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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

OS ESPÍRITOS DO SENHOR

No excelente Evangelho atribuído ao Apóstolo João, o autor informa no início do capítulo 13 que Jesus já sabia “ter chegado sua hora de passar deste mundo para o Pai”, e,  ao final de elucidativo dialogo ocorrido naquela que ficou conhecida como a última ceia,  seus seguidores mais próximos  comentaram   “eis que agora falas abertamente, e não dizes parábola alguma”. Tudo detalhadamente preservado dos capítulos 13 ao 17.  A certa altura do revivido no 14, o Mestre dos Mestres afirma: - “E eu rogarei a Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de Verdade, que o mundo pode receber, porque não o vê nem conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós (...). Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar tudo quanto vos tenho dito”. Os séculos correram,  escrevendo-se uma história em torno da mensagem dele marcada pela violência, opressão, lutas renhidas pelo poder,  O ciclo evolutivo compreendido como Era de Peixes, se aproximava do final quando na inovadora e revolucionária França do século 19, um arguto professor  enxerga em fenômenos insólitos a possibilidade de esclarecer  uma série de mistérios até então indecifráveis. E, através dos diálogos estabelecidos com Inteligências pertencentes a outra realidade chamada Espiritual, ai construindo a base de proposta fundamentada na lógica e racionalidade possível à época ao pensamento humano. Entre as mensagens por elas oferecidas, uma ao que tudo indica, se encaixa na promessa daquela fatídica noite pelo seu teor: - Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos céus, como um imenso exército que se movimenta ao receber a ordem de comando espalha-se sobre toda a face da Terra. Semelhantes a estrelas cadentes, vem iluminar o caminho e abrir os olhos aos cegos. Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos. Embora faça parte dos textos publicados em nome da nova proposta originalmente denominada Espiritismo, não condiciona a ele esse trabalho de despertamento das criaturas humanas e milhares de Espíritos do Senhor,  vão se servindo de outros tantos visíveis pela condição de encarnados para acelerar a evolução da estagnada Humanidade. Os indicadores estão nas aberturas políticas, fim das monarquias, revolução industrial, surgimento da tecnologia, no esforço para eliminar o trabalho escravo, na busca de uma compreensão além da fisiológica ou mecanicista para a vida humana. Em todas as áreas, mentes brilhantes se esforçam em busca do novo, na verdade, refletindo os programas e planejamentos dos bastidores da evolução, Isso fica claro na revelação contida numa das obras que falam da proposta espírita: “Quando é chegado o tempo de uma descoberta, os Espíritos encarregados de dirigir-lhe a marcha procuram o homem capaz de conduzi-la a bom termo, e lhe inspiram as ideias necessárias, de maneira a deixar-lhe todo o mérito, porque, essas ideias, é preciso que as elabore e as execute. Ocorre o mesmo com todos os grandes trabalhos da inteligência humana”.  Em outro momento explicam que “artistas, sábios, literatos, são sem dúvida, Espíritos capazes por si mesmos de compreender e de conceber grandes coisas; ora, é precisamente por que são julgados capazes que os Espíritos que querem o cumprimento de certos trabalhos, lhes sugerem as ideias necessárias, e é assim que, o mais frequentemente, são médiuns sem o saberem. Tem, no entanto, uma vaga intuição de uma assistência estranha, porque quem apela para a inspiração, não faz outra coisa senão uma evocação”. Seria tudo facilitado se a condição de muitos dos que reencarnam para o trabalho da evolução coletiva não se desviassem de seus propósitos extravasando pelo livre arbítrio suas próprias pretensões e presunção. Isso se pode deduzir de resposta oferecida pelo Espírito Gabriel Delanne, um dos mais destacados continuadores de Allan Kardec, em entrevista com ele feita em 20 de agosto de 1965,  quando da passagem dos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira e da comitiva espiritual que os acompanhava com finalidades de intercâmbio. Questionado, sobre os maiores percalços para a expansão da Doutrina Espírita, opina: - Em nossa opinião, os maiores embaraços para o Espiritismo procedem da atuação daqueles que reencarnam, prometendo servi-lo, seja através da mediunidade direta ou da mediunidade indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções da esfera física, convertendo médiuns autênticos das regiões inferiores, de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas estão prontos a ridicularizá-las, através de escritos sarcásticos ou da arte histriônica, junto dos quais encontramos as demonstrações fenomênicas improdutivas, as histórias fantásticas, o anedotário deprimente e os filmes de terror.

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