faça sua pesquisa

sábado, 29 de agosto de 2015

CHOCANTE, MAS LÓGICO

Considerando o perfil dos Espíritos ligados ao Planeta Terra no seu processo evolutivo apresentado no capítulo 3 d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, entende-se parte da realidade observada atualmente. Acrescentando a isso o fato de que numa hipotética existência de 60 anos, apenas v20 são aproveitados, visto que 20 dispende-se no sono físico, e outros 20 no processo de ascensão à vida adulta, deduz-se quanto é moroso o progresso da Individualidade.  A análise de Allan Kardec reproduzida na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1864 em resposta a um leitor dá uma dimensão do problema: -“Ignoramos absolutamente em que condições se dão as primeiras encarnações da alma; é um desses princípios das coisas que estão nos segredos de Deus. Apenas sabemos que são criadas simples e ignorantes, tendo todas, assim, o mesmo ponto de partida, o que é conforme à justiça; o que sabemos ainda é que o livre-arbítrio só se desenvolve pouco a pouco e após numerosas evoluções na vida corpórea. Não é, pois, nem após a primeira, nem depois da segunda encarnação que a alma tem consciência bastante clara de si mesma, para ser responsável por seus atos; não é senão após a centésima, talvez após a milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades, nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. E, ainda, quando a alma goza do livre-arbítrio, a responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento de sua inteligência; é assim, por exemplo, que um selvagem que come os seus semelhantes é menos castigado que o homem civilizado, que comete uma simples injustiça. Sem dúvida os nossos selvagens estão muito atrasados em relação a nós e, no entanto, já se acham bem longe de seu ponto de partida. Durante longos períodos, a alma encarnada é submetida à influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dizendo, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradualmente, a inteligência domina os instintos. Só então é que começa a séria responsabilidade. (...) Se houvesse acaso ou fatalidade, toda responsabilidade seria injusta. Como dissemos, o Espírito fica num estado inconsciente durante numerosas encarnações; a luz da inteligência não se faz senão aos poucos e a responsabilidade real só começa quando o Espírito age livremente e com conhecimento de causa. (...) A Terra já foi, mas não é mais, um mundo primitivo; os mais atrasados seres humanos encontrados em sua superfície já se despojaram das primeiras fraldas da encarnação e os nossos selvagens estão em progresso, comparativamente ao que eram antes que seu Espírito viesse encarnar neste Globo Que se julgue agora o número de existências necessárias a esses selvagens para transpor todos os degraus que os separam da mais adiantada civilização; todos esses degraus intermediários se acham na Terra sem solução de continuidade e se pode segui-los observando as nuances que distinguem os diferentes povos; só o começo e o fim aí não se encontram; para nós o começo se perde nas profundezas do passado, que não nos é dado penetrar. Aliás, isto pouco importa, pois tal conhecimento em nada nos adiantaria. Não somos perfeitos, eis o que é positivo; sabemos que nossas imperfeições são o único obstáculo à nossa felicidade futura; portanto, estudemo-nos, a fim de nos aperfeiçoarmos. No ponto em que estamos a inteligência está bastante desenvolvida para permitir ao homem julgar sensatamente o bem e o mal, e é também deste ponto que a sua responsabilidade é mais seriamente empenhada, já que não mais se pode dizer o que dizia Jesus: “Perdoai-lhes, Senhor, porque não sabem o que fazem.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário