–“Como as
individualidades as Pátrias surgem no cenário das Civilizações, com funções
definidas (...). Também às Nações
é conferido, do Alto, o direito de agir, no caminho das decisões de natureza
coletiva”. As revelações fazem parte de uma mensagem escrita pelo Espírito Emmanuel
através de Chico Xavier e incluída no livro hoje quase
desconhecido intitulado COLETÂNEA DO ALÉM (lake, 1945). E disse mais: -“Com
o advento do Cristo, um roteiro novo e definitivo: O Evangelho, com a
simplificação de todas as estradas das criaturas humanas (...). Mas a
Civilização Ocidental não soube guardar as valorosas virtudes de seus
antepassados (...). Novas missões coletivas foram dadas às
nacionalidades do Globo que se entregaram à sinistra embriaguez do imperialismo
e da ambição, fazendo jus às mais dolorosas expiações”, aditando: -“
É por isso que, multiplicando-se em atividades, o Mundo Espiritual, sob
a determinação do Divino Mestre, transplantou para a América a árvore
maravilhosa da Fraternidade e da Paz, a cuja sombra cariciosa e divina, vamos
encontrar o Brasil, sob a luz do Cruzeiro, desempenhando a tarefa
santificadora de Pátria do Evangelho”. Setenta anos se passaram e
os céticos com razão encontram muitos argumentos contrários ao afirmado pelo Orientador
Espiritual. No quase desacreditado livro BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO
EVANGELHO (feb, 1938), numa resposta dada pelo Espírito responsável pela
evolução espiritual do País a lideres religiosos que o procuraram no Plano
Espiritual em busca de explicações sobre as decisões que culminaram na
destruição do projeto conhecido como Missões que procurava auxiliar a população
indígena a se tornar autossuficiente, alguns elementos para mais reflexões: -“Muitas
vezes, os próprios Espíritos que escolhemos para determinados labores
terrestres não resistem à sedução do dinheiro e da autoridade. Sentem-se
traídos em suas próprias forças e se entregam, sem resistência, ao inimigo
oculto que lhes envenena o coração. Deixai aos déspotas da Terra a liberdade de
agir sob o império da sua prepotência. Por mais que operem dentro de suas
possibilidades no Plano Físico, a vitória pertencerá sempre a Jesus”. A
situação observada na atualidade não nasceu recentemente. Em 1935, em pleno
período ditatorial conhecido como Estado Novo, o Espírito do ex-presidente, Nilo
Peçanha, em duas mensagens psicografadas pelo médium Chico Xavier
e inseridas na coletânea transformada no livro PALAVRAS DO INFINITO
(lake, 1936), comentaria: -“País essencialmente agrícola, o Brasil tem de
voltar suas vistas para sua imensa extensão territorial, multiplicando os
conselhos técnicos da agricultura, velando carinhosamente pelos seus
problemas”. lamentando: -“Esses problemas grandiosos tem sido
relegados a um plano inferior pelos nossos administradores (1935),
os quais, infelizmente, arraigados aos sentimentos de personalismo vivem
apenas para as grandes oportunidades”, e, prognosticando:-“Faz-se
necessário melhorar as condições das classes operárias antes que elas se
recordem de o fazer, segundo suas próprias deliberações, entregando-se à sanha
de malfeitores que, sob as máscaras da demagogia e a pretexto de
reivindicações, vivem no seu seio para explorar os entusiasmos vibrantes que se
exteriorizam sem objeto definido”. Das observações feitas há 80 anos,
servem-nos ainda: -“Seria preciso criarmos um largo movimento de
brasilidade, não para a arte balofa dos dias atuais que aí correm de
bandeirolas ao vento (...), um sentimento essencialmente brasileiro, saturado
de nossas realidade e necessidades inadiáveis” .(...).“Infelizmente
tivemos a fraqueza de nos apaixonarmos pelas teorias sonoras, acalentando os homens
palavrosos, conduzindo-os aos poderes públicos; endeusando-os, incensando-os com
a nossa injustificável admiração, olvidando homens de ação, de energia, que aí
vivem isolados, corridos dos gabinetes da administração nacional, em virtude de
sua inadaptabilidade às lutas da política do oportunismo e das longas fileiras
do afilhadismo que vem constituindo a mais dolorosa das calamidades públicas do
Brasil. (...) E embora se referindo à terceira década do século passado,
encontramos ressonância no presente: -“No Brasil sobram as regalias
politicas e as liberdades públicas. Tudo requer ordem e método. (...) Onde
se conservam as criaturas do sentimento e do raciocínio que as melhores
capacidades caracterizam? Justamente, quase todos, por nossa infelicidade, se
conservam afastados da paixão política que empolga a generalidade dos nossos
homens públicos; com algumas exceções, a nossa política administrativa, infelizmente,
está cheia daqueles que apenas se aproveitam da situação, para os favores
pessoais e para as condenáveis pretensões dos indivíduos. O sentimento de
solidariedade das classes, do amparo social, que deveriam constituir as vigas
mestras de um instituto de governo, são relegados para um plano inferior, a fim
de que se saliente o partido, a pretensão, o chefe, a figura centralizadora de
cada um, em desprestígio de todos”. Como se vê, as distorções vem de
longa data.
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