Detentor do crédito de ter
pela primeira vez publicado um livro – VIDA
DEPOIS DA VIDA (1975) tratando das chamadas EQMs – Experiências de quase morte, Raymond A. Moody Jr,
tornou-se referência no tema. Doutor em Filosofia, Psicologia e Psiquiatria, Moody
Jr fez incursões também pela regressão a vidas passadas, se submetendo
à experiência que revelou ele próprio ter tido nove reencarnações anteriores.
Para quem não leu o livro que se tornou um campeão de vendagem, a obra
baseia-se no depoimento de 150 pessoas que passaram pela chamada morte
clínica. O estudo apurou existir um
padrão entre os que retornaram da experiência de quase morte, baseado nas
seguintes percepções: 1- Ouvir um zumbido nos ouvidos;
2- Um sentimento de profunda paz e ausência de dor; 3- Ter
uma experiência fora do corpo; 4 -
Sentir-se viajar dentro de um túnel;
5- Sentir-se subir pelos céus; 6- Ver
pessoas, especialmente familiares falecidos; 7- Encontrar seres espirituais,
por vezes identificados como sendo Deus; 8 – Ver uma revisão da
própria vida; 9 – Sentir enorme relutância em voltar à vida.
Cerca de treze anos depois, em 1988, o Dr. Moody publicou nova obra somente
traduzida para o português em 2004 em tradução que ganhou o título A LUZ QUE VEM DO ALÉM, (butterfly,
2004). Chama a atenção a bibliografia construída sobre doze obras ou artigos de
outros autores incluídos em revistas especializadas e dirigidas para o meio
científico tratando das EQMs. Outro detalhe interessante é o
que diz respeito às tais experiências vividas por crianças de várias idades,
relatando os mesmos sintomas que adultos de variadas culturas. Narra que o
primeiro caso que chegou ao seu conhecimento é o de um garoto de 9 anos que
examinava após uma parada cardíaca devido a uma doença na glândula supra renal.
Espontânea e timidamente, induzido a relatar a experiência, contou que “em
sua incrível vivência, sentiu-se flutuar para fora de seu corpo físico, olhando
para baixo no exato instante em que o médico comprimia seu peito para reavivar
seu coração, o que o fez em vão tentar que o médico parasse de esmurra-lo.
Sentiu-se mover-se rapidamente para cima, vendo a Terra desaparecer atrás dele,
passar por um túnel escuro, no fim do qual o aguardava um grupo de anjos,
brilhando, parecendo todos amarem-no muito, num lugar cheio de luz, um lugar
celestial, circundado por uma cerca, que, segundo os anjos, fosse ultrapassada
por ele, não seria capaz de retornar à vida, até que um deles disse que ele
teria de voltar e reentrar no corpo, o que, por fim, teve de obedecer”.
Moody
Jr, considera que crianças abaixo de 7 anos tendem a pensar na
morte como temporária, pois para eles a morte é algo de onde se retorna. Dos 7
aos 10 anos, é um conceito mágico, substituído nos anos seguintes pelo
conhecimento de que a morte envolve decomposição orgânica. Noutro caso
observado, uma menina de nove anos morta durante uma cirurgia de apendicite, viu-se
flutuando fora do corpo, observando tudo como se estivesse no teto do Centro
Cirúrgico de onde podia ver tudo, ouviu dizerem que seu coração havia parado.
Vendo seu corpo, a princípio não sabia que era o dela, e, ao reconhecê-lo, saiu
para o corredor, vendo sua mãe chorando, perguntando sem ser ouvida a ela a
razão das lágrimas, ficando, portanto, sem obter resposta. Assustada, viu
aproximar-se uma senhora bonita que a auxiliou, por sabê-la confusa em suas
emoções. A conduziu a um túnel de luz que ia até o céu, contemplando lá lindas
flores. Sentia-se com Deus e Jesus que lhe disseram ser necessário retornar
para ficar com sua mãe porque ela estava muito triste. Disseram também que
tinha de terminar sua vida, o que a fez voltar e acordar, observando, agora,
que o túnel pelo qual passava muito rápido, era longo e escuro, tendo uma luz
muito brilhante no final, o que a alegrou bastante”. Considerando os
relatos por ele compilados e pesquisas conduzidas por outros especialistas com
crianças que passaram pelas EQMs, Moody Jr concluiu
que “o
fato de envolver crianças fornecem maior evidência da vida após a morte do que
as ocorridas com pessoas mais velhas que tiveram mais tempo de ser
influenciadas pelas experiências de suas vidas e uma infinidade de crenças religiosas”.
Crê também que, “em nível clínico, o aspecto mais importante é o vislumbre que tem do
‘além-vida’, e como isto as afeta pelo resto de suas vidas, mostrando-se mais
felizes e esperançosas do que outras pessoas ao seu redor”.
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