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sábado, 23 de maio de 2015

O LENTO, CÍCLICO E ADMINISTRADO PROCESSO DE EVOLUÇÃO

Quando o Orientador Espiritual Emmanuel respondeu ao médium Chico Xavier que “do último quartel do século 19 para cá (1965), de 15 a 20 milhões de Espíritos da cultura francesa, principalmente simpatizantes da obra de Allan Kardec, se reencarnaram no Brasil, para dar corpo às ideias da Doutrina Espírita e fixarem os valores da reencarnação”, estava sugerindo que para que o segundo propósito dessa transferência em massa fosse alcançado contava com ideias incorporadas às estruturas mentais desses Espíritos, que, como se sabe, são remanescentes daqueles que animaram a grande comunidade Celta ou Gaulesa que deu origem, segundo historiadores, à França, Bélgica e Itália. No número de abril de 1858, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec desenvolve interessantes argumentos sobre as conexões entre Espiritismo e o Druidismo praticado por aquele povo, reproduzindo interessante texto de autoria desconhecida que confirma sua suposição. Afirma Kardecsaber-se, com efeito que a Gália é, ainda em nossos dias, o mais fiel asilo da nacionalidade gaulesa que, entre nós, sofreu profundas modificações. Apenas roçada pela dominação romana, que nela se deteve pouco tempo e fracamente; preservada da invasão dos bárbaros pela energia de seus habitantes e pelas dificuldades de seu território; submetida, mas tarde, à dinastia normanda, a qual, entretanto, se viu obrigada a lhe deixar um certo grau de independência, o nome de Galles – Gallia, que sempre conservou, é um traço distintivo, pelo qual se liga, sem descontinuidade, no período antigo. A língua kymrica, fala outrora em toda parte setentrional da Gália, jamais deixou de ser usada; muitos costumes são igualmente gauleses. De todas as influências estranhas, a única que logrou um triunfo completo foi o Cristianismo. Mas não o conseguiu sem grandes dificuldades, relativamente à supremacia da Igreja Romana, cuja reforma, no século XVI não fez mais que determinar a sua queda, há muito preparada, nessas regiões cheias de um sentimento de indefectível independência. Pode-se mesmo dizer que, convertendo-se ao Cristianismo, os druidas não se extinguiram totalmente na Gália, como na nossa Bretanha e em outras regiões de sangue gaulês”. Argumentando que  “os temas desenvolvidos nas tríades, estão mesmo tão completamente fora do Cristianismo que as raras influências cristãs que aqui e ali se infiltraram no seu conjunto, logo à primeira vista se distinguem do fundo primitivo. Os Druidas tinham uma predileção particular pelo número três e o empregavam especialmente, como mostram a maioria dos monumentos gauleses, para a transmissão de suas lições que, mediante esse corte preciso, mais facilmente era gravada na memória. (...). Desta série de tríades, as onze primeiras são consagradas à exposição dos atributos característicos da Divindade. É obvio que nesta seção as influências cristãs, como era fácil de prever, tivessem ação maior. Se não se pode negar que o Druidismo tenha conhecido o princípio da unidade de Deus, talvez por sua mesma predileção pelo número ternário se tenha elevado a conceber, de certo modo confuso, algo como a divina Trindade. É contudo incontestável que o que completa esta alta concepção teológica – a saber, a distinção das pessoas e, particularmente, da terceira, - ficou completamente estranho a essa antiga religião. Tudo conduz à prova de que seus antigos sectários se preocupavam muito mais em fundar a liberdade do homem do que a caridade. E foi mesmo consequência dessa falsa posição do ponto de partida que ela pereceu. Também parece razoável referir a uma influência cristã, mais ou menos determinada, todo esse exórdio, principalmente a partir da quinta tríade. Em seguida aos princípios gerais relativos à natureza de Deus, passa o texto a expor a constituição do Universo. O conjunto dessa constituição é formulado superiormente em três tríades que, mostrando ser particular numa ordem absolutamente diferente daquela de Deus, completam a ideia que deve ser feita do Ser único e imutável. Sob fórmulas mais explícitas estas tríades mais não fazem, entretanto, que reproduzir aquilo que já era sabido, pelo testemunho dos Antigos, sobre a doutrina da circulação das almas passando alternadamente, da vida à morte e da morte à vida

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