A AUTORIDADE MORAL associada à figura de Chico
Xavier, certamente é resultado da forma como viveu, as razões pelas quais
milhares de pessoas o procuraram ao longo dos anos. Vale, portanto, rever de
vez em quando algumas de suas opiniões, como as 5 reproduzidas a seguir. 1-
“É preciso que nós, os espíritas, compreendamos que não podemos nos distanciar
do povo. É preciso fugir da tendência à elitização no seio do Movimento
Espírita. É necessário que os dirigentes espíritas (...), compreendam e sintam
que o Espiritismo veio para o povo e com ele dialogar. É indispensável que
estudemos a Doutrina Espírita junto com as massas, que amemos a todos os
companheiros, mas sobretudo aos espíritas mais humildes social e
intelectualmente falando, e deles nos aproximarmos com real espírito de
compreensão e fraternidade. Se não nos precavermos, daqui a pouco teremos
nossas Casas Espíritas, apenas falando e explicando o Evangelho de Cristo, as pessoas
laureadas por títulos acadêmicos ou intelectuais e confrades de posição social
mais elevada. Mais que justo evitarmos a elitização no Espiritismo, isto é a
formação do “espírito de cúpula”, com a vocação de infalibilidade, em nossas
organizações. O problema não é de direção ou administração em si, mas a maneira
como a conduzem, isto é, a falta de maior aproximação com irmãos socialmente
menos favorecidos, que equivale à ausência de amor, presente no excesso de
rigorismo, de suposta pureza doutrinária, de formalismo por parte daqueles que
são responsáveis pelas nossas instituições; é a preocupação excessiva com a
parte material das instituições(....); é a preocupação com o patrimônio
material ao invés do espiritual e doutrinário; é a preocupação de inverter o
processo de maior difusão do Espiritismo, fazendo-o partir de cima para baixo,
da elite intelectualizada para as massas, exigindo-se dos companheiros em
dificuldades materiais ou espirituais uma elevação ou um crescimento, sem apoio
dos que foram chamados pela Doutrina Espírita a fim de ampará-los na formação
gradativa”. (MANDATO DE AMOR) 2- Essa insatisfação diante da vida, esse anseio de
destaque social, econômico, de poder, nos coloca a mercê de emoções muito
fortes (...); não nos educamos para viver: nos educamos para ser
criaturas cada vez mais possessivas”. (ECX). 3-“Podemos
viver com menos...Há um problema no Brasil curioso. Todos falam em crise, nossa
comunidade adquiriu dívidas muito grandes (..). O nosso carnaval era simples,
as pessoas saiam cantando. Hoje o carnaval custa milhões. Vão dizer que é
turismo. Pode ser turismo, mas é negativo, é um dispêndio de força e de vida
humana. Depois do carnaval, aparecem as listas: tantos mortos no sábado, no
domingo, na segunda, na terça. Porque não houve tantos mortos nos outros
sábados ou nos outros domingos? Foram vítimas dos excessos a que nos
entregamos, porque não sabemos viver. Temos escolas maravilhosas, exercícios
físicos, o mundo da ginástica, que nos ajuda a conservar a saúde, as nossas
universidades, que são verdadeiros mundos da cultura... Nunca vi uma escola
para ensinar as pessoas a viver, a viver com o que tem, com o que são, com os
recursos que possam adquirir”. (ECX) 4-Nós todos
caímos pela inteligência. Sentimo-nos falsamente superiores aos outros. Mas
resolveremos o assunto pelo coração, pelo sentimento, pelo Cristo aplicado em
nossa vida. Temos muita pena do menino que está com fome, mas, às vezes, temos
um desprezo total pelo menino que se faz delinquente. Quem precisa mais? O
menino dado aos tóxicos ou que se entrega às más influências poderia ser o
nosso? Estamos na mesma embarcação e o naufrágio é para nós todos”. (ECX). 5-“A
violência no mundo é falta de Deus no coração”. (OCX)
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