Atitude condenada pela maioria das religiões, na visão
do Espiritismo, ganha contornos mais realísticos do que os da fé cega.
Sobretudo n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS
das questões 943 a 957, em que Allan Kardec cerca os Espíritos que
lhe forneceram elementos às diferentes perguntas a eles formuladas sobre os
mais diferentes assuntos, inclusive o suicídio. A roda do tempo girou e um
século após, no ano de 1960, nos estudos encetados em torno dos temas tratados na
mais básica de todas as Obras organizadas pelo pesquisador, intelectual e
educador francês que enxergou nos fenômenos das mesas girantes a oportunidade
de obter informações cruciais para o entendimento da natureza humana e do
ignorado Mundo que se lhe apresentava, o Espírito Emmanuel, através do
médium Chico Xavier, amplia horizontes para os interessados no assunto
na obra RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS (feb).
Em capítulo intitulado simplesmente SUICÍDIO,
entre outras coisas explica: -“No suicídio intencional, sem as atenuantes
da moléstia ou da ignorância, há que considerar não somente o problema da
infração ante as Leis Divinas, mas também o ato de violência que a criatura
comete contra si mesma, através da premeditação mais profunda, com remorso mais
amplo. Atormentada de dor, a consciência desperte no nível de sobre a que se
precipitou, suportando compulsoriamente as companhias. É assim que após
determinado tempo de reeducação, nos círculos de trabalho fronteiriços da
Terra, os suicidas são habitualmente reinternados no Plano Carnal, em regime de
hospitalização na cela física, que lhes
reflete as penas e angústias na forma de enfermidades e inibições. Ser-nos-á
fácil, desse modo, identifica-los, no berço em que repontam, entremostrando a
expiação a que se acolhem. Ilustrando suas ponderações, exemplifica: -“Os
que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem
trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças
do sangue e as disfunções endócrinas, tanto quanto os males de etiologia
obscura; os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da
ictiose ou do pênfigo; os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou
nas correntes de gás, exibem os processos mórbidos das vias respiratórias, como
no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram
carreiam consigo os dolorosos distúrbios do sistema nervoso, como sejam as
neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil; os que se estilhaçaram
ou deitaram a própria cabeça sob as rodas destruidoras, experimentam
desarmonias da mesma espécie, notadamente as que se relacionam com o
cretinismo, e os que se atiraram de grande altura reaparecem portando os
padecimentos da distrofia muscular progressiva ou da osteíte difusa. Segundo
o tipo de suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas
derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a
mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a
representarem terapêutica providencial
na cura da alma. Junto de semelhantes quadros de provação regenerativa,
funciona a ciência médica por missionária de redenção, conseguindo ajudar e
melhorar os enfermos de conformidade com os créditos morais que atingiram ou
segundo o merecimento de que disponham”. Sendo assim, fazendo o
processo inverso, dos efeitos remontando as causas, embora a generalização não
seja recomendável, poderíamos ter uma ideia das razões de processos incompreensíveis
pelo conhecimentos da nossa realidade.
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