A chamada Codificação do
Espiritismo teve obviamente em Allan Kardec o grande responsável,
razão pela qual, segundo o Espírito Irmão
X na mensagem KARDEC E NAPOLEÃO psicografada
pelo médium Chico Xavier e apresentada no livro CARTAS E CRONICAS (feb, 1966) renasceu na cidade de Lião, França, no dia 3 de outubro de 1803, Denizard
Hipollite Léon Rivail. Muitos seguidores de suas ideias o municiaram de
informações de fenômenos que testemunhavam em várias partes da Europa e algumas
cidades do norte da África. Os próprios Espíritos Superiores que nos bastidores
da invisibilidade davam sinais dessa atuação em grupos que foram surgindo antes
mesmo do lançamento da primeira versão d’ O
LIVRO DOS ESPÍRITOS, em 1857. E o faziam através de médiuns pouco letrados,
o que servia de confirmação da autenticidade do fenômeno. No número de julho
de 1863, da REVISTA ESPÍRITA,
uma mensagem de Santo Agostinho serve de exemplo. Foi recebida na cidade de
Sétif, na Argélia, e enviada por um membro da Sociedade Espírita de Paris
chamado Sr Dumas, que explicou ter sido psicografada por um médium
totalmente iletrado acrescentando que o sensitivo não conhecia o sentido da
maioria das palavras e nos transmitindo o nome de dez pessoas notáveis que
assistiram à sessão, o que mereceu de Allan Kardec o seguinte comentário –“Os
médiuns iletrados, que recebem comunicações acima de seu alcance intelectual,
são muito numerosos. Acabam de mostrar-nos uma página verdadeiramente
admirável, obtida em Lyon por uma senhora que não sabe ler nem escrever e não
conhece uma palavra do que escreve; seu marido, que quase não sabe mais que
ela, o decifra por intuição durante a sessão, mas no dia seguinte isto lhe é
impossível. As pessoas a lêem sem muita dificuldade. Não está aí a aplicação
destas palavras do Cristo: “Vossas mulheres e vossas filhas profetizarão e
farão prodígios?” Não é um prodígio escrever, pintar, desenhar, fazer música e
poesia quando não se o sabe? Pedis sinais materiais: Ei-los. Dirão os
incrédulos que é efeito da imaginação? Se assim fosse, seria preciso convir que
tais pessoas têm a imaginação na mão, e não no cérebro. Ainda uma vez, uma
teoria não é boa senão quando consegue explicar todos os fatos. Se um único
fato vem contrariá-la, é que é falsa ou incompleta”. Explicando a razão
de comunicações espirituais de conteúdo elevado ser recebida por médiuns de
conduta discutível, Santo Agostinho, entre outras coisas diz: -“ Muitas vezes vos admirais ao
ver faculdades mediúnicas, sejam físicas ou morais, que, em vossa opinião deveriam
ser prova de mérito pessoal, em pessoas que, por seu caráter moral, estão
colocadas abaixo de semelhante favor. Isto se prende à falsa ideia que fazeis
das leis que regem tais coisas, e que quereis considerar como invariáveis. O
que é invariável é o objetivo; os meios variam ao infinito, a fim de ser respeitada
a vossa liberdade. (...). Deus emprega
as faculdades e as paixões de cada um, e as utiliza em suas respectivas
esferas, fazendo sair o bem do próprio mal. Os atos do homem, que vos parecem
tão importantes, para ele nada são; aos seus olhos, é a intenção que faz o
mérito ou o demérito”. Contudo adverte: -“Observai e estudai cuidadosamente as
comunicações que recebeis; aceitai o que a vossa razão não rejeitar; repeli o
que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam na dúvida”.
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