A médium Eni de Carvalho, apesar
de abalada pela morte de sua mãe e de um sobrinho muito próximo, não teve como
dizer não ao pedido de uma amiga para que conversasse com um pai que havia
perdido de forma trágica o filho alguns meses antes. Confessa que ao ver aquele
senhor chorar e soluçar, reprimiu suas próprias angústias, pedindo a Deus uma
forma de acalmá-lo, e quem sabe, trazê-lo de volta à vida. O rapaz, 19 anos,
chamado Antonio Carlos Borelli Junior, viajava com o pai, a mãe e um
sobrinho em direção à capital paulista onde, no dia seguinte, iniciaria sua
atividade de aeronauta em grande companhia aérea, através da qual procuraria
seguir as pegadas do pai, experiente comandante de grandes aeronaves. O acidente ocorreu logo após terem retomado a
viagem, depois de haverem jantado, tendo Junior assumido a condução do
veículo a pedido do pai. Ao acessarem um desvio da estrada que estava sendo
duplicada, uma barra de ferro desprendeu-se de um caminhão que ia à frente,
transpassando o vidro no lado do motorista, atingindo o jovem, impondo-lhe a
morte violenta. Quase quatro meses
depois, a mediunidade de Dona Eni, abriria um canal de comunicação
entre os dois planos da Vida, permitindo a Junior iniciar a transmissão de uma
série de cartas endereçadas aos pais, relatando o que aconteceu depois que,
como disse, “visse aquela lança de fogo vindo em sua direção”. Conta que “antes
de tocá-lo, foi sugado do corpo e nada viu ou sentiu, passando de uma vida para
outra com a mesma naturalidade de quem troca de camisa, sem pânico, sem dor,
sem traumas, acordando num hospital onde o trataram com extremo carinho, o que
favoreceu sua rápida recuperação”. À medida em que suas mensagens foram
se sucedendo, muitas surpresas foram sendo oferecidas pelo moço aos pais,
infundindo-lhes a certeza de que a vida continuara para o filho além do
horrível acidente de que foram vítimas, ele fatal e eles como testemunhas.
Descreve a beleza da região em que se localiza o Hospital em que acordou, sua ideia
de ser um local de tratamento na nossa Dimensão mesmo, onde fora internado,
supondo, a princípio, haver escapado de ter sido atingido pelo objeto que viu
vir em sua direção; estranha a existência em seu quarto de apetrechos como os
que conhecia como balões de oxigênio ou mesmo um telefone com que pudesse se
comunicar com os familiares que encontravam-se recolhidos à sua tão conhecida
casa. Após dias de convalescença, vai, aos poucos, conhecendo mais detalhes do
edifício em que se instalava a casa de saúde em que estava internado; foi
apresentado a outros jovens que, como ele, viam-se intrigados sobre onde
estavam atemorizados ante a perspectiva de haverem “morrido” para a realidade a
que se ligavam, decidindo-se por ouvir a senhora que o acompanhava desde que
despertara, chamada carinhosamente vovó Marieta. Inteira-se então da grande
mudança que se operara em sua vida, recorda-se das leituras que sua mãe fazia
na área espiritualista, pressente o sofrimento em que deviam estar seus entes
mais queridos, questiona sobre uma eventual comunicação como a que soubera ser
possível assistindo a novela A VIAGEM, à época sendo levada ao ar por emissora
de televisão. Tendo alta, apresentado a alguém chamado José Henrique, passa a ser por ele acompanhado, ampliando seus
conhecimentos sobre a Colônia em que passara a residir , até que, certo dia,
todas as suas dúvidas sobre tudo aquilo não ser um sonho, se dissipam ao
encontrar-se com seu tio materno Geraldo
e seus avós – o paterno e a materna -, que sabia já não pertencerem ao mundo
dos chamados “vivos”. No diálogo estabelecido, após as compreensíveis emoções
do momento, inteira-se de detalhes que marcaram a passagem ou desligamento de
cada um deles do mundo de ilusões em que viveram quando ligados ao corpo
físico. Sua avó, devotada religiosa, relata sua dificuldade de abandonar o lar
em que vivia; o tio conta suas apreensões ao se ver preso e perseguido em
durante fuga espetacular da zona de desregramentos em que se consumira no campo
da sexualidade. Inteira-se do estado emocional deplorável em que se encontravam
os entes queridos deixados na realidade mais material da Terra, onde acumulamos
algumas experiências para daí sair no trabalho incessante da evolução. Todo
material foi transformado num livro praticamente desconhecido no meio espírita,
TESTEMUNHO DE AMOR, de grande valor
para o trabalho de despertamento sobre as ignoradas verdades espirituais que
nos marcam a existência.
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