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sexta-feira, 29 de maio de 2015

LIGAÇÃO DE MILÊNIOS

Um simples esbarrão acidental ocorrido numa avenida de Belo Horizonte, na verdade, reativou a ligação de dois Espíritos que compartilharam inúmeras experiências ao longo de várias reencarnações. De um lado, um homem abatido pela perda de sua jovem esposa vinte e um dias antes. De outro, um médium de 36 anos, preso a difíceis compromissos familiares, sociais e econômicos apesar de ostentar um currículo de 28 livros publicados, organizados com produções de Espíritos desencarnados, alguns dos quais celebridades no meio literário luso-brasileiro. Seria o início de uma amizade nesta vida que se manteria firme até o ano de 1958, quando o médium atingido por mais uma das insidiosas perseguições contra ele movidas, se viu obrigado a transferir às pressas seu domicílio para a região do chamado Triângulo Mineiro, mais especificamente para a cidade de Uberaba. O viúvo chamado Arnaldo Rocha e o médium, Chico Xavier. Inexplicavelmente dominado por indizível emoção, reconhecendo naquele homem simples, modestamente trajado, o personagem de uma tendenciosa e maldosa reportagem publicada pela revista de maior circulação na época, não conseguiu articular palavra, fenômeno, por sinal, comum nas narrativas feitas por pessoas que se aproximaram de Chico um dia. Em contrapartida, ouviu daquele com quem se chocara: -“Escute, Naldinho... Não é assim que Meimei lhe falava? Ela está aqui, conosco, radiante de alegria pelos seus vinte e quatro janeiros, ou melhor, ela diz vinte e quatro primaveras de amor.! Hoje não seria o dia de seu aniversário? Deixe-me ver o retrato dela, guardado em sua carteira”. Assustado diante do que ouviu, visto que nada falara ao desconhecido ao não ser um pedido de desculpas, inda chorando, suando frio, mostrou-lhe a fotografia, que segura delicadamente, revelou lágrimas nos seus olhos, seguido de um sorriso reconfortante e das seguintes palavras: -“Nossa querida princesa Meimei que muito lhe falar. É hoje, em comemoração ao seu aniversário; podíamos fazer uma prece. Vamos à casa de Geraldo”. O que sucederia a partir dali resultou em páginas belíssimas no livro da vida tanto de um quanto de outro. No centro, o Espírito Meimei, na verdade Irma de Castro, desencarnada no auge de sua juventude em consequência de uma nefrite crônica que a acompanhou grande parte da existência recém  terminada.  Ao longo das décadas que se seguiriam inúmeras paginas Meimei verteu através da mediunidade do amigo de muitas vidas, celebrando Natais, Dias das Mães, entre outras datas comemorativas, além de revelações importantes. Meimei é personagem do livro AVE CRISTO, (feb,1953) escrito pelo Espírito Emmanuel, onde tinha o nome Blandina, filha única de Taciano, que não era outro senão o próprio marido Arnaldo Rocha do século XX. Blandina, por sinal, a responsável por núcleo de assistência a crianças recém-desencarnadas descrito no livro do Espírito André Luiz, ENTRE A TERRA E O CÉU (1954, feb). Além de mensagens incluídas obras de Autores Diversos, quase uma dezena produzida por Meimei, faz parte do acervo de mais de quatro centenas de obras publicadas com material materializado em nosso Plano, graças ao impecável trabalho de Chico Xavier. Dentre os inspiradores textos da iluminada Entidade Espiritual, destacamos para sua avaliação a intitulada ESCOLA DA BÊNÇÃO:

- Sofres cansaço da vida, dissabores domésticos, deserção de amigos, falta de alguém...
Por isso, acordaste sem paciência, tentando esquecer.
Procuraste espetáculos públicos que te não distraíram e usastes comprimidos repousantes que não te anestesiaram o coração.
Entretanto, para teu reconforto, pelo menos uma vez por semana, sai de ti mesmo e busca na caridade, a escola da bênção.
Em cada compartimento aprenderás diversas lições ao contato daqueles que leem na cartilha das dores que desconheces.
Surpreenderás o filme real da angústia no martírio silencioso dos que jazem num catre de espinhos, sem se queixarem, e a emocionante novela das mães sozinhas que ofertam, gemendo, aos filhos nascituros a concha do próprio seio como prato de lágrimas.
Fitarás homens tristes, suando penosamente por singela fatia de pão, como atletas perfeitos do sofrimento, e os que disputam valorosamente com os animais um lugar de repouso ao pé de ruínas em abandono.
Observarás, ainda mais, os paralíticos que sonham com a alegria de se arrastarem, os que se vestem de chagas esfogueantes, suplicando um momento de alívio, os que choram mutilações trazidas do berço e os que vacilam, desorientados, na noite total da loucura...
Verte-ás, então, consolado, estendendo consolo, e, ajustado a ti mesmo, volverás ao conforto da própria casa, murmurando, feliz:

- Obrigado, meu Deus!

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