Vez ou outra, ouvimos “meus
fluidos não batem com os daquela pessoa”. Intuitiva ou conscientemente,
estão falando uma verdade. Segundo Allan Kardec apoiado nas informações
oferecidas pelos Espíritos que o ajudaram a organizar a base do Espiritismo,
isso “muito
frequentemente, ocorre entre pessoas que se conheceram, prejudicaram ou amaram
em uma existência precedente, e que são atraídas uma pela outra originando as
simpatias ou aversões instintivas”. Abre, porém, a possibilidade de
existir outra causa. Nasce ela da realidade revelada ou apresentada de forma
adequada aos níveis de entendimento de parcela da Humanidade presente em nossa
Dimensão do século 19 para frente: a existência de um corpo intermediário entre
o Espírito, a individualidade, o “EU” e o corpo físico, por Kardec
denominado Perispírito, o milenarmente conhecido Corpo
Espiritual. Revestimento e modelador do Princípio Inteligente na fase
humana de sua evolução, segundo as explicações do Codificador, “o períspirito
irradia, ao redor de si mesmo, uma espécie de atmosfera impregnada das
qualidades boas ou más do Espírito encarnado. Assim, duas pessoas que se
encontram experimentam, pelo contato desses fluídos, impressão agradável ou não,
por sinal, a mesma da sensitiva – planta que se retrai ante a aproximação de
qualquer Ser humano. Tais fluidos tendem a confundir-se ou repelir-se, segundo
sua natureza semelhante ou dessemelhante”. Dentro dessa visão,
entende-se a razão daqueles fatos ou fenômenos em que uma pessoa como que percebe a realidade interior daquela com a qual se relaciona, “se
adivinhando e compreendendo sem se falarem”. Nada mais que o “contato
dos fluidos pessoais”. Décadas depois, o Instrutor Espiritual Emmanuel
através do médium Chico Xavier, escreveria no livro O CONSOLADOR (feb; 1940), que “a simpatia ou a antipatia tem suas raízes
profundas no Espírito, na sutilíssima entrosagem dos fluidos peculiares a cada
um e, quase sempre, de modo geral, atestam uma renovação de sensações experimentadas
pela criatura, desde o pretérito delituoso, em iguais circunstâncias”.
Mais à frente, o Espírito identificado como André Luiz – nome aproveitado
de um irmão consanguíneo do médium Xavier que à época do lançamento do
primeiro livro escrito pelo médico desencarnado enfrentava um processo judicial
movido pela viúva do escritor Humberto de Campos pelo uso do nome
do marido, requerendo indenização ou participação nos resultados dos direitos
autorais dos livros mediúnicos que utilizassem o nome do intelectual -, reproduziria explicação ouvida na Colônia NOSSO
LAR, segundo a qual “todo Espírito, esteja onde estiver, é um
núcleo irradiante de forças que criam, transformam ou destroem, exteriorizadas
em vibrações que a ciência terrestre presentemente (1943) não
pode compreender. Quem pensa, está fazendo alguma coisa alhures”. No
mesmo aprendizado, registra um dado bastante significativo: -“Pelo
pensamento, os homens encontram no Umbral os companheiros que afinam com as
tendências de cada um. Toda alma é um imã poderoso. Há uma extensa Humanidade
invisível, que se segue à Humanidade visível”. Exemplificam dizendo que
“pelos
dispositivos da Lei da Afinidade, a maledicência atrairá caluniadores
invisíveis e a ironia buscará, sem dúvida, as entidades galhofeiras e
sarcásticas, que inspirarão o anedotário menos digno, deixando margem
vastíssima à leviandade e à perturbação”. No quesito antipatia, a
Espiritualidade orienta: -“Toda antipatia, aparentemente a mais
justa, deve morrer para dar lugar à simpatia que edifica o coração para o
trabalho construtivo e legítimo da fraternidade”.
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