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sábado, 20 de junho de 2015

BELEZA SUPERIOR


A pouco mais de 100 km da capital mineira, no pequeno povoado de Mariana nasceu em 1859, em meio a muita pobreza, José Silvério Horta, mais conhecido como Monsenhor Horta, que escreveria uma bela história de dedicação ao próximo no exercício da sua atividade eclesiástica dentro da escola católica.  Contava 27 anos quando, após estudos de Humanidades, Filosofia e Teologia no seminário da cidade em que nasceu e morreria aos 74 anos em 1933, ordenou-se sacerdote. Sua trajetória em favor dos semelhantes, especialmente pobres e enfermos, credenciou-o a um processo de beatificação no vaticano. Sua origem humilde fixou com mais intensidade, a própria humildade reconhecida por todos que o conheceram pelas levas de romeiros procedentes de recuados pontos do país, sempre atendidos pela sua bondade e paciência sobre humanas. Sua estatura baixa e saúde frágil, não conseguiam deter sua força interior no que concerne à disposição nos exercício do bem. Envergonhava-se, segundo os que o conheceram, de andar luxuosamente vestido, sensibilizando os que se viam diante dele que fazia da caridade seu estilo de vida. Inimigos rancorosos, aflitos, tristes, doentes, almas endurecidas pelos revezes da vida, encontraram no contato com ele uma luz para guia-los em meio às sombras em que se encontravam. Para todos, sem exceção, ternura, piedade, compaixão, presentes em seus gestos e palavras, notadamente os famintos e miseráveis necessitados de alimento, roupas, pão e abrigo pelo descaso e abandono por parte dos semelhantes. Hábil e erudito expositor, operou prodigiosas curas com a água que abençoava, sem falar dos desequilibrados e possessos que socorria, incluindo as entidades que se manifestavam pelos doentes. Consta que levantava cedo, consagrava-se à oração por uma hora, cumpria suas obrigações na Paróquia que dirigia, entregando-se a seguir ao atendimento dos que o procuravam mesmo quando já em idade avançada, se mostrava abatido pela doença e a visão debilitada, distribuindo alimento e consolo. No período da tarde após frugal refeição, punha-se a responder cartas oriundas de várias partes do País, tarefa que depois de concluída, o colocava novamente a atender as pessoas que enchiam os corredores de sua residência esperando por sua atenção até por volta das 21 horas. Assim conduziu-se até concluir sua passagem pela Terra no dia 30 de março de 1933, calculando-se que seu funeral ocorrido no dia seguinte reuniu perto de 5 mil pessoas vindas de várias cidades vizinhas para render sua homenagem ao benfeitor de tantos anos. Tempos depois ofereceu o testemunho de sua sobrevivência através do à época, quase desconhecido médium Chico Xavier, repassando para nossa Dimensão uma adaptação de sua autoria da chamada Oração Dominical como difundida pela religião Católica a partir da orientação de Jesus que consta do Evangelho de Mateus. Demonstrava desta forma, não existirem para os Espíritos evoluídos as barreiras erguidas pela intolerância religiosa, como se tem observado crescente nos dias que vivemos. Outras mensagens,  escreveria pelo mesmo médium nos anos seguintes. Mas, sua versão do PAI NOSSO incluída nos livros À LUZ DA ORAÇÃO (o clarim) e PARNASO D’ALÉM TÚMULO (feb) pela beleza estética de sua formatação revelando a superioridade espiritual do autor merece ser conhecida. Diz ela: Pai Nosso, que estás nos Céus,
Na luz dos SÓIS infinitos,
Pai de todos os aflitos,
Deste mundo de escarcéus.

Santificado, Senhor,
Seja o Teu nome sublime,
Que em todo o Universo exprime,
Concórdia, ternura e amor.

Venha ao nosso coração,
O Teu reino de bondade,
De paz e de claridade,
Na estrada da redenção,

Cumpra-se Teu mandamento,
Que não vacila nem erra,
Nos Céus, como em toda Terra;
De luta e de sofrimento.

Evita-nos todo o mal,
Dá-nos o pão do caminho,
Feito da luz, no carinho;
Do pão espiritual.

Perdoa-nos, meu Senhor,
 De iniquidade e de dor.
Os débitos tenebrosos,
De passados escabrosos,

Auxilia-nos também,
Nos sentimentos cristãos,
A amar nossos irmãos,
Que vivem longe do bem.

Com a proteção de Jesus,
Livra a nossa alma do erro,
Sobre o mundo de desterro,
Distante da vossa luz.

Que vossa ideal igreja,
Seja o altar da Caridade,
Onde se faça a vontade,
De vosso amor...

Assim seja.

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