-“Os Espíritos se desmaterializam à
medida que se elevam e depuram. Só nos Planos Inferiores é que a encarnação é
material. Para os Espíritos Superiores não há mais encarnação material e,
consequentemente, não há procriação, pois esta é pelo corpo e não pelo
Espírito. Uma afeição pura é, pois o único objetivo da união e, por isto mesmo,
ao contrário do que se dá na Terra, não necessita da sanção dos funcionários
ministeriais”. O comentário faz
parte de uma apreciação de Allan Kardec ao final de matéria
incluída na REVISTA ESPÌRITA de julho
de 1862 reproduzindo um diálogo havido através de uma médium
identificada como Sra H..., na cidade de Bordeaux, em 15 de fevereiro daquele
ano. O foco principal: a União Simpática das Almas. Na
verdade, apenas duas questões. A primeira sobre uma possível união
definitiva entre dois seres e, a segunda, sobre se aqueles que se unem se
reconheceriam em novas e felizes existências. A entidade comunicante, sobre a primeira indagação diz
que “os
que se amam sinceramente e souberam sofrer com resignação para expiar as suas
faltas, reencontram-se, a princípio, no Mundo dos Espíritos, onde progridem
juntos, podendo deixar o Mundo Espiritual na mesma ocasião, reencarnar-se nos
mesmos lugares e, por um encadeamento de circunstâncias previstas, reunir-se
pelos laços que mais convierem aos seus corações. Uns terão pedido pera serem
pai ou mãe de um Espírito que lhes era simpático e que terão a felicidade de
dirigir no bom caminho. Outros, pedido para se unirem pelo casamento”.
Acrescenta que “no tocante às nossas secretas aspirações, essa misteriosa necessidade
irresistível de amor, de amar longamente, de amar sempre, não foram colocadas
por Deus nos nossos corações, senão porque a promessa do futuro nos permitia
essas doces esperanças. Deus não nos fará experimentar as dores da decepção.
Nossos corações querem a felicidade e não batem senão por afeições puras e a
recompensa será a perfeita realização de nossos sonhos de amor”. Quanto
à identificação dos que se amam em existências novas e felizes, diz que “assim
como na Terra dois amigos de infância gostam de encontrar-se no mundo, na
sociedade e se buscam mais do que se suas relações apenas datassem de alguns
dias, também os Espíritos que merecem o inapreciável favor de se unirem nos
Mundos Superiores são duplamente felizes e reconhecidos a Deus por esse novo
encontro que corresponde aos seus olhos mais caros. Os mundos colocados acima
da Terra na escala da perfeição são cumulados de todos os favores que possam
contribuir para a felicidade perfeita dos seres que os habitam: o passado não
lhes é oculto porque a lembrança de seus sofrimentos antigos, de seus erros
resgatados à custa de muitos males, e a lembrança, ainda mais viva, de suas afeições
sinceras, lhes fazem achar mil vezes mais doce essa nova vida e os protegem
contra faltas a que, talvez, pudessem ser arrastados por uns restos de
fraqueza. Esses mundos são para o homem o paraíso terrestre, destinado a
conduzi-los ao paraíso Divino”. As explicações do Espírito suscitam a
lembrança da informação d’ O LIVRO DOS
ESPÍRITOS nas questões 200 e 202 tratando do sexo nos Espíritos
caracterizados apenas circunstancialmente na morfologia masculina ou feminina,
visto que o sexo como o entendemos, existe
como uma necessidade da preservação da espécie humana. Assim sendo, as
diferenças aparentes desaparecerão com a evolução, sugerindo que as românticas
visões de almas gêmeas, metades eternas, etc, sustentam teorias e teses durante
uma etapa no processo evolutivo. Avaliando as opiniões manifestadas, Allan
Kardec lembra que “como leis, as únicas imutáveis são as Leis
Divinas. Mas as Leis humanas, devendo ser apropriadas aos costumes, aos usos,
ao clima, ao grau de civilização, são essencialmente mutáveis, e seria mau se
assim não o fossem; e que os povos estejam presos à mesma regra que regiam os
nossos antepassados. Assim, se as leis mudaram deles até nós, como não chegamos
à perfeição, elas deverão mudar de nós até nossos descendentes. No momento em
que é feita, toda lei tem a sua razão de ser e sua utilidade. Mas pode dar-se
que, sendo boa hoje, não o seja amanhã. No estado dos nossos costumes, de
nossas exigências sociais, o casamento necessita ser regulado pela lei, e a
prova que esta lei não é absoluta é que não é a mesma para todos os países
civilizados. É, então, permitido pensar que nos mundos superiores, onde não há
os mesmos interesses materiais a salvaguardar, onde não existe o mal, isto é,
onde os Espíritos maus são excluídos da encarnação, onde consequentemente, as
uniões resultam da simpatia e não do cálculo, as condições devam ser
diferentes. Mas aquilo que é bom para eles, poderia ser mau para nós”.
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
domingo, 31 de maio de 2015
sexta-feira, 29 de maio de 2015
LIGAÇÃO DE MILÊNIOS
Um simples esbarrão acidental
ocorrido numa avenida de Belo Horizonte, na verdade, reativou a ligação de dois
Espíritos que compartilharam inúmeras experiências ao longo de várias
reencarnações. De um lado, um homem
abatido pela perda de sua jovem esposa vinte e um dias antes. De outro, um
médium de 36 anos, preso a difíceis compromissos familiares, sociais e
econômicos apesar de ostentar um currículo de 28 livros publicados, organizados
com produções de Espíritos desencarnados, alguns dos quais celebridades no meio
literário luso-brasileiro. Seria o início de uma amizade nesta vida que se
manteria firme até o ano de 1958, quando o médium atingido por mais uma das
insidiosas perseguições contra ele movidas, se viu obrigado a transferir às
pressas seu domicílio para a região do chamado Triângulo Mineiro, mais
especificamente para a cidade de Uberaba. O viúvo chamado Arnaldo Rocha e o médium,
Chico
Xavier. Inexplicavelmente dominado por indizível emoção, reconhecendo
naquele homem simples, modestamente trajado, o personagem de uma tendenciosa e
maldosa reportagem publicada pela revista de maior circulação na época, não
conseguiu articular palavra, fenômeno, por sinal, comum nas narrativas feitas
por pessoas que se aproximaram de Chico um dia. Em contrapartida,
ouviu daquele com quem se chocara: -“Escute, Naldinho... Não é assim que Meimei
lhe falava? Ela está aqui, conosco, radiante de alegria pelos seus vinte e
quatro janeiros, ou melhor, ela diz vinte e quatro primaveras de amor.! Hoje
não seria o dia de seu aniversário? Deixe-me ver o retrato dela, guardado em
sua carteira”. Assustado diante do que ouviu, visto que nada falara ao
desconhecido ao não ser um pedido de desculpas, inda chorando, suando frio,
mostrou-lhe a fotografia, que segura delicadamente, revelou lágrimas nos seus
olhos, seguido de um sorriso reconfortante e das seguintes palavras: -“Nossa
querida princesa Meimei que muito lhe falar. É hoje, em comemoração ao seu
aniversário; podíamos fazer uma prece. Vamos à casa de Geraldo”. O que
sucederia a partir dali resultou em páginas belíssimas no livro da vida tanto
de um quanto de outro. No centro, o Espírito Meimei, na verdade Irma
de Castro, desencarnada no auge de sua juventude em consequência de uma
nefrite crônica que a acompanhou grande parte da existência recém terminada.
Ao longo das décadas que se seguiriam inúmeras paginas Meimei
verteu através da mediunidade do amigo de muitas vidas, celebrando Natais, Dias
das Mães, entre outras datas comemorativas, além de revelações importantes. Meimei
é personagem do livro AVE CRISTO,
(feb,1953) escrito pelo Espírito Emmanuel, onde tinha o nome Blandina,
filha única de Taciano, que não era outro senão o próprio marido Arnaldo
Rocha do século XX. Blandina, por sinal, a responsável
por núcleo de assistência a crianças recém-desencarnadas descrito no livro do
Espírito André Luiz, ENTRE A
TERRA E O CÉU (1954, feb). Além de mensagens incluídas obras de Autores
Diversos, quase uma dezena produzida por Meimei, faz parte do acervo de mais
de quatro centenas de obras publicadas com material materializado em nosso
Plano, graças ao impecável trabalho de Chico Xavier. Dentre os inspiradores
textos da iluminada Entidade Espiritual, destacamos para sua avaliação a
intitulada ESCOLA DA BÊNÇÃO:
- Sofres cansaço da vida, dissabores
domésticos, deserção de amigos, falta de alguém...
Por isso, acordaste sem paciência,
tentando esquecer.
Procuraste espetáculos públicos que te
não distraíram e usastes comprimidos repousantes que não te anestesiaram o
coração.
Entretanto, para teu reconforto, pelo
menos uma vez por semana, sai de ti mesmo e busca na caridade, a escola da
bênção.
Em cada compartimento aprenderás
diversas lições ao contato daqueles que leem na cartilha das dores que
desconheces.
Surpreenderás o filme real da angústia
no martírio silencioso dos que jazem num catre de espinhos, sem se queixarem, e
a emocionante novela das mães sozinhas que ofertam, gemendo, aos filhos
nascituros a concha do próprio seio como prato de lágrimas.
Fitarás homens tristes, suando
penosamente por singela fatia de pão, como atletas perfeitos do sofrimento, e
os que disputam valorosamente com os animais um lugar de repouso ao pé de
ruínas em abandono.
Observarás, ainda mais, os paralíticos
que sonham com a alegria de se arrastarem, os que se vestem de chagas
esfogueantes, suplicando um momento de alívio, os que choram mutilações
trazidas do berço e os que vacilam, desorientados, na noite total da loucura...
Verte-ás, então, consolado, estendendo consolo,
e, ajustado a ti mesmo, volverás ao conforto da própria casa, murmurando,
feliz:
- Obrigado, meu Deus!
quarta-feira, 27 de maio de 2015
TRÍADES - INTERESSANTE MÉTODO DE APRENDIZAGEM
Em artigo estabelecendo uma correlação entre o Druidismo e o
Espiritismo, publicado no número de
abril de 1858, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec argumenta que “os Druidas tinham uma predileção
particular pelo número três e o empregavam especialmente, como mostram a
maioria dos monumentos gauleses, para a transmissão de suas lições que,
mediante esse corte preciso, mais facilmente era gravada na memória”. Realmente é muito interessante a formulação de
conceitos através das chamadas Tríades, como reproduzido na
matéria em que Kardec emite a referida avaliação há pouco citada.
Os exemplos selecionados por ele incluem algumas Tríades sobre DEUS
E O UNIVERSO, OS TRÊS CÍRCULOS e O CIRCULO DE ABRED,
embora a literatura dos bardos – pessoas encarregadas de
transmitir conhecimentos de forma oral através de poemas cantados, o
equivalente aos chamados trovadores da história - tenha propagado enorme
quantidade de aforismos do mesmo gênero, relativos a todos os ramos do saber
humano como Ciências, História, Moral, Direito, Poesia, entre outros. Vejamos
alguns exemplos de como são facilmente assimiláveis conceitos através das
chamadas Tríades: DEUS E O UNIVERSO – 1 - Há
três unidades primitivas e de cada uma delas não podia existir mais que uma: um
Deus, uma Verdade e um Ponto de Liberdade, isto é, o ponto onde se encontra o
equilíbrio de toda posição. 2- Três coisas procedem das três unidades
primitivas: toda vida, todo Bem e todo poder. 3- Deus é, necessariamente, três
coisas: a maior parte da vida, a maior parte de ciência e a maior parte do
poder; e de cada coisa não poderia haver parte maior. 4- Três coisas Deus não
poderia deixar de ser: o que deve constituir o Bem perfeito, o que deve querer
o Bem perfeito e o que deve realizar o Bem perfeito. 5- Três garantias do que
Deus faz e fará: seu poder infinito, sua sabedoria infinita, seu amor infinito;
pois não há nada que não possa ser efetuado, que não possa tornar-se verdadeiro
e que não possa ser desejado por atributo.(...) OS TRÊS CÍRCULOS
- 12- Há três círculos de existência: o círculo da região vazia (CEGANT) – exceto Deus – não há nada
vivo nem morto e nenhum Ser que Deus não possa atravessar; o círculo da
migração (ABRED) onde todo Ser animado procede da morte, que o homem
atravessou; e o círculo da felicidade (GWINFYD), onde todo Ser animado
procede da vida, que o homem atravessará no Céu. 13- Três estados sucessivos
dos Seres animados: o estado de humilhação no abismo ANUNF, o estado de
liberdade na Humanidade e o estado de felicidade no Céu. 14- Três fases
necessárias de toda existência em relação à vida: o começo em ANNOUNF, a
transmigração em ABRED e a plenitude em GWYNFID; e, sem estas
três coisas, nada pode existir, exceto Deus.(...) O CÍRCULO ABRED – 15 - Três coisas necessárias no círculo
de ABRED: o menor grau possível de toda vida e, daí, o seu começo; a
matéria de todas as coisas e, daí, o crescimento progressivo, o qual não se
realiza no estado de carência; e a formação de todas as coisas da morte e, daí,
a debilidade das existências. 16 – Três coisas das quais todo Ser vivo
participa necessariamente, pela justiça de Deus: o socorro de Deus em ABRED,
porque sem isto ninguém poderia conhecer coisa alguma; o privilégio de
participar do amor de Deus; e o acordo com Deus quanto à realização pelo poder
de Deus, enquanto for justo e misericordioso. 17- Três causas da necessidade do
círculo de ABRED: o desenvolvimento da substância material de todo Ser animado;
o desenvolvimento de todas as coisas; e o desenvolvimento da força moral para
superar todo contrário e a CYTHRÔL (o mau Espírito) e para libertar-se de DRUG
(o mal). E sem esta transição de cada estado de vida, não poderia haver nele a
realização de nenhum Ser. Em meio à suas análises comparativas, Alan Kardec
comenta: -“Por meio de que conduta a alma realmente se eleva nesta vida e
merece, após a morte, alcançar um modo superior de existência? A resposta dada
a esta pergunta pelo Cristianismo é de todos conhecida: é com a condição de
destruir em si o egoísmo e o orgulho, de desenvolver no íntimo de sua substância
as forças da humildade e da caridade, únicas eficazes e meritórias aos olhos de
Deus: Bem aventurados os mansos, diz o Evangelho; bem aventurados os humildes.
A resposta do Druidismo é bem diversa e contrasta claramente com esta última.
Conforme suas lições, a alma eleva-se na escala das existências, com a condição
de, pelo trabalho sobre si mesma, fortificar a própria personalidade. E este
resultado ela o obtém naturalmente, pelo desenvolvimento da força de caráter,
aliada ao desenvolvimento do saber.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
ATUALÍSSIMO
Em comentário aparentemente irônico, Chico
Xavier disse ter ouvido de representante de outra escola religiosa, que
“os
espíritas haviam conseguido um prodígio: -Tornarem-se inimigos íntimos”.
Uma análise superficial que seja a respeito das atividades de instituições que
nasceram e trabalham em nome do Espiritismo, confirmará a assertiva feita ao
médium mineiro. Em mais de um século e meio de atividades desenvolvidas,
especialmente em terras brasileiras, acentuadas após as aparições de Chico
Xavier nos dois programas PINGA
FOGO, da extinta TV Tupi, segundo dizem os Espíritos que
orientam as atividades de disseminação dos princípios espíritas, também é grande o número daqueles “que
faliram nas missões da mediunidade e da doutrinação”. A constatação não
é de hoje, pois, André Luiz, reproduzindo no livro OS MENSAGEIROS, (1944, feb), o parecer de uma das Entidades
dedicadas aos esforços da comunicação espiritual em nossa Dimensão, já alertava
para a contraditória realidade. Segundo ele, “as transições essenciais da existência na
Terra encontram a maioria dos homens absolutamente distraídos das realidades eternas.
A mente humana abre-se, cada vez mais, para o contato com as expressões
invisíveis, dentro das quais funciona e se movimenta. Isto é uma fatalidade
evolutiva. Toda expressão religiosa é sagrada, todo movimento superior de
educação espiritual é santo em si mesmo. Sacerdotes e intérpretes dos núcleos
organizados da religião e da filosofia, não percebem ainda que o espírito da
Revelação é progressivo, como a alma do homem. As concepções religiosas se elevam
com a mente da criatura. Muitas Igrejas não compreendem, por enquanto, que não
devemos espalhar a crença nos tormentos eternos para os desventurados, e sim a
certeza de que há homens infernais criando infernos para si mesmos. Não
podemos, porém, perder tempo no exame da teimosia alheia. Temos serviços
complexos e dilatados. (...). A
Humanidade terrena aproxima-se, dia a dia, da esfera de vibrações dos
invisíveis de condição inferior, que a rodeia em todos os sentidos. Mas,
segundo reconhecemos, esmagadora percentagem de habitantes da Terra não se
preparou para os atuais acontecimento evolutivos. E os mais angustiosos conflitos se verificam no
sendal humano. A Ciência progride vertiginosamente no planeta e, no entanto, à
medida que se suprimem sofrimentos do corpo, multiplicam-se aflições da alma. Os
jornais do mundo estão cheios de notícias maravilhosas, quanto ao progresso
material. Segredos sublimes da Natureza são surpreendidos nos domínios do mar, da
terra e do ar; mas a estatística dos crimes humanos é espantosa. Os assassínios
da guerra apresentam requintes de perversidade muito além dos que foram conhecidos
em épocas anteriores. Os homicídios, os suicídios, as tragédias conjugais, os
desastres do sentimento, as greves, os impulsos revolucionários da
indisciplina, a sede de experimentação inferior, a inquietação sexual, as moléstias
desconhecidas, a loucura, invadem os lares humanos. Não existe em país algum,
preparação espiritual bastante para o conforto físico. Entretanto, esse
conforto tende a aumentar naturalmente. O homem dominará, cada vez mais, a
paisagem exterior que lhe constitui moradia, embora não se conheça a si mesmo. Atendido,
porém, o corpo revelará as necessidades da alma e vemos agora a criatura
terrestre assoberbada de problemas graves não só pelas deficiências de si
própria, senão também pela espontânea aproximação psíquica com a esfera
vibratória de milhões de desencarnados, que se agarram à Crosta planetária,
sequiosos de renovar a existência que menosprezaram, sem maior consideração aos
desígnios do Eterno. Não podemos, no entanto, circunscrever apreciações, na visão unilateral do problema. Concordamos
que a reverência
ao Pai, a fé e a vontade são expressões
básicas da realização divina no homem, mas não podemos esquecer que o trabalho é
necessidade fundamental de cada espírito. Que outros irmãos nossos perseverem,
tão somente, nas especulações teológicas; encaremos, porém, os serviços do Senhor,
como se faz indispensável. A Humanidade terrena, atualmente, é como um grande
organismo coletivo, cujas células, que são as personalidades humanas se
envolvem no desequilíbrio entre si, em processo mundial de reajustamento e redenção.
Quantos cooperam conosco, veem a extensão dos cipoais em que se debate a mente
humana. Criminosos agarram-se a criminosos, doentes associam-se a doentes.
Precisamos oferecer, no mundo, os instrumentos adequados às retificações
espirituais, habilitando nossos irmãos encarnados a um maior entendimento do Espírito
do Cristo”. No
sentido de refletirmos sobre o papel desempenhado por nós mesmos nesse momento
crucial na fase de transição para novo Ciclo Evolutivo, deixou-nos um alerta: -“Para
consegui-lo, todavia, necessitamos de colaboradores fiéis, que não cogitem de
condições, compensações e discussões, mas que se interessem pela sublimidade do
sacrifício e de renuncia com o Senhor”.
sábado, 23 de maio de 2015
O LENTO, CÍCLICO E ADMINISTRADO PROCESSO DE EVOLUÇÃO
Quando o Orientador
Espiritual Emmanuel respondeu ao médium Chico Xavier que “do
último quartel do século 19 para cá (1965), de 15 a 20 milhões de Espíritos
da cultura francesa, principalmente simpatizantes da obra de Allan Kardec, se
reencarnaram no Brasil, para dar corpo às ideias da Doutrina Espírita e fixarem
os valores da reencarnação”, estava sugerindo que para que o segundo
propósito dessa transferência em massa fosse alcançado contava com ideias
incorporadas às estruturas mentais desses Espíritos, que, como se sabe, são
remanescentes daqueles que animaram a grande comunidade Celta ou Gaulesa que
deu origem, segundo historiadores, à França, Bélgica e Itália. No número de abril
de 1858, da REVISTA ESPÍRITA,
Allan
Kardec desenvolve interessantes argumentos sobre as conexões entre
Espiritismo e o Druidismo praticado por aquele povo, reproduzindo interessante
texto de autoria desconhecida que confirma sua suposição. Afirma Kardec
“saber-se,
com efeito que a Gália é, ainda em nossos dias, o mais fiel asilo da
nacionalidade gaulesa que, entre nós, sofreu profundas modificações. Apenas
roçada pela dominação romana, que nela se deteve pouco tempo e fracamente;
preservada da invasão dos bárbaros pela energia de seus habitantes e pelas
dificuldades de seu território; submetida, mas tarde, à dinastia normanda, a
qual, entretanto, se viu obrigada a lhe deixar um certo grau de independência,
o nome de Galles – Gallia, que sempre conservou, é um traço distintivo, pelo
qual se liga, sem descontinuidade, no período antigo. A língua kymrica,
fala outrora em toda parte setentrional da Gália, jamais deixou de ser usada;
muitos costumes são igualmente gauleses. De todas as influências estranhas, a
única que logrou um triunfo completo foi o Cristianismo. Mas não o conseguiu
sem grandes dificuldades, relativamente à supremacia da Igreja Romana, cuja
reforma, no século XVI não fez mais que determinar a sua queda, há muito
preparada, nessas regiões cheias de um sentimento de indefectível independência.
Pode-se mesmo dizer que, convertendo-se ao Cristianismo, os druidas não se
extinguiram totalmente na Gália, como na nossa Bretanha e em outras regiões de
sangue gaulês”. Argumentando que “os
temas desenvolvidos nas tríades, estão mesmo tão completamente fora do Cristianismo que as raras
influências cristãs que aqui e ali se infiltraram no seu conjunto, logo à
primeira vista se distinguem do fundo primitivo. Os Druidas tinham uma
predileção particular pelo número três e o empregavam especialmente, como
mostram a maioria dos monumentos gauleses, para a transmissão de suas lições
que, mediante esse corte preciso, mais facilmente era gravada na memória. (...).
Desta série de tríades, as onze primeiras são consagradas à exposição dos
atributos característicos da Divindade. É obvio que nesta seção as influências
cristãs, como era fácil de prever, tivessem ação maior. Se não se pode negar
que o Druidismo tenha conhecido o princípio da unidade de Deus, talvez por sua
mesma predileção pelo número ternário se tenha elevado a conceber, de certo
modo confuso, algo como a divina Trindade. É contudo incontestável que o que
completa esta alta concepção teológica – a saber, a distinção das pessoas e, particularmente,
da terceira, - ficou completamente estranho a essa antiga religião. Tudo conduz
à prova de que seus antigos sectários se preocupavam muito mais em fundar a
liberdade do homem do que a caridade. E foi mesmo consequência dessa falsa
posição do ponto de partida que ela pereceu. Também parece razoável referir a
uma influência cristã, mais ou menos determinada, todo esse exórdio, principalmente
a partir da quinta tríade. Em seguida aos princípios gerais relativos à
natureza de Deus, passa o texto a expor a constituição do Universo. O conjunto
dessa constituição é formulado superiormente em três tríades que, mostrando ser
particular numa ordem absolutamente diferente daquela de Deus, completam a ideia
que deve ser feita do Ser único e imutável. Sob fórmulas mais explícitas estas
tríades mais não fazem, entretanto, que reproduzir aquilo que já era sabido,
pelo testemunho dos Antigos, sobre a doutrina da circulação das almas passando
alternadamente, da vida à morte e da morte à vida
quinta-feira, 21 de maio de 2015
A ILUSÃO DAS APARÊNCIAS
As chamadas reuniões de
tratamento da obsessão poderão se constituir em fonte inesgotável de
confirmação dos Princípios da Reencarnação, bem como dos mecanismos do
instrumento que os regula que é a Lei de Causa e Efeito. Excetuando-se os casos
preservados pelos excelentes livros NOVOS
RUMOS A MEDICINA e A PSIQUIATRIA EM FACE DA REENCARNAÇÃO,
organizados pelo médico Inácio Ferreira que, ao longo de
cinquenta anos, dirigiu o pioneiro Sanatório Espirita de Uberaba (MG),
inexistem outros estudos associando os transtornos mentais patológicos e
obsessivos – como proposto por Allan Kardec -, e, os equívocos do
passado dos envolvidos. Um incalculável desperdício, pois, nos tratamentos
desenvolvidos em função desses trabalhos, surpreendentes revelações
surgem. O caso do Espírito Joaquim
tratado no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo (MG), enquadra-se na
situação. Segundo o dirigente encarnado dos trabalhos ali realizados em favor
da desobsessão, a entidade manifestou-se numa das reuniões através do médium Chico
Xavier, revoltada e infeliz. Dizia-se molestado por fortes jatos de
água fria, alegando estar sendo dissecado vivo numa aula de anatomia numa
Faculdade de Medicina. Afirmava sentir pavoroso sofrimento, repetindo, a cada
passo, entre lágrimas: -“Como é possível aplicar semelhante
procedimento a um homem vivo? Não há justiça na Terra?”. Meses depois,
retornaria, segundo ele, para trazer ao grupo notícias suas. Na comunicação preservada
em um gravador disponibilizado por admirador daquelas tarefas e depois
transcrita, Joaquim conta o seguinte: -“Minha
derradeira máscara física era a de um pobre homem, que tombou na via pública,
num insulto cataléptico. Tão pobre que ninguém lhe reclamou o suposto cadáver.
Conduzido à laje úmida, não consegui falar e nem var, contudo, não obstante a
inércia, meus sentidos da audição e do olfato, tanto quanto a noção de mim
mesmo, estavam vigilante. Impossível para mim descrever-nos o que significa o
pavor de um morto-vivo. Depois de muitas horas de expectação e agonia moral,
carregaram-me seminu para a câmara fria. Suportei o ar gelado, gritando
intimamente sem que a minha boca hirta obedecesse. Não posso enumerar as horas
de aflição que me pareceram intermináveis. Após algum tempo, fui transportado
para certo recinto, em que grande turma de jovens me cercou, em animada
conversação que primava pela indiferença à minha dor. Inutilmente procurei
reagir. Achava-me cego, mudo, paralítico... Assinalava, porém, as frases
irreverentes em torno e conseguia ajuizar, quanto à posição dos grupos a se
dispersarem junto de mim... Mais alguns minutos de espera ansiosa e senti que
lâmina afiada me rasgava o abdômen.
Protestei com mais força, no imo de minha alma, no entanto, minha língua
jazia imóvel. Tolerando padecimentos inenarráveis, observei que me abriam o
tórax e me arrebatavam o coração para estudo. Em seguida, um hoque no crânio
para a trepanação fez-me perder a noção de mim mesmo e desprendi-me, enfim,
daquele fardo de carne viva e inerte, fugindo horrorizado qual se fora um cão hidrófobo,
sem rumo... Não tenho palavras para expressar a perturbação a que me reduzira.
E, até agora, não sou capaz de imaginar, com exatidão, as horas que despendi na
correria martirizante. Trazido, porém, à vossa casa, suave calor me requentou o
corpo frio. Escutei vossas advertências e orações. E braços piedosos de
enfermeiros abnegados conduziram-me de maca a um hospital que funciona como
santa retaguarda, além do campo em que sustentais abençoada luta. Banhado em
águas balsâmicas, aliviaram-se-me as dores. Transcorridos alguns dias, implorei
o favor de vir ao vosso núcleo de prece, solicitando-vos cooperação para que
todos os cadáveres, constrangidos aos tormentos da autopsia, recebessem, por
misericórdia, o socorro de injeções anestésicas (...). Em resposta, porém, à
minha alegação, um de vossos amigos, que considero agora também por meus amigos
e benfeitores -, numa simples operação magnética, mergulhou-me no conhecimento
da realidade e vi-me, em tempo recuado, envergando o chapéu de um mandarim principal.
O rubi simbólico investia-me na posse de larga autoridade. Revi-me, numa noite
de festa, determinando que um de meus companheiros, por mero capricho de meu
orgulho, fosse lançado em plena nudez num pátio gelado. Ao amanhecer,
recomendei lhe furtassem os olhos. Mandei algemá-lo qual se fora um potro
selvagem, embora clamasse compaixão. Impassível, ordenei fosse ele esfolado
vivo. Depois, quando o infeliz se debatia nas vascas da morte, decidi fosse o
seu crânio aberto, antes de entregue aos abutres, em pleno campo. Exigi, ainda,
lhe abrissem o abdômen e o tórax. Reclamei-lhe o coração numa bandeja de prata.
O toque magnético impusera-me o conhecimento de minha dívida”.
terça-feira, 19 de maio de 2015
O UNIVERSO E A DOUTRINA ESPÍRITA
O Espiritismo bem antes de
muitos dos avanços da chamada Ciência ofereceu, através dos conteúdos
apresentados por Allan Kardec em suas obras, uma visão avançada considerando os
conhecimentos disponíveis na época. A ideia da realidade espiritual anteceder e
determinar em vários pontos a em que nós vivemos é uma delas, visto que, como
se sabe a Física Quântica através da Teoria das Supercordas, além de afirmar a
existência de Universos Paralelos em outras Dimensões, diz que “mesmo que
as dimensões ocultas do Espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a
realidade física em que vivemos”. Na sequência, destacamos alguns pontos interessantes
para nossas reflexões: 1- O
Universo é ao mesmo tempo um mecanismo incomensurável, acionado por um número
incontável de inteligências, e, um imenso governo, no qual cada Ser inteligente
tem a sua parte de ação sob as vistas do soberano Senhor, cuja vontade única
mantém por toda a parte a unidade. Sob o império dessa vasta potência reguladora,
tudo se move, tudo funciona em perfeita ordem”. (G,18:4) 2- Deus
não permite que tudo seja revelado ao homem, aqui na Terra.(LE,17) 3- O véu do mistério das
coisas ocultas ao homem se ergue na medida em que ele evolui, necessitando, porém, para a
compreensão de certas coisas, de faculdades que não possui.(LE,18) 4- A ciência lhe foi
dada para seu adiantamento em todos os sentidos, não podendo, entretanto,
ultrapassar os limites fixados por Deus. (LE,19) 5- Fora da Ciência, se
Deus o julgar útil, pode acessar aquilo que ela não consegue alcançar.(LE,20) 6-
ESPAÇO - Espaço
é o infinito. 7- VAZIO ABSOLUTO - Não existe, nada é vazio. O que é
vazio segundo nossas concepções, está ocupado por uma matéria que nos escapa
aos nossos sentidos e instrumentos (LE, 36) 8- TEMPO - O tempo é a
sucessão das coisas, estando ligado à Eternidade, do mesmo modo que as coisas
estão ligadas ao Infinito. Apenas uma medida relativa da sucessão das coisas
transitórias. 9- MATÉRIA - Do ponto de vista dos conhecimentos possíveis
à inteligência terrena, é aquilo que tem extensão, pode impressionar os
sentidos e é impenetrável. Todavia,
segundo a Espiritualidade, existe em estados que não percebemos, podendo ser
tão etérea e sutil que não produza impressão nos nossos sentidos, sendo sempre
matéria, embora não o seja para nós. 10- ESPÍRITO - É o princípio
inteligente do Universo. 11- AS LEIS E AS FORÇAS - “Há um fluido etéreo –
fluido cósmico universal - que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido
é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. São-lhe
inerentes as forças que presidiram às metamorfoses da matéria, as leis
imutáveis e necessárias que regem o mundo. Essas múltiplas forças,
indefinidamente variadas segundo as combinações da matéria, localizadas segundo
as massas, diversificadas em seus modos de ação, segundo as circunstâncias e os
meios, são conhecidas na Terra sob os nomes de gravidade, coesão, afinidade,
atração, magnetismo, eletricidade ativa. Os movimentos vibratórios do agente são
conhecidos sob os nomes de som, calor, luz, etc. Em outros mundos, ela se presentam sob outros
aspectos, revelam outros caracteres desconhecidos na Terra e, na imensa
amplidão dos céus, forças em número infinito se tem desenvolvido numa escala
inimaginável, cuja grandeza tão incapazes somos de avaliar, como o é o
crustáceo, no fundo do oceano, para apreender a universalidade dos fenômenos
terrestres”. (G; 6:10) 12 -“A Natureza jamais
se encontra em oposição a si mesma. Uma só é a divisa do brasão do Universo:
unidade-variedade”. NAS OBRAS DO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ – 1- “O
Universo, a estender-se no Infinito, por milhões e milhões de sóis, é a
exteriorização do Pensamento Divino, de cuja essência partilhamos, em nossa
condição de raios conscientes da Eterna Sabedoria, dentro do limite de nossa
evolução espiritual” (NDM) 2-“O Pai Celeste é
Onipresente, através do amor de que satura o Universo. O sentimento divino é a
corrente invisível em que se equilibram os mundos e os seres”. (ETC) 3-“O Universo enquadra-se
na ordem absoluta. Aves livre em limitados céus, interferimos no Plano Divino,
criando para nós prisões e liames, libertação e enriquecimento. (NMM).
4-“A nossa Terra, com todas as esferas de substância ultra-física que a
circundam, pode ser considerada qual laranja minúscula, perante o Himalaia, e
nós outros, confrontados com a excelsitude dos Espíritos Superiores (...), não
passamos, por enquanto, de bactérias, controlados pelo impulso da fome e pelo
magnetismo do amor. Entretanto, guindados a singelas culminâncias da
inteligência, somos micróbios que sonham com o crescimento próprio para a
Eternidade”. (L)
sábado, 16 de maio de 2015
AVALIAÇÃO ACERTADA
-“Em nossa opinião, os maiores embaraços
para a expansão do Espiritismo procedem da atuação daqueles que reencarnam,
prometendo servi-lo, seja através da mediunidade direta ou da mediunidade
indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções
da esfera física”, respondeu o
Espírito Gabriel Delanne em entrevista concedida ao também Espírito André
Luiz na cidade de Paris, no dia 20 de agosto de 1965, quando da
passagem pela França, dos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira, numa das
duas viagens de intercâmbio por eles realizada entre 1965 e 1966, para conhecer
o Espiritualismo praticado nos Estado Unidos da América do Norte e alguns
países da Europa, experiência parcialmente reproduzida no livro ENTRE IRMÃOS DE OUTRAS TERRAS (1965, feb).
Na avaliação, pode também ser enquadrada a tentativa feita pela Espiritualidade
dois séculos antes de acender a luz da Verdade Espiritual no obscuro cenário da
cultura terrestre, como se depreende de entrevista efetuada em 23 de setembro
de 1859, na Sociedade Espírita de Paris, cumprindo compromisso assumido após
ser evocação ao final da reunião de 16 de setembro passado, reproduzida por Allan
Kardec no número de novembro daquele ano, da REVISTA ESPÍRITA. No foco, um
verdadeiro gênio na avaliação convencional dos intelectuais, formado em
Engenharia de Minas, cientista, teólogo, político, filósofo e inventor, que viveu
84 anos entre 1688 e 1772. Filho de um bispo luterano, nascido em Estocolmo, na
Suécia, aos 56 anos, após um jantar tarde da noite, em Londres, Inglaterra,
passou a ter a primeira de uma série de visões com um Espírito que, segundo
escreveria, posteriormente, lhe disse: -“Eu sou Deus, o Senhor, Criador e Redentor.
Escolhi-te para explicar aos homens o sentido interior e espiritual da Sagrada
Escritura. Ditarei o que deves escrever”. Antes de começar a responder
as questões pelas quais ali se encontrava, teceu alguns comentários avaliando sua
contribuição de um século antes, dizendo que “um século antes pregara o
Espiritismo, vendo-se diante de inimigos de todos os gêneros, mas também de
fervorosos adeptos”. Acrescentou que “sua moral espírita e sua
doutrina não estavam isentas de grandes erros, que hoje reconhecia”.
Reconhece que “quando de sua primeira visão já se ocupava das questões teológicas, desejando,
de algum modo, as revelações de que foi testemunha, tendo, entretanto, elas
ocorrido espontaneamente”. Afirmou que “o Espírito que lhe apareceu
dizendo ser Deus, não o era, tendo ele pensado ter dele ouvido isso, por nele
ter visto um Ser sobre-humano, sentindo-se lisonjeado com diante da aparição”
e, que “o mesmo tomou o nome de Deus para ser melhor obedecido”. Considerava
também que o Espírito que o fez escrever coisas que reconhecia hoje errôneas, “não
agira com má intenção, pois ele mesmo estava enganado por não ser bastante
esclarecido”, entendendo atualmente que as ilusões do seu próprio
Espírito e inteligência, o influenciavam, contra sua vontade, e, chamando
a atenção para o fato de que “no meio de alguns erros de sistemas, fácil
é reconhecer grandes verdades”. A propósito do princípio em sua teoria
de existir
uma correspondência entre cada coisa do mundo material e cada coisa do mundo
moral, respondeu não passar de ficção e, sobre Deus
ser o próprio homem, esclareceu que “Deus não é o homem: o homem é que
é uma imagem de Deus, representando Deus sobre a Terra pelo poder que exerce
sobre toda a Natureza e pelas grandes virtudes que tem o poder de adquirir; não
sendo o homem uma parte da Divindade, apenas a sua imagem”. Indagado
sobre a forma como eram recebidas suas comunicações por parte dos Espíritos,
contou: -“Quando eu estava em silêncio e recolhimento, meu Espírito como que
ficava deslumbrado, em êxtase, e eu via claramente uma imagem a minha frente, a
qual me falava e ditava o que eu deveria escrever. Por vezes minha imaginação
aí se misturava”. Avaliando a contribuição de Swedenborg, Allan Kardec
diz: -“Ainda
que rendendo justiça ao mérito pessoal de Swedenborg como cientista e como
homem de Bem, não nos podemos constituir defensores de doutrinas condenadas
pelo mais elementar bom sendo. O que resulta mais claramente conforme o que
conhecemos dos fenômenos Espíritas, é a existência de um Mundo Invisível e a
possibilidade de nos comunicarmos com ele. Swedenborg gozou de uma faculdade
que em seu tempo pareceu sobrenatural. É por isto que admiradores fanáticos o
encararam como um Ser excepcional. Em tempos mais remotos ter-lhe-iam levantado
altares. Aqueles que não acreditavam nele o consideraram um cérebro exaltado ou
um charlatão. Para nós era um médium vidente e um escritor intuitivo, como os há
aos milhares”.
quinta-feira, 14 de maio de 2015
CONEXÕES
Vinte e quatro anos após o
Psiquiatra Brian Weiss surpreender-se com as revelações de uma paciente de
nome Catherine
a ele encaminhada por colegas de trabalho no Hospital onde respondia pela
direção do Departamento de Psiquiatria, na cidade de Miami, nos Estados Unidos
da América do Norte, demonstrou o quanto havia aprendido através dos 4 mil
pacientes que se sucederam em seu consultório. E, embora ignorando as
informações e conteúdos oferecidos pelo Espiritismo, a verdade é que suas
pesquisas conduzidas com isenção de preconceitos mostram-se perfeitamente
identificadas com a original proposta apresentada mais de um século antes pelo
intelectual e educador francês oculto no pseudônimo Allan Kardec. Um dos
casos por ele tratados envolvia um empresário emocionalmente instável o que se
refletia em problemas da hipertensão; tendo sofrido um ataque do coração, na
iminência de ter outro; obeso, fumante, trabalhador compulsivo, avesso à
férias, com 52 anos de idade, aparentando 60. Conta que no primeiro enfarto,
viveu uma experiência de quase morte em que em se sentindo sair do corpo se viu
encaminhando para uma luz azul o que lhe infundiu a consciência de que tudo
ficaria bem. Mesmo assim continuava intransigente com as pessoas do trabalho e
com sua mulher e filhos. Nos estados alterados de consciência pela hipnose a que
se submeteu, numa sessão se viu numa existência como velho estalajadeiro alcóolatra
na Idade Média, sete séculos antes, em cidade da Alemanha, às vésperas de
desencarnar vitimado por um derrame. Identificou sua esposa atual como filho na
vida passada, e sua filha no presente como sua mulher naquela encarnação. Uma
das constatações é a de que “as pessoas importantes em nossa vida
presente foram importantes em vidas passadas e permanecem conosco”. Tanto
n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS quanto em OBRAS PÓSTUMAS, encontram-se afirmações
de Allan
Kardec sobre essa interligação entre os Seres na sua caminha da
evolutiva. Segundo ele, “muitas vezes um indivíduo renasce na mesma
família, ou, pelo menos, os membros de uma família renascem juntos para
constituir uma família noutra posição social, a fim de apertarem os laços de
afeição entre si, ou reparar agravos recíprocos”. E, acrescenta: -“Por
considerações de ordem mais geral, a criatura renasce no mesmo meio, na mesma
nação, na mesma raça, quer por simpatia, quer para continuar, com os elementos
já elaborados, estudos começados, para se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos
encetados e que a brevidade da vida não lhe permitiu acabar”. Outra
constatação do Dr Weiss: -“A forma mais provável de reencarnar num
grupo de pessoas específico, definido por religião, raça, nacionalidade ou
cultura, é odiar essas pessoas numa vida pregressa, ter preconceito ou praticar
violência contra esse grupo”. Exemplo disso foi oferecido pelo Espírito
Emmanuel,
o orientador das tarefas mediúnicas de Chico Xavier, que rememorando
existências passadas, no livro HÁ DOIS
MIL ANOS, identifica-se como um Senador romano que, como se sabe alimentava
ódio pelos dominados judeus e, após sua morte, reencarna como personagem
central do livro 50 ANOS DEPOIS, na
condição de um escravo judeu reconhecido pelos profundos conhecimentos a
respeito da história de Roma. Dentre as experiências do psiquiatra americano,
encontra-se a com bem sucedida profissional de pouco mais de trinta anos,
mergulhada numa depressão pela recente separação do marido logo após os ataques
suicidas de 11 de setembro no World Trade Center, em Nova Iorque. Um sentimento
de profunda e obsessiva solidariedade aos judeus e aversão aos árabes. Já na primeira
regressão buscando entender seu comportamento atual, viu-se na Segunda Guerra
Mundial, como um oficial nazista, membro da S.S., apaixonado por seu trabalho
de supervisor do embarque de judeus a quem considera “vermes” nos vagões que
vão levá-los a Dachau, para morrer, não sentido nada pelas pessoas que matara
durante tentativas de fuga. Quando de sua morte na referida vida, revisando-a
sentiu remorso e culpa intensa, o que a trouxe a nova encarnação para confirmar
seu aprendizado e recompensar aqueles a que ferira em sua vida germânica. Outra
constatação derivada das regressões de vários pacientes por ele tratados: A alternância
da condição masculina para a feminina e vice versa. A revelação
inclui-se entre as respostas dadas a Allan Kardec nas questões 200 a 202 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, publicado em
1857. Ali, numa nota de rodapé, derivada dos esclarecimentos das Entidades
Superiores, descobre-se que “os Espíritos se encarnam homens ou mulheres
porque não tem sexo como o entendemos. Como devem progredir em tudo, cada sexo,
como cada posição social, lhe oferece provas à deveres especiais, além da
oportunidade de adquirir experiência. Aqueles que fosse sempre homem não
saberia senão o que sabem os homens”.
terça-feira, 12 de maio de 2015
A VOLTA DO MÉDICO
Paulista de Tatuí, o Dr Alberto
Seabra já aos 16 anos, iniciou seus
estudos de Medicina, em na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Pioneiro da
Homeopatia no Brasil, desencarnou em 1934 após uma intensa vida dedicada à
filantropia e às causas humanistas e espiritualistas, tendo deixado importante
conjunto de livros sobre a temática. Na
noite de 7 de julho de 1955, marcou presença em reunião do Centro Espírita Luiz
Gonzaga, em Pedro Leopoldo (MG), onde, através do médium Chico Xavier, escreveu
interessante texto reafirmando suas posições enquanto encarnado. Em sua
mensagem, diz o Dr. Seabra: -“Quando os Instrutores da Sabedoria
preconizam o estudo, não desejam que o aprendiz se intelectualize em excesso,
para a volúpia de humilhar os semelhantes com as cintilações da inteligência,
e, quando recomendam a meditação, decerto não nos inclinam à ociosidade ou ao
êxtase inútil. Referem-se à necessidade de nosso aprimoramento interior para
mais vasta integração com a Luz Infinita, porque o reflexo mental vibra em
tudo. Nossa alma pode ser comparada a um espelho vivo com qualidades de
absorção e exteriorização. Recolhe a força da vida em ondas de sentimento e
emite-as em ondas de pensamento a se expressarem através de palavras e
atitudes, exemplos e fatos. Refletimos, assim, constantemente, uns nos outros.
É pelo reflexo mental que se estabelece o fenômeno da afinidade, desde os
reinos mais simples da Natureza. Vemo-lo nos animais que se acasalam, no mesmo
tom de simpatia, tanto quanto nas almas que se reúnem na mesma faixa de
entendimento. Quando se consolida a amizade entre um homem e um cão, podemos
registrar o reflexo da mente superior da criatura humana sobre a mente
fragmentária do Ser inferior, que passa então a viver em regime de cativeiro
espontâneo para servir ao dono e condutor, cuja projeção mental exerce sobre
ele irresistível fascínio. É desse modo que Espíritos encarnados podem
influenciar entidades desencarnadas, e vice-versa, provocando obsessões e
perturbações, tanto na esfera carnal como além-túmulo. As almas que partem
podem retratar as que ficam, assim como as almas que ficam podem retratar as
almas que partem. Quando pranteamos a memória de alguém que nos antecede, aí no
mundo, na viagem da morte, atiramos nesse alguém o gelo de nossas lágrimas ou o
fogo de nossa tortura, lhe conturbando o coração, toda vez que esse Espírito
não for suficientemente forte para sobrepor-se ao nosso infortúnio. E quando
alguém se ausenta da carne, carreando aflições e pesares procedentes de nossa
conduta, arremessará da vida espiritual sobre nossa alma os dardos magnéticos
da lembrança infeliz que conserva a nossa respeito, prejudicando-nos o passo no
mundo, caso não estejamos armados de arrependimento para renovar a situação,
criando imagens de harmonia restauradora. Em razão disso, convém meditar nos ideais,
aspirações, pessoas e coisas que refletimos, porque todos nos subordinamos,
pelo reflexo mental, ao fenômeno da conexão. Estamos inevitavelmente ligados a
tudo o que nos merece amor. Essa lei é inderrogável em todos os planos do
Universo. Os mundos no Espaço refletem os sóis que os atraem, e a célula, quase
inabordável no corpo humano, reflete o alimento que lhe garante a vida. Os
planetas e os corpúsculos, porém, permanecem escravizados a leis cósmicas e
organogênicas irrevogáveis. O Espírito consciente, no entanto, embora submetido
às leis que lhe presidem o destino, tem consigo a luz da razão que lhe faculta
a escolha. A inteligência humana, encarnada ou desencarnada, pode contribuir,
pelo poder da vontade, na educação ou na reeducação de si própria, selecionando
os recursos capazes de lhe favorecerem o aperfeiçoamento. A reflexão mental no
homem pode, assim, crescer em amplitude e sublimar-se em beleza para absorver
em si a projeção do Pensamento Superior. Tudo dependerá de nosso propósito e
decisão. Enquanto nos comprazemos com a ignorância ou com a indiferença para
com os princípios que nos governam, somos cercados sem defensiva por
pensamentos de todos os tipos, muitas vezes na forma de monstruosidades e
crimes, em quadros vivos que nos assaltam a imaginação ou em vozes
inarticuladas que nos assomam à acústica do Espírito, conduzindo-nos aos mais
escuros ângulos da sugestão. É por isso que notamos tanta gente ao sabor das
circunstâncias, aceitando simultaneamente o Bem e o mal, a verdade e a mentira,
a esperança e a dúvida, a certeza e a negação, à maneira de folha volante na
ventania. Eduquemo-nos, estudando e meditando, para refletir a Divina
Inspiração. Lembremo-nos de que o impulso automático do braço que levanta a
lâmina homicida pode ser perfeitamente igual, em movimento, ao daquele que
ergue um livro enobrecedor. A atitude mental é que faz a diferença. Nosso
pensamento tem sede de elevação, a fim de que a nossa existência se eleve.
Construamos em nós o equilíbrio e o discernimento. Rendamos culto incessante à
bondade e à compreensão. Habitualmente contemplamos no espelho da alma alheia a
nossa própria imagem, e, por esse motivo, recolhemos dos outros o reflexo de
nós mesmos ou então aquela parte dos outros que se harmoniza com o nosso modo
de ser. Não bastam à nossa felicidade aquisições unilaterais de virtude ou
valores incompletos. Todos temos fome de plenitude. O desejo é o imã da vida.
Desejando, sentimos, e, pelo sentimento, nossa alma assimila o que procura e
transmite o que recebe. Aprendamos, pois, a querer o melhor para refletir o
melhor em nossa ascensão para Deus”.
domingo, 10 de maio de 2015
A RESPOSTA
Algumas pessoas contestam a doutrina da
reencarnação, como contrária aos dogmas da Igreja, concluindo que a mesma não
existe. Que é que se pode responder? A resposta, certamente procurada por muitos, pode ser encontrada no número
de dezembro
de 1862, em que Allan Kardec inclui interessante
comentário resultante da carta recebida do amigo de um socialista francês da
primeira parte do Século 19, desencarnado em 1837, François Marie Charles Fourier,
e que elaborara uma teoria que, segundo o missivista, encontrara também na
Doutrina Espírita. Na sua missiva resumindo alguns dos principais pontos da
visão de Fourier, o remetente comenta também que encontrara a mesma
visão num opúsculo elaborado pelo redator do jornal Siècle, Sr Louis
Jordan publicado pela primeira vez em 1849 antes, portanto, que se
cogitasse do Espiritismo, revelando, uma perfeita intuição desta lei da
natureza tão esquecida até o surgimento do Espiritismo. Escreveu Kardec: -“A
resposta é muito simples. A reencarnação não é um sistema que dependa dos
homens adotar ou não, como se faz com um sistema político; é uma lei inerente à
Humanidade, como comer, beber e dormir; uma alternativa da vida da alma como a
vigília e o sono são alternativas da vida do corpo. Se é uma lei da natureza,
não é uma opinião contrária que se a possa impedir de ser. A Terra não gira ao
redor do Sol porque se o acredite, mas porque obedece a uma lei; e os anátemas
que foram lançados contra esta lei não impediram que a Terra girasse. Assim,
como a reencarnação: não será a opinião de alguns homens que os impedirá de
renascerem, se tiverem que renascer. Admitido que a reencarnação é uma lei da
natureza, suponhamos que ela não possa acomodar-se com um dogma: trata-se de saber
se a razão está como dogma ou com a lei. Ora, quem é o autor da lei da
natureza, senão Deus? No caso, direi que não é a lei que contraria o dogma, mas
o dogma que contraria a lei, desde que qualquer lei da natureza é anterior ao
dogma e os homens renasciam antes que o dogma fosse estabelecido. Se houvesse
incompatibilidade absoluta entre um dogma e uma lei da natureza, isto seria a
prova de que o dogma é obra dos homens, que não conheciam a lei, pois Deus não
pode contradizer-se, desfazendo de um lado aquilo que fez do outro. Sustentar
essa incompatibilidade é, pois, fazer o processo do dogma. Segue-se que o dogma
é falso? Não, mas apenas que é suscetível de uma interpretação, como foi
interpretada a Gênese, quando se reconheceu que os seis dias da Criação não se
acomodavam com a lei da formação do Globo. A religião ganhará com isso, pois
haverá menos incrédulos. A questão é saber se existe ou não a reencarnação.
Para os espíritas há milhares de provas contra uma que é inútil repetir. Direi
apenas que o Espiritismo demonstra que a pluralidade de existências não só é
possível, mas necessária, indispensável; e ele encontra a sua prova, sem falar
da revelação dos Espíritos, numa incalculável multidão de fenômenos de ordem
moral, psicológica e antropológica. Tais fenômenos são efeitos que tem uma
causa. Buscando-se a causa, encontramo-la na reencarnação, posta em
evidência pela observação daqueles fenômenos, como a presença do Sol, embora
oculto pelas nuvens, é posta em evidência pela luz do dia. Para provar que está
errada, ou que não existe, seria preciso explicar melhor, por outros meios,
tudo o que ele explica o que ninguém ainda fez. Antes da descoberta das
propriedades da eletricidade, se alguém tivesse anunciado que poderia em cinco
minutos corresponder-se a quinhentos quilômetros, não teriam faltado cientistas
que lhe provassem cientificamente, pelas leis da mecânica, que a coisa era materialmente
impossível, pois não, pois não conheciam outras leis. Para tanto havia
necessidade da revelação de uma nova força. Assim com a reencarnação. É uma
nova lei, que vem lançar luz sobre uma porção de questões obscuras e modificará
profundamente todas as ideias quando for reconhecida. Assim, não é a opinião de
alguns homens que prova a existência da lei: são os fatos. Se invocamos o seu
testemunho, é para demonstrar que ela tinha sido entrevista e suspeitada por
outros, antes do Espiritismo, que não é seu inventor, mas a desenvolveu e lhe
deduziu as consequências”.
sexta-feira, 8 de maio de 2015
REFLETINDO COM CHICO XAVIER
Enquanto desfrutou de uma razoável saúde, Chico Xavier
atendia após as reuniões de sexta-feira e sábado à noite, perto de 800 pessoas
atraídas para o médium de Uberaba (MG), na esperança de ouvir ou obter alguma
palavra de conforto e orientação para suas dores pessoais. Rejeição, perda de
entes queridos, inaceitação de si mesmo, inversões sexuais, separações
conjugais, filhos excepcionais, depressão, estavam entre os principais motivos.
Eram atendimentos rápidos, pois, a fila tinha de andar pela exiguidade de tempo.
Alguns dos apontamentos, por vezes inesperados de Chico foram gravados ou
anotados e preservados em livros para, quem sabe servirem a outros
necessitados. Na sequência, destacamos alguns que merecem ser refletidos pelos
interessados em espiritualizar-se. VIDA ALHEIA -“-Deveríamos nos abster de opinar sobre a
vida alheia. Não sabemos o que nos espera no passo seguinte. Quase todas as
pessoas que observei recriminando os outros caíram naquilo que criticavam –
caíram eles mesmos ou caíram através daqueles a quem devotavam extremado amor”.
FOME -“A fome no mundo é um convite,
sim, à solidariedade, embora a maioria esteja numa prova voluntária. Algumas
sementes num pedaço de chão fazem o milagre da multiplicação. Uma pequena
hortaliça pode matar a fome de muita gente”. DELINQUENTES - “-Quase todos os delinquentes que conheci, e
com os quais pude conversar, sofreram maus tratos na infância. Foram abandonados
pelos pais e cresceram sem receber afeto de ninguém”. NECESSIDADES
ARTIFICIAIS - “-O homem cria
muitas necessidades artificiais e se torna prisioneiro delas. Hoje, o homem
corre o dia inteiro atrás de dinheiro – dinheiro para sustentar uma vida
repleta de ilusões! VIOLÊNCIA -“Permitimo-nos uma contra pergunta:
não será a violência o resultado de nosso pretendido afastamento da
fé-religiosa, segundo o materialismo da inteligência deteriorada, que tenta
convencer-nos de que não passamos de animais sadios ou doentes da Civilização?
Esperemos que o amor se propague no mundo com mais força que a violência e a
violência desaparecerá, à maneira da treva quando a luz se sobrepõe(...). Na
prática exige a cooperação de nós todos”. SEXO -“-O sexo, sem
dúvida, está na base da maioria dos conflitos psicológicos das criaturas. Todos
estão à procura de satisfação que, em essência se traduz pela realização de si
mesmos. Agora, ninguém será feliz as custas da infelicidade alheia”.
VIBRAÇÕES NEGATIVAS - “-Quem pede a Deus pelos seus desafetos,
vai quebrando as vibrações negativas daqueles com os quais não se afiniza e
desarmando o Espírito para uma futura reconciliação – nem que seja na Outra
Vida”. CULPA ALÉM DA VIDA
- “-Dos Espíritos desencarnados com os quais tenho tido a
oportunidade de conversar, nenhum está satisfeito com o que pôde fazer sobre a
Terra; todos acreditam que deveriam ter feito mais”. PERDAS - “- Não existe sofrimento maior do que perder um filho. Não entendo os
nossos irmãos que combatem esse tipo de intercâmbio com o Mundo Espiritual.
Eles se esquecem de que os que partiram também desejam o contato. O médium, sem
dúvida, pode, em certas circunstâncias, rastrear o Espírito, mas na maioria das
vezes, é o Espírito que vem ao médium. O trabalho da Espiritualidade é intenso.
Para que um filho desencarnado envie algumas palavras de conforto aos seus pais
na Terra, muitos Espíritos se mobilizam. Isso não é uma evocação. Não raro, são
os próprios filhos desencarnados que atraem seus pais aos Centros Espíritas. Desejam
dizer que não morreram, que continuam vivos na Outra Dimensão, que os amam e
que haverão de amá-los sempre. POLÍTICOS - “-Devemos
orar pelos políticos, pelos administradores da vida pública. A tentação do
poder é muito grande. Eu não gostaria de estar no lugar de nenhum deles. A
omissão de quem pode e não auxilia o povo é comparável a um crime que se
pratica contra a comunidade inteira. Tenho visto muitos Espíritos dos que foram
homens públicos na Terra em lastimável situação na Vida Espiritual”. PACIÊNCIA - “-Precisamos
estar preparados, compreendendo que a nossa dor não é maior do que a dos
outros. Se não temos paciência com uma caneta quebrada, com o café, com o prato
à mesa que não vem de acordo com a nossa predileção, como vamos ter paciência
com as grandes coisas – se não temos com as pequeninas?” FÉ - “-Às vezes, nos esfalfamos para conquistar um diploma, na história, no
jornalismo, na administração, mas a única escola que temos para nos ensinar
bondade natural, caridade dentro de casa, amor à família é a fé, porque, se não
pusermos no nosso coração o ensino religioso, seja qual for, estaremos numa
agressividade exagerada”. HIPOCRISIA - Existem pessoas que se aproximam de nós com o espírito da maledicência;
querem saber da nossa vida, não para nos auxiliar, mas para tornarem públicas
as nossas feridas. Devemos tomar cuidado com esses nossos irmãos que adquiriram
uma estranha viciação; querem crescer às custas da indigência alheia”.
VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO -“É
a ausência do Cristianismo puro. Acho que a imprensa deveria cooperar com as
autoridades, no caso específico dos acidentes de trânsito. Os sinais de
trânsito devem ser respeitados religiosamente. Não é religiosamente, no sentido
de corretamente; para lá disso. Interpretar o respeito à vida alheia, porque se
respeitarmos os sinais de trânsito, evidentemente que todos esses problemas de
desastres sofrerão uma redução muito grande”.
terça-feira, 5 de maio de 2015
AVASSALADOR TEMPO
Um conceito ou ideia requer
por vezes, mais de um século para destruir estruturas arcaicas, especialmente
aquelas impostas à ignorância que se constitui noutra barreira a ser
transposta. Os anais da chamada ciência que foi paulatinamente se libertando do jugo da
religião nos últimos cinco séculos, estão repletos de casos. Para a proposição
do sistema heliocêntrico de Copérnico sepultar o geocêntrico
foram mais de cem anos. A Homeopatia de Hahnemann igualmente. As
revolucionárias proposições do Espiritismo vão derrubando nos meios mais
receptivos, barreiras erguidas pelas sombras dos preconceitos intencionalmente
projetados por líderes não tão preocupados com a verdade como tentam fazer
crer. As forças que agem nos bastidores da evolução vão, contudo, minando esses
aparentemente monolíticos muros. Um exemplo fica evidenciado num dos livros do
Psiquiatra norte americano Brian Weiss que depois de “tropeçar”
acidentalmente numa sugestiva evidência da reencarnação durante atendimento de
uma paciente que o motivou a escrever o livro MUITAS VIDAS, MUITOS MESTRES, foi estudar com isenção o
assunto em obras disponíveis, inclusive de colegas de profissão ignorados até
então. Membro de uma sociedade dividida entre influências do Catolicismo e do
Protestantismo e suas derivações, o Dr Weiss tornou-se para muitos numa
referência importante no sentido de tentarem entender seus próprios conflitos
interiores através das inovadoras técnicas adotadas em sua terapia, destravando
de uma memória profunda conteúdo de experiências traumatizantes construídas em
passado próximo ou remoto. Um dos seus
livros MUITAS VIDAS, UMA SÓ ALMA
(sextante, 2005) é manancial de informações instigantes, nos casos ali
relatados. Mas, o que mais chama a atenção é o número de evidências expostas
referendando os postulados revelados pelo Espiritismo há mais de um século e
meio. O médico americano provavelmente
nunca ouviu falar do Espiritismo, pois em suas obras não existe nenhum indício
que sugira essa possibilidade. Mas o material compilado por ele em seus
atendimentos vão ao encontro de muitos dos conteúdos reunidos por Allan
Kardec em seus livros a partir das revelações oferecidas pelos
Espíritos em respostas formuladas pelo intelectual francês. A questão da família
ou do grupo social da nossa intimidade, como apregoado pelo Espiritismo que a “parentela
baseia-se em relações anteriores”, reencarnando frequentemente num mesmo grupo
familiar Espíritos comprometidos entre si a fim de trabalharem pela própria
evolução”, vai se confirmando na sucessão de exemplos por ele incluídos
no livro. As criaturas voltam a essa Dimensão em que nos encontramos para
seguirem com seus processos evolutivos. Outro dado importante é a inversão
de posição na questão da sexualidade. De uma forma ousada e original, Allan
Kardec propôs aos Espíritos algumas perguntas sobre o sexo nos
Espíritos, apurando que os “Espíritos, não tem sexo como entendemos,
dependendo essa definição dos corpos utilizados por eles nos diferentes programas
evolutivos cumpridos na volta às experiências do Plano material. Dessa forma, o
Espírito que animou o corpo de um homem, em nova existência, pode animar o de
uma mulher, e vice versa, pouco importando enquanto Espirito a partir de certa
condição evolutiva, a forma como se apresenta, pois esta dependerá das provas
que deve suporta; conceito perfeitamente compreensível em se considerando que o
Espírito deve progredir em todos os sentidos adquirindo experiências”. Em
vários dos casos reunidos pelo Dr Brian Weiss, as memórias acessadas
pelo pacientes em estado alterado de consciência, mostram essa realidade
ignorada e, portanto, negada pela maioria.
Tal negação, por sinal, reflete a condição ainda precária dos Espíritos
confinados nesta nave chamada Terra que circula pelo espaço Infinito levando
alguns bilhões de Espíritos mais próximos da animalidade que da Angelitude,
como avaliado por um Instrutor Espiritual. A contribuição do Dr Weiss
naturalmente não vai mudar o mundo até porque inteligências ainda
limitadas não conseguem desenvolver grandes raciocínios como o aluno dos cursos
primários não entendem formulações mais complexas. Contudo podemos presumir que
seu trabalho se soma ao de milhares de outros Espíritos do Senhor que
de forma objetiva ou discreta prosseguem trabalhando no Planeta no sentido de
redefinir o inconsciente coletivo que, por sua vez, repercutirá sobre a
sociedade do futuro não muito distante, abrindo caminho para conquistas no
plano individual e coletivo apenas sonhado pelos visionários do passado. Como a
plataforma imaginada por um cientista nos primeiros anos do século 20 e que no
final do mesmo, com o advento da astronáutica se converteu no poderoso e
extraordinário telescópio Hubble que revelou um Universo
ilimitado muito além daquele suposto por Nicolau Copérnico, citado no início
dessas considerações.
domingo, 3 de maio de 2015
A FRENTE DE SEU TEMPO
No número de dezembro
de 1863, da REVISTA ESPÍRITA,
Allan
Kardec inseriu uma mensagem escrita pelo Espírito Francois-Nicolas Madeleine que
em sua encarnação terminada um ano antes em Paris, também era conhecido como Cardeal
Morlot, em reunião da Sociedade
Espírita de Paris de 9 de outubro expondo seu ponto de vista a
respeito do Apóstolo Paulo demonstrando nos fragmentos de
cartas por ele escritas à sua época ser um precursor do Espiritismo. Entre suas
considerações podemos destacar: -“O grande apóstolo Paulo, que outrora tanto
contribuiu para o estabelecimento do Cristianismo por sua prédica poderosa, vos
deixou monumentos escritos, que servirão, não menos energicamente, à expansão
do Espiritismo. (...) O sopro que passa nas suas Epístolas, a santa inspiração
que anima seus ensinos, longe de ser hostil à vossa Doutrina, está cheia de
singulares previsões em vista do que acontece hoje. É assim que, na sua
primeira Epístola aos Coríntios, ele ensina que, sem a caridade, não existe
nenhum homem, ainda que fosse santo, profeta e transportasse montanhas, que se
possa gabar de ser um verdadeiro discípulo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Como
os Espíritas, e antes dos Espíritas, foi o primeiro a proclamar esta máxima que
vos constitui uma glória: -Fora da caridade não há salvação! Mas não é apenas
por este lado que ele se liga à doutrina que nós vos ensinamos e que hoje
propagais. Com aquela alta inteligência que lhe era , tinha previsto o que Deus
reservava para o futuro e, notadamente, esta transformação, esta regeneração da
fé cristã, que sois chamados a assentar profundamente no espírito moderno, pois
descreve, na citada Epístola, e de maneira indiscutível, as principais
faculdades mediúnicas, que chama os dons abençoados do Espírito Santo”.
Considerando que o surgimento da
Doutrina Espírita dar-se-ia 19 séculos depois, conclui-se ser sua condição
espiritual muito além de seu tempo. Ao final da transcrição, por sinal, Allan
Kardec inclui alguns trechos da Primeira Epístola aos Coríntios,
referendando as palavras de Francois-Nicolas, como por exemplo,
“nem toda a carne é uma mesma carne; mas uma certamente é a dos homens, e outra
a dos animais; uma das aves, e outra a dos peixes”; ou “e
corpos há celestiais, e corpos terrestres; mas uma é por certo a glória dos
celestiais, e outra a dos terrestres. Uma é a claridade do Sol, outra a
claridade da Lua, e outra a claridade das estrelas; e ainda há diferença de
estrela a estrela na claridade; ou ainda“ é semeado o corpo animal,
ressuscitará o corpo espiritual. Se há corpo animal, também há o espiritual,
assim como está escrito”, e, por fim, “mas digo isto, irmãos, que a
carne e o sangue não podem possuir o Reino de Deus, nem a corrupção possuirá a
incorruptibilidade”. Raciocinando sobre tais trechos, Kardec
escreve:-“Que pode ser este corpo
espiritual, que não é corpo animal, senão o corpo fluídico, cuja existência é
demonstrada pelo Espiritismo, o períspirito, de que a alma é revestida após a
morte? Com a morte do corpo, o Espírito entra em confusão; por um instante
perde a consciência de si mesmo; depois recupera o uso de suas faculdades,
renasce para a vida inteligente; numa palavra, ressuscitará com o seu corpo
espiritual. O último parágrafo, relativo ao Juízo Final, contradiz
positivamente a doutrina da ressurreição da carne, pois diz: a carne e o sangue
não podem possuir o Reino de Deus. Assim, os mortos não ressuscitarão com sua
carne e seu sangue, e não necessitarão reunir seus ossos dispersos, mas terão
seu corpo celeste, que não é corpo animal. Se o autor do Catecismo
Filosófico tivesse meditado bem o
sentido destas palavras, teria evitado fazer notável calculo matemático, a que
se entregou, para provar que todos os homens mortos desde Adão, ressuscitando
em carne e osso, com seus próprios corpos, poderiam caber perfeitamente no Vale
de Josafá, sem muito incômodo. Assim, São Paulo estabeleceu em princípio e em
teoria o que ensina o Espiritismo sobre o estado do homem após a morte. Mas São
Paulo não foi o único a pressentir as verdades ensinadas pelo Espiritismo. A
Bíblia, os Evangelhos, os Apóstolos, os Pais da Igreja delas estão cheias, de
sorte que condenar o Espiritismo é negar as autoridades mesmas sobre as quais
se apoia a religião. Atribuir todos os seus ensinamentos ao demônio é lançar o
mesmo anátema sobre a maioria dos autores sacros. Assim, o Espiritismo não vem
destruir, mas, ao contrário, restabelecer todas as coisas, isto é, restituir a
cada coisa seu verdadeiro sentido”.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
INDICADOR DA INFERIORIDADE DA HUMANIDADE TERRENA
Há apenas 149 anos discutia-se na França, berço das grandes transformações sociais e culturais operadas no tempo decorrido que passou, se as primeiras mulheres a concluir um curso universitário deveriam receber diplomas, pois, não se sabia se tinham alma. Tratada como inferior desde épocas imemoriais, mesmo resolvido o impasse acadêmico, os avanços foram pequenos, em algumas nações e povos. Muitos ainda vivem no primitivismo da Antiguidade, subjugados por princípios religiosos incompreensíveis num Universo criado e regido, segundo creem, por Deus. Nas sociedades ditas desenvolvidas a maioria das mulheres continua submissa, sub-remuneradas no mercado de trabalho em relação ao homem, transformada em objeto de desejo pela mídia que se vale dessa condição para vender de carros a bebidas, de roupas a padrões de comportamento. E, apesar da degradação espiritual de que indiretamente é causadora, algumas galgam pela competência e trabalho posições inimagináveis outrora como executivas maiores de grandes corporações ou mesmo máximas mandatárias de Países. O quadro dominante, porém, mostra que o conhecimento maior da visão revolucionária do Espiritismo é necessidade urgente. Já, n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, a Espiritualidade Superior revelou nas questões 200 a 202, que: 1o) o Espirito não tem sexo como o entendemos, 2º) a formatação masculina/feminina está condicionada à necessidade da preservação da espécie humana; 3º) o Espírito que animou o corpo de um homem animar o de uma mulher, numa existência e, vice-versa; 4º) dependem as inversões das provas que tiver de sofrer; 5º) que os Espíritos encarnam-se homens ou mulheres porque não tem sexo – apenas a energia criativa que se define numa direção ou outra a partir do corpo perispiritual - e, 6º) devendo progredir em tudo, cada sexo, como cada posição sexual, oferece-lhe provas e deveres especiais e novas condições de adquirir experiências, visto que se renascesse sempre homem, só saberia o que fazem os homens. Em mensagem mediúnica inserida por Allan Kardec no número de abril de 1868 da REVISTA ESPÍRITA, entidade identificada apenas como Um Espírito que se manifestou em reunião ocorrida em 10 de março daquele ano num grupo de Joinville, escreveu um texto intitulado Instrução Das Mulheres, dizendo: -“Neste momento a instrução da mulher é uma das mais graves questões, porque não contribuirá pouco para realizar as grandes ideias de liberdade, que dormem no fundo dos corações. Honra aos homens de coragem que tomaram a iniciativa! Eles podem, de antemão, estar certos do sucesso de seus trabalhos. Sim, soou a hora da libertação da mulher.; ela quer ser lovre e para isto há que libertar sua inteligência dos erros e preconceitos do passado. É pelo estudo que ela alargará o círculo de seus conhecimentos estreitos e mesquinhos. Livre, ela assentará sua religião sobre a moral, que é de todos os tempos e países. Ela quer ser a companheira inteligente do homem, sua conselheira, amiga, instrutora de seus filhos e não um joguete de que se serve como uma coisa, e que depois se despreza para tomar uma outra. Ela quer trazer sua pedra ao edifício social, que se ergue neste momento ao poderoso sopro do progresso. É verdade que, uma vez instruída, ela escapa das mãos daqueles que a convertem num instrumento. Como um pássaro cativo, quebra sua gaiola e voa para os vastos campos do Infinito. É verdade que, pelo conhecimento das leis imutáveis, que regem os mundos, ela compreenderá Deus de modo diferente do que lhe ensinam; não acredita mais num Deus vingador, parcial cruel, porque sua razão lhe dirá que a vingança, a parcialidade e a crueldade não se podem conciliar com a justiça e a bondade. O seu Deus, dela, será todo amor, mansuetude e perdão. Mais tarde ela conhecerá os laços de solidariedade, que unem os povos entre si, e os aplicará em seu derredor, espalhando com profusão tesouros de caridade, amor e benevolência para todos. A qualquer seita a que pertença, saberá que todos os homens são irmãos e que o mais forte não recebeu a força senão par proteger o fraco e o elevar na sociedade ao verdadeiro nível que deve ocupar. Sim, a mulher, é um Ser perfectível como o home e suas aspirações são legitimas; seu pensamento é livre e nenhum poder no mundo tem o direito de a escravizar aos seus interesses e paixões. Ela reclama sua parte de atividade intelectual, e a obterá, porque há uma lei mais poderosa do que todas as leis humanas, a Lei do Progresso, à qual toda Criação está submetida”.
Assinar:
Postagens (Atom)