O vale tudo que se observa na
disputa pela audiência, leva os programadores dos veículos de comunicação de
massa a apelarem de forma altamente prejudicial ao comportamento social,
especialmente nos países subdesenvolvidos. A tecnologia transforma-se num
instrumento desagregador e corrosivo das tímidas conquistas espirituais
resultantes do processo evolutivo adotado no planeta Terra. Sexo, sobretudo, é
matéria prima explorada pelos criadores, redatores e diretores por trás das câmaras,
em se tratando de televisão e cinema. Quanto maior o apelo maior o interesse e
os resultados financeiros dos que buscam produtos de retorno certo. Há duas
questões espirituais por trás de tudo isso. Uma a influência, outra a
consequência. Encontramos elementos para reflexão em duas das obras do Espírito
André
Luiz através do médium Chico Xavier. Para avaliação vamos a
eles: CASO 1 - INFLUÊNCIA – “Em mesa lautamente provida com fino
conhaque, um rapaz, fumando com volúpia e sob o domínio de uma entidade digna
de compaixão pelo aspecto repelente em que se mostrava, escrevia, escrevia,
escrevia...(...) O cérebro do moço embebia-se em substância escura e pastosa
que escorria das mãos do triste companheiro que o enlaçava. Via-se-lhes a
absoluta associação na autoria dos caracteres escritos”. Comentando a
cena, o Instrutor Áulus explica: -“Neste instante, nosso irmão desconhecido é
hábil médium psicógrafo. Tem as células do pensamento integralmente controladas
pelo infeliz cultivador de crueldade sob a nossa vista. Imanta-se-lhe à
imaginação e lhe assimila as ideias, atendendo-lhe aos propósitos escusos,
através dos princípios da indução magnética, de vez que o rapaz, desejando
produzir páginas escabrosas, encontrou que lhe fortaleça a mente e o ajude
nesse mister. Encontramos sempre o que procuramos ser. Não é um médium na
acepção real do termo. É um moço de inteligência vivaz, sem maior experiência
da vida, manejado por entidades perturbadoras. Entre as excitações do álcool e
do fumo que saboreiam juntos, pretendem provocar uma reportagem perniciosa,
envolvendo uma família em duras aflições. (..) O obsessor, usando
calculadamente o rapaz com quem se afina, pretende alcançar o noticiário de
sensação, para deprimir a vida moral de jovem por ele perseguida com o fim de
martelar-lhe a mente apreensiva para deprimir a vida moral dela, amolecendo-lhe
o caráter, arrojando-a aos abusos da mocidade e, se possível, trazendo-a ao charco
vicioso em que ele jaz”. (NDM, 15)
CASO
2 – DESDOBRAMENTOS APÓS A MORTE - “Um dos irmãos presentes buscava
salientar-se, no intuito de relatar-nos a experiência de que era vítima.
(...). Fui homem de letras, mas nunca me
interessei pelo lado sério da vida. Cultivava o chiste malicioso e com ele o
gosto da volúpia, estendendo minhas criações à mocidade de meus dias. Não
consegui posição de evidência, nos galarins da fama; entretanto, mais que eu
poderia imaginar, impressionei, destrutivamente, muitas mentalidades juvenis,
arrastando-as a perigosos pensamentos. Depois do meu decesso, sou
incessantemente procurado pelas vítimas de minhas insinuações sutis, que me não
deixam em paz, e, enquanto isto ocorre, outras entidades me buscam, formulando
ordens e propostas referentes a ações indignas que não posso aceitar. Compreendi que me achava em ligação, desde a
existência terrestre, com enorme quadrilha de Espíritos perversos e galhofeiros
que me tomavam por aparelho invigilante de suas manifestações indesejáveis.. No
fundo, mantinha por mim mesmo, no próprio espírito, suficiente material de
leviandade e malícia, que eles exploraram largamente, adicionando aos meus
erros os erros maiores que intentariam debalde praticar, sem meu concurso
ativo. Acontece, porém, que abrindo meus olhos à verdade, na Esfera em que hoje
respiramos, em vão busco adaptar-me a processos mais nobres de vida. Quando não
sou atribulado por mulheres e homens que se afirmam prejudicados pelas ideias
que lhes infundi, na romagem carnal, certas formas estanhas me apoquentam o
mundo interior, como se vivessem incrustradas à minha própria imaginação.
Assemelham-se a personalidades autônomas, se bem que sejam visíveis somente aos
meus olhos. Falam, gesticulam, acusam-me e riem-se de mim. Reconheço-as sem
dificuldade. São imagens vivas de tudo o que meu pensamento e minha mão de
escritor criaram para anestesiar a dignidade de meus semelhantes. Investem
contra mim, apupam-me e vergastam-me o brio, como se fossem filhos rebelados
contra um pai criminoso. Tenho vivido ao léu, qual alienado mental que ninguém
compreende! Como entender, porém, os pesadelos que me possuem? Somos o
domicílio vivo dos pensamentos que geramos. (L, 16)
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