O fenômeno mediúnico hoje
mais compreendido graças às informações agrupadas pelo educador francês oculto
no pseudônimo Allan Kardec n’ O LIVRO
DOS MÉDIUNS representa um alento na vida de muitas pessoas. É o que se
deduz conhecendo a incrível médium Célia do Carmo Ferreira da Silva, ou
simplesmente Dona Célia como carinhosamente a
tratavam, fundadora da Associação dos Obreiros de Jesus, no
Rio de Janeiro. Pessoa simples repudiava qualquer aparição na mídia, embora
amiga de grandes profissionais da área. Sobre ela, a propósito, já falamos
baseando-nos em informações prestadas por Waldemar Falcão no livro MÉDIUNS NOTÁVEIS e no livro
autobiográfico de Augusto Cesar Vanucci,
DE AVE CEZAR A AVE CRISTO.
Recentemente encontramos outro depoimento importante. Alguém de formação na
área da saúde mental, ligado a um povo acostumado a apreciar a coisas de forma
racional e não emocional como nós, os latinos. Trata-se do Psiquiatra Brian
Weiss que numa das viagens ao Brasil foi levado por um amigo a uma
sessão conduzida por Dona Célia. Conta que “ela
nada sabia a seu respeito ou de seus livros. Falava apenas português, obrigando
seu amigo a traduzir o que ele ou ela dizia. As pessoas haviam escrito nomes em
pedaços de papel e colocado numa cesta. Mais de oitocentas pessoas de todas as
classes sociais na plateia. Ninguém sabia se ou quando seria chamado. Célia
pegou esses papéis, amassou-os e, sem olhar, chamou determinados nomes. As
pessoas, reconhecendo os nomes de seus entes queridos, se aproximavam do
pequeno estrado elevado onde Célia estava sentada. Raramente vi alguém
trabalhar tão rápido quanto Célia. Nomes, descrições físicas e características
de personalidade eram falados com a maior exatidão. Os detalhes muito íntimos e
confidenciais a respeito da vida do falecido reconfortavam as famílias. A força
emocional de suas palavras contrastava enormemente com seu corpo pequeno e
frágil, de setenta anos de idade. Ela tinha menos de um metro e meio e
precisava de um inalador para manter a asma sob controle. Duas histórias foram
extraordinariamente tocantes. Célia chamou um nome de homem, e a mãe, o pai e a
irmã vieram até o estrado. A família tremia enquanto Célia descrevia
vividamente o terrível acidente de automóvel no qual o rapaz havia morrido. Ela
lhes disse que ele estava bem agora e mandava o seu amor, mas não estava
sozinho. Dois outros jovens haviam morrido com ele naquele carro. Célia chamou
outros dois nomes, e as famílias das duas vítimas se aproximaram do estrado. O
pai de um dos jovens ficou atrás de outros, um pouco separado, rigidamente
ereto, obviamente controlando suas emoções. Os outros choravam e se abraçavam.
Célia virou-se para a esposa do homem. – Não se sinta tão culpada. Eles
estão bem agora, em Espírito. O filho dessa mulher era o motorista do
carro, aparentemente responsável pelo acidente, e a mãe sentia-se culpada. – Eles
mandam o seu amor – Célia continuou, acrescentando mais detalhes pessoais.
Então ela olhou para o homem que estava em pé, atrás dos outros. Levantou-se e
aproximou-se, para vê-lo mais de perto. - Seu filho me diz que está sendo
mais difícil para você aceitar tudo isso, porque você é engenheiro e não
acredita nessas coisas. O homem assentiu quanto à precisão das afirmações.
– Ele diz que vocês podem parar de brigar por causa do tapete. Isso não tem
mais importância. Ao ouvir esse comentário, o pai desmoronou. Abraçando sua
esposa, começou a chorar. Sem o conhecimento dos outros, ele e sua esposa
vinham brigando há algum tempo por causa de um determinado tapete da casa. O
pai insistia que a poeira do tapete era responsável pelas alergias e pela
frequência dos ataques de asma que seu outro filho vinha tendo. Sua esposa
adorava o tapete e recusava-se a jogá-lo fora. (...). Para a família de um
homem que havia sido assassinado três semanas antes, Célia descreveu o
tiroteio, a emergência médica e os tratamentos que se seguiram, usando termos
técnicos num nível de sofisticação absolutamente impossível para um leigo.
Enquanto o homem transmitia seu amor pela mulher e filhos, os três se abraçavam
fortemente. (...) Entretanto, Célia não havia terminado. Tinha uma linda
mensagem espiritual para transmitir. – Ele fica feliz com o amor de vocês,
mas também quer que sintam compaixão pelo homem que o baleou. Abram mão de sua
raiva. Esse homem está num nível inferior e não entende as leis espirituais.
Ele irá pagar um alto preço por suas ações, mas, por ser ignorante, precisa de
ajuda. Precisa de suas preces. Ele não é capaz de entender, por isso, não deve
ser julgado”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário