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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

NÃO CONFIAR CEGAMENTE

Na mesma intensidade em que se multiplicam médiuns e livros assinados por Espíritos com nomes que com suas vidas e histórias marcaram presença na história da Humanidade em nossa Dimensão, surgem revelações” e informações admitidas como verdadeiras embora o absurdo de seu teor. Seus autores, intermediários e muitas vezes editores, parecem pouco se preocupar, movidos por interesses que variam da exaltação do personalismo e da vaidade ao resultado do negócio em que se transformou o livro espírita ou de conteúdo espiritual. Falta estudo, análise, bom senso e fidelidade doutrinária. Cabe a cada um, portanto, desenvolver senso crítico que permita avaliação segura dos conteúdos apresentados. O grande divulgador da mensagem do Cristo, Paulo de Tarso, orientou em suas cartas que devemos “analisar tudo, retendo o que é bom”, ressaltando que “tudo é lícito, mas, nem tudo me convém”. que se aplica à situação exposta diante da própria recomendação de Jesus sobre “os falsos Cristos e falsos Profetas”. Através de Allan Kardec, encontramos algumas orientações da própria Espiritualidade sobre a melhor maneira de nos posicionarmos diante de certas novidades que circulam no meio espírita brasileiro. Sobre se existem sinais através dos quais podemos reconhecer a superioridade ou inferioridade dos Espíritos, sugerem como primeiro critério sua linguagem, como distinguimos um estouvado de um homem sensato. Outro detalhe a ser observado dito pelos organizadores da base do Espiritismo são as contradições em que os Espíritos Superiores nunca incorrem. O terceiro: só tratam de boas coisas, só querem o Bem, sua maior preocupação. Já os Espíritos inferiores estão ainda dominados pelas ideias materiais. Suas manifestações refletem sua ignorância e sua imperfeição, o que não acontece com os Superiores que, além de conhecer todas as coisas, julgam-nas sem paixão. Indagados se o conhecimento científico de um Espírito é sempre uma prova de sua elevação, esclarecem que não, porque se ainda estiver sob a influência da matéria pode ter nossos vícios e preconceitos, marcadas pela inveja e orgulho excessivos. Advertem que os que morrem alimentando fortes paixões, envoltas numa atmosfera que mantém todas essas coisas más e que esses Espíritos semi-imperfeitos são mais temíveis que os Espíritos maus, porque, na sua maioria, juntam a astúcia e o orgulho à inteligência. Pelo seu pretenso saber, se impõem às pessoas simples e aos ignorantes, que aceitam sem exame as suas teorias absurdas e mentirosas. Embora essas teorias não possam prevalecer contra a Verdade, não deixam de produzir um mal momentâneo porque entravam a marcha do Espiritismo e porque os médiuns se enganam ingenuamente quanto ao mérito das comunicações que recebem. Este o ponto que requer grande estudo de parte dos espíritas esclarecidos e dos médiuns. Para distinguir o verdadeiro do falso é que devemos convergir toda a nossa atenção. A propósito daqueles Espíritos protetores que se apresentam com o nome de santos ou personagens conhecidos, consideram que todos os nomes de santos e de personagens conhecidos não bastariam para designar o protetor de cada criatura, sendo poucos os Espíritos de nomes conhecidos na Terra. Esclarecem que quase sempre os Espíritos protetores não dão seus nomes, contudo, como na maioria das vezes queremos um nome, para nos satisfazer eles usam o de um homem que conhecemos e respeitamos, o que se constitui numa fraude somente quando o Espírito tem a intenção de enganar. Quanto ao grande número de Espíritos comunicantes que tomam nomes de santos, reiteram que se identificam com os hábitos daqueles a quem se dirigem, tomando os nomes mais aptos a melhor impressionar o homem, de acordo com as crenças deste. Questionados sobre como os Espíritos elevados permitem a Espíritos de baixa classe usar nomes respeitáveis para semear o erro, explicaram que não é com sua permissão que o fazem e que serão punidos proporcionalmente à gravidade da impostura. Ressaltam que se não fossemos imperfeitos só teríamos Espíritos bons ao nosso redor, e, que se somos enganados não o devemos senão a nós mesmos, situação permitida para provar nossa perseverança e discernimento, nos ensinando a distinguir a verdade do erro. Se não o fazemos é porque não estamos suficientemente elevados, necessitando ainda das lições da experiência. Previnem não ser suficiente a boa intenção para não ser enganado, o que minimiza o efeito negativo da mistificação, situação resultante das esquisitices que atraem os Espíritos zombeteiros. Destacam que o homem julga-se forte e quase nunca o é, devendo desconfiar, pois isso mesmo, da franqueza proveniente do orgulho e dos preconceitos. Não se levam em conta essas duas causas de que os Espíritos se aproveitam, pois lhes agradando as manias, estão seguros de conseguir o que desejam.

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