de conformidade com a individualidade, seus
pendores, seus valores e sua cultura. 9- Daqueles quatro bilhões que gerenciam o mal através da
perversidade, nada menos que um bilhão deles em plena sociedade terrena,
destilando o fel da cultura nociva e da atitude insana, enquanto outros três
bilhões ainda guardam os postos mais elevados nas "ordenações
infernais" junto às Esferas Extrafísicas”. Na conversa havida,
outro elemento ressalta para nossas reflexões: -“Numa casa terrena com cinco
membros na família no mínimo, mais vinte entidades ali transitam
quase que diuturnamente, aproximações determinadas por critérios variados e
multifacetados, criando as mais infinitas formas de interação e convivência”.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
UM RETRATO DA REALIDADE IGNORADA
Paulo, o Apóstolo já havia
escrito em sua CARTA AOS HEBREUS que
“estamos
cercados de uma grande nuvem de testemunhas” enquanto Allan
Kardec explica na obra O QUE É O
ESPIRITISMO, que “estando o Mundo Visível no meio do Mundo
Invisível, com o qual está em contato permanente, resulta disso que eles reagem
incessantemente um sobre o outro, agindo os Espíritos desencarnados de maneira
discreta sobre os homens pelos pensamentos que lhes sugerem e por certas
influências ou de maneira patente, por efeitos apreciáveis aos sentidos”.
No ano de 1952, no livro ROTEIRO
(feb,1952), o Espírito Emmanuel, através do médium Chico
Xavier, revelaria que “mais de vinte bilhões de almas conscientes,
desencarnadas, sem nos reportarmos aos bilhões de inteligências sub-humanas que
são aproveitadas nos múltiplos serviços do progresso planetário, cercam o
domicílio terrestre, demorando-se noutras faixas de evolução”, dado
confirmado em 1964 no ANUÁRIO ESPÍRITA 1964
(Ide) pelo Espírito André Luiz através do médium Waldo Vieira. Embora poucos tenham
percebido, no conhecido livro NOSSO LAR
(feb,1944), o autor ouve estar a Terra circundada por diferentes Esferas do
centro para o exterior, divididas em planos e subplanos – provavelmente algumas
das "muitas moradas na Casa de Nosso Pai" citadas por Jesus aos seus discípulos
horas antes de ser preso -, abrigando o expressivo contingente dimensionado,
agrupado conforme sua condição evolutiva e de equilíbrio perante as Leis
Divinas. Os mais próximos da região habitada pelos Encarnados se distribuem em
três níveis – Umbral Grosso, Umbral Médio e o chamado Umbral, confinando
milhares de seres ainda em desarmonia com o Código Penal da Vida Futura,
resistindo ao progresso preconizado pela Terceira Revelação. Considerando isso,
a fase de transição afirmada pelo Espiritismo e várias correntes
Espiritualistas, objetivamente iniciada e intensificada a partir de 1750,
envolve muitas ações para que seja o Planeta elevado da condição de Expiação
e Provas para Regeneração na classificação apresentada no capítulo três
d’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO.
Dez anos atrás (2005), um encontro havido nas dependências do Hospital Esperança
situado no Plano Espiritual, interessante diálogo reproduzido pelo Espírito Ermance
Dufaux no capítulo 3 do livro LÍRIOS DA ESPERANÇA (ed. dufaux) dá
uma ideia da dimensão do processo em curso de forma acelerada. Entre outros
dados, ressaltamos: 1- Toda pequenina luz que se acende no Bem é tremendamente procurada
pelo movimento das trevas densas. Difícil avançar na direção da luz sem
inspiração e equilíbrio. E, sem imunidade, não garantimos por muito tempo as aspirações
nobres. 2- Os ataques e a criatividade dos gênios da perversidade nunca foram
tão pujantes. Essa é a lei. É preciso que o inferno procure o céu para
exterminá-lo e acabe concluindo sobre a conveniência de aceitá-lo. 3- Pesada
nuvem se adensa na psicosfera terrena, proclamando a decisiva hora do ajuste.
As espessas crostas do mal são cuspidas dos abismos e sobem à superfície em
regime de higienização psíquica do planeta. Uma marcha, jamais vista em todos
os tempos, movimenta as regiões abissais da Erraticidade. 4- Uma
semicivilização se esconde nas entranhas da subcrosta. Por lá, enxameia a vida
em estágios de precariedade e sordidez. São nossos irmãos. Nossa família.
Nossas notícias não devem, porém, ser analisadas sob um prisma apocalíptico de
decadência e ruína. 5- Se a Humanidade "atrai" a sua parcela
enfermiça "para cima", é porque adquiriu os recursos profíláticos
para se curar. Essa é a ordem. Esse é o ciclo pelo qual passamos nessa Casa de
Esperança, chamada Terra. 6- Há vida nesses pântanos de amargura, compete-nos
nutri-los de carinho para sentirem que podem recomeçar. Nesses pântanos de dor,
existem lírios exuberantes capazes de refletir a luz do Sol. É nossa família
que ficou no tempo, mendigando nosso amor. Apresentam-se iludidos pelo orgulho
e, fazendo-se de fortes e vingativos, entretanto, amam e amam muito. Nosso
desafio é amá-los ainda mais para descobrirem o quanto vale a pena viver
plenamente e retomar nossos caminhos para Deus.
sábado, 12 de dezembro de 2015
A UNICA SOLUÇÃO PARA A SOCIEDADE HUMANA
Avaliada por Allan
Kardec como “conjunto de hábitos adquiridos”, segundo a
Espiritualidade na questão 796 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, “somente
a educação pode reformar os homens”. O grande inspirador do
Espiritismo, já havia afirmado quando de sua presença física na Dimensão em que
nos achamos que o “conhecimento da Verdade nos libertará”. Necessário,
portanto, refletirmos sobre o tema educação integral para tirar proveito de
nossa existência e cooperarmos para a recuperação da Humanidade da realidade
cada vez mais angustiante em que se encontra. Destacamos a seguir algumas
respostas às perguntas que naturalmente surgem quando nos pomos a pensar na
questão: 1- O que vem a ser
Educação Integral? Atividade meio – ou
fim - dos ciclos evolutivos capazes de
conduzir a individualidade ou Espírito na direção da conquista da felicidade e
paz, ou progresso pleno. Principia no reconhecimento do Ser como Espírito,
imortal, preexistente e sobrevivente a caminho da perfeição através de
reencarnações sucessivas na condição humana, controlado pela Lei de Causa e
Efeito cujo mecanismo e conceito funcionando adentro de si mesmo, vai se
ampliando à medida que o grau de inteligência e consciência se desenvolvem. Pode
ser considerada sob dois ângulos: do indivíduo que se compenetra dessa
realidade e daquele que tem sob sua responsabilidade outros Espíritos na
condição de tutelados com o nome de filhos. 2- Por que e como
buscar a Educação Integral? O homem
quintessencia o Espírito pelo trabalho e não é, senão pelo trabalho do corpo
que o Espírito adquire conhecimentos.(Prol) O conhecimento
de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Mas, direis, como há de alguém julgar-se a si
mesmo? Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las
desculpáveis? O avarento se considera apenas econômico e previdente; o
orgulhoso julga que em si só há dignidade. Isto é muito real, mas tendes um
meio de verificação que não pode iludir-vos. Quando estiverdes indecisos sobre
o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por
outra pessoa. Se a censurais n’outrem, não a podereis ter por legítima quando
fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de sua
Justiça. (LE, 919)
3 - Existe um método para torná-la mais eficiente? Formulai de vós para convosco, questões
nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para
conquistar uma felicidade eterna. (LE,919a) 4 - Preso, segundo o
Espiritismo inexoravelmente, aos efeitos das suas ações, o homem mantem-se
ligado às pessoas com que se compromete. Como tirar proveito das relações
humanas? A maior parte das misérias da vida tem origem no
egoísmo dos homens.
Desde que cada um pensa em si antes
de pensar nos outros e cogita antes de tudo de satisfazer aos seus desejos,
cada um naturalmente cuida de proporcionar a si mesmo essa satisfação, a todo
custo, e sacrifica sem escrúpulo os interesses alheios, nas mais
insignificantes coisas, como nas maiores, tanto de ordem moral, quanto de ordem
material. Daí todos os antagonismos sociais, todas as
lutas, todos os conflitos e todas as misérias, visto que cada um só trata de
despojar o seu próximo. (OP) 4 - Neste contexto de mudanças, a
visão do papel da família na busca de soluções para o caos social dominante
precisa ser revisto e melhor compreendido? Sendo os primeiros médicos da alma de seus
filhos, os pais deveriam estar instruídos, não só de seus deveres, mas dos
meios de cumpri-los; não basta ao médico saber que deve procurar curar, é
preciso que saiba como deve fazê-lo. Ora, para os pais, onde estão os meios de
se instruírem sobre essa parte tão importante de sua tarefa? Dá-se às mulheres
muita instrução hoje; fazem-na suportar exames rigorosos mas jamais foi exigido
de uma mãe que ela saiba como deve fazer para formar o moral de seu filho? São-lhes
ensinadas receitas do governo da casa; mas se a iniciou nos mil segredos de
governar os jovens corações? Os pais são, pois, abandonados sem guia à sua
iniciativa, é por isso que, frequentemente, tomam um falso caminho; também
recolhem, nos erros de seus filhos tornados grandes, o fruto amargo de sua
experiência ou de uma ternura mal combinada, e a sociedade toda disso recebe o
contra golpe. Uma vez que está reconhecido que o egoísmo e o orgulho são a
fonte da maioria das misérias humanas, que enquanto reinarem sobre a Terra, não
se podem esperar nem paz, nem caridade, nem fraternidade, é preciso, pois,
atacá-los no seu estado de embrião, sem esperar que sejam vivazes. (RE, 2/1864)
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
PRECE: ADIANTA ALGUMA COISA?
- “Cada
um é livre para encarar as coisas à sua maneira, e nós, que reclamamos essa
liberdade para nós, não podemos recusá-la aos outros. Mas, do fato de que uma
opinião seja livre, não se segue que não se possa discuti-la, examinar seu aspecto forte e o fraco, pesar-lhe as
vantagens ou os inconvenientes”. O racional e lógico argumento é utilizado
por Allan
Kardec em artigo escrito para a edição de janeiro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA posicionando-se sobre
movimento que defendia a inutilidade da prece considerada prática
supersticiosa e ato de fingida devoção incompatível com o
Espiritismo que, ciência puramente filosófica, não deveria ter qualquer caráter
religioso; que estando todos os seres submetidos a Leis Eternas estabelecidas
por Deus seria inútil orar, pedindo ou agradecendo um favor especial; bem como
orar pelos Espíritos cuja sorte está traçada, não se podendo mudar a ordem
natural das coisas. Das considerações de Allan Kardec destacamos algumas,
bastante atuais sobre o tema: 1-
Se o
Espiritismo proclama sua a utilidade, não é por espírito de sistema, mas porque
a observação permitiu constatar-lhe a eficácia e o modo de ação. Desde que,
pelas leis fluídicas, compreendemos o poder do pensamento, compreendemos também
o da prece, que é, ela mesma, um pensamento dirigido para um objetivo
determinado. Para algumas pessoas, a palavra prece não revela senão uma ideia
de pedido; é um grave erro. 2- Com
relação à Divindade é um ato de adoração, de humildade e de submissão ao qual
não se pode recusar sem desconhecer o poder e a bondade do Criador. Negar a
prece a Deus é reconhecer Deus como um fato, mas é recusar prestar-lhe
homenagem; está ainda aí uma revolta do orgulho humano. 3- Com relação aos
Espíritos, que não são outros senão as almas de nossos irmãos, a prece é uma
identificação de pensamentos, um testemunho de simpatia; repeli-la, é repelir a
lembrança dos seres que nos são caros, porque essa lembrança simpática e
benevolente é em si mesma uma prece. Aliás, sabe-se que aqueles que sofrem a
reclamam com instância como um alívio às suas penas; se a pedem, é, pois, que
delatem necessidade; recusá-la é recusar o copo d'água ao infeliz que tem sede 4- Além da ação
puramente moral, o Espiritismo nos mostra, na prece, um efeito de alguma sorte
material, resultante da transmissão fluídica. Sua eficácia, em certas doenças,
está constatada pela experiência, como é demonstrada pela teoria. Rejeitar a
prece é, pois, privar-se de um poderoso auxiliar para o alívio dos males
corpóreos. 5- A
prece é, pois, uma necessidade universal, independente das seitas e das
nacionalidades. Depois da prece, estando-se fraco, sente-se mais forte;
estando-se triste, sente-se consolado; tirar a prece é privar o homem de seu
mais poderoso sustento moral na adversidade. Pela prece ele eleva sua alma,
entra em comunhão com Deus, se identifica com o mundo espiritual,
desmaterializa-se, condição essencial de sua felicidade futura; sem a prece,
seus pensamentos ficam sobre a Terra, se prendem cada vez mais às coisas
materiais; daí um atraso em seu adiantamento. 6- a principal
autoridade da Doutrina é que não há um único de seus princípios que seja o
produto de uma ideia preconcebida ou de uma opinião pessoal; todos, sem
exceção, são o resultado da observação dos fatos; foi unicamente pelos fatos
que o Espiritismo chegou a conhecer a situação e as atribuições dos Espíritos,
assim como as leis, ou melhor uma parte das leis que regem suas relações com o
mundo invisível; este é um ponto capital. 7- O Espiritismo partilhado em dez, em vinte seitas, aquela
que tiver a supremacia e mais vitalidade será naturalmente a que dará maior
soma de satisfações morais, que encherá o maior número de vazios da alma, que
será fundada sobre as provas mais positivas, e que melhor se colocará ao
uníssono com a opinião geral. Ora, o Espiritismo, tomando o ponto de partida de
todos os seus princípios na observação dos fatos, não pode ser derrubado por
uma teoria; mantendo-se constantemente ao nível das ideias progressivas, não
poderá ser ultrapassado; apoiando-se sobre o sentimento da maioria, ele
satisfaz as aspirações da maioria; fundado sobre estas bases, é imperecível,
porque aí está a sua força.
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
INFANTICÍDIO
“Quando
se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população,
sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar
das consequências desastrosas desse fato?”, pergunta Allan Kardec na nota a
uma das respostas contidas n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS. A
sociedade humana dá assustadoras demonstrações a todo instante da atualidade da
ponderação do pesquisador e educador. A Espiritualidade diria que “somente
a educação pode reformar os homens”. Todavia, a educação praticada na formação dos filhos,
na maioria esmagadora das famílias está longe de ser a ideal. Recebemos a
herança da severidade extremada dos castigos físicos durante boa parte do
século 20, enveredamos pelo caminho da flexibilização absoluta ou do excesso de
cuidados, afastando-nos na primeira infância da necessidade básica de quem está
mental e emocionalmente vulnerável na etapa mais importante do desenvolvimento
do Espírito recém-encarnado: a educação moral. Pelo amor e exemplo.
Muitos dos chamados pais – outrora crianças, vítimas de desastrosa formação de
personalidade refletem isso em suas condutas. Numa avaliação de um dos
personagens do livro ENTRE A TERRA E O CÉU (feb,1953), do Espírito André
Luiz pelo médium Chico Xavier, um retrato da situação na
avaliação da maternidade/paternidade no mundo moderno: -“Irmãs
que por nutrirem pensamentos infelizes envenenam o leite materno, comprometendo
a estabilidade orgânica dos recém-natos. Vemos casais que, através de rixas
incessantes, projetam raios magnéticos de natureza mortal sobre os filhinhos
tenros, lhes arruinando a saúde, e encontramos mulheres invigilantes que
confiam o lar a pessoas ainda animalizadas, que, à cata de satisfações
doentias, não se envergonham de ministrar hipnóticos a entezinhos frágeis, que
reclamam desvelado carinho... Em algumas ocasiões, conseguimos restabelecer a
harmonia, com a recuperação desejável; no entanto, muitas vezes somos constrangidas
a assistir ao malogro de nossos melhores propósitos”. Os excessos beiram a insanidade como o infanticídio indireto descrito na mesma obra. Envolve uma mulher que, casada com um
viúvo, pai de menina de 15 anos e um menino de 8, ralada de despeito em face da
atenção do marido em relação ao filho, passou a ver no garoto um adversário de
sua felicidade doméstica. Pouco a
pouco, permitiu que o ódio lhe ocupasse o coração deixando que o ciúme a
enceguecesse a ponto de suspirar pelo desaparecimento do alegre rapazinho. Despreocupava-se intencionalmente
pela assistência que lhe devia e abandonava-o às extravagâncias
típicas da sua idade, alimentando o secreto anseio de lhe presenciar o fim. Chegava mesmo a estimular-lhe
indébitas incursões na via pública, admitindo
que algum veículo pudesse fazer o que não
tinha coragem de realizar com as próprias mãos. Nessa disposição acompanhou a
família à praia, em clara manhã de domingo. O pai e a filhinha distanciaram-se,
de algum modo, numa lancha pequena, enquanto ela
assumia a guarda do garoto. Foi então que
deixou nascer escuras divagações. Não seria aquele
o momento ideal para consumar o velho
propósito? E se relegasse o menino a si mesmo? Decerto, o garoto, em sua curiosidade infantil, não resistiria à
atração para o seio das águas... Ninguém
poderia culpá-la. Passou do projeto à ação e
de pronto se afastou. Em se vendo a sós, o garoto
se interessou mais vivamente pelas conchas
multicores a se multiplicarem na areia, perseguindo-as mar adentro, até que uma onda veloz lhe chicoteou o corpo tenro, obrigando-o a mergulhar. A criança gritou,
pedindo-lhe amparo. Realmente, poderia ter
retrocedido alguns passos, salvando-a, mas
vencida pelos sinistros pensamentos que lhe
dominavam a cabeça, esperou que o mar concluísse o horrível trabalho que não tivera coragem de executar. Quando notou
que o enteado havia desaparecido, começou a
clamar por socorro, de alma repentinamente
dobrada pelo remorso, mas era tarde. Obviamente surge a dúvida: frente a Lei
Divina seria culpada? – O Instrutor acompanhado na obra argumentou: - “Quem
de nós não é responsável pelas ideias que arroja de si mesmo? Nossas intenções
são atenuantes ou agravantes das faltas que cometemos. Nossos desejos forças
mentais coagulantes, materializando-nos as ações que, no fundo, constituem o
verdadeiro campo em que a nossa vida se movimenta. Os frutos falam pelas
árvores que os produzem. Nossas obras, na esfera viva de nossa consciência, são
a expressão gritante de nós mesmos. A forma de nosso pensamento dá feição ao
nosso destino”. Mais à frente, surpreende acrescentando: “O
menino trazia consigo a morte prematura no quadro de provações, tendo sido
conduzido após a morte física à região Espiritual que lhe é própria. Era um
suicida reencarnado... A segunda esposa dominada pelo ciúme, constituiu-se numa
instrumento para que a Lei de Causa e Efeito se cumprisse, criando ao redor de si
mesma um ambiente pestilencial, em que os seus próprios pensamentos malignos
conseguiram prosperar, assim como um fruto apodrecido desenvolve em si mesmo os
vermes que o devoram”.
–
domingo, 6 de dezembro de 2015
ESCOLHA DAS PROVAS
Apresentando
uma visão racional da reencarnação que resgata das sombras
do passado que a encobriram por questões político-religiosas no lado Ocidental
da Terra, o Espiritismo, oferece esclarecimentos lógicos para - ao menos como hipótese -, refletirmos a respeito das contradições do tumultuado
momento vivido pela Humanidade que evolui neste Planeta. Vincula seu mecanismo à uma Lei: a de Causa e Efeito. Seu conceito amplia-se com a evolução
da Individualidade que atingida a capacidade do chamado pensamento contínuo, inicia sua caminhada na direção do progresso
simples e ignorante, paulatinamente, acessando melhores níveis de inteligência na luta
contra o instinto ou emoção, ou seja, milhões de reflexos condicionados no
desenvolvimento do Princípio Inteligente, construindo a consciência e, como consequência, maiores
níveis de livre arbítrio. Afirma a Doutrina Espírita que o passado próximo ou
remoto determina o presente, atendendo programas e planejamentos delineados
ainda no Plano Espiritual onde existem departamentos especializados em
Colônias Espirituais dedicados à sua elaboração tanto nos casos de provas
individuais como coletivas. Especificamente no caso desta ultima possibilidade,
no extraordinário livro AÇÃO E REAÇÃO (feb,1957)
de André
Luiz através do médium Chico Xavier, o autor ouve de um Instrutor
Espiritual que, entre as vítimas, por exemplo de um acidente de avião, se forem feitos estudos mais minuciosos,
poderão ser encontrados “delinquentes que,
em outras épocas, atiraram irmãos indefesos do cimo de torres altíssimas, para que
seus corpos se espatifassem no chão; companheiros que, em outro tempo,
cometeram hediondos crimes sobre o dorso do mar, pondo a pique existências
preciosas, ou suicidas que se despenharam de arrojados edifícios ou de picos
agrestes, em supremo atestado de rebeldia, perante a Lei, os quais, por
enquanto, somente encontraram recurso em tão angustioso episódio para
transformarem a própria situação.
Deriva daí várias dúvidas comuns ao que buscam a Verdade. Duas delas são respondidas no livro
citado: 1-Todos podem selecionar o
gênero de luta em que saldem as suas
contas? – Nem todos. Aqueles que possuem
grandes créditos morais dispõem desse direito. Muitos habilitam-se para sofrer
a morte violenta, em favor do progresso da aeronáutica e da engenharia, da
navegação marítima e dos transportes terrestres, da ciência médica e da
indústria em geral. A maioria, por força dos débitos contraídos e conforme os
ditames da própria consciência, não alcança semelhante prerrogativa,
cabendo-lhes aceitar sem discutir amargas provas, na infância, na mocidade ou
na velhice, através de acidentes diversos, desde a mutilação primária até a morte,
de modo a redimir-se de faltas graves. 2-
E os pais? Qual a razão de serem atingidos pela dor das perdas ou separações
impostas pela morte prematura? As
entidades que necessitam de tais lutas expiatórias são encaminhadas aos
corações que se acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito
distante ou recente ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras
épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o
respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na
Terra ao instituto da família. A dor coletiva é o remédio que nos corrige as
falhas mútuas. Segundo o Benfeitor, todavia, “consciências endividadas, podemos melhorar
nossos créditos, todos os dias”. Gerando
novas causas com o Bem, praticado hoje, podemos interferir nas causas do mal, praticado
ontem, neutralizando-as e reconquistando, com isso, o nosso equilíbrio. Desse modo,
creio mais justo incentivarmos o serviço do Bem, através de todos os recursos
ao nosso alcance. A caridade e o estudo nobre, a fé e o bom ânimo, o otimismo e
o trabalho, a arte e a meditação construtiva constituem temas renovadores”,
acrescentando: -“É indispensável atender à justiça, e a Justiça Divina está
inelutavelmente ligada a nós, de vez que nenhuma felicidade ambiente será verdadeira
felicidade sem a implícita aprovação da consciência”.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
SURPREENDENTE REVELAÇAO
“Os
Espíritos que nos cercam não são passivos; formam uma população essencialmente
inquieta, que pensa e age sem cessar, que nos influencia, queiramos ou não, que
nos excita e nos dissuade, que nos impulsiona para o Bem como para o mal, o que
não nos tira o livre arbítrio mais que os bons ou maus conselhos que recebemos
de nossos semelhantes”, escreveu Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA de
janeiro de 1859. No ano seguinte, na edição de setembro, acrescenta
que essas influências “são inteiramente independentes da faculdade
mediúnica, tal qual esta é vulgarmente compreendida. Estando a ação do Mundo
Invisível na ordem das coisas naturais, ela se exerce sobre o homem,
independentemente de qualquer conhecimento espírita. Estamos a elas submetidos
como o estamos à ação da eletricidade atmosférica, mesmo sem saber física, como
ficamos doentes, sem conhecer Medicina”. No capítulo com que conclui o livro A
GÊNESE, reproduz uma mensagem de um Espírito identificado como
Dr. Barry no qual, entre outras coisas ele revela:- “O Mundo dos
Espíritos, mundo que vos rodeia, experimenta o contrachoque de todas as
comoções que abalam o mundo dos encarnados. Digo mesmo que aquele toma parte
ativa nessas comoções (...). Quando uma revolução social se produz na Terra,
abala igualmente o Mundo Invisível, onde todas as paixões, boas e más, se
exacerbam, como entre vós. Indizível efervescência entra a reinar na
coletividade dos Espíritos que ainda pertencem ao vosso mundo e que aguardam o
momento de a ele volver”. Na edição de fevereiro de 1865, dedica
espaço para comentar artigo destacado de outra publicação se referindo a fato
ocorrido anos antes na capital da Ilha de Madagascar, país que viria tempos depois a ser colônia francesa. Segundo a nota, o fato foi testemunhado por mais
de duzentos mil homens e denominado por aquele povo de Ramanenjana, palavra que
significa tensão, exprime uma estranha doença que, de início, se manifestou ao
sul de Emirne. Dela se teve conhecimento em Tananarive cerca de um mês antes. A
princípio era apenas um vago rumor que circulava entre o povo. (...) Esta
doença age especialmente sobre os nervos, neles exercendo uma pressão tal que
logo provoca dor na nuca e depois no estômago. Ao cabo de algum tempo convulsões e
alucinações, das quais apenas se dá conta do ponto de vista da ciência. Os que
são atingidos sentem, inicialmente, violentas dores na cabeça, aí começam os
acidentes convulsivos (...). Os vivos entram em comunicação com os mortos: vêem
a rainha Ranavalona, Radama I, Andrian Ampoinemerina e outros, que lhes falam e
lhes dão incumbências. (...) Os Ramanenjana parecem especialmente enviados pela
velha Ranavalona, para dar a entender a
Radama que ele deve voltar ao antigo regime, fazer cessar a prece, expulsar os
brancos, interditar os porcos na cidade santa, etc., etc; caso contrário,
grandes desgraças o ameaçam, e que ela o renegará como seu filho.(...). Comentando
as evidências, Allan Kardec diz que “esses
fenômenos são o resultado de uma obsessão, ou possessão coletiva, verdadeira
epidemia de Espíritos maus, como se produziu ao tempo do Cristo e em muitas
outras épocas. Cada população deve fornecer ao Mundo Invisível ambiente
Espíritos similares que, do espaço, reagem sobre essas mesmas populações, das
quais, devido à sua inferioridade, conservaram os hábitos, as inclinações e os
preconceitos. Os povos selvagens e bárbaros estão, pois, cercados por uma massa
de Espíritos ainda selvagens e bárbaros, até que o progresso os tenha levado a
se encarnarem num meio mais adiantado”. Numa comunicação mediúnica obtida
pela senhora Dellane logo após a notícia ter sido lida e analisada, um Espírito
presente escreveu opinando sobre o assunto e apresentou uma surpreendente revelação:
É uma
obsessão coletiva, produzida por uma plêiade de Espíritos atrasados que, tendo
conservado suas antigas opiniões políticas, vêm tentar perturbar os seus
compatriotas, por meio dessas manifestações, a fim de que estes últimos,
tomados de pavor, não ousem apoiar as ideias de civilização que começam a
implantar-se nesses países onde o progresso começa a despontar. Os Espíritos
obsessores que impelem essa pobre gente a tantas manifestações ridículas são os
dos antigos malgaxes, furiosos, repito, por verem os habitantes dessas regiões
admitindo as ideias de Civilização, que alguns Espíritos adiantados,
encarnados, têm a missão de implantar entre eles. Assim, muitas vezes os ouvis
repetir: “Nada de preces, abaixo os brancos, etc.” É para vos fazer compreender
que são antipáticos a tudo quanto possa vir dos europeus, isto é, do centro
intelectual.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
A REALIDADE INIMAGINADA
“Olhai
bem, observadores; considerai os atos desses exploradores dos flagelos humanos,
e distinguireis, mesmo com os olhos do corpo, os homens predestinados à
decadência. Vede-os ávidos de honras, inflexíveis no ganho, presos, como sua
vida, a todas as posses terrenas, e sofrendo mil mortes pela perda de uma
parcela do que, entretanto, precisarão deixar... Como será terrível para eles a
Pena de Talião”. A
afirmação foi feita em mensagem psicográfica reproduzida por Allan
Kardec na REVISTA ESPÍRITA,
edição de julho de 1867 e, quase um século depois, o Espírito
André Luiz na narrativa com que compõem o livro NO MUNDO MAIOR (feb, 1947) dá uma ideia de como
podem ser os quadros compostos pelo aglomerado de Espíritos como os do perfil
traçado, em um dos sub-planos dos bastidores da invisibilidade. Descreve ele: -
A proporção que nos adiantávamos, descendo, modificava-se a
gritaria; ouvíamos também gargalhadas, imprecações. Estacamos em enorme planície
pantanosa, onde numerosos grupos de entidades
humanas desencarnadas se perdiam de vista, em
assombrosa desordem, à maneira de milhares de loucos, separados uns dos outros, ou aos magotes, segundo a espécie de
desequilíbrio que lhes era peculiar. Não me era possível calcular a extensão da várzea imensa e,
ainda que houvesse marcos topográficos, para tal
apreciação, o nevoeiro era demasiado denso
para que se pudessem computar distâncias.
Logo após, Calderaro e eu nos achamos a sós na atra
vastidão povoada de habitantes estranhos.
As conversações em torno eram inúmeras e complexas.
Pareceu-me que aquele povo desencarnado não se dava conta da própria situação, pelo que me foi possível ajuizar de início.
Enquanto densas turbas de almas torturadas se debatiam
em substância viscosa, no solo onde andávamos,
assembleias de Espíritos dementes enxameavam
não longe, em intermináveis contendas por
interesses mesquinhos. A paisagem era francamente
impressionante pelos característicos infernais
que nos circundavam. (...) Calderaro explicou: - Aqui, se congregam verdadeiras
tribos de criminosos e delinquentes, atraídos
uns aos outros, consoante a natureza de faltas
que os identificam. Muitos são inteligentes e, intelectualmente falando, esclarecidos, mas, sem réstia de amor que lhes
exalce o coração, erram de obstáculo a obstáculo, de
pesadelo a pesadelo... O choque da
desencarnação para eles, ainda impermeáveis ao
auxílio santificante, pela dureza que lhes assinala os sentimentos, parece galvanizá-los na posição mental em que
se encontravam no momento do trânsito entre as
duas Esferas e, dessa forma, não é fácil de
logo arrancá-los do desequilíbrio a que imprevidentes
se precipitaram. Retardam-se, às vezes, anos a fio, obstinando-se nos erros a que se habituaram, e, vigorando
impulsos inferiores pela incessante permuta de
energias uns com o outros, passam, em geral, a viver, não só a perturbação
própria, mas também o desequilíbrio dos demais
companheiros de infortúnio. (...) Os lugares
purgatoriais dos desejos e das ações
criminosas, aguardando as almas enodoadas
pelos desvarios, constituem realidades lógicas, nas zonas espirituais do mundo. Aqui, os avarentos, os
homicidas, os cúpidos e os viciados de todos
os matizes se agregam em deplorável situação de
cegueira íntima. Formam cordões compactos, inclinando-se
mais e mais para os despenhadeiros. (...) Estes infelizes permanecem jungidos
uns aos outros em obediência a afinidades
quase perfeitas, e são contidos apenas pelas leis
vibratórias que os regem. Este bando de
Espíritos miseráveis, que se movimentam como
lhes é possível, é constituído de antigos negociantes terrenos, cujo exclusivo anseio foi amontoar dinheiro para satisfazer
a própria cupidez, sem beneficiar a ninguém. O
ouro, que a mente lhes pertencia, jamais serviu para semear a gratidão num
só companheiro de jornada humana. Famintos de fortuna
fácil, inventaram mil recursos de monopolizar
os lucros grandes e pequenos, em nada lhes
interessando a paz do próximo. Foram homens de
pensamento ágil, sabiam voar mentalmente a longas distâncias, garantindo êxito absoluto às empresas materiais
que levavam a termo com finalidade
exclusivamente egoística. Não lhes incomodava
o sofrimento dos vizinhos, ignoravam as dificuldades alheias, despreocupavam-se do valor do tempo em relação
ao aprimoramento da alma. Queriam unicamente acumular
vantagens financeiras e nada mais. Divorciados
da caridade, da compreensão e da luz divina,
criaram para si mesmos o mito frio e rígido do
ouro, fundindo com ele a mente vigorosa e o tacanho coração... Escravizados, agora, à ideia fixa de ganhar
sempre, voam pesadamente aqui e acolá,
dementados e confundidos, procurando monopólios
e lucros que não mais encontrarão”.
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
BASTIDORES DA EVOLUÇÃO
Num curioso livro
intitulado DIÁLOGOS INICIÁTICOS (1922) reproduzindo várias conversas entre um Mestre e seu Discípulo, revela aspectos extremamente interessantes sobre as tradições esotéricas, incluindo informações que podem complementar outras inseridas nas obras MEMÓRIAS DE UM SUICÍDA (feb,1953) de Camilo
Carlos Botelho pela médium Yvonne Amaral Pereira e BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO
EVANGELHO (feb,1938) de Humberto de Campos por Chico
Xavier. Trata-se de informes relacionando a raça negra e os tristes
fatos da escravidão a que foi submetida no continente americano durante
vários séculos. Do primeiro trabalho, destacamos os seguintes dados: “A raça que chegou primeiro a ter uma
civilização foi a negra, cujo berço é a África, uns dez mil anos antes de
Cristo. Os negros constituíram poderosos reinos e até conquistaram a Arábia, a
Pérsia e a Índia, subjugando seus aborígenes amarelos, instalando-se em todo
sul da Europa, onde tinham vencido os colonos vermelhos, adaptando, porém, as
suas artes e cultura. A Civilização negra consistia no conhecimento do Plano
Astral, na prática da Magia e na força militar. Houve muitas guerras entre
negros e brancos, e, depois de vários revezes, os brancos saíram vencedores
expulsando os negros da Europa. Durante o período de seu domínio, os Negros
tratavam os brancos e amarelos como escravos, empregando-os nos trabalhos
pesados de construções muitas das quais de dimensões gigantescas. O nome geral
aplicado aos brancos das épocas mais remotas era Celtas, sendo sua terra, a
Céltida, que abrangia toda a Europa, Central e Ocidental. Tendo sido expulsos
de quase todas as costas da Europa, os Gian-bien-Gian, isto é, os
Negros, ainda continuavam senhores da Ásia e da África. As suas principais
colônias eram o Egito, a Ásia Menor, a Taurida, a China, o Japão, a Pérsia, o
Tibete, etc. A sua metrópole tinha sido a Etiópia, e, depois que esta
desapareceu, os Negros transpuseram o centro do seu domínio para a Índia”. Curiosamente em 8 de maio de 2008, a Universidade de Hamburgo, anunciou oficialmente
que arqueólogos alemães, depois de uma pesquisa comandada pelo professor Helmut Ziegert, , descobriram os restos do palácio da Rainha de Sabá, datados do século X a.C., em Axum (Aksum), uma cidade sagrada
da Etiópia, sob um antigo palácio real. A rainha
de Sabá foi, na Torá no Antigo e no Novo Testamento, no Alcorão, na história da Etiópia e do Iêmem, uma célebre soberana do antigo Reino de Sabá. A localização deste
reino pode ter incluído os atuais territórios da Etiópia e do Iêmem. Conhecida entre os
povos etíopes como Makeda, esta rainha recebeu diferentes nomes ao
longo dos tempos. Para o rei Salomão de Israel ela era a
"rainha de Sabá", na tradição islâmica ela era Balkis ou Bilkis. Flávio Josefo, historiador romano de origem judaica, chamou de Nicaula. Mas, vamos ao conteúdo do capítulo 3,
segunda parte, do MEMÓRIAS DE UM SUICÍDA.
Com a palavra o personagem Epaminondas de Vigo:
-“Entre
os escravos que, sob os céus do Cruzeiro, choraram, vergados sob o trabalho
excessivo, famintos, rotos, doentes, tristes, saudosos, desesperados, frente à
opressão, fadiga, maldade, nem todos traziam os característicos íntimos da
inferioridade, como bastas vezes foi comprovado por testemunhas idôneas; nem todos
apresentavam caracteres primitivos! Grandes falanges de romanos ilustres, do
Império dos Césares; de patrícios orgulhosos, de guerreiros altivos,
autoridades das hostes de Diocleciano - como de Adriano e Maxicêncio,
dolorosamente arrependidas das monstruosas séries de arbitrariedades cometidas
em nome da força e do poder contra pacíficos adeptos do Cordeiro, pediram
reencarnações na África infeliz e desolada, a fim de testemunharem novos
propósitos ao contato de expiações decisivas, fustigando, assim, o desmedido
orgulho que a raça poderosa dos romanos adquirira com as mentirosas glórias do
extermínio da dignidade e dos direitos alheios! Suplicaram, ainda e sempre, corajosos e fortes, novas conquistas nas pelejas contra si
próprios, no combate ao orgulho daninho que os perdera! Suplicaram disfarce
carnal, qual armadura redentora, em envoltórios negros, onde peadas fossem suas
possibilidades de reação e arvorada em suas consciências a branca bandeira da
paz, flâmula augusta concedida pela reparação do mal! E os escravizadores de
tantos povos e tantas gerações dignas, os desumanos senhores do mundo
terráqueo, que gargalhavam enquanto gemiam os oprimidos; que faziam seus
regalos sobre o martírio e o sangue inocente dos cristãos, expungiram sob o
cativeiro africano a mancha que lhes enodoava o Espírito! Daí, a sublime
resignação dessa raça africana digna, por todos os motivos, da nossa admiração
e do nosso respeito, a passividade heroica que nem sempre se estribou na
ignorância e na incapacidade oriunda de um estado inferior, mas também no
desejo ardente e sublime da própria reabilitação espiritual!”.
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