O Espírito André Luiz através do médium Chico Xavier nos repassa
informações que dão conta que três linhas orientam os processos reencarnatórios
na Dimensão em que nos encontramos: a compulsiva; a assistida e a natural ou
mecânica. Entretanto, nem todas as respostas foram dadas, nas “reportagens” iniciadas com o livro NOSSO LAR (feb,1944). Em duas mensagens
psicofônicas gravadas ao final da reunião de 27 de maio de 1954, no Centro
Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo (MG) - tendo como médium Chico
Xavier -, podemos recolher detalhes importantes até para reavaliarmos
nossa posição diante da não valorização da existência que cumprimos presentemente.
Na primeira, o Benfeitor Emmanuel explica: -“Enquanto
a Escola Espiritual na Terra prepara as criaturas reencarnadas para o fenômeno
da morte, em nosso plano de ação essa mesma Escola prepara as criaturas
desencarnadas para o aprendizado da existência no corpo físico”. O
Instrutor acrescenta em rápidas considerações que o sucederia na utilização do
aparelho mediúnico, o Espírito Cornélio Mylward que enquanto
encarnado exerceu a Medicina, a fim de dirigir-se a numeroso grupo de
desencarnados presentes ansiando pela oportunidade de voltar às experiências do
corpo físico, através da reencarnação. Do falado a eles, destacamos alguns
pontos: 1-Para que obtenhamos tal concessão é indispensável nosso
concurso com a Lei Divina, obedecendo-lhe aos regulamentos que definem o Bem
Infinito, em todas as suas manifestações. 2-É preciso modificar os nossos “clichês”
mentais para que a nossa volta à escola terrestre signifique recomposição e
refazimento. 3- Essa transformação, contudo não será levada a efeito apenas à
força de preces, meditações e conclusões em torno do passado. Faz-se
imprescindível a dinâmica da ação. 4- O serviço será sempre o grande renovador
de nossa vida consciencial, habilitando-nos à experiência reconstrutiva, sob a
inspiração de nosso Divino Mestre e Senhor. 5- Não conquistaremos o vestuário
carnal entre os homens sem aquisição de simpatia entre eles. 6-É necessário
gerar no Espírito daqueles nossos associados do pretérito, que se encontram no
educandário humano, a atitude favorável à solução dos nossos problemas. 7-
Templos religiosos, estabelecimentos hospitalares, círculos de assistência
moral, domicílios angustiados, cárceres de sofrimento, palcos de tortura
expiatória, eis nosso vasto setor de concurso fraterno. Nessas esferas de
regeneração e corrigenda, companheiros encarnados e desencarnados, padecentes e
aflitos, expressam o material de nossa preparação. 8- A fim de esquecer velhas
provas, aliviemos as provas alheias. Para desobstruir o caminho de nossa
consciência culpada, devemos favorecer a libertação dos que suportam fardos
mais pesados que os nossos, porque ajudando aos nossos semelhantes angariaremos
o auxílio deles, fazendo-nos, ao mesmo tempo, credores do amparo daqueles Irmãos
Maiores que nos estendem providos braços da Vida Superior. (...). 9- Somente a
atividade em socorro ao próximo conseguirá renovar-nos a fonte do pensamento,
traçando-nos seguras diretrizes, pois sob o guante de nossas lembranças
constringentes o esforço da reencarnação redundará impraticável, de vez que
nossas reminiscências infelizes são fatores desequilibrantes de nosso mundo
vibratório, impedindo-nos a formação de novo instrumento fisiológico suscetível
de conduzir-nos à reorganização do próprio destino. 10- Expurguemos a mente,
apagando recordações indesejáveis e elevando o nível de nossas esperanças,
porque, na realidade, somos arquitetos de nossa ascensão. 11- Somente ao preço
de uma vontade vigorosa e pertinaz, situada no bem comum, é que lograremos
conquistar o interesse dos Grandes Instrutores em prol da concretização de
nossas aspirações mais nobres. 12- Regenerando a química de nossos sentimentos,
o que decerto nos custará renunciação e sacrifício, atingiremos mais clara
visão para reencontrar os laços de nosso pretérito e, então, segundo os
dispositivos da hereditariedade, que traduz parentesco de inclinações e
compromissos, seremos requisitados pelas criaturas que se afinam conosco, tanto
quanto, desde agora, estão elas sendo requisitadas por nossos anseios. 13-
Reaproximar-nos-emos, desse modo, de quantos se harmonizam com a experiência em
que nos demoramos, e, aderindo-lhes à existência, seremos defrontadas pelas
provas condizentes com a nossa natureza inferior, comungando-lhes o pão da
luta, indispensável à recuperação de nossa felicidade. 14- Se nos abeirarmos de
nossos futuros pais e de nossos futuros lares, envoltos na tempestade da
incompreensão e da indisciplina, apenas espalharemos, ao redor de nós,
desarmonia e frustração, porquanto, em verdade, o nosso caminho na vida será
sempre a projeção de nós mesmos. 15- Purifiquemo-nos por dentro quanto seja
possível, olvidando todo o mal. Lançar sobre os elementos genésicos a energia viciada
dos lamentáveis enganos que nos precipitaram à sombra, será prejudicar o corpo
que a herança terrena nos reserva, reduzindo-nos as possibilidades de vitória
no combate de amanhã.
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