faça sua pesquisa

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

CHICO E SEU TALENTO POUCO CONHECIDO


Uma pesquisa na trajetória cumprida pelo Espírito conhecido como Chico Xavier em sua recente existência em nosso Plano Existencial revelará que textos de sua autoria publicados foram poucos. O primeiro na própria apresentação do livro PARNASO DE ALEM TUMULO (feb, 1932); o segundo, no livro EMMANUEL (feb, 1937) contando como conheceu o Orientador das suas atividades mediúnicas e, provavelmente, o terceiro explicando o relacionamento com o amigo José Gonçalves Pereira no livro DOAÇÕES DE AMOR (geem, 1992). Os que desfrutaram de sua intimidade, contudo, verificaram sua rara capacidade na intensa atividade mantida através de cartas dele recebidas, ora esclarecendo dúvidas, ora aconselhando, ora incentivando. Seu talento pode ser percebido no trecho de carta escrita à amiga Nena Galves reproduzida no original, ou seja, com a própria letra dele, no livro CHICO XAVIER – LUZ EM NOSSAS VIDAS (ceu, 2012). Diz ele: -“Espero, sim, que possamos traçar um plano mais amplo para 1969, plano esse em que possamos visitar juntos a nossa querida Espanha. (...) Rever os lugares onde erramos e acertamos, oscular com a alma os tetos que nos cobriram as cabeças repletas de sonhos e aflições, sorver de novo as águas das fontes que nos acalentaram e que nos esperam em paz, carinhosas e puras, como tutoras materiais, a fim de abençoar-nos a presença. Elas, decerto, nos perguntarão com as suas melodias sem palavras se ainda nos lembramos do tempo em que nos afagavam com as suas claras torrentes e creia que responderemos a elas com as nossas lágrimas de alegria e de reconhecimento, à maneira de filhos que retornam ao lar, depois de muito tempo, com imensas saudades represadas no coração! Tornaremos a ver os céus noturnos recamados de estrelas sobre as casas brancas das aldeias encantadas e, mais uma vez, acreditaremos que as estrelas pararam no firmamento a fim de escutarem as canções do povo e leva-las a Deus, envolvidas no perfume dos jardins e dos campos que sobem do chão para as Alturas!”. Os compromissos na continuidade de sua vida, contudo, impediram que o sonho se realizasse. Desencarnado em 2002, Chico Xavier tem ressurgido vez ou outra através de médiuns que afirmam ser seu instrumento, oferecendo textos de inspirador conteúdo. Num deles, escreve: - Quando você conseguir superar problemas graves não se detenha na lembrança dos momentos difíceis, mas na alegria de haver atravessado mais essa prova em sua vida Quando sair de um longo tratamento de saúde, não pense no sofrimento que foi necessário enfrentar, mas na benção de Deus que permitiu a cura. Leve na sua memória, para o resto da vida, as coisas boas que surgiram nas dificuldades Elas serão uma prova de sua capacidade e lhe darão confiança diante de qualquer obstáculo. Uns queriam um emprego melhor; outros, só um emprego. Uns queriam uma refeição mais farta; outros, só uma refeição. Uns queriam uma vida mais amena; outros, apenas viver. Uns queriam pais mais esclarecidos; outros, ter pais. Uns queriam ter olhos claros; outros, enxergar. Uns queriam ter voz bonita; outros, falar. Uns queriam silêncio; outros, ouvir. Uns queriam sapato novo; outros, ter pés Uns queriam um carro; outros, andar. Uns queriam o supérfluo; outros, apenas o necessário. Há dois tipos de sabedoria: a inferior e a superior. A sabedoria inferior é dada pelo quanto uma pessoa sabe e a superior é dada pelo quanto ela tem consciência de que não sabe. Tenha a sabedoria superior. Seja um eterno aprendiz na escola da vida. A sabedoria superior tolera, a inferior julga; a superior alivia, a inferior culpa;  a superior perdoa, a inferior condena. Tem coisas que o coração só fala para quem sabe escutar!













terça-feira, 29 de dezembro de 2015

INTERAÇÃO

“Sendo os primeiros médicos da alma de seus filhos, os pais deveriam estar instruídos, não só de seus deveres, mas dos meios de cumpri-los; não basta ao médico saber que deve procurar curar, é preciso que saiba como deve fazê-lo. Ora, para os pais, onde estão os meios de se instruírem sobre essa parte tão importante de sua tarefa? Dá-se às mulheres muita instrução hoje; fazem-na suportar exames rigorosos, mas jamais foi exigido de uma mãe que ela saiba como deve fazer para formar o moral de seu filho? São-lhes ensinadas receitas do governo da casa; mas se a iniciou nos mil segredos de governar os jovens corações? Os pais são, pois, abandonados sem guia à sua iniciativa, é por isso que, frequentemente, tomam um falso caminho; também recolhem, nos erros de seus filhos tornados grandes, o fruto amargo de sua experiência ou de uma ternura mal combinada, e a sociedade toda disso recebe o contra golpe. Uma vez que está reconhecido que, o egoísmo e o orgulho, é a fonte da maioria das misérias humanas, que enquanto reinarem sobre a Terra, não se podem esperar nem paz, nem caridade, nem fraternidade, é preciso, pois, atacá-los no seu estado de embrião, sem esperar que sejam vivazes”. O atualíssimo comentário está registrado numa matéria da REVISTA ESPÍRITA, edição de fevereiro de 1864. Passado mais de um século e meio da avaliação observa-se no comportamento social - no que tange à educação da criança - distorções a que podem ser atribuídas as causas dos efeitos observados na formação das personalidades dos Espíritos reencarnados nas fases conhecidas como adolescência, juventude e, por fim na vida adulta. Claro que há exceções, todavia focadas mais nas preocupações com aspectos da vida material do que espiritual, como se tudo se resumisse a breve passagem por esse Plano existencial. A visão de educação é parcial, não integral. Ignorada pela Humanidade encarnada a influência espiritual tenta, porém, atuar minimizando os efeitos, pois, como dito por uma entidade espiritual “o Auxílio Divino é como o Sol, irradiando-se para todos. As instituições e as almas que se voltam para o Pai Celestial recebem o suprimento de recursos de que necessitam, segundo as possibilidades de recepção que demonstrem”. Como, poderão perguntar alguns? A resposta também emana da Dimensão Invisível: -“Não de maneira ostensiva, mas pelo pensamento. A intuição beneficia em toda parte e, quanto mais alto é o teor de qualidades nobres na criatura, mais ampla é a zona lúcida de que se serve para registrar o socorro espiritual”. Onde? é dúvida que brota naturalmente. Explicam os Espíritos que “as reuniões públicas de caráter espiritual é o meio através do qual agem grandes falanges de aprendizes da fraternidade em ação”. Contudo, segundo eles, quando reunião obedece à pura convenção social, funcionando como exibição de vaidade ou poder, a colaboração resulta invariavelmente nula, pois, interesses rasteiros, dos participantes - seja qual for o papel que desempenhem - constituem sólido entrave contra o auxílio. Garantem que “se a dinâmica é simples, partilhada por mentes e corações sinceros, inclinados à caridade evangélica e centralizados na luz da oração, com os melhores sentimentos que possuem, se reveste de grande valor, pelas vibrações de paz e carinho que arremessa na direção daquele a quem é endereçado”. Resumindo: -“O cultivo da oração é o meio mais seguro para sua influência. A mente que se coloca em prece estabelece um fio de intercâmbio natural”...






domingo, 20 de dezembro de 2015

PRECIOSOS ENSINAMENTOS

As inúmeras obras abordando o importante e inigualável trabalho de Chico Xavier nos permite entrever as lutas e dificuldades enfrentadas pelo médium nas décadas de serviços prestados à causa do Espiritismo. Seja em opiniões manifestadas, seja em comentários nos quais repassa as ponderações do Orientador Emmanuel, podemos sorver muitos ensinamentos uteis diante de obstáculos que surgem na caminhada de qualquer um que esteja comprometido com trabalhos relacionados à Doutrina Espírita. Do extraordinário TESTEMUNHOS DE CHICO XAVIER,(feb,1985) organizado por Suely Caldas Schubert a partir da criteriosa pesquisa feita nas cartas enviadas por Chico ao Dr Antonio Wantuil de Freitas, dirigente da Federação Espírita Brasileira por mais de três décadas, destacamos alguns: 1- “Na tarefa mediúnica, não podemos agradar a todos, mas não devemos desagradar a ninguém”. 2- O que me dizes sobre política, é o que penso. Nossa tarefa é com o Cristo de Deus”. 3- “Nosso trabalho não pode esquecer aquele ensinamento do Divino Mestre – a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus”. 4- Imagine se Jesus nos cobrasse direitos autorais de suas bênçãos, onde iríamos. É por isso que estranho a cobrança de tais vantagens por parte daqueles que o servem neste mundo. Isso é compreensível nos servidores da morte, sempre receosos do presente e do futuro, mas, nos filhos da Vida Eterna, não posso compreender”.  5- Foi Emmanuel que também me disse um dia – ‘não te aflijas com os que te batem’ – o martelo que atormenta o prego com pancadas fá-lo mais seguro e mais firme”. 6-Emmanuel afirmou, de fato, a um exaltado companheiro, que ele nada faz e que é simples ‘pregador de cartazes convidando à festa do Reino’. 7- “Para poucos que auxiliam, temos sempre milhões que criticam”. 8- “O nosso serviço – diz, Emmanuel – não é de propaganda. É de construção”. 9- “O interesse dos inimigos das boas obras é distrair o bom trabalhador, fazendo-o perder tempo, quando não podem fazer o pior”. 10-Além disso – considera Emmanuel -, o trabalho nosso é de cooperação e nem ao próprio autor espiritual pode ser conferida a responsabilidade exclusiva do serviço, de vez que o Dono da Obra é Jesus, de quem estamos recebendo possibilidades para contribuir na sementeira da luz”. 11- “Nossa tarefa é também de servirmos ao ‘desembarque das ideias renovadoras’, garantindo-lhes o curso entre os nossos irmãos em Humanidade e, nesse trabalho, devemos estar firmes com um cais. As ondas revoltas da opinião e da desconfiança baterão contra nós, todos os dias, mas continuemos inabaláveis e venceremos tudo”. 12- “De uma coisa poderemos estar certos – é de que nunca estaremos livres da perseguição e da leviandade dos nosso adversários gratuitos. Eles nos cercarão, através de todos os lados”. 13- “Não esmoreças, nem te sensibilizes demasiado. Entrega a Jesus as pedras que te forem lançadas. Ele há de utilizá-las em construções divinas para o teu futuro. Defendamos a Causa com o nosso amor. Mas, se formos vergastados por servirmos a ela, nunca revidemos. A voz de Deus se fará sentir, em nosso benefício, através de alguém ou de alguma coisa”. 14- “Diz-nos Emmanuel, frequentemente, que ‘para tomar ou adquirir alguma coisa de nossos semelhantes, a ação é sempre mais fácil, mas é sempre mais difícil dar a alguém o bem legítimo, quando nisto empenhamos o coração”. 15- “Uma vida só é grande e bela pelas obras realizadas a serviço do Bem”.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

OS PERÍODOS DO ESPIRITISMO

Pouco mais de seis anos haviam se passado desde a publicação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, marco do surgimento da Doutrina Espírita, e, na edição da REVISTA ESPÍRITA de dezembro de 1863, Allan Kardec inclui interessante matéria sobre os períodos de luta que enxergava na revolucionária proposta pela qual fora responsável. Segundo sua avaliação, seis períodos podiam ser considerados: “O primeiro período do Espiritismo, caracterizado pelas mesas girantes, foi o da curiosidade. O segundo, o período filosófico, marcado pelo aparecimento d’ O Livro dos Espíritos. A partir deste momento o Espiritismo tomou um caráter completamente diverso. Entreviram-lhe o objetivo e o alcance e nele hauriram fé e consolação, sendo tal a rapidez de seu progresso que nenhuma outra doutrina filosófica ou religiosa oferece exemplo semelhante. Mas, como todas as ideias novas, teve adversários tanto mais obstinados quanto maior era a ideia, porque nenhuma ideia grande pode estabelecer-se sem ferir interesses(...)  Então uma verdadeira cruzada foi dirigida contra ele, dando início ao período da luta, de que o auto de fé de Barcelona, de 9 de outubro de 1861, de certo modo foi o sinal. Até então ele tinha sido alvo dos sarcasmos da incredulidade, que ri de tudo, principalmente do que não compreende, mesmo das coisas mais santas, e, aos quais, nenhuma ideia nova pode escapar: é o seu batismo de fogo (...)  A luta determinará uma nova fase do Espiritismo e levará ao quarto período, que será o período religioso; depois virá o quinto, período intermediário, consequência natural do precedente, e que mais tarde receberá sua denominação característica. O sexto e último período será o da regeneração social, que abrirá a era do século vinte”. Nessa época, segundo ele, “todos os obstáculos à nova ordem de coisas determinadas por Deus para a transformação da Terra terão desaparecido. A geração que surge, imbuída das ideias novas, estará em toda a sua força e preparará o caminho da que há de inaugurar o triunfo definitivo da união, da paz e da fraternidade entre os homens, confundidos numa mesma crença, pela prática da lei evangélica. Assim serão confirmadas as palavras do Cristo, já que todas devem ter cumprimento e muitas se realizam neste momento, porque os tempos preditos são chegados”. O otimismo de Allan Kardec, todavia esbarrou em vários obstáculos, entre os quais o fato de ter surgido na França, por sinal, o único lugar possível à época face ao grande impulso que a nação europeia imprimia às mudanças filosóficas/políticas/sociais que se irradiariam por todo o mundo. O País trazia, contudo, grandes compromissos coletivos perante as Leis de Deus e no século 20 estava previsto o início dos resgates. Com a morte de Allan Kardec, o ritmo arrefeceu até o quase desaparecimento do outrora pujante movimento. Aqueles que dos bastidores da invisibilidade planejam a evolução da Humanidade na Terra, imprimem outro rumo aos acontecimentos como explicado pelo médium Chico Xavier, comentando revelação feita pelo Orientador Emmanuel quando do retorno do médium mineiro de sua primeira visita ao Exterior. Disse: - “Perguntei a ele, em 1965, onde estavam aqueles companheiros de Allan Kardec que vibravam com a Doutrina Espírita na França, que aceitaram aquelas ideias e as divulgaram com tanto entusiasmo pelo mundo inteiro. Então ele me disse que do último quartel do século 19 para cá, de 15 a 20 milhões de Espíritos da cultura francesa, principalmente simpatizantes da obra de Allan Kardec, reencarnaram no Brasil para dar corpo às ideias do Espiritismo e fixarem os valores da reencarnação”.  Assim sendo, no Brasil, o novo centro irradiador do Espiritismo, a dinâmica ganhou outro impulso sobre o qual o líder espiritual Bezerra de Menezes falou em palestra proferida no Plano Espiritual, no alvorecer do século 21,  psicografada pelo médium Wanderley Soares de Oliveira e reproduzida no livro SEARA BENDITA (inede, 2000). Dividiu os períodos de atuação do chamado Movimento Espírita em três, de setenta anos: O primeiro de 1.857 a 1.927 teve como foco a consolidação do fato de que o Espiritismo não é uma crença fundamentada em ideias humanas, mas, sim, o Espiritismo é a Doutrina dos Espíritos. O segundo período de 1.928 a 1.997 teve como objetivo a proliferação dos Centros Espíritas e a difusão do conhecimento espírita. Foi o em que ficamos especialistas em fazer belos discursos, sem praticá-los! Passamos a ter conhecimento, mas, sem as correspondentes atitudes. O terceiro e último período de 70 anos (1.998 a 2.067) é o que estamos vivendo neste momento! O que implica o quão essencial é crermos que nossa atual reencarnação é a mais importante de todas as existências que até hoje tivemos. Sobre este último período, diz Bezerra de Menezes: é o período das atitudes, isto é, o momento de praticarmos o que até agora aprendemos com o Espiritismo.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

AINDA SOBRE UM RETRATO DA REALIDADE IGNORADA

Considerando a afirmação do físico Marcelo Gleiser no seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (record,2010) “segundo a Teoria das Supercordas, mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”, e a da resposta à questão 85 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS de que “o Mundo Espiritual é mais importante de que o material, pois ele preexiste e sobrevive a tudo”, torna-se compreensível parte das conturbações observadas na Humanidade atualmente. Se dessa Dimensão - como evidenciado em várias obras mediúnicas -, procedem muito dos extraordinários avanços tecnológicos, com os monitoramentos estatísticos não poderia ser diferente. Depois da densidade demográfica sobre a população invisível ao nosso Plano, a obra LÍRIOS DA ESPERANÇA do Espírito Ermance Duphaux psicografado pelo médium Wanderley de Oliveira (2005), oferece maiores detalhes.   Dos dados ali repassados em 2005, destacamos: 1- A Terra tem hoje um pouco mais de seis bilhões de almas, envergando o corpo carnal. Sua população geral, conforme os "censos" do Mais Alto, chega à faixa de trinta bilhões de criaturas atraídas pelo magnetismo e lutas do Planeta. 2- Do contingente geral, temos vinte por cento dos habitantes reencarnados, o que possibilita pensar em quatro almas de cá para cada uma na vida física. 3- Controles bem mais elaborados e sem margens de falhas, as equipes de celestes Sociólogos, que orientam os destinos dos continentes, destacam que quatro bilhões desses seis bilhões reencarnados são almas doentes que purgam dolorosos processos de reeducação. Os outros dois bilhões são corações na busca ostensiva de sua recuperação. 4- Algo muito similar sucede-se com os outros vinte e quatro bilhões da população terrena na Erraticidade. 5- Temos doze bilhões de desencarnados em patamares de luta e sofrimento, seis bilhões de almas medianas que já cooperam eficazmente na tarefa regenerativa de outros, e mais seis bilhões de condutores elevados, entre os quais se encontram os "avatares" que velam pelo Grande Plano do Cristo para o Orbe. 6- Somando-se à aglomeração de Seres em franca condição de dor e doença, temos um total de dezesseis bilhões, em ambos os planos de vida, distribuídos em quatro bilhões no corpo e mais doze bilhões nas regiões de pavor e desequilíbrio de Plano Espiritual. Uma média de três almas em crise para cada uma em tormenta na vida física, totalizando um pouco mais de cinquenta por cento da população geral do Orbe. 7- Desses dezesseis bilhões encontramos quatro bilhões de almas, apesar de enfermas, em franca busca do Bem. Outros quatro bilhões são criaturas perversas que deliberadamente agem no mal. 8- Os oito bilhões restantes se encontram em postura de indiferença ou indecisão, com fortes apelos para a apatia é o desânimo. Essa faixa de doze bilhões de enfermos traz em comum a falta de idealismo superior e o apego às questões materiais, dois traços que se distribuem de conformidade com a individualidade, seus pendores, seus valores e sua cultura. 9- Daqueles quatro bilhões que gerenciam o mal através da perversidade, nada menos que um bilhão deles em plena sociedade terrena, destilando o fel da cultura nociva e da atitude insana, enquanto outros três bilhões ainda guardam os postos mais elevados nas "ordenações infernais" junto às Esferas Extrafísicas”. Na conversa havida, outro elemento ressalta para nossas reflexões: -“Numa casa terrena com cinco membros na família no mínimo, mais vinte entidades ali transitam quase que diuturnamente, aproximações determinadas por critérios variados e multifacetados, criando as mais infinitas formas de interação e convivência”.
                                                          











                              

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

UM RETRATO DA REALIDADE IGNORADA

Paulo, o Apóstolo já havia escrito em sua CARTA AOS HEBREUS que “estamos cercados de uma grande nuvem de testemunhas” enquanto Allan Kardec explica na obra O QUE É O ESPIRITISMO, que “estando o Mundo Visível no meio do Mundo Invisível, com o qual está em contato permanente, resulta disso que eles reagem incessantemente um sobre o outro, agindo os Espíritos desencarnados de maneira discreta sobre os homens pelos pensamentos que lhes sugerem e por certas influências ou de maneira patente, por efeitos apreciáveis aos sentidos”. No ano de 1952, no livro ROTEIRO (feb,1952), o Espírito Emmanuel, através do médium Chico Xavier, revelaria que “mais de vinte bilhões de almas conscientes, desencarnadas, sem nos reportarmos aos bilhões de inteligências sub-humanas que são aproveitadas nos múltiplos serviços do progresso planetário, cercam o domicílio terrestre, demorando-se noutras faixas de evolução, dado confirmado em 1964 no ANUÁRIO ESPÍRITA 1964 (Ide) pelo Espírito André Luiz através do médium Waldo Vieira. Embora poucos tenham percebido, no conhecido livro NOSSO LAR (feb,1944), o autor ouve estar a Terra circundada por diferentes Esferas do centro para o exterior, divididas em planos e subplanos – provavelmente algumas das "muitas moradas na Casa de Nosso Pai" citadas por Jesus aos seus discípulos horas antes de ser preso -, abrigando o expressivo contingente dimensionado, agrupado conforme sua condição evolutiva e de equilíbrio perante as Leis Divinas. Os mais próximos da região habitada pelos Encarnados se distribuem em três níveis – Umbral Grosso, Umbral Médio e o chamado Umbral, confinando milhares de seres ainda em desarmonia com o Código Penal da Vida Futura, resistindo ao progresso preconizado pela Terceira Revelação. Considerando isso, a fase de transição afirmada pelo Espiritismo e várias correntes Espiritualistas, objetivamente iniciada e intensificada a partir de 1750, envolve muitas ações para que seja o Planeta elevado da condição de Expiação e Provas para Regeneração na classificação apresentada no capítulo três d’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Dez anos atrás (2005), um encontro havido nas dependências do Hospital Esperança situado no Plano Espiritual, interessante diálogo reproduzido pelo Espírito Ermance Dufaux no capítulo 3 do livro LÍRIOS DA ESPERANÇA (ed. dufaux) dá uma ideia da dimensão do processo em curso de forma acelerada. Entre outros dados, ressaltamos: 1- Toda pequenina luz que se acende no Bem é tremendamente procurada pelo movimento das trevas densas. Difícil avançar na direção da luz sem inspiração e equilíbrio. E, sem imunidade, não garantimos por muito tempo as aspirações nobres. 2- Os ataques e a criatividade dos gênios da perversidade nunca foram tão pujantes. Essa é a lei. É preciso que o inferno procure o céu para exterminá-lo e acabe concluindo sobre a conveniência de aceitá-lo. 3- Pesada nuvem se adensa na psicosfera terrena, proclamando a decisiva hora do ajuste. As espessas crostas do mal são cuspidas dos abismos e sobem à superfície em regime de higienização psíquica do planeta. Uma marcha, jamais vista em todos os tempos, movimenta as regiões abissais da Erraticidade. 4- Uma semicivilização se esconde nas entranhas da subcrosta. Por lá, enxameia a vida em estágios de precariedade e sordidez. São nossos irmãos. Nossa família. Nossas notícias não devem, porém, ser analisadas sob um prisma apocalíptico de decadência e ruína. 5- Se a Humanidade "atrai" a sua parcela enfermiça "para cima", é porque adquiriu os recursos profíláticos para se curar. Essa é a ordem. Esse é o ciclo pelo qual passamos nessa Casa de Esperança, chamada Terra. 6- Há vida nesses pântanos de amargura, compete-nos nutri-los de carinho para sentirem que podem recomeçar. Nesses pântanos de dor, existem lírios exuberantes capazes de refletir a luz do Sol. É nossa família que ficou no tempo, mendigando nosso amor. Apresentam-se iludidos pelo orgulho e, fazendo-se de fortes e vingativos, entretanto, amam e amam muito. Nosso desafio é amá-los ainda mais para descobrirem o quanto vale a pena viver plenamente e retomar nossos caminhos para Deus.



sábado, 12 de dezembro de 2015

A UNICA SOLUÇÃO PARA A SOCIEDADE HUMANA

Avaliada por Allan Kardec como “conjunto de hábitos adquiridos”, segundo a Espiritualidade na questão 796 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, “somente a educação pode reformar os homens”. O grande inspirador do Espiritismo, já havia afirmado quando de sua presença física na Dimensão em que nos achamos que o “conhecimento da Verdade nos libertará”. Necessário, portanto, refletirmos sobre o tema educação integral para tirar proveito de nossa existência e cooperarmos para a recuperação da Humanidade da realidade cada vez mais angustiante em que se encontra. Destacamos a seguir algumas respostas às perguntas que naturalmente surgem quando nos pomos a pensar na questão: 1- O que vem a ser Educação Integral? Atividade meio – ou fim -  dos ciclos evolutivos capazes de conduzir a individualidade ou Espírito na direção da conquista da felicidade e paz, ou progresso pleno. Principia no reconhecimento do Ser como Espírito, imortal, preexistente e sobrevivente a caminho da perfeição através de reencarnações sucessivas na condição humana, controlado pela Lei de Causa e Efeito cujo mecanismo e conceito funcionando adentro de si mesmo, vai se ampliando à medida que o grau de inteligência e consciência se desenvolvem. Pode ser considerada sob dois ângulos: do indivíduo que se compenetra dessa realidade e daquele que tem sob sua responsabilidade outros Espíritos na condição de tutelados com o nome de filhos. 2- Por que e como buscar a Educação Integral? O homem quintessencia o Espírito pelo trabalho e não é, senão pelo trabalho do corpo que o Espírito adquire conhecimentos.(Prol) O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Mas, direis, como há de alguém julgar-se a si mesmo? Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las desculpáveis? O avarento se considera apenas econômico e previdente; o orgulhoso julga que em si só há dignidade. Isto é muito real, mas tendes um meio de verificação que não pode iludir-vos. Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais n’outrem, não a podereis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de sua Justiça. (LE, 919) 3 - Existe um método para torná-la mais eficiente? Formulai de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna. (LE,919a)  4 -  Preso, segundo o Espiritismo inexoravelmente, aos efeitos das suas ações, o homem mantem-se ligado às pessoas com que se compromete. Como tirar proveito das relações humanas? A maior parte das misérias da vida tem origem no egoísmo dos homens. Desde que cada um pensa em si antes de pensar nos outros e cogita antes de tudo de satisfazer aos seus desejos, cada um naturalmente cuida de proporcionar a si mesmo essa satisfação, a todo custo, e sacrifica sem escrúpulo os interesses alheios, nas mais insignificantes coisas, como nas maiores, tanto de ordem moral, quanto de ordem material.  Daí todos os antagonismos sociais, todas as lutas, todos os conflitos e todas as misérias, visto que cada um só trata de despojar o seu próximo. (OP) 4 - Neste contexto de mudanças, a visão do papel da família na busca de soluções para o caos social dominante precisa ser revisto e melhor compreendido? Sendo os primeiros médicos da alma de seus filhos, os pais deveriam estar instruídos, não só de seus deveres, mas dos meios de cumpri-los; não basta ao médico saber que deve procurar curar, é preciso que saiba como deve fazê-lo. Ora, para os pais, onde estão os meios de se instruírem sobre essa parte tão importante de sua tarefa? Dá-se às mulheres muita instrução hoje; fazem-na suportar exames rigorosos mas jamais foi exigido de uma mãe que ela saiba como deve fazer para formar o moral de seu filho? São-lhes ensinadas receitas do governo da casa; mas se a iniciou nos mil segredos de governar os jovens corações? Os pais são, pois, abandonados sem guia à sua iniciativa, é por isso que, frequentemente, tomam um falso caminho; também recolhem, nos erros de seus filhos tornados grandes, o fruto amargo de sua experiência ou de uma ternura mal combinada, e a sociedade toda disso recebe o contra golpe. Uma vez que está reconhecido que o egoísmo e o orgulho são a fonte da maioria das misérias humanas, que enquanto reinarem sobre a Terra, não se podem esperar nem paz, nem caridade, nem fraternidade, é preciso, pois, atacá-los no seu estado de embrião, sem esperar que sejam vivazes. (RE, 2/1864)


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

PRECE: ADIANTA ALGUMA COISA?

- “Cada um é livre para encarar as coisas à sua maneira, e nós, que reclamamos essa liberdade para nós, não podemos recusá-la aos outros. Mas, do fato de que uma opinião seja livre, não se segue que não se possa discuti-la, examinar seu  aspecto forte e o fraco, pesar-lhe as vantagens ou os inconvenientes”. O racional e lógico argumento é utilizado por Allan Kardec em artigo escrito para a edição de janeiro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA posicionando-se sobre movimento que defendia a inutilidade da prece considerada prática supersticiosa e ato de fingida devoção incompatível com o Espiritismo que, ciência puramente filosófica, não deveria ter qualquer caráter religioso; que estando todos os seres submetidos a Leis Eternas estabelecidas por Deus seria inútil orar, pedindo ou agradecendo um favor especial; bem como orar pelos Espíritos cuja sorte está traçada, não se podendo mudar a ordem natural das coisas. Das considerações de Allan Kardec destacamos algumas, bastante atuais sobre o tema: 1- Se o Espiritismo proclama sua a utilidade, não é por espírito de sistema, mas porque a observação permitiu constatar-lhe a eficácia e o modo de ação. Desde que, pelas leis fluídicas, compreendemos o poder do pensamento, compreendemos também o da prece, que é, ela mesma, um pensamento dirigido para um objetivo determinado. Para algumas pessoas, a palavra prece não revela senão uma ideia de pedido; é um grave erro. 2- Com relação à Divindade é um ato de adoração, de humildade e de submissão ao qual não se pode recusar sem desconhecer o poder e a bondade do Criador. Negar a prece a Deus é reconhecer Deus como um fato, mas é recusar prestar-lhe homenagem; está ainda aí uma revolta do orgulho humano. 3- Com relação aos Espíritos, que não são outros senão as almas de nossos irmãos, a prece é uma identificação de pensamentos, um testemunho de simpatia; repeli-la, é repelir a lembrança dos seres que nos são caros, porque essa lembrança simpática e benevolente é em si mesma uma prece. Aliás, sabe-se que aqueles que sofrem a reclamam com instância como um alívio às suas penas; se a pedem, é, pois, que delatem necessidade; recusá-la é recusar o copo d'água ao infeliz que tem sede 4- Além da ação puramente moral, o Espiritismo nos mostra, na prece, um efeito de alguma sorte material, resultante da transmissão fluídica. Sua eficácia, em certas doenças, está constatada pela experiência, como é demonstrada pela teoria. Rejeitar a prece é, pois, privar-se de um poderoso auxiliar para o alívio dos males corpóreos. 5- A prece é, pois, uma necessidade universal, independente das seitas e das nacionalidades. Depois da prece, estando-se fraco, sente-se mais forte; estando-se triste, sente-se consolado; tirar a prece é privar o homem de seu mais poderoso sustento moral na adversidade. Pela prece ele eleva sua alma, entra em comunhão com Deus, se identifica com o mundo espiritual, desmaterializa-se, condição essencial de sua felicidade futura; sem a prece, seus pensamentos ficam sobre a Terra, se prendem cada vez mais às coisas materiais; daí um atraso em seu adiantamento. 6- a principal autoridade da Doutrina é que não há um único de seus princípios que seja o produto de uma ideia preconcebida ou de uma opinião pessoal; todos, sem exceção, são o resultado da observação dos fatos; foi unicamente pelos fatos que o Espiritismo chegou a conhecer a situação e as atribuições dos Espíritos, assim como as leis, ou melhor uma parte das leis que regem suas relações com o mundo invisível; este é um ponto capital. 7- O Espiritismo partilhado em dez, em vinte seitas, aquela que tiver a supremacia e mais vitalidade será naturalmente a que dará maior soma de satisfações morais, que encherá o maior número de vazios da alma, que será fundada sobre as provas mais positivas, e que melhor se colocará ao uníssono com a opinião geral. Ora, o Espiritismo, tomando o ponto de partida de todos os seus princípios na observação dos fatos, não pode ser derrubado por uma teoria; mantendo-se constantemente ao nível das ideias progressivas, não poderá ser ultrapassado; apoiando-se sobre o sentimento da maioria, ele satisfaz as aspirações da maioria; fundado sobre estas bases, é imperecível, porque aí está a sua força.









terça-feira, 8 de dezembro de 2015

INFANTICÍDIO

“Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?”, pergunta Allan Kardec na nota a uma das respostas contidas n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS. A sociedade humana dá assustadoras demonstrações a todo instante da atualidade da ponderação do pesquisador e educador. A Espiritualidade diria que “somente a educação pode reformar os homens”. Todavia, a educação praticada na formação dos filhos, na maioria esmagadora das famílias está longe de ser a ideal. Recebemos a herança da severidade extremada dos castigos físicos durante boa parte do século 20, enveredamos pelo caminho da flexibilização absoluta ou do excesso de cuidados, afastando-nos na primeira infância da necessidade básica de quem está mental e emocionalmente vulnerável na etapa mais importante do desenvolvimento do Espírito recém-encarnado: a educação moral. Pelo amor e exemplo. Muitos dos chamados pais – outrora crianças, vítimas de desastrosa formação de personalidade refletem isso em suas condutas. Numa avaliação de um dos personagens do livro ENTRE A TERRA E O CÉU (feb,1953), do Espírito André Luiz pelo médium Chico Xavier, um retrato da situação na avaliação da maternidade/paternidade no mundo moderno: -“Irmãs que por nutrirem pensamentos infelizes envenenam o leite materno, comprometendo a estabilidade orgânica dos recém-natos. Vemos casais que, através de rixas incessantes, projetam raios magnéticos de natureza mortal sobre os filhinhos tenros, lhes arruinando a saúde, e encontramos mulheres invigilantes que confiam o lar a pessoas ainda animalizadas, que, à cata de satisfações doentias, não se envergonham de ministrar hipnóticos a entezinhos frágeis, que reclamam desvelado carinho... Em algumas ocasiões, conseguimos restabelecer a harmonia, com a recuperação desejável; no entanto, muitas vezes somos constrangidas a assistir ao malogro de nossos melhores propósitos”. Os excessos beiram a insanidade como o infanticídio indireto descrito na mesma obra. Envolve uma mulher que, casada com um viúvo, pai de menina de 15 anos e um menino de 8, ralada de despeito em face da atenção do marido em relação ao filho, passou a ver no garoto um adversário de sua felicidade doméstica. Pouco a pouco, permitiu que o ódio lhe ocupasse o coração deixando que o ciúme a enceguecesse a ponto de suspirar pelo desaparecimento do alegre rapazinho. Despreocupava-se intencionalmente pela assistência que lhe devia e abandonava-o às extravagâncias típicas da sua idade, alimentando o secreto anseio de lhe presenciar o fim. Chegava mesmo a estimular-lhe indébitas incursões na via pública, admitindo que algum veículo pudesse fazer o que não tinha coragem de realizar com as próprias mãos. Nessa disposição acompanhou a família à praia, em clara manhã de domingo. O pai e a filhinha distanciaram-se, de algum modo, numa lancha pequena, enquanto ela assumia a guarda do garoto. Foi então que deixou nascer escuras divagações. Não seria aquele o momento ideal para consumar o velho propósito? E se relegasse o menino a si mesmo? Decerto, o garoto, em sua curiosidade infantil, não resistiria à atração para o seio das águas... Ninguém poderia culpá-la. Passou do projeto à ação e de pronto se afastou. Em se vendo a sós, o garoto se interessou mais vivamente pelas conchas multicores a se multiplicarem na areia, perseguindo-as mar adentro, até que uma onda veloz lhe chicoteou o corpo tenro, obrigando-o a mergulhar. A criança gritou, pedindo-lhe amparo. Realmente, poderia ter retrocedido alguns passos, salvando-a, mas vencida pelos sinistros pensamentos que lhe dominavam a cabeça, esperou que o mar concluísse o horrível trabalho que não tivera coragem de executar. Quando notou que o enteado havia desaparecido, começou a clamar por socorro, de alma repentinamente dobrada pelo remorso, mas era tarde. Obviamente surge a dúvida: frente a Lei Divina seria culpada? – O Instrutor acompanhado na obra argumentou: - “Quem de nós não é responsável pelas ideias que arroja de si mesmo? Nossas intenções são atenuantes ou agravantes das faltas que cometemos. Nossos desejos forças mentais coagulantes, materializando-nos as ações que, no fundo, constituem o verdadeiro campo em que a nossa vida se movimenta. Os frutos falam pelas árvores que os produzem. Nossas obras, na esfera viva de nossa consciência, são a expressão gritante de nós mesmos. A forma de nosso pensamento dá feição ao nosso destino”. Mais à frente, surpreende acrescentando: “O menino trazia consigo a morte prematura no quadro de provações, tendo sido conduzido após a morte física à região Espiritual que lhe é própria. Era um suicida reencarnado... A segunda esposa dominada pelo ciúme, constituiu-se numa instrumento para que a Lei de Causa e Efeito se cumprisse, criando ao redor de si mesma um ambiente pestilencial, em que os seus próprios pensamentos malignos conseguiram prosperar, assim como um fruto apodrecido desenvolve em si mesmo os vermes que o devoram”.


domingo, 6 de dezembro de 2015

ESCOLHA DAS PROVAS

Apresentando uma visão racional da reencarnação que resgata das sombras do passado que a encobriram por questões político-religiosas no lado Ocidental da Terra, o Espiritismo,  oferece esclarecimentos lógicos para - ao menos como hipótese -, refletirmos a respeito das contradições do tumultuado momento vivido pela Humanidade que evolui neste Planeta. Vincula seu mecanismo à uma Lei: a de Causa e Efeito. Seu conceito amplia-se com a evolução da Individualidade que atingida a capacidade do chamado pensamento contínuo, inicia sua caminhada na direção do progresso simples e ignorante, paulatinamente, acessando melhores níveis de inteligência na luta contra o instinto ou emoção, ou seja, milhões de reflexos condicionados no desenvolvimento do Princípio Inteligente, construindo a consciência e, como consequência, maiores níveis de livre arbítrio. Afirma a Doutrina Espírita que o passado próximo ou remoto determina o presente, atendendo programas e planejamentos delineados ainda no Plano Espiritual onde existem departamentos especializados em Colônias Espirituais dedicados à sua elaboração tanto nos casos de provas individuais como coletivas. Especificamente no caso desta ultima possibilidade, no extraordinário livro AÇÃO E REAÇÃO (feb,1957) de André Luiz através do médium Chico Xavier, o autor ouve de um Instrutor Espiritual que, entre as vítimas, por exemplo de um acidente de avião, se forem feitos estudos mais minuciosos, poderão ser encontrados “delinquentes que, em outras épocas, atiraram irmãos indefesos do cimo de torres altíssimas, para que seus corpos se espatifassem no chão; companheiros que, em outro tempo, cometeram hediondos crimes sobre o dorso do mar, pondo a pique existências preciosas, ou suicidas que se despenharam de arrojados edifícios ou de picos agrestes, em supremo atestado de rebeldia, perante a Lei, os quais, por enquanto, somente encontraram recurso em tão angustioso episódio para transformarem a própria situação. Deriva daí várias dúvidas comuns ao que buscam a Verdade. Duas delas são respondidas no livro citado: 1-Todos podem selecionar o gênero de luta em que saldem as suas contas?Nem todos. Aqueles que possuem grandes créditos morais dispõem desse direito. Muitos habilitam-se para sofrer a morte violenta, em favor do progresso da aeronáutica e da engenharia, da navegação marítima e dos transportes terrestres, da ciência médica e da indústria em geral. A maioria, por força dos débitos contraídos e conforme os ditames da própria consciência, não alcança semelhante prerrogativa, cabendo-lhes aceitar sem discutir amargas provas, na infância, na mocidade ou na velhice, através de acidentes diversos, desde a mutilação primária até a morte, de modo a redimir-se de faltas graves. 2- E os pais? Qual a razão de serem atingidos pela dor das perdas ou separações impostas pela morte prematura? As entidades que necessitam de tais lutas expiatórias são encaminhadas aos corações que se acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito distante ou recente ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na Terra ao instituto da família. A dor coletiva é o remédio que nos corrige as falhas mútuas. Segundo o Benfeitor, todavia, “consciências endividadas, podemos melhorar nossos créditos, todos os dias”. Gerando novas causas com o Bem, praticado hoje, podemos interferir nas causas do mal, praticado ontem, neutralizando-as e reconquistando, com isso, o nosso equilíbrio. Desse modo, creio mais justo incentivarmos o serviço do Bem, através de todos os recursos ao nosso alcance. A caridade e o estudo nobre, a fé e o bom ânimo, o otimismo e o trabalho, a arte e a meditação construtiva constituem temas renovadores”, acrescentando: -“É indispensável atender à justiça, e a Justiça Divina está inelutavelmente ligada a nós, de vez que nenhuma felicidade ambiente será verdadeira felicidade sem a implícita aprovação da consciência”.





sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

SURPREENDENTE REVELAÇAO

“Os Espíritos que nos cercam não são passivos; formam uma população essencialmente inquieta, que pensa e age sem cessar, que nos influencia, queiramos ou não, que nos excita e nos dissuade, que nos impulsiona para o Bem como para o mal, o que não nos tira o livre arbítrio mais que os bons ou maus conselhos que recebemos de nossos semelhantes”, escreveu Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1859. No ano seguinte, na edição de setembro, acrescenta que essas influênciassão inteiramente independentes da faculdade mediúnica, tal qual esta é vulgarmente compreendida. Estando a ação do Mundo Invisível na ordem das coisas naturais, ela se exerce sobre o homem, independentemente de qualquer conhecimento espírita. Estamos a elas submetidos como o estamos à ação da eletricidade atmosférica, mesmo sem saber física, como ficamos doentes, sem conhecer Medicina”. No capítulo com que conclui o livro A GÊNESE, reproduz uma mensagem de um Espírito identificado como Dr. Barry no qual, entre outras coisas ele revela:- “O Mundo dos Espíritos, mundo que vos rodeia, experimenta o contrachoque de todas as comoções que abalam o mundo dos encarnados. Digo mesmo que aquele toma parte ativa nessas comoções (...). Quando uma revolução social se produz na Terra, abala igualmente o Mundo Invisível, onde todas as paixões, boas e más, se exacerbam, como entre vós. Indizível efervescência entra a reinar na coletividade dos Espíritos que ainda pertencem ao vosso mundo e que aguardam o momento de a ele volver”. Na edição de fevereiro de 1865, dedica espaço para comentar artigo destacado de outra publicação se referindo a fato ocorrido anos antes na capital da Ilha de Madagascar, país que viria tempos depois a ser colônia francesa. Segundo a nota, o fato foi testemunhado por mais de duzentos mil homens e denominado por aquele povo de Ramanenjana, palavra que significa tensão, exprime uma estranha doença que, de início, se manifestou ao sul de Emirne. Dela se teve conhecimento em Tananarive cerca de um mês antes. A princípio era apenas um vago rumor que circulava entre o povo. (...) Esta doença age especialmente sobre os nervos, neles exercendo uma pressão tal que logo provoca  dor na nuca e depois no estômago. Ao cabo de algum tempo convulsões e alucinações, das quais apenas se dá conta do ponto de vista da ciência. Os que são atingidos sentem, inicialmente, violentas dores na cabeça, aí começam os acidentes convulsivos (...). Os vivos entram em comunicação com os mortos: vêem a rainha Ranavalona, Radama I, Andrian Ampoinemerina e outros, que lhes falam e lhes dão incumbências. (...) Os Ramanenjana parecem especialmente enviados pela  velha Ranavalona, para dar a entender a Radama que ele deve voltar ao antigo regime, fazer cessar a prece, expulsar os brancos, interditar os porcos na cidade santa, etc., etc; caso contrário, grandes desgraças o ameaçam, e que ela o renegará como seu filho.(...). Comentando as evidências, Allan Kardec diz que “esses fenômenos são o resultado de uma obsessão, ou possessão coletiva, verdadeira epidemia de Espíritos maus, como se produziu ao tempo do Cristo e em muitas outras épocas. Cada população deve fornecer ao Mundo Invisível ambiente Espíritos similares que, do espaço, reagem sobre essas mesmas populações, das quais, devido à sua inferioridade, conservaram os hábitos, as inclinações e os preconceitos. Os povos selvagens e bárbaros estão, pois, cercados por uma massa de Espíritos ainda selvagens e bárbaros, até que o progresso os tenha levado a se encarnarem num meio mais adiantado”. Numa comunicação mediúnica obtida pela senhora Dellane logo após a notícia ter sido lida e analisada, um Espírito presente escreveu opinando sobre o assunto e apresentou uma surpreendente revelação: É uma obsessão coletiva, produzida por uma plêiade de Espíritos atrasados que, tendo conservado suas antigas opiniões políticas, vêm tentar perturbar os seus compatriotas, por meio dessas manifestações, a fim de que estes últimos, tomados de pavor, não ousem apoiar as ideias de civilização que começam a implantar-se nesses países onde o progresso começa a despontar. Os Espíritos obsessores que impelem essa pobre gente a tantas manifestações ridículas são os dos antigos malgaxes, furiosos, repito, por verem os habitantes dessas regiões admitindo as ideias de Civilização, que alguns Espíritos adiantados, encarnados, têm a missão de implantar entre eles. Assim, muitas vezes os ouvis repetir: “Nada de preces, abaixo os brancos, etc.” É para vos fazer compreender que são antipáticos a tudo quanto possa vir dos europeus, isto é, do centro intelectual.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A REALIDADE INIMAGINADA

“Olhai bem, observadores; considerai os atos desses exploradores dos flagelos humanos, e distinguireis, mesmo com os olhos do corpo, os homens predestinados à decadência. Vede-os ávidos de honras, inflexíveis no ganho, presos, como sua vida, a todas as posses terrenas, e sofrendo mil mortes pela perda de uma parcela do que, entretanto, precisarão deixar... Como será terrível para eles a Pena de Talião”. A afirmação foi feita em mensagem psicográfica reproduzida por Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA, edição de julho de 1867 e, quase um século depois, o Espírito André Luiz na narrativa com que compõem o livro NO MUNDO MAIOR (feb, 1947) dá uma ideia de como podem ser os quadros compostos pelo aglomerado de Espíritos como os do perfil traçado, em um dos sub-planos dos bastidores da invisibilidade. Descreve ele: - A proporção que nos adiantávamos, descendo, modificava-se a gritaria; ouvíamos também gargalhadas, imprecações. Estacamos em enorme planície pantanosa, onde numerosos grupos de entidades humanas desencarnadas se perdiam de vista, em assombrosa desordem, à maneira de milhares de loucos, separados uns dos outros, ou aos magotes, segundo a espécie de desequilíbrio que lhes era peculiar. Não me era possível calcular a extensão da várzea imensa e, ainda que houvesse marcos topográficos, para tal apreciação, o nevoeiro era demasiado denso para que se pudessem computar distâncias. Logo após, Calderaro e eu nos achamos a sós na atra vastidão povoada de habitantes estranhos. As conversações em torno eram inúmeras e complexas. Pareceu-me que aquele povo desencarnado não se dava conta da própria situação, pelo que me foi possível ajuizar de início. Enquanto densas turbas de almas torturadas se debatiam em substância viscosa, no solo onde andávamos, assembleias de Espíritos dementes enxameavam não longe, em intermináveis contendas por interesses mesquinhos. A paisagem era francamente impressionante pelos característicos infernais que nos circundavam. (...) Calderaro explicou: - Aqui, se congregam verdadeiras tribos de criminosos e delinquentes, atraídos uns aos outros, consoante a natureza de faltas que os identificam. Muitos são inteligentes e, intelectualmente falando, esclarecidos, mas, sem réstia de amor que lhes exalce o coração, erram de obstáculo a obstáculo, de pesadelo a pesadelo... O choque da desencarnação para eles, ainda impermeáveis ao auxílio santificante, pela dureza que lhes assinala os sentimentos, parece galvanizá-los na posição mental em que se encontravam no momento do trânsito entre as duas Esferas e, dessa forma, não é fácil de logo arrancá-los do desequilíbrio a que imprevidentes se precipitaram. Retardam-se, às vezes, anos a fio, obstinando-se nos erros a que se habituaram, e, vigorando impulsos inferiores pela incessante permuta de energias uns com o outros, passam, em geral, a viver, não só a perturbação própria, mas também o desequilíbrio dos demais companheiros de infortúnio. (...) Os lugares purgatoriais dos desejos e das ações criminosas, aguardando as almas enodoadas pelos desvarios, constituem realidades lógicas, nas zonas espirituais do mundo. Aqui, os avarentos, os homicidas, os cúpidos e os viciados de todos os matizes se agregam em deplorável situação de cegueira íntima. Formam cordões compactos, inclinando-se mais e mais para os despenhadeiros. (...) Estes infelizes permanecem jungidos uns aos outros em obediência a afinidades quase perfeitas, e são contidos apenas pelas leis vibratórias que os regem.   Este bando de Espíritos miseráveis, que se movimentam como lhes é possível, é constituído de antigos negociantes terrenos, cujo exclusivo anseio foi amontoar dinheiro para satisfazer a própria cupidez, sem beneficiar a ninguém. O ouro, que a mente lhes pertencia, jamais serviu para semear a gratidão num só companheiro de jornada humana. Famintos de fortuna fácil, inventaram mil recursos de monopolizar os lucros grandes e pequenos, em nada lhes interessando a paz do próximo. Foram homens de pensamento ágil, sabiam voar mentalmente a longas distâncias, garantindo êxito absoluto às empresas materiais que levavam a termo com finalidade exclusivamente egoística. Não lhes incomodava o sofrimento dos vizinhos, ignoravam as dificuldades alheias, despreocupavam-se do valor do tempo em relação ao aprimoramento da alma. Queriam unicamente acumular vantagens financeiras e nada mais. Divorciados da caridade, da compreensão e da luz divina, criaram para si mesmos o mito frio e rígido do ouro, fundindo com ele a mente vigorosa e o tacanho coração... Escravizados, agora, à ideia fixa de ganhar sempre, voam pesadamente aqui e acolá, dementados e confundidos, procurando monopólios e lucros que não mais encontrarão”.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

BASTIDORES DA EVOLUÇÃO

Num curioso livro intitulado DIÁLOGOS INICIÁTICOS (1922) reproduzindo várias conversas entre um Mestre e seu Discípulo, revela aspectos extremamente interessantes sobre as tradições esotéricas, incluindo informações que podem complementar outras inseridas nas obras MEMÓRIAS DE UM SUICÍDA (feb,1953) de Camilo Carlos Botelho pela médium Yvonne Amaral Pereira e BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO (feb,1938) de Humberto de Campos por Chico Xavier. Trata-se de informes relacionando a raça negra e os tristes fatos da escravidão a que foi submetida no continente americano durante vários séculos. Do primeiro trabalho, destacamos os seguintes dados: A raça que chegou primeiro a ter uma civilização foi a negra, cujo berço é a África, uns dez mil anos antes de Cristo. Os negros constituíram poderosos reinos e até conquistaram a Arábia, a Pérsia e a Índia, subjugando seus aborígenes amarelos, instalando-se em todo sul da Europa, onde tinham vencido os colonos vermelhos, adaptando, porém, as suas artes e cultura. A Civilização negra consistia no conhecimento do Plano Astral, na prática da Magia e na força militar. Houve muitas guerras entre negros e brancos, e, depois de vários revezes, os brancos saíram vencedores expulsando os negros da Europa. Durante o período de seu domínio, os Negros tratavam os brancos e amarelos como escravos, empregando-os nos trabalhos pesados de construções muitas das quais de dimensões gigantescas. O nome geral aplicado aos brancos das épocas mais remotas era Celtas, sendo sua terra, a Céltida, que abrangia toda a Europa, Central e Ocidental. Tendo sido expulsos de quase todas as costas da Europa, os Gian-bien-Gian, isto é, os Negros, ainda continuavam senhores da Ásia e da África. As suas principais colônias eram o Egito, a Ásia Menor, a Taurida, a China, o Japão, a Pérsia, o Tibete, etc. A sua metrópole tinha sido a Etiópia, e, depois que esta desapareceu, os Negros transpuseram o centro do seu domínio para a Índia”. Curiosamente em 8 de maio de 2008, a  Universidade de Hamburgo, anunciou oficialmente que arqueólogos alemães, depois de uma pesquisa comandada pelo professor Helmut Ziegert, descobriram os restos do palácio da Rainha de Sabá, datados do século X a.C., em Axum (Aksum), uma cidade sagrada da Etiópia, sob um antigo palácio real. A rainha de Sabá  foi, na Torá no Antigo e no Novo Testamento, no Alcorão, na história da Etiópia e do Iêmem, uma célebre soberana do antigo Reino de Sabá. A localização deste reino pode ter incluído os atuais territórios da Etiópia e do Iêmem. Conhecida entre os povos etíopes como Makeda, esta rainha recebeu diferentes nomes ao longo dos tempos. Para o rei Salomão de Israel ela era a "rainha de Sabá", na tradição islâmica ela era  Balkis ou Bilkis. Flávio Josefo, historiador romano de origem judaica, chamou de Nicaula. Mas, vamos ao conteúdo do capítulo 3, segunda parte, do MEMÓRIAS DE UM SUICÍDA. Com a palavra o personagem Epaminondas de Vigo: -“Entre os escravos que, sob os céus do Cruzeiro, choraram, vergados sob o trabalho excessivo, famintos, rotos, doentes, tristes, saudosos, desesperados, frente à opressão, fadiga, maldade, nem todos traziam os característicos íntimos da inferioridade, como bastas vezes foi comprovado por testemunhas idôneas; nem todos apresentavam caracteres primitivos! Grandes falanges de romanos ilustres, do Império dos Césares; de patrícios orgulhosos, de guerreiros altivos, autoridades das hostes de Diocleciano - como de Adriano e Maxicêncio, dolorosamente arrependidas das monstruosas séries de arbitrariedades cometidas em nome da força e do poder contra pacíficos adeptos do Cordeiro, pediram reencarnações na África infeliz e desolada, a fim de testemunharem novos propósitos ao contato de expiações decisivas, fustigando, assim, o desmedido orgulho que a raça poderosa dos romanos adquirira com as mentirosas glórias do extermínio da dignidade e dos direitos alheios! Suplicaram, ainda e sempre, corajosos e fortes, novas conquistas nas pelejas contra si próprios, no combate ao orgulho daninho que os perdera! Suplicaram disfarce carnal, qual armadura redentora, em envoltórios negros, onde peadas fossem suas possibilidades de reação e arvorada em suas consciências a branca bandeira da paz, flâmula augusta concedida pela reparação do mal! E os escravizadores de tantos povos e tantas gerações dignas, os desumanos senhores do mundo terráqueo, que gargalhavam enquanto gemiam os oprimidos; que faziam seus regalos sobre o martírio e o sangue inocente dos cristãos, expungiram sob o cativeiro africano a mancha que lhes enodoava o Espírito! Daí, a sublime resignação dessa raça africana digna, por todos os motivos, da nossa admiração e do nosso respeito, a passividade heroica que nem sempre se estribou na ignorância e na incapacidade oriunda de um estado inferior, mas também no desejo ardente e sublime da própria reabilitação espiritual!”.