No excelente Evangelho
atribuído ao Apóstolo João, o autor informa no início do
capítulo 13 que Jesus já sabia “ter chegado sua hora de passar deste mundo
para o Pai”, e, ao final de elucidativo
dialogo ocorrido naquela que ficou conhecida como a última ceia, seus seguidores mais próximos comentaram “eis
que agora falas abertamente, e não dizes parábola alguma”. Tudo
detalhadamente preservado dos capítulos 13 ao 17. A certa altura do revivido no 14, o Mestre
dos Mestres afirma: - “E eu rogarei a Pai, e ele vos dará outro
Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de Verdade, que o
mundo pode receber, porque não o vê nem conhece; mas vós o conheceis, porque
habita convosco, e estará em vós (...). Mas aquele Consolador, o Espírito
Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos
fará lembrar tudo quanto vos tenho dito”. Os séculos correram, escrevendo-se uma história em torno da mensagem dele marcada pela
violência, opressão, lutas renhidas pelo poder, O
ciclo evolutivo compreendido como Era de Peixes, se aproximava do final quando
na inovadora e revolucionária França do século 19, um arguto professor enxerga em fenômenos insólitos a possibilidade
de esclarecer uma série de mistérios até
então indecifráveis. E, através dos diálogos estabelecidos com Inteligências
pertencentes a outra realidade chamada Espiritual, ai construindo a base de proposta
fundamentada na lógica e racionalidade possível à época ao pensamento humano. Entre
as mensagens por elas oferecidas, uma ao que tudo indica, se encaixa na
promessa daquela fatídica noite pelo seu teor: - Os Espíritos do Senhor,
que são as virtudes dos céus, como um imenso exército que se movimenta ao
receber a ordem de comando espalha-se sobre toda a face da Terra. Semelhantes a
estrelas cadentes, vem iluminar o caminho e abrir os olhos aos cegos. Eu vos
digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser
restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os
orgulhosos e glorificar os justos. Embora faça parte dos textos publicados em
nome da nova proposta originalmente denominada Espiritismo, não
condiciona a ele esse trabalho de despertamento das criaturas humanas e milhares de Espíritos
do Senhor, vão se
servindo de outros tantos visíveis pela condição de encarnados para acelerar a evolução da estagnada Humanidade.
Os indicadores estão nas aberturas políticas, fim das monarquias, revolução
industrial, surgimento da tecnologia, no esforço para eliminar o trabalho
escravo, na busca de uma compreensão além da fisiológica ou mecanicista para a
vida humana. Em todas as áreas, mentes brilhantes se esforçam em busca do novo,
na verdade, refletindo os programas e planejamentos dos bastidores da evolução,
Isso fica claro na revelação contida numa das obras que falam da proposta
espírita: “Quando é chegado o tempo de uma descoberta, os Espíritos
encarregados de dirigir-lhe a marcha procuram o homem capaz de conduzi-la a bom
termo, e lhe inspiram as ideias necessárias, de maneira a deixar-lhe todo o
mérito, porque, essas ideias, é preciso que as elabore e as execute. Ocorre o
mesmo com todos os grandes trabalhos da inteligência humana”. Em outro momento explicam que “artistas,
sábios, literatos, são sem dúvida, Espíritos capazes por si mesmos de
compreender e de conceber grandes coisas; ora, é precisamente por que são
julgados capazes que os Espíritos que querem o cumprimento de certos trabalhos,
lhes sugerem as ideias necessárias, e é assim que, o mais frequentemente, são
médiuns sem o saberem. Tem, no entanto, uma vaga intuição de uma assistência
estranha, porque quem apela para a inspiração, não faz outra coisa senão uma
evocação”. Seria tudo facilitado se a condição de muitos dos que
reencarnam para o trabalho da evolução coletiva não se desviassem de seus propósitos
extravasando pelo livre arbítrio suas próprias pretensões
e presunção. Isso se pode deduzir de resposta oferecida pelo Espírito Gabriel
Delanne, um dos mais destacados continuadores de Allan Kardec,
em entrevista com ele feita em 20 de agosto de 1965, quando da passagem dos médiuns Chico
Xavier e Waldo Vieira e da comitiva espiritual que os
acompanhava com finalidades de intercâmbio. Questionado, sobre os maiores
percalços para a expansão da Doutrina Espírita, opina: - Em nossa
opinião, os maiores embaraços para o Espiritismo procedem da atuação daqueles
que reencarnam, prometendo servi-lo, seja através da mediunidade direta ou da
mediunidade indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam
nas seduções da esfera física, convertendo médiuns autênticos das regiões
inferiores, de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas estão prontos
a ridicularizá-las, através de escritos sarcásticos ou da arte histriônica, junto
dos quais encontramos as demonstrações fenomênicas improdutivas, as histórias
fantásticas, o anedotário deprimente e os filmes de terror.
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