Segundo Allan Kardec, “a
CIÊNCIA ESPÍRITA nos ensina a causa dos fenômenos devidos às influências
ocultas do Mundo Invisível e nos explica o que, sem isto, nos parecerá
inexplicável. Compreende duas partes: uma experimental, sobre as manifestações
em geral, outra filosófica, sobre as manifestações inteligentes”. Nesse sentido, seu
campo de pesquisa, engloba temas como MEDIUNIDADE, SOBREVIVÊNCIA
ALÉM DA MORTE, INFLUÊNCIA ESPIRITUAL, OBSESSÃO,
REENCARNAÇÃO e FLUIDOS. Sobretudo no que se refere ao último
campo, não pode ser ignorada a contribuição do médico alemão Franz Anton
Mesmer que em 1773, afirma existir uma ação recíproca entre dois
seres vivos, por intermédio de um agente especial chamado FLUIDO MAGNÉTICO
ANIMALIZADO capaz de causar efeitos similares ao magnetismo
mineral, que - como toda ideia nova - encontrou forte oposição
dentro dos seguidores da linha organicista derivada da visão mecanicista de Isaac
Newton. Vítima de acusações e perseguições durante o resto de sua vida
que terminou em 1815, pelo chamado mundo acadêmico, teria sua visão ampliada
por um observador e pesquisador das práticas disseminadas por ele na França dos
Iluministas que por mais de três décadas testemunhou resultados interessantes
nos seguidores das proposições do visionário germânico. Trata-se do intelectual,
pesquisador e educador Denizard Hippolite Léon Rivail que, a
partir de 1854, aprofundando-se no estudo dos hoje chamados fenômenos
paranormais e considerando ser o Magnetismo uma força
natural, escreve na REVISTA ESPÍRITA, em seu primeiro número em janeiro de 1858,
que “o Magnetismo preparou o caminho do Espiritismo, e o rápido progresso
desta última doutrina se deve, incontestavelmente, à vulgarização das ideias
sobre a primeira. (...) Impossível falar de um sem falar do outro. Se
tivéssemos que ficar fora da ciência magnética, nosso quadro seria incompleto e
poderíamos ser comparados a um professor de física que se abstivesse de falar
da luz”. Vai além, ampliando o conceito de Mesmer ao
afirmar que “os resultados obtidos pelo fluido magnético (fluido vital)
se devem, na verdade, à associação das emanações de um corpo fluidico por ele
denominado perispírito que, por sua vez, emana o fluido perispiritual”. Anos
depois, em 1864, num livro por ele publicado, afirma que, por exemplo, “a
prece é uma irradiação mental em forma de pensamento que coloca o emissor em
contato com o Ser a que se dirige, propagando-se impregnada de fluidos pessoais
resultantes das emoções/sentimentos que inspiram sua formulação”. Ao longo do século 20, a tentativa de dar um
embasamento aceito pela comunidade dita científica proposta pelo Prêmio Nobel
de Fisiologia Charles Richet com sua Metapsíquica,
frustou-se com a morte do corajoso médico, sendo, de certa forma sucedida pelo iniciativa
do norte-americano Joseph Banks Rhine que na Universidade de
Duke, propõe a Parapsicologia influenciando mais tarde o
surgimento de outras versões como a Psicotrônica nos Países
Socialistas e a Psicobiofísica do Engenheiro brasileiro Hernani
Guimarães Andrade. A publicação em 1970 do livro EXPERIÊNCIAS
PSIQUICAS ALÉM DA CORTINA DE FERRO revela, entre outras coisas, diversos
estudos desenvolvidos nos países chamados comunistas, confirmando através da
chamada Maquina Kyrlian, por exemplo, que a transmissão de energia entre
seres humanos proposta por Mesmer é real; que “a energia vital
chamada Prana considerada pela Yoga, circula pelo corpo, podendo ser dirigida
pelo pensamento”, o qual, efetivamente, se transmite de pessoa a
pessoa. Diante disso, imprescindível um aprofundamento nos conceitos
formulados pelo Espiritismo.
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
sexta-feira, 31 de julho de 2015
quarta-feira, 29 de julho de 2015
PASSÍVEIS DOS MESMOS ERROS
A condição de médium
dificilmente nasce somente da disposição daquele que se empolga pelos
resultados alcançados nas tarefas de alguns trabalhadores desse campo de
atuação. Geralmente os em quem as percepções se pronunciam de maneira
espontânea indica retorno às experiências reencarnatórias compromissado com o
exercício nessa área para liberar-se de culpas passadas. As reações e
comportamentos ante os resultados de que são meros intermediários nem sempre
conduzem o sensitivo a um final feliz na sua caminhada. Como dito por um
respeitado médium que se afastou do Espiritismo para criar sua própria
doutrina, três são os riscos enfrentados pelos médiuns no exercício de suas
atividades, os quais poderiam ser chamados de “síndromes dos três pês: poder,
posição, prestígio”. A guisa de exemplo, destacamos do excelente livro INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS (Chico Xavier; feb,
1955), dois depoimentos de médiuns reconhecidos
por suas contribuições nas cidades e regiões onde foram chamados a servir à
Espiritualidade expondo suas impressões depois de cessada a própria passagem
pelo corpo físico: 1- Ana Prado (extraordinária médium de
efeitos físicos apresentada no livro O TRABALHO DOS MORTOS, do Dr. Nogueira de Faria) – “Colaborei
na materialização de companheiros desencarnados, na transmissão de vozes do Além,
na escrita direta e na produção de outros fenômenos, destinados a formar
robustas convicções, em torno da sobrevivência do ser, além da morte, no
entanto, ao redor da fonte de bênçãos que fluía, incessante, junto de nossos corações
deslumbrados, não cheguei a ver o despertar do sentimento para o Cristo, único
processo capaz de assegurar à nossa redentora Doutrina o triunfo que ela merece
na regeneração de nós mesmos. No quadro dos valores psíquicos, a mediunidade de
efeitos físicos é aquela que oferece maior perigo pela facilidade com que
favorece a ilusão a nosso próprio respeito. Recolhemos os favores do Céu como
dádivas merecidas, quando não passam de simples caridade dos Benfeitores da
Vida Espiritual, condoídos de nossa enfermidade e cegueira. E, superestimando
méritos imaginários, caímos, sem perceber, no domínio de entidades inferiores,
que nos exploram a displicência. A vaidade na excursão difícil, a que nos
afeiçoamos com as nossas tarefas, é o rochedo oculto, junto ao qual a
embarcação de nossa fé mal conduzida esbarra com os piratas da sombra, que nos assaltam
o empreendimento, buscando estender o nevoeiro do descrédito ao ideal que
esposamos”. 2- Paschoal Commanducci – (médium de
feitos intelectuais que segundo o livro CHICO
XAVIER EM PEDRO LEOPOLDO (Didier, 2000) de Divaldinho Matos, revelou
ao amigo José Hermínio Perácio no distante 1927, ser ele e a esposa Carmem,
médiuns cuja principal missão era ajudar Chico Xavier, jovem “detentor
de recursos mediúnicos múltiplos, cercado de falanges tão poderosas como as que
assistiam a Jesus, menino que assombraria o mundo, escrevendo mediunicamente
centenas de livros, sendo intransigente defensor e divulgador do Espiritismo
codificado por Allan Kardec, vivendo muito e, desencarnado, não teria
substitutos”). Disse Commanducci: -“Também fui médium, embriagado
nas surpresas do intercâmbio. Deslumbrado, nem sempre estive desperto para o
justo entendimento. Por esse motivo, ainda sofro o assédio dos problemas que
deixei insolúveis nas mãos dos companheiros que me buscavam, solícitos.
Ajudemos a consciência que nos procura, na procura do Cristo. Só Jesus é
bastante amoroso e bastante sábio para solucionar os nossos enigmas. Formemos,
assim, pequenas equipes de boa-vontade em nossos templos de serviço,
amparando-nos uns aos outros e esclarecendo-nos mutuamente”.
segunda-feira, 27 de julho de 2015
PORQUE? COMO É POSSÍVEL?
A chamada Codificação do
Espiritismo teve obviamente em Allan Kardec o grande responsável,
razão pela qual, segundo o Espírito Irmão
X na mensagem KARDEC E NAPOLEÃO psicografada
pelo médium Chico Xavier e apresentada no livro CARTAS E CRONICAS (feb, 1966) renasceu na cidade de Lião, França, no dia 3 de outubro de 1803, Denizard
Hipollite Léon Rivail. Muitos seguidores de suas ideias o municiaram de
informações de fenômenos que testemunhavam em várias partes da Europa e algumas
cidades do norte da África. Os próprios Espíritos Superiores que nos bastidores
da invisibilidade davam sinais dessa atuação em grupos que foram surgindo antes
mesmo do lançamento da primeira versão d’ O
LIVRO DOS ESPÍRITOS, em 1857. E o faziam através de médiuns pouco letrados,
o que servia de confirmação da autenticidade do fenômeno. No número de julho
de 1863, da REVISTA ESPÍRITA,
uma mensagem de Santo Agostinho serve de exemplo. Foi recebida na cidade de
Sétif, na Argélia, e enviada por um membro da Sociedade Espírita de Paris
chamado Sr Dumas, que explicou ter sido psicografada por um médium
totalmente iletrado acrescentando que o sensitivo não conhecia o sentido da
maioria das palavras e nos transmitindo o nome de dez pessoas notáveis que
assistiram à sessão, o que mereceu de Allan Kardec o seguinte comentário –“Os
médiuns iletrados, que recebem comunicações acima de seu alcance intelectual,
são muito numerosos. Acabam de mostrar-nos uma página verdadeiramente
admirável, obtida em Lyon por uma senhora que não sabe ler nem escrever e não
conhece uma palavra do que escreve; seu marido, que quase não sabe mais que
ela, o decifra por intuição durante a sessão, mas no dia seguinte isto lhe é
impossível. As pessoas a lêem sem muita dificuldade. Não está aí a aplicação
destas palavras do Cristo: “Vossas mulheres e vossas filhas profetizarão e
farão prodígios?” Não é um prodígio escrever, pintar, desenhar, fazer música e
poesia quando não se o sabe? Pedis sinais materiais: Ei-los. Dirão os
incrédulos que é efeito da imaginação? Se assim fosse, seria preciso convir que
tais pessoas têm a imaginação na mão, e não no cérebro. Ainda uma vez, uma
teoria não é boa senão quando consegue explicar todos os fatos. Se um único
fato vem contrariá-la, é que é falsa ou incompleta”. Explicando a razão
de comunicações espirituais de conteúdo elevado ser recebida por médiuns de
conduta discutível, Santo Agostinho, entre outras coisas diz: -“ Muitas vezes vos admirais ao
ver faculdades mediúnicas, sejam físicas ou morais, que, em vossa opinião deveriam
ser prova de mérito pessoal, em pessoas que, por seu caráter moral, estão
colocadas abaixo de semelhante favor. Isto se prende à falsa ideia que fazeis
das leis que regem tais coisas, e que quereis considerar como invariáveis. O
que é invariável é o objetivo; os meios variam ao infinito, a fim de ser respeitada
a vossa liberdade. (...). Deus emprega
as faculdades e as paixões de cada um, e as utiliza em suas respectivas
esferas, fazendo sair o bem do próprio mal. Os atos do homem, que vos parecem
tão importantes, para ele nada são; aos seus olhos, é a intenção que faz o
mérito ou o demérito”. Contudo adverte: -“Observai e estudai cuidadosamente as
comunicações que recebeis; aceitai o que a vossa razão não rejeitar; repeli o
que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam na dúvida”.
sábado, 25 de julho de 2015
VOCÊ PODE AUXILIAR
Não é preciso estudos muito
avançados para concluir que a Humanidade terrena atravessa uma grande crise,
derivada da degradação dos valores nos comportamentos sociais da maioria de
seus representantes. As estruturas religiosas de maneira geral não conseguem
responder aos grandes questionamentos dos indivíduos desorientados e desalentados
ante tantas contradições, notícias de violência, corrupção, crueldade e
sofrimentos morais e físicos como a fome, as doenças de difícil diagnóstico,
falta de oportunidades iguais de tratamento, índices crescentes de suicídio,
desemprego, guerras ideológicas alimentadas por interesses econômicos
dissimulados nas crenças obsoletas e tirânicas. Dogmas vazios de
Espiritualidade iludem massas de ignorantes em todos os quadrantes do Planeta.
Necessário algo novo, fundamentado na substância dos exemplos reais que
infundam alento aos sedentos e famintos de entendimento. Necessário
revitalizar, talvez, muitas das ideias que inspiraram o surgimento das escolas
que disputam avidamente a preferência dos habitantes do Planeta, nem tão
preocupadas assim com sua iniciação no conhecimento que liberta. Nesse sentido,
o
Espiritismo pode auxiliar, até porque como disse o Orientador
Espiritual Emmanuel através de Chico Xavier, “não pode guardar a pretensão de
exterminar as outras crenças, parcelas da Verdade que a sua Doutrina
representa, mas, sim, trabalhar por transformá-las, elevando-lhes as concepções
antigas para o clarão da Verdade Imortalista”.
Tem-se, contudo, a sensação de um avanço
discreto na divulgação de suas ideias, predominantemente no Brasil, onde
segundo o mesmo Espirito disse que “do último quartel do século 19 para cá, de
15 a 20 milhões de Espíritos da cultura francesa, principalmente simpatizantes
da obra de Allan Kardec, se reencarnaram no Brasil para dar corpo às ideias da
Doutrina Espírita e fixarem os valores da reencarnação”.. Para Gabriel Delanne, Espírito
ouvido há cinco décadas em entrevista por André Luiz, no dia 20 de agosto de
1965, a divulgação do Espiritismo “terá de efetuar-se de pessoa a pessoa, de
consciência a consciência, visto que a Verdade a ninguém atinge através da
compulsão. A verdade para a alma é semelhante à alfabetização para o cérebro já
que um sábio por mais sábio não consegue aprender a ler por nós”. Nesse
sentido, qualquer um que já enxergue veracidade na visão do pioneiro do
Espiritismo, pode colaborar desde agora. A visão da sobrevivência após a morte, da
mediunidade, da reencarnação, da influência espiritual, da obsessão, dos
fluidos, precisa ser repassada mesmo que ecoando no aparente vazio,
pois, as sementes não germinadas encontrarão um dia as condições propícias para
brotar. Válido buscar na nascente da
fonte, as informações que reflitam a sabedoria dos Mestres que a repassaram
para nossa Dimensão. E, elas sem encontram nos livros produzidos por Allan
Kardec e na sua REVISTA ESPÍRITA,
nos números por ele editados. Aos que pensam que ser esse processo moroso
demais para a Humanidade, o iluminado pensador espírita diz que “uma
obra prima de arte exige, por vezes, existências e existências para o artista
que persegue a condição de gênio. Como acreditar que o esclarecimento e o
aprimoramento do Espírito imortal se faça tão só por afirmações labiais de
alguns dias?”. No que tange aos princípios espíritas, pondera que “suas
atividades contam pouco mais de um século e um século é período demasiado curto
em assuntos do Espírito”.
quarta-feira, 22 de julho de 2015
SEMPRE ATUAL
No
ano de 1964, o Instituto de Difusão Espírita, de Araras, São Paulo, lançou
importante documento sobre as atividades registradas no meio espírita naquele
ano. Trata-se do ANUÁRIO ESPÍRITA, que resiste ao tempo, veiculando a
cada final de ano as principais notícias do ocorrido no período findo, entre
outros temas. No primeiro número, uma grata surpresa: uma entrevista com o Espírito
André Luiz, através dos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira. Do
conjunto de questões, destacamos algumas bastante elucidativas. 1- A
quantidade de espíritos que vivem nas diversas esferas do nosso planeta tende,
atualmente, a aumentar ou a diminuir? -“Qual acontece na crosta planetária, as esferas
de trabalho e evolução que rodeiam a Terra estão muito longe de quaisquer
perspectivas de saturação, em matéria de povoamento. 2- Espíritos originários da
Terra, têm emigrado, nos últimos séculos, para outros orbes? -“Seja
de modo coletivo ou individual, em todos os tempos, Espíritos superiores têm
saído da Terra no rumo de esferas enobrecidas, compatíveis com a elevação que
alcançaram. Quanto a companheiros de evolução retardada, principalmente os que
se fizeram necessitados de corretivo doloroso por delitos conscientemente
praticados, em muitos casos, sofrem temporária segregação em planos
regenerativos. 3- Os Espíritos,
em seu desenvolvimento evolutivo, ligam-se, necessariamente, a determinados
orbes? Em seu desenvolvimento, sim, qual acontece com a pessoa que em
determinada fase de experiência física se vincula, transitoriamente, a certa
raça ou família. 4- Onde começa
o Umbral? A rigor, o Umbral, expressando região inferior da
espiritualidade, pelos vínculos que possui com a ignorância e com a
delinquência, começa em nós mesmos. 5- As funções reprodutoras do
sexo se destinam, somente, da vida na Terra? Em muitos outros orbes,
compreendendo-se, porém, que mundos existem, nos quais as funções reprodutoras
não são compreensíveis, por enquanto, na terminologia terrestre. 7- Os
perispiritos das entidades espirituais que se localizam nas vizinhanças da
Terra conservam o órgão do aparelho sexual humano? Sim, e por que não?
O órgão sexual é tão digno quanto os olhos e como não se deve atribuir aos
olhos os horrores da guerra o órgão sexual não pode ser responsável pelo vício.
7- Como explicar os homossexuais? Devemos considerar que o
espírito reencarna, em regime de inversão sexual, como pode renascer em
condições transitórias de mutilação ou cegueira. Isso não quer dizer que
homossexuais ou intersexos estejam nessa posição, endereçados ao escândalo e à
viciação, como aleijados e cegos não se encontram na inibição ou na sombra para
ser delinquentes. Compete-nos entender que cada personalidade humana permanece
em determinada experiência merecendo o respeito geral no trabalho ou na
provação em que estagia, importando anotar, ainda, que o conceito de
normalidade e anormalidade são relativos. Lembremo-nos de que se a cegueira
fosse a condição da maioria dos espíritos reencarnados na Terra, o homem que
pudesse enxergar seria positivamente considerado minoria e exceção. 8- O Espírito desencarnado também está sujeito a crises prolongadas de
ciúme? Como não? A desencarnação é um acidente no trabalho
evolutivo, sem constituir por si qualquer solução aos problemas da alma. 9- O adultério é, sempre, causa de
conflitos quando da volta dos cúmplices ao plano espiritual? Sim.
10- A duração média de vida
dos encarnados racionais de outros orbes corresponde à terrena? Não.
Essas etapas de tempo variam de mundo a mundo.
terça-feira, 21 de julho de 2015
DOENÇAS MENTAIS E ESPIRITISMO : PERSPECTIVAS
Aceleradamente a ciência vai
acessando informações extremamente úteis para o entendimento dos outrora
inexplicáveis problemas humanos. Até a Organização
Mundial de Saúde na Classificação
Internacional de Saúde, item F.44.3 do CID
10, de 2016, já considera a possibilidade dos transtornos mentais serem
causados por perturbações espirituais. Analisando um caso de obsessão
coletiva no número de maio de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec oferece elementos uteis
para quem quer refletir sobre a fascinante influência espiritual intencional.
Diz ele: -“Está demonstrado pela experiência que os Espíritos mal-intencionados
não só agem sobre o pensamento, mas, também, sobre o corpo, com o qual se
identificam e do qual se servem como se fosse o seu; que provocam atos
ridículos, gritos, movimentos desordenados que apresentam todas as aparências
da loucura ou da monomania. Encontrar-se-á sua explicação n’O LIVRO DOS
MÉDIUNS, no capítulo da obsessão. Com
efeito, é bem uma espécie de loucura, uma vez que se pode dar este nome a todo
estado anormal, em que o Espírito não age livremente. Deste ponto de vista, é
uma verdadeira loucura acidental. Faz-se, pois, necessário distinguir a loucura
patológica da loucura obsessiva. A primeira resulta de uma desordem nos
órgãos da manifestação do pensamento. Notemos que, nesse estado de coisas, não
é o Espírito que é louco; ele conserva a plenitude de suas faculdades, como o
demonstra a observação; apenas estando desorganizado o instrumento de que se
serve para manifestar-se, o pensamento, ou, melhor dizendo, a expressão do
pensamento é incoerente. Na loucura obsessiva não há lesão orgânica; é o
próprio Espírito que se acha afetado pela subjugação de um Espírito estranho,
que o domina e subjuga. No primeiro caso, deve-se tentar curar o órgão enfermo;
no segundo basta livrar o Espírito doente do hóspede importuno, a fim de lhe
restituir a liberdade. Casos semelhantes são muito frequentes e muitas vezes
tomados como loucura o que não passa de obsessão, para a qual deveriam empregar
meios morais e não duchas. Pelo tratamento físico e, sobretudo, pelo contato
com os verdadeiros alienados, muitas vezes tem sido determinada uma verdadeira
loucura onde esta não existia. Abrindo novos horizontes a todas as ciências, o
Espiritismo vem, também, elucidar a questão tão obscura das doenças mentais, ao
atribuir-lhes uma causa que, até hoje, não havia sido levada em consideração –
causa real, evidente, provada pela experiência e cuja verdade mais tarde será
reconhecida. Mas como fazer que tal causa seja admitida por aqueles que estão
sempre dispostos a enviar ao hospício quem quer que tenha a franqueza de crer
que temos uma alma e que esta desempenha um papel nas funções vitais, sobrevive
ao corpo e pode atuar sobre os vivos? Graças a Deus, e para o bem da
Humanidade, as ideias espíritas fazem mais progresso entre os médicos do que se
podia esperar e tudo faz prever que, num futuro não muito remoto, a Medicina
saia finalmente da rotina materialista. Estando provados alguns casos isolados
de obsessão física ou de subjugação, fácil é compreender que, semelhante a uma
nuvem de gafanhotos, um bando de Espíritos perturbadores pode lançar-se sobre
certo número de indivíduos, deles se apoderar e produzir uma espécie de
epidemia moral. A ignorância, a vulnerabilidade das percepções, a ausência de
cultura intelectual naturalmente lhes facultam maior influência. É por isso que
eles prejudicam, de preferência, certas classes, embora as pessoas inteligentes
e instruídas nem sempre estejam isentas. Estudai o Espiritismo e compreendereis
a razão”.
domingo, 19 de julho de 2015
IGNORADO E PRATICAMENTE ESQUECIDO
Recebido mediúnicamente em
cinco meses, constitui-se no quinto livro escrito pelo Espírito Emmanuel, o
décimo terceiro dos trinta da meta estabelecida incialmente para se produzida
por Chico
Xavier. Trata-se do livro O
CONSOLADOR (1940, feb), uma obra original e arrojada para a época,
inclusive para o meio espírita, com poucas editoras e bibliografia resumindo-se
à tradução dos livros de Allan Kardec e alguns autores
clássicos como Léon Denis, Camille Flammarion, Gabriel Dellane, Dale Owen,
etc. O curioso é a estruturação da publicação: dividido em três partes (Ciência;
Filosofia e Religião),
analisando em 411 perguntas e respostas os assuntos sobre vários aspectos.
Nele o grande orientador das tarefas do médium mineiro, deixa claro o papel do Consolador Prometido: -“O
Espiritismo não pode guardar a pretensão de exterminar as outras crenças,
parcelas da Verdade que a sua doutrina representa, mas, sim, trabalhar por
transformá-las, elevando-lhes as concepções antigas para o clarão da Verdade Imortalista”.
Até difícil aceitar a origem das variadas questões pelo nível de abrangência
das mesmas, considerando a educação pública da época, o nível cultural dos que
as formularam, o tempo em que isso se ocorreu, as particularidades de cada tema.
O tópico CIÊNCIA, por exemplo, vai
tratar de CIENCIAS FUNDAMENTAIS (Quimica,
Física, Biologia, Psicologia, Sociologia) CIÊNCIAS
ABSTRATAS, CIÊNCIAS ESPECIALIZADAS e COMBINADAS. Quem formulou as
variadas perguntas demonstra um nível de conhecimento acima da média para a
década de trinta num quase povoado a poucos quilômetros da Capital mineira. Vejamos
alguns casos: QUIMICA - 3 – No campo
da Química, as forças do plano espiritual auxiliam o homem terrestre? -Os prepostos de Jesus espalham-se por
todos os setores do trabalho humano e, em todos os tempos, cooperam com o homem
no seu esforço de aperfeiçoamento; aliás, os estudiosos e os cientistas do
planeta não criaram os fenômenos químicos, que sempre existiram desde a aurora
dos tempos, afirmando uma inteligência superior. Os homens, em verdade,
aprenderam a química com a Natureza, copiaram as suas associações,
desenvolvendo a sua esfera de estudos e inventaram uma nomenclatura, reduzindo
os valores químicos, sem lhes aprender a origem Divina. FÍSICA - 19 – As noções de física conhecidas pelos homens
são definições reais ou definitivas? - Os homens possuem da matéria a conceituação
possível de ser fornecida pela sua mente, compreendo que o aspecto real do
mundo não é aquele que os olhos mortais podem abranger, porquanto as percepções
humanas estão condicionadas ao plano sensorial, sem que o homem consiga
ultrapassar o domínio de determinadas vibrações. Mergulhadas nas vibrações
pesadas dos círculos da carne, as criaturas têm notícias muito imperfeitas do
Universo, em razão da exiguidade dos seus pobres cinco sentidos. É por isso que
o homem terá sempre um limite nas suas observações da matéria, força e
movimento, não só pela deficiência de percepção sensorial, como também pela
estrutura do olho, onde a sabedoria divina delimitou as possibilidades humanas
de análise, de modo a valorizar os esforços e iniciativas da criatura.
PSICOLOGIA - 48 –O Espiritismo esclarecerá a Psicologia quanto
ao problema da sede de inteligência? -Somente com a cooperação do Espiritismo
poderá a ciência psicológica definir a sede da inteligência humana, não nos
complexos nervosos ou glandulares do corpo perecível, mas no Espírito Imortal.
Como se vê um trabalho a ser estudado diante dos avanços e busca de novos paradigmas
observados atualmente.
sexta-feira, 17 de julho de 2015
REENCARNAÇÃO NA VISÃO DE GRANDES PERSONALIDADES
- “Através do vidro escuro / Vejo a luta
de muitas Eras / Nomes e corpos, tudo destruído / Mas sempre eu em muitas
guerras”, escreveu o General
norte americano George Patton, em 1944, em meio às lutas da Segunda Guerra onde
foi figura destacada no norte da África. Sua passagem pela cidade francesa de
Langres parece ter despertado memórias de existência em que estivera ali como
legionário de Cezar, Imperador romano de uma época recuada. Mas não apenas
estas foram as lembranças acessadas em estado de lucidez. Afirmava com
naturalidade ter estado nos muros de Tiro com Alexandre, o Grande; ter
sido membro da falange que encontrou Ciro II, o Conquistador Persa que
fundou o Império Grego, 500 anos antes de Cristo; ter lutado na Guerra dos Cem Anos;
ter servido à Companhia de Joaquim Murat, uma dos mais
brilhantes e famosos militares a serviço de Napoleão. Este, por
sinal, uma das figuras mais conhecidas as História, dizia ter a certeza sido o
Imperador Carlos Magno, mil anos antes e o Imperador Juliano, o
Apóstata, o ultimo a tentar substituir o Cristianismo pelo Paganismo,
acreditava ter sido Alexandre, o Grande, Rei da Macedônia. No mundo das artes nos
tempos modernos, Shirley MacLaine lembra ter sido escrava no Egito Antigo,
modelo de Tolouse-Lautrec e uma Atlante; Sylvester Sttalone recorda-se ter durante a Revolução Francesa e
ter tido uma morte tão brutal que nem mesmo o personagem Rambo evitaria, sendo
decapitado na guilhotina; John Travolta crê-se ator de filmes
antigos, provavelmente Rodolfo Valentino; Martin
Sheen, diz que a própria constituição da família não acontece por
acaso, dizendo que “nossos filhos nascem para nos ajudar a corrigir erros do passado,
sendo assuntos que não resolvemos em vidas anteriores”. O compositor
alemão Richard Wagner que o Conde Rochester coloca como Tadar,
um personagens do livro O ROMANCE DE UMA
RAINHA, psicografado pela extraordinária médium russa Vera Kryzanovskaia; após
estudos criteriosos sobre as vidas sucessivas, escreveu que “comparados
os conceitos de reencarnação e carma, todos os outros são insignificantes”,
dizendo também: -“Não posso tirar minha própria vida, pois o desejo de
completar o objeto de arte me traria de volta novamente até que percebesse qual
é exatamente este objeto e enquanto isso eu ficaria indo e vindo em um longo
ciclo de lágrimas e sofrimento”. Já Gustav Mahler comentou
com um biógrafo: “Todos voltamos. É esta certeza que dá sentido à vida e não faz
diferença se lembramos ou não das existências anteriores. O que conta é o
indivíduo e sua existência atual, mas a grande aspiração à perfeição e à pureza
em cada encarnação”. No mundo empresarial, Henry Ford, o pai da indústria
automobilística norte americana, dizia acreditar que “vivemos neste mundo e sempre retornamos,
disso tenho certeza. Estamos aqui por um motivo. Ficamos indo e vindo
indefinidamente”, acrescentando mais tarde: -“Genialidade é uma questão de
experiência. Algumas pessoas imaginam que se trata de um talento, um dom., mas
é simplesmente o fruto das experiências de muitas vidas. Algumas são mais
antigas que outras e por isso tem mais conhecimento”. Embora os meios
de comunicação de massa não destaquem esses pontos de vista e relatos, servem
para refletirmos sobre sua lógica, até em nossas vidas. Se analisados sob o
foco do Espiritismo então, encontraremos grandes elementos para nos entendermos
e o mundo em que vivemos. Sem dúvida, como dizia Allan Kardec, a
reencarnação é a chave para decifrarmos os grandes enigmas da Humanidade.
quarta-feira, 15 de julho de 2015
ENTENDENDO AS INFLUÊNCIAS DOS AMBIENTES
Abrindo o número de dezembro
de 1868 da REVISTA ESPÍRITA,
encontra-se a reprodução de um discurso proferido pelo editor Allan
Kardec na reunião de primeiro de novembro daquele ano da
Sociedade Espírita de Paris. Do interessante texto, destacamos alguns pontos a
respeito dos efeitos do pensamento. 1- O
que é o pensamento? O pensamento é o atributo característico do ser espiritual; é ele que
distingue o espírito da matéria: sem o pensamento, o espírito não seria
espírito. 2- Qual sua relação com a vontade? A vontade não é um atributo
especial do Espírito, é o pensamento chegado a um certo grau de energia; é o
pensamento tornado força motora. É pelo pensamento que o Espírito imprime aos
membros e ao corpo os movimentos num sentido determinado. 3- O
pensamento age sobre os fluidos ambientes? Como o som age sobre o ar. Esses fluidos nos trazem o pensamento como, o
ar nos traz o som. Pode-se, pois, dizer com toda a verdade que há nesses
fluidos, ondas e raios de pensamentos que se cruzam sem se confundirem, como há
no ar ondas e raios sonoros. 4- Afirmações sobre poluição mental ou contaminação
dos ambientes pelos pensamentos desarmônicos procedem? Comunhão de pensamento quer
dizer pensamento comum, unidade de intenção, de vontade, de desejo, de
aspiração. Uma assembleia é um foco de onde irradiam pensamentos diversos; é
como uma orquestra, um coro de pensamentos onde cada um produz uma nota. Disto
resulta uma multidão de correntes e de eflúvios fluídicos dos quais cada um
recebe a impressão pelo sentido espiritual, como num coro de música, cada um
recebe a impressão dos sons pelo sentido do ouvido. Do mesmo modo que há raios sonoros harmônicos
ou discordantes, há também pensamentos harmônicos ou discordantes. Se o
conjunto é harmônico, a impressão é agradável; se é discordante, a impressão é
penosa. 5- Essas irradiações precisam estar bem definidas na mente do
indivíduo, em forma de palavras, por exemplo? Não há necessidade de que o
pensamento seja formulado em palavras; a irradiação fluídica não existe menos,
quer ela seja expressa ou não; se todos são benevolentes, todos os presentes
nele experimentam um verdadeiro bem-estar, e se sentem comodamente; mas se é
misturada com alguns pensamentos maus, eles produzem um efeito de uma corrente
de ar gelado no meio tépido. 6- Isso
explica sensações agradáveis ou não experimentadas em certos ambientes? Tal
é a causa do sentimento de satisfação que se sente numa reunião simpática; ali
reina como uma atmosfera moral saudável, onde se respira comodamente; dali se
sai reconfortado, porque se está impregnado de eflúvios salutares. Assim se
explicam também a ansiedade, o mal-estar indefinível que se sente num meio
antipático, onde os pensamentos malévolos provocam, por assim dizer, correntes
fluídicas doentias. 7- Mas como o homem percebe isso? A
comunhão de pensamentos produz, pois, uma espécie de efeito físico que reage
sobre o moral; é o que só o Espiritismo poderia fazer compreender. O homem o sente
instintivamente, uma vez que procura as reuniões onde ele sabe encontrar essa
comunhão; nessas reuniões homogêneas e simpáticas, ele haure novas forças
morais; poder-se-ia dizer que ali recupera as perdas fluídicas que ele faz cada
dia pela irradiação do pensamento, como recupera pelos alimentos as perdas do
corpo material.
segunda-feira, 13 de julho de 2015
OPINIÕES SIGNIFICATIVAS
Quando da primeira das duas
viagens feitas pelos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira aos Estados
Unidos e Europa em 1965 com finalidades de intercâmbio entre o Espiritismo
brasileiro e o Espiritualismo de vários países, vários fatos curiosos ocorreram
envolvendo os médiuns e os Espíritos que os acompanharam. Um deles, uma
interessante entrevista com o pioneiro espírita Gabriel Delanne, efetuada
pelo Espírito André Luiz no dia 20 de agosto de 1965, em Paris. Pela
atualidade e oportunidade das respostas às 20 questões a ele formuladas,
destacamos algumas para reflexão: 1- Considera que o desaparecimento do Espiritismo na França tenha atrasado sua marcha ? - De modo algum. Legiões de companheiros da obra de Allan Kardec
reencarnaram, não só na França, mas igualmente em outros países, notadamente no
Brasil, para a sustentação do edifício kardequiano. 2- Admite que os
princípios espíritas estão caminhando lentamente no mundo? - Não
penso assim... As atividades espíritas contam pouco mais de um século e um
século é período demasiado curto em assuntos do espírito. 3- Para que aspecto
devemos, conduzir a pesquisa científica na Terra? - Devemos estimular os estudos em
torno da matéria e da reencarnação, analisar o reino maravilhoso da mente e
situar no exercício da mediunidade as obras da fraternidade, da orientação, do
consolo e do alívio às múltiplas enfermidades das criaturas terrestres...
4- Que mais? - Velar pelas atividades que possam, na realidade, melhorar a
individualidade por dentro... 5- Onde os percalços maiores para a expansão
da doutrina Espírita? - Em nossa opinião, os maiores embaraços para
o Espiritismo procedem da atuação daqueles que reencarnam, prometendo servi-lo,
seja através da mediunidade direta ou da mediunidade indireta, no campo da
inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções da esfera física,
convertendo-se em médiuns autênticos das regiões inferiores, de vez que não
negam as verdades do Espiritismo, mas estão prontos a ridiculariza-las, através
de escritos sarcásticos ou da arte histriônica, junto dos quais encontramos as
demonstrações fenomênicas improdutivas, as histórias fantásticas, o anedotário
deprimente e os filmes de terror. 6- Como vê semelhantes deformações?
54 - Os
milhões de Espíritos inferiores que cercam a Humanidade possuem seus médiuns.
Impossível negar isso. 7- De que
modo vencer no labirinto gigantesco em que opera a influência das sombras? - Educando... 8- Como? - Explicando-se, tanto nos sistemas religiosos
do Ocidente, quanto nos do Oriente, que a pessoa humana em qualquer lugar e em
qualquer tempo somente possui o que ela fez de si própria. 9-.
Exprimindo-se, desse modo, refere-se à necessidade da divulgação da Doutrina
Espírita? - Sim. 10- Mas, segundo o seu conceito, a divulgação terá de
efetuar-se de pessoa a pessoa. Teremos entendido certo? - Sim, de pessoa a pessoa, de
consciência a consciência. A verdade a ninguém atinge através da compulsão. A
verdade para a alma é semelhante à alfabetização para o cérebro. Um sábio por
mais sábio não consegue aprender a ler por nós. 11- Não considerará,
porém, que esse processo é moroso demais para a Humanidade? - Uma
obra-prima de arte exige, por vezes, existências para o artista que persegue a
condição do gênio. Como acreditar que o esclarecimento ou o aprimoramento do
espírito imortal se faça tão só por afirmações labiais de alguns dias?
sábado, 11 de julho de 2015
CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS
Você
sabia que a fenomenologia estudada, explicada e praticada em nome do
Espiritismo encontra-se presente em muitos dos relatos que compõem a primeira
parte do livro a BÍBLIA, ou seja, no
VELHO TESTAMENTO? Na verdade relatam
episódios derivados pelo que hoje se sabe da inerente percepção extra-sensorial,
peculiar a todo Ser humano. Alguns enquadram-se nos fenômenos classificados por
Allan
Kardec como de Efeitos Físicos, aqueles que impactam pelos detalhes de
que se revestem. "Nos capítulos VII e VIII do livro ÊXODO, por exemplo, destacamos alguns: 1- Aarão, a convite de Moises, ante
o Faraó e seus servos que não deveriam ser poucos nem fáceis de enganar,
converte o bastão do solicitante em serpente (11-12); 2- Pouco
depois, o próprio Aarão, em presença do Faraó e sua Corte, converte em sangue
as águas do rio. (20); 3- Dias mais tarde, a população inteira, foi
atormentada por uma invasão de asquerosas rãs. Em vários outros livros
resgatando a saga do povo Hebreu, não só se fala constantemente em feiticeiros,
adivinhos, vaticinadores e encantadores, como também nas evocações dos mortos
que se encontram explicitamente recordadas e condenadas em mais de um lugar,
correspondendo todos eles aos médiuns definidos pelo
Espiritismo. A propósito as recorrentes proibições indicam ser a comunicação
espiritual corriqueira. No texto do LEVÍTICO,
pode-se conferir: 1- “Não vos encaminheis aos mágicos, nem
procureis saber coisa alguma dos adivinhos (19:31); 2- “A
pessoa que declinar para magos e auríolos e com eles tiver comércio, porei o
meu rosto contra ela e a exterminarei do meio do meu povo. (20:6) e 3- Homem
ou mulher em que houver espírito pitônico ou de adivinho morram de morte.
Apedrejá-lo-ão; o seu sangue recaia sobre eles. (20:27). A preocupação
em controlar as praticantes era tamanha que no DEUTORONÔMIO, capítulo 28:10-12, encontramos: “Nem se ache em vós outros quem
suscite Espíritos, nem que seja feiticeiro ou encantador, nem quem consulte os
pitões ou seja adivinho, nem quem indague dos mortos a Verdade, pois todas
estas coisas o Senhor abomina”. O primeiro livro dos REIS apresenta Saul em Endor,
evocando a sombra de Samuel e com ela palestrando. No IV livro dos REIS, diversas alusões lembram as práticas espíritas: 1- “E
davam-se a adivinhações e agouros”. (17:17); 2- “E amou adivinhações e observou
agouros e instituiu pítons e multiplicou os arúspices”. (21:6) e 3- “Aboliu
os pítons e os adivinhos”.(23:24). Entre os Profetas, Isaías
indica a aparição de Espíritos a pítons e feiticeiros: 1- “E
tiveram agoureiros”. (2:6). 2- Nela se encontrarão os demônios com os
onocentauros”. (34:14). O profeta Daniel fala de bruxos, encantadores e
feiticeiros, narrando a famosa
visão do rei Baltasar (5:5-6): “Na mesma hora apareceram uns dedos, como de
mão de homem que escrevia defronte do candeeiro, na superfície da parede da
sala do rei, e o rei via os movimentos das juntas dos dedos da mão que escreva.
Então, o semblante do rei se mudou, e, os seus pensamentos o perturbaram, e as
juntas dos seus rins se relaxaram e os seus joelhos batiam um no outro”.
Como se percebe, a ação dos Espíritos desencarnados sempre esteve presente nas
diferentes épocas e Civilizações, apesar de o lado Ocidental da Terra ter
isolado sua influência mais ostensiva até o surgimento do Espiritismo no século
19.
quinta-feira, 9 de julho de 2015
REENCARNAÇÃO: AVALIAÇÃO RACIONAL
No número de janeiro de 1861 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz a primeira parte
de um interessante e extenso texto por ele intitulado CARTA DA INCREDULIDADE.
Explica que o fez após ter sido solicitado a apreciá-lo pelo amigo Sr. Canu,
que o elaborara com a intenção de reparar os prejuízos causados a muitas
pessoas que influenciara com suas ideias materialistas. O teor do documento
mostrava-se tão bem fundamentado que Allan Kardec considerara oportuno
publicar após obter autorização do autor. Dos vários aspectos por ele
abordados, destacamos alguns relacionados ao tema reencarnação que dão uma
perfeita ideia da sua dinâmica. Diz o seguinte:1- A Humanidade, considerada
coletivamente é comparável ao indivíduo; ignorante na infância, ela se
esclarece à medida que avança em idade; o que se explica naturalmente pelo
próprio estado de imperfeição em que estão os Espíritos para o adiantamento dos
quais essa Humanidade foi feita; 2- Quanto
ao Espírito considerado individualmente, não é numa só existência que ele pode
adquirir a soma de progresso que está chamado a cumprir; é porque um maior ou
menor número de existências corpóreas lhe são necessárias, segundo o uso que
fará de cada uma delas. Mais ele tenha trabalhado para o seu adiantamento em
cada existência, menos terá que sofrê-las. 3- Como cada existência corpórea é uma prova, uma expiação, um verdadeiro purgatório, tem interesse em
progredir o mais prontamente possível, para ter a sofrer menos provas, porque o
Espírito não retrograda; cada progresso cumprido por ele é uma conquista
assegurada que nada poderia lhe tirar. 4- Segundo este princípio, hoje averiguado, é evidente que quanto mais ele
caminhar depressa, mais cedo chegará ao objetivo. Resulta do que precede que
cada um de nós, hoje, não estamos em nossa primeira existência corpórea, muito
longe disso, estamos mais distante ainda de última; 5- As nossas existências primitivas devem se passar em mundos bem
inferiores à Terra, sobre a qual não chegamos senão quando o nosso Espírito
chegou a um estado de perfeição em relação com este astro; 6- À medida que progredirmos, passaremos para Mundos
mais avançados do que a Terra sob todos os aspectos, e isso, de degrau em
degrau, avançando sempre para o melhor. Mas, antes de deixar um Globo, parece
que se deve cumprir nele geralmente várias existências, cujo número, todavia,
não é limitado, mas subordinado à soma do progresso que se terá adquirido.7-
Tudo isso, pode ser verdadeiro, mas
muitos podem argumentar: como não me lembro de nada, ocorrendo o mesmo com cada
um de nós, tudo o que se passou em nossas existências precedentes é para nós
como nulo; e se ocorre o mesmo em cada existência, pouco importa ao meu
Espírito ser imortal ou morrer com o corpo, se, conservando a individualidade,
não tem consciência de sua identidade. Com efeito, isso seria para nós a mesma
coisa, mas não ocorre assim; não perdemos a lembrança do passado senão durante
a vida corpórea, para reencontrá-la na morte, quer dizer, no despertar do
Espírito, cuja verdadeira existência é a do Espírito livre, e para a qual as
existências corpóreas podem ser comparadas ao sono para o corpo. 8- Em que se tornam as almas dos mortos
enquanto esperam uma nova reencarnação? (...). Em geral, pouco se afastam dos
vivos e, sobretudo, daqueles a quem são afeiçoados, quando se tem afeição por
alguém.
.
segunda-feira, 6 de julho de 2015
AJUDARIA NUM DIAGNOSTICO
–“Como as
individualidades as Pátrias surgem no cenário das Civilizações, com funções
definidas (...). Também às Nações
é conferido, do Alto, o direito de agir, no caminho das decisões de natureza
coletiva”. As revelações fazem parte de uma mensagem escrita pelo Espírito Emmanuel
através de Chico Xavier e incluída no livro hoje quase
desconhecido intitulado COLETÂNEA DO ALÉM (lake, 1945). E disse mais: -“Com
o advento do Cristo, um roteiro novo e definitivo: O Evangelho, com a
simplificação de todas as estradas das criaturas humanas (...). Mas a
Civilização Ocidental não soube guardar as valorosas virtudes de seus
antepassados (...). Novas missões coletivas foram dadas às
nacionalidades do Globo que se entregaram à sinistra embriaguez do imperialismo
e da ambição, fazendo jus às mais dolorosas expiações”, aditando: -“
É por isso que, multiplicando-se em atividades, o Mundo Espiritual, sob
a determinação do Divino Mestre, transplantou para a América a árvore
maravilhosa da Fraternidade e da Paz, a cuja sombra cariciosa e divina, vamos
encontrar o Brasil, sob a luz do Cruzeiro, desempenhando a tarefa
santificadora de Pátria do Evangelho”. Setenta anos se passaram e
os céticos com razão encontram muitos argumentos contrários ao afirmado pelo Orientador
Espiritual. No quase desacreditado livro BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO
EVANGELHO (feb, 1938), numa resposta dada pelo Espírito responsável pela
evolução espiritual do País a lideres religiosos que o procuraram no Plano
Espiritual em busca de explicações sobre as decisões que culminaram na
destruição do projeto conhecido como Missões que procurava auxiliar a população
indígena a se tornar autossuficiente, alguns elementos para mais reflexões: -“Muitas
vezes, os próprios Espíritos que escolhemos para determinados labores
terrestres não resistem à sedução do dinheiro e da autoridade. Sentem-se
traídos em suas próprias forças e se entregam, sem resistência, ao inimigo
oculto que lhes envenena o coração. Deixai aos déspotas da Terra a liberdade de
agir sob o império da sua prepotência. Por mais que operem dentro de suas
possibilidades no Plano Físico, a vitória pertencerá sempre a Jesus”. A
situação observada na atualidade não nasceu recentemente. Em 1935, em pleno
período ditatorial conhecido como Estado Novo, o Espírito do ex-presidente, Nilo
Peçanha, em duas mensagens psicografadas pelo médium Chico Xavier
e inseridas na coletânea transformada no livro PALAVRAS DO INFINITO
(lake, 1936), comentaria: -“País essencialmente agrícola, o Brasil tem de
voltar suas vistas para sua imensa extensão territorial, multiplicando os
conselhos técnicos da agricultura, velando carinhosamente pelos seus
problemas”. lamentando: -“Esses problemas grandiosos tem sido
relegados a um plano inferior pelos nossos administradores (1935),
os quais, infelizmente, arraigados aos sentimentos de personalismo vivem
apenas para as grandes oportunidades”, e, prognosticando:-“Faz-se
necessário melhorar as condições das classes operárias antes que elas se
recordem de o fazer, segundo suas próprias deliberações, entregando-se à sanha
de malfeitores que, sob as máscaras da demagogia e a pretexto de
reivindicações, vivem no seu seio para explorar os entusiasmos vibrantes que se
exteriorizam sem objeto definido”. Das observações feitas há 80 anos,
servem-nos ainda: -“Seria preciso criarmos um largo movimento de
brasilidade, não para a arte balofa dos dias atuais que aí correm de
bandeirolas ao vento (...), um sentimento essencialmente brasileiro, saturado
de nossas realidade e necessidades inadiáveis” .(...).“Infelizmente
tivemos a fraqueza de nos apaixonarmos pelas teorias sonoras, acalentando os homens
palavrosos, conduzindo-os aos poderes públicos; endeusando-os, incensando-os com
a nossa injustificável admiração, olvidando homens de ação, de energia, que aí
vivem isolados, corridos dos gabinetes da administração nacional, em virtude de
sua inadaptabilidade às lutas da política do oportunismo e das longas fileiras
do afilhadismo que vem constituindo a mais dolorosa das calamidades públicas do
Brasil. (...) E embora se referindo à terceira década do século passado,
encontramos ressonância no presente: -“No Brasil sobram as regalias
politicas e as liberdades públicas. Tudo requer ordem e método. (...) Onde
se conservam as criaturas do sentimento e do raciocínio que as melhores
capacidades caracterizam? Justamente, quase todos, por nossa infelicidade, se
conservam afastados da paixão política que empolga a generalidade dos nossos
homens públicos; com algumas exceções, a nossa política administrativa, infelizmente,
está cheia daqueles que apenas se aproveitam da situação, para os favores
pessoais e para as condenáveis pretensões dos indivíduos. O sentimento de
solidariedade das classes, do amparo social, que deveriam constituir as vigas
mestras de um instituto de governo, são relegados para um plano inferior, a fim
de que se saliente o partido, a pretensão, o chefe, a figura centralizadora de
cada um, em desprestígio de todos”. Como se vê, as distorções vem de
longa data.
sábado, 4 de julho de 2015
MAIORIDADE PENAL : PONTOS A REFLETIR
- “Hoje
ouvimos falar de muitos crimes cometidos por meninos de 10, 14 anos. Deveríamos
tratar de códigos que dessem a maioridade aos 14 anos. A criança é chamada a
memorizar as suas vidas passadas muito depressa, motivada pela televisão, etc.
Precisávamos da criação de leis que ajudem a criança a não se fazer delinquente
nem viciada. O Governo não pode ser responsável por todas as nossas modalidades
de penúria; não podemos exigir que nossos ministros venham a fazer intervenções
em nossas vidas familiares. O problema da penúria é nosso. (...). Não temos uma
disposição muito ativa em torno da criança considerada desvalida. Nós fazemos
distribuições anuais, mas nos esquecemos que criança, almoça todo dia, estuda
todo dia, toma banho todo dia”. Por incrível que possa parecer a opinião pertence
ao médium Chico Xavier, tendo
sido expressa ainda nos anos 80 do século 20, portanto, bem antes dele
desencarnar, tendo sido preservada como o fragmento 261 do livro O EVANGELHO DE CHICO XAVIER (Didier), organizado
por Carlos Antonio Baccelli. Ainda
estavam longe os tristes registros de extrema violência praticada pelos
chamados menores de idade, especialmente nas últimas semanas. Suas
considerações encontram correspondência noutra avaliação expressiva: -“Uma sociedade decadente tem
certamente necessidade de leis mais severas; infelizmente essas Leis se destinam
antes a punir o mal praticado do que a cortar a raiz do mal. Disse isso, Allan Kardec que consolida
seu parecer com as seguintes palavras: -“Somente a educação pode reformar
os homens, que assim não terão mais necessidade de leis tão rigorosas”. Nos
eventos recentes, observa-se que como traço
comum além da violência, o sexo e as drogas. Quando Chico Xavier comenta que “a criança é chamada a
memorizar as suas vidas passadas muito depressa, motivada pela televisão”, ainda não estavam liberadas as imagens de estupros,
mortes gratuitas, prostituição, etc, como ocorre hoje na chamada TV aberta, que
através dessas situações disputa avidamente a atenção do publico que lhe
rendera dividendos amparados por alguns pontos mais nas pesquisas de opinião
publica realizadas continuamente para medir o interesse por este ou aquele
assunto. Uma análise do perfil dos envolvidos certamente confirmará a
precariedade das relações familiares em meio às quais renasceram e vivem. Educação
é palavra desconhecida por aqueles que os trouxeram ao mundo. A Educação
pública é tema apenas cogitado nas pretensões eleitoreiras sem se tornar
efetivamente prioridade de legisladores e governantes. Sobra a educação das
ruas, dos traficantes, dos integrantes de lares onde nada mais são que órfãos
de pais vivos. Necessário despertar a consciência dos multiplicadores de opinião
iludidos muitas vezes com discursos proferidos por indivíduos astutos que
apenas se servem dos exemplos negativos que sempre existiram a fim de
tomar-lhes o lugar e se locupletarem de poder e vantagens econômicas. A
situação atual também confirma o observado pelo intelectual e educador francês Denizard
Hippolite Léon Rivail, ou simplesmente Allan Kardec, mais
de um século antes, quando escreveu que “quando se pensa na massa de
indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem
freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências
desastrosas desse fato? Quando essa arte (EDUCAÇÃO MORAL) for
conhecida, compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de
ordem e previdência para si mesmo e para os seus, de respeito pelo que é
respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os
maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente
uma educação bem compreendida pode curar. Nisto está o ponto de partida, o
elemento real do bem estar, a garantia da segurança de todos”. Ante
essas observações, não é difícil concluir que quaisquer mudanças somente serão
alcançadas por políticas de médio prazo. Mais uma vez temos que concordar com Allan
Kardec: -“A desordem e a imprevidência são duas chagas que
somente uma educação bem compreendida pode curar. Nisto, está o ponto de
partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança de todos”. Suas
palavras, contudo continuam ignoradas, perdidas no vazio das teorias e defesas
sem real interesse pela solução dos problemas que certamente se multiplicarão e
agravarão avassaladoramente. Assim como começamos, terminamos com outro relato
depoimento de Chico Xavier baseado nas suas experiências
pessoais: -“Às sextas e sábados, ouço habitualmente nas duas noites, 500
a 800 pessoas, sendo que 60 por cento nos trazem problemas perfeitamente evitáveis.
Se essas criaturas tivessem tido cuidado de educarem seus filhos, conversando
sobre Deus, em respeito a Deus, em trabalho, ensinando o serviço... Quando
cercam a criatura aos 28 anos, ela já está perdida”.
quinta-feira, 2 de julho de 2015
REENCARNAÇÃO: A LÓGICA DOS ARGUMENTOS
“A pluralidade das existências, da qual
o Cristo colocou o princípio no Evangelho, sem, contudo, defini-lo mais do que
muitos outros, é uma das Leis mais importantes reveladas pelo Espiritismo, no
sentido que lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso. Por
esta Lei, o homem explica todas as anomalias aparentes que a vida humana
apresenta; as diferenças de posições sociais; as mortes prematuras que, sem a
reencarnação, tornariam inúteis para a alma as vidas precocemente interrompidas;
a desigualdade das aptidões intelectuais e morais, explicadas pela antiguidade
do Espírito, que mais ou menos viveu, mais ou menos aprendeu e progrediu, e que
traz, em renascendo, a aquisição de suas existências anteriores”. Vejamos outros dos argumentos levantados por Allan
Kardec no número de setembro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA: 1- Com a
doutrina da criação da alma em cada existência, cai-se no sistema das criações
privilegiadas; os homens são estranhos uns aos outros, nada os religa, os laços
de família são puramente carnais; não são solidários de um passado em que não
existiam; com a do nada depois da morte, toda relação cessa com a vida; eles
não são solidários do futuro. 2- Pela reencarnação, são solidários do passado
e no futuro; suas relações se perpetuam no Mundo Espiritual e no Mundo Corpóreo,
a fraternidade tem por base as próprias leis da Natureza; o Bem tem um
objetivo, o mal as suas consequências inevitáveis. 3- Com a
reencarnação caem os preconceitos de raças e de castas, uma vez que o próprio
Espírito pode renascer rico ou pobre, grande senhor ou proletário, senhor ou
subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. De todos os argumentos invocados
contra a injustiça da servidão e da escravidão, contra a sujeição da mulher à
lei do mais forte, não há nenhuma que prepondere em lógica o fato material da
reencarnação se, pois, a reencarnação funda-se sobre uma lei da Natureza, o
princípio da Fraternidade Universal, funda-se sobre a mesma lei no da igualdade
dos Direitos Sociais, e, consequentemente no da Liberdade. Os homens não nascem
inferiores e subordinados senão pelo corpo; pelo Espírito, eles são iguais e
livres. Daí o dever de tratar os inferiores com bondade, benevolência e
humanidade, porque aquele que é nosso subordinado hoje pode ter sido nosso
igual ou nosso superior, talvez um parente ou um amigo, e que podemos nos
tornar, por nossa vez, o subordinado daquele ao qual comandamos. (...) 4-
Tirai
ao homem o Espírito livre, independente, sobrevivente à matéria, dele fareis
uma máquina organizada, sem objetivo, sem responsabilidade, sem outro freio que
o da lei civil, e bom para explorar como um animal inteligente. Nada esperamos
depois da morte, nada nos detém para aumentar os gozos do presente; se sofre,
não tem em perspectiva senão o desespero e o nada por refúgio. Com a certeza do
futuro, a de reencontrar com aqueles a quem amou, o medo de rever aqueles a
quem ofendeu, todas as suas ideias mudam. (...) 5- Sem a preexistência da alma, a
doutrina do pecado original não é somente irreconciliável com a Justiça de
Deus, que torna todos os homens responsáveis pela falta de um único, ela seria
um contra-senso, e tanto menos justificável quanto a alma não existia na época
em que se pretende fazer remontar a sua responsabilidade. Com a preexistência e
a reencarnação, o homem traz, em renascendo, o germe de suas imperfeições
passadas, as faltas das quais não pôde se corrigir e que se traduzem por seus
instintos natos, suas propensões a tal ou tal vício. Está aí o seu verdadeiro
pecado original, do qual sofre muito naturalmente as consequências; mas com a
diferença capital de que carrega a pena de suas próprias faltas, e não as da
falta de outro; e esta outra diferença, ao mesmo tempo consoladora,
encorajadora, e soberanamente equitativa, que cada existência lhe oferece os
meios de resgatar pela reparação, e de progredir, seja em se despojando de
alguma imperfeição, seja adquirindo novos conhecimentos, até que, estando
suficientemente purificado, não tenha mais necessidade da vida corpórea, e
possa viver exclusivamente da Vida Espiritual, eterna e feliz. Pela mesma
razão, aquele que progrediu moralmente, traz em renascendo, qualidades inatas, assim
como, o que progrediu intelectualmente traz ideias inatas; está identificado
com o Bem; pratica-o sem esforços, sem intenções secundárias, e, por assim
dizer, sem nele pensar. Aquele que está obrigado a combater as suas más
tendências, nisto ainda está em luta; o primeiro já venceu, o segundo está em
vias de vencer. A mesma causa produz o pecado original e a virtude.
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