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sábado, 31 de outubro de 2015

MORRER E DESENCARNAR

-“A missão do Espiritismo é precisamente esclarecer-nos sobre o futuro, fazendo-nos, por assim dizer, tocá-lo e vê-lo, não pelo raciocínio, mas pelos fatos. Graças às comunicações espíritas, já não se trata de uma presunção ou uma probabilidade, sobre a qual cada um imagina à vontade. (...). É a própria realidade que nos aparece, pois são os próprios seres de além-túmulo que nos vem descrever sua situação, falar-nos do que fazem, permitindo-nos, por assim dizer, assistir a todas as peripécias de sua vida nova, e assim nos mostram a sorte inevitável que nos aguarda, conforme os nossos méritos e deméritos”. O comentário pertence a Allan Kardec e está preservado no número de abril de 1859 da REVISTA ESPÍRITA. Quase um século depois, através do médium Chico Xavier, o Espírito Emmanuel, na extraordinária obra O CONSOLADOR (feb,1949), apresenta outros esclarecimentos que, certamente, ampliam os horizontes daqueles que buscam a Verdade. Ante a data consagrada pelo calendário católico às reverências aos mortos, denominada Dia de Finados, reunimos dois desses esclarecimentos para maiores reflexões. Vamos a eles: 1- É fatal o instante da morte? -Com exceção do suicídio, todos os casos de desencarnação são determinados previamente pelas forças espirituais que orientam a atividade do homem sobre a Terra. Esclarecendo-vos quanto a essa exceção, devemos considerar que, se o homem é escravo das condições externas da sua vida no orbe, é livre no mundo íntimo, razão por que, trazendo no seu mapa de provas a tentação de desertar da vida expiatória e retificadora, contrai um débito penoso aquele que se arruína, desmantelando as próprias energias. A educação e a iluminação do íntimo constituem o amor ao santuário de Deus em nossa alma. Quem as realiza em si, na profundeza da liberdade interior, pode modificar o determinismo das condições materiais de sua existência, alcançando-a para a luz e para o Bem. Os que eliminam, contudo, as suas energias próprias, atentam contra a luz divina que palpita em si mesmos. Daí o complexo de suas dívidas dolorosas. E existem ainda os suicido lentos e gradativos, provocados pela ambição ou pela inércia, pelo abuso ou pela inconsideração, tão perigoso para a vida da alma, quanto os que se observam, de modo espetacular, entre as lutas do mundo. Essa a razão pela qual tantas vezes se batem os instrutores dos encarnados, pela necessidade permanente de oração e de vigilância, a fim de que os seus amigos não fracassem nas tentações. 2–Proporciona a morte mudanças inesperadas e certas modificações rápidas, como será de desejar? -A morte não prodigaliza estados miraculosos para a nossa consciência. Desencarnar é mudar de plano, como alguém que se transferisse de uma cidade para outra, aí no mundo, sem que o fato lhe altere as enfermidades ou as virtudes com a simples modificação dos aspectos exteriores. Importa observar apenas a ampliação desses aspectos, comparando-se o Plano Terrestre com a esfera de ação dos desencarnados. Imaginai um homem que passa de sua aldeia para uma metrópole moderna. Como se haverá, na hipótese de não se encontrar devidamente preparado em face dos imperativos da sua nova vida? A comparação é pobre, mas serve para esclarecer que a morte não é um salto dentro da Natureza. A alma prosseguirá na sua carreira evolutiva, sem milagres prodigiosos. Os dois planos, visível e invisível, se interpenetram no mundo, e, se a criatura humana é incapaz de perceber o plano da vida imaterial, é que o seu sensório está habilitado somente a certas percepções, sem que lhe seja possível, por enquanto, ultrapassar a janela estreita dos cinco sentidos.








quinta-feira, 29 de outubro de 2015

MEDIUNIDADE CURADORA: UMA PROFISSÃO ?

Na edição de abril de 1865 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec se posiciona diante de uma dúvida nascida diante do fato de médiuns – ou pretensos médiuns – se valerem do trabalho dos Espíritos desencarnados como meio de vida, ou mesmo desenvolverem trabalhos paralelos como a  comercialização de medicamentos complementares à assistência espiritual para obter resultados econômicos. Afinal, pode-se transformar a mediunidade curadora em profissão? Explica Allan Kardec: - Por vezes os Espíritos se servem de médiuns especiais, como condutores de seu fluido. São esses os médiuns curadores propriamente ditos, cuja faculdade apresenta graus muito diversos de energia, conforme sua aptidão pessoal e a natureza dos Espíritos que os assistem. Conhecemos em Paris uma pessoa acometida há oito meses de exostoses no quadril e no joelho, que lhe causam grandes sofrimentos e a obrigam a ficar acamada. Um de seus amigos, rapaz dotado desta preciosa faculdade, prodigalizou-lhe cuidados pela simples imposição das mãos sobre a cabeça, durante alguns minutos, e pela prece, que o doente acompanhava com fervor edificante. No momento este último apresentava uma crise muito dolorosa, (...) logo seguida de uma calma perfeita. Então ele sentia a impressão de várias mãos, que massageavam e estiravam a perna, que se via alongar-se de 10 a 12 centímetros. Nele já há uma melhora muito sensível, pois começa a andar; mas a antiguidade e a gravidade do mal necessariamente tornam a cura mais difícil e mais demorada que a de uma simples entorse. Faremos observar que a mediunidade curadora ainda não se apresentou, ao que saibamos, com caracteres de generalidade e de universalidade, mas, ao contrário, restrita como aplicação, isto é, o médium tem uma ação mais poderosa sobre certos indivíduos do que sobre outros, e não cura todas as doenças. Compreende-se que assim deva ser, quando se conhece o papel capital que representam as afinidades fluídicas em todos os fenômenos mediúnicos. Algumas pessoas somente o gozam acidentalmente e para um determinado caso. Seria, pois, um erro acreditar que, pelo fato de se ter obtido uma cura, mesmo difícil, podem ser obtidas todas, em virtude do fluido próprio de certos doentes ser refratário ao fluido do médium; a cura é tanto mais fácil quanto mais naturalmente se opera a assimilação dos fluidos. Também é surpreendente ver algumas pessoas, frágeis e delicadas, exercerem uma ação poderosa sobre indivíduos fortes e robustos. É que, então, essas pessoas são bons condutores do fluido espiritual, ao passo que homens vigorosos podem ser péssimos condutores. Têm apenas o seu fluido pessoal, fluido humano, que jamais tem a pureza e o poder reparador do fluido depurado dos Espíritos bons. De acordo com isto, compreendem-se as causas maiores que se opõem a que a mediunidade curadora se torne uma profissão. Para que isso ocorra, seria preciso ser dotado de uma faculdade universal. Ora, só os Espíritos encarnados da mais elevada ordem poderiam possuí-la nesse grau. Ter essa presunção, mesmo exercendo-a com desinteresse e por pura filantropia, seria uma prova de orgulho que, por si só, seria um sinal de inferioridade moral. A verdadeira superioridade é modesta; faz o bem sem ostentação e apaga-se, em vez de procurar o brilho; o famoso vai buscá-la e a descobre, ao passo que o presunçoso corre atrás da fama que muitas vezes lhe escapa. Jesus dizia aos que havia curado: “Ide, dai graças a Deus e não faleis disto a ninguém.” É uma grande lição para os médiuns curadores. Lembraremos aqui que a mediunidade curadora está exclusivamente na ação fluídica mais ou menos instantânea; que não se deve confundi-la nem com o magnetismo humano, nem com a faculdade que têm certos médiuns de receber dos Espíritos a indicação de remédios. Estes últimos são apenas médiuns receitistas, como outros são médiuns poetas ou desenhistas.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

INFLUÊNCIAS ATRAVÉS DOS FLUIDOS ESPIRITUAIS

A questão da influência através de fluidos espirituais é um assunto que, no avassalador momento vivido pela Humanidade da Terra, não só vai progressivamente despertando interesse, mas, revelando nuances fascinantes. Da série de obras conhecida como NOSSO LAR vertida do Plano Espiritual pelo Espírito identificado como André Luiz, através do médium Chico Xavier,  destacamos alguns exemplos para reflexão:  1- MEDIDA PROVIDENCIAL - “Silas emitiu forte jato de energia fluídica sobre o córtex encefálico dela, e a moça, sem conseguir explicar a si mesma a razão do torpor que lhe invadia o campo nervoso, deixou-se adormecer pesadamente, qual se houvera sorvido violento narcótico”. (AR) 2- CONTAMINAÇÃO DE ALIMENTOS - “Aqui, não trazemos à mesa qualquer pessoa que se manifeste perturbada ou desgostosa. A neurastenia e a inquietação emitem fluidos pesados e venenosos, que se misturam automaticamente às substâncias alimentares”. (NL) 3- IMUNIDADE - Quanto aos fluidos de natureza deletéria, não precisamos temê-los. Recuam  instintivamente ante a luz espiritual que os fustiga ou desintegra. (NDM)  4- ATMOSFERA INTERNA E EXTERNA DE UM TEMPLO RELIGIOSO - “Notava a diferenciação do ambiente. Para nós, os desencarnados, a atmosfera interior  (Centro Espírita) impregnava-se de elementos balsâmicos, regeneradores. Cá fora, porém, o ar pesava. Acentuara-se-me, sobremaneira, a hipersensibilidade, diante das emanações grosseiras da rua. As lâmpadas elétricas semelhavam-se a globos pequeninos, de luz muito pobre, isolados em sombra espessa. (...). O Instrutor, explicando as diferenças entre as vibrações internas e externas disse: - “O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem está longe de imaginar. A rua, no entanto, é aventalhado repositório de vibrações antagônicas, em meio de sombrios materiais psíquicos e perigosas bactérias de variada procedência, em vista da maioria dos transeuntes lançar em circulação, incessantemente, não só colônias imensas de micróbios diversos, mas também os maus pensamentos de toda ordem”. (ML) 5- IMPREGNAÇÃO FLUIDICA - “Assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual pode absorver elementos de degradação que lhe corroem os centros de força, com reflexos sobre as células materiais. Se a mente da criatura encarnada ainda não atingiu a disciplina das emoções, se alimenta paixões que a desarmonizam com a realidade, pode, a qualquer momento, intoxicar-se com as emissões mentais daqueles com quem convive e que se encontrem no mesmo estado de desequilíbrio. (...) Em muitos casos, são suscetíveis de ocasionar perigosos desastres orgânicos. Isso acontece, mormente quando os interessados não tem vida de oração, cuja influência benéfica pode anular inúmeros males”. (ML) 6- OPERAÇÃO DE SALVAMENTO DA MORTE -Observei que estávamos diante de uma trombose perigosíssima, por localizar-se numa das artérias que irrigam o córtex motor do cérebro. A apoplexia não se fizera esperar. Mais alguns instantes e a vítima estaria desencarnada. (...) Alexandre assumiu atitude de profunda concentração de pensamento. Não passou mais dum minuto e pequena expedição de oito entidades, penetrou o recinto doméstico, em religioso silêncio. Saudamo-nos todos , ligeiramente e o Instrutor dirigiu-se, atencioso, à entidade que guardava atribuições de chefia:  -Francisco, precisamos aqui das emanações de alguns dos nossos amigos encarnados, cujo veículo material esteja agora em repouso equilibrado. Conforme observa, estamos diante dum caso gravíssimo. É preciso muito critério na escolha do doador de fluidos”. (ML) 7- CLIMA EM AMBIENTE DE PRECE -- “Era belo sentir-lhes a vibração particular. Cada qual emitia raios luminosos, muito diferentes entre si, na intensidade e na cor. Esses raios confundiam-se à distância aproximada de sessenta centímetros dos corpos físicos e estabeleciam uma corrente de força, bastante diversa das energias de nossa esfera. (...). As energias dos encarnados casavam-se aos fluidos vigorosos dos trabalhadores de nosso plano de ação, congregados em vasto número, formando precioso armazém de benefícios para os infelizes, extremamente apegados ainda às sensações fisiológicas. Semelhantes forças mentais não são ilusórias, como pode parecer ao raciocínio terrestre, menos esclarecido quanto às reservas infinitas de possibilidades além da matéria mais grosseira. (ML) Um convite para assistir FLUIDOS HUMANOS – AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ, disponível  neste Blog asrevelacoesdarevelacao.com


domingo, 25 de outubro de 2015

ALEGRIA

O nome Irma de Castro é pouco conhecido pela maioria das pessoas, contudo, o apelido Meimei, tornou-se popular através de mensagens psicografadas pelo médium Chico Xavier, muitas das quais transformadas em impressos avulsos distribuídos em Casas Espíritas. A palavra Meimei de origem oriental quer dizer Amor Puro, tendo sido aprendida durante a leitura de um romance do renomado escritor Lyn Yutang, intitulado UM MOMENTO EM PEQUIM, desde então usada pelos enamorados Irma e Arnaldo Rocha. Casados em 1942, após algum tempo de namoro, a convivência foi interrompida em outubro de 1946, após quatro anos de progressivo e extremo sofrimento da bela moça, desencadeado por um erro médico numa operação de amídalas, que intensificou e agravou o problema de nefrite crônica com o qual a jovem convivera desde a infância. Dias depois de sua morte, um encontro acidental numa das avenidas da Capital mineira, Belo Horizonte, reacenderia relação de longas Eras. Foi com o médium Chico Xavier, que sem nunca tê-lo visto antes disse simplesmente: -“Ora gente, é o nosso Arnaldo, está triste, magro, cheio de saudades da querida Meimei. Deixe-me ver, meu filho, o retrato de nossa Meimei que você guarda na carteira”. Nos próximos anos, até 1958 quando Chico Xavier transferiu-se para Uberaba, MG, uma convivência muito próxima resultaria em muitas revelações pessoais sobre a antiga amizade, mais tarde resumidas no livro DIÁLOGOS COM CHICO XAVIER (uem), publicado após a desencarnação do médium. Foram também, além das referidas mensagens de conteúdo espiritualizante, importantes obras como PAI NOSSO, EVANGELHO EM CASA, CARTILHA DO BEM, PALAVRAS DO CORAÇÃO, AMIZADE, DEUS AGUARDA, além de outros, em parceria com o Espírito Maria Dolores como SOMENTE AMOR, A VIDA CONTA, etc. No início dos anos 50, uma série de cartas pessoais dirigidas ao ex-marido, enfeixadas no livro MEIMEI – VIDA E MENSAGEM (clarim, 1994), descortina a história de vidas pregressas em comum. Numa delas, como personagem do romance AVE CRISTO, do Espírito Emmanuel, tinha o nome Blandina, sendo filha do personagem Taciano, o Arnaldo Rocha do século 20, por sinal o mesmo nome com que é apresentada como personagem do livro ENTRE A TERRA E O CÉU (feb, 1954), escrito pelo Espírito André Luiz. Entre os belos textos por ela transmitidos mediunicamente, como CONFIA SEMPRE, ESCOLA DA BÊNÇÃO, ORAÇÃO À MULHER, UM QUARTO DE HORA, encontra-se ALEGRIA, na qual ela, inspiradamente, escreve: Alegria é o cântico das horas com que Deus te afaga a passagem no mundo. Em toda parte, desabrocham flores por sorrisos da natureza e o vento penteia a cabeleira do campo com música de  ninar. A água da fonte é carinho liquefeito no coração da terra e o próprio grão de areia, inundado de Sol, é mensagem de alegria a falar-te do chão. Não permitas, assim, que a tua dificuldade se faça tristeza entorpecente nos outros. Ainda mesmo que tudo pareça conspirar contra a felicidade que esperas, ergue os olhos para a face risonha da vida que te rodeia e alimenta a alegria por onde passes. Abençoa e auxilia sempre, mesmo por entre lágrimas. A rosa oferece perfume sobre a garra do espinho e a alvorada aguarda, generosa, que a noite cesse para renovar-se diariamente, em festa de amor e luz.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A MORTE NÃO MODIFICA OPINIÕES BRUSCAMENTE

Na seção PERGUNTAS E PROBLEMAS da edição de maio de 1863 da REVISTA ESPÍRITA, uma dúvida interessante levantada na reunião de 27 de março daquele ano da Sociedade Espírita de Paris, foi analisada por alguns Espíritos presentes: os que morrem descrentes da continuidade da vida ante as evidências diante das quais se veem, continuam a desacreditar ?. Através do médium Sr D’Ambel, os Espíritos Viennois, Erasto e Lamenais ofereceram seus esclarecimentos, dos quais extraímos alguns pontos importantes: Viennois - “No mundo em que habitais, acreditava-se geralmente que a morte vem de repente modificar a opinião dos que se foram e que a venda da incredulidade é violentamente arrancada aos que na Terra negavam Deus. Aí está o erro, porque, para estes, a punição começa justamente em permanecerem na mesma incerteza relativamente ao Senhor de todas as coisas e a conservarem a mesma dúvida da Terra. Não, crede-me; a vista obscurecida da inteligência humana não percebe instantaneamente a luz. Procede-se na erraticidade ao menos com tanta prudência quanto na Terra; assim, não se deve projetar os raios de luz elétrica sobre os olhos dos doentes que se queira curar. A passagem da Vida Terrestre à Espiritual oferece, é certo, um período de confusão, de perturbação para a maioria dos que desencarnam. Alguns há, no entanto, que, desprendidos dos bens terrenos ainda em vida, realizam essa transição tão facilmente quanto uma pomba que se eleva no ar. É fácil perceberdes essa diferença examinando os hábitos dos viajantes que embarcam para atravessar os Oceanos. Para alguns a viagem é um prazer; para a maioria um sofrimento, uma aflição que durará até o desembarque. Pois bem! Ocorre o mesmo com quem viaja da Terra ao Mundo dos Espíritos. Alguns se desprendem rapidamente, sem sofrimento e sem perturbação, ao passo que outros são submetidos ao mal da travessia etérea. Mas acontece isto: assim como os viajantes que tocam a terra, ao sair do navio, recuperam o equilíbrio e a saúde, também o Espírito que transpõe os obstáculos da morte acaba por se achar, como no ponto de partida, com a consciência limpa e clara de sua individualidade. É, pois, certo, meu caro Sr. Kardec, que os incrédulos e os materialistas absolutos conservem sua opinião além do túmulo, até a hora em que a razão ou a graça tiver despertado em seu coração o pensamento verdadeiro, ali escondido”. Erasto: - “Apenas uma palavra: todos os corpos sólidos ou fluídicos pertencem à substância material; isto está bem demonstrado. Ora, os que em vida só admitiam um princípio na Natureza – a matéria – muitas vezes não percebem ainda, depois da morte, senão esse princípio único, absoluto. Se refletires nos pensamentos que os dominaram toda a vida, achá-los-íeis certos, ainda hoje, sob a inteira subjugação desses mesmos pensamentos. Outrora se consideravam como corpos sólidos; hoje se olham como corpos fluídicos: eis tudo. Notai bem que eles se apercebem sob uma forma claramente circunscrita, conquanto vaporosa, idêntica à que tinham na Terra, em estado sólido ou humano, de tal sorte que não veem em seu novo estado senão uma transformação de seu Ser, no qual não haviam pensado. Mas ficam convencidos de que é um encaminhamento para o fim a que chegarão, quando estiverem suficientemente desprendidos, para se diluírem no todo universal. Nada mais obstinado do que um sábio; e eles persistem em pensar que, nem por ser demorado, esse fim é menos inevitável. Uma das condições de sua cegueira moral é de aprisionar mais violentamente nos laços da materialidade e, conseguintemente, de os impedir que se afastem das regiões terrestres ou similares à Terra. E, assim como a maioria dos desencarnados, cativos na carne, não pode perceber as formas vaporosas dos Espíritos que os cercam, também a opacidade do envoltório dos materialistas lhes impede a contemplação das entidades espirituais que se movem, tão belas e tão radiosas, nas Altas Esferas do Império Celeste”. 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

CURIOSA VISÃO DA LEI DE CAUSA E EFEITO

Há livros cuja história precisa ser conhecida não só pela utilidade que tem, mas, também pela originalidade que envolveu sua concepção. Assim como O CONSOLADOR (1940, feb) sobre o qual já falamos noutra ocasião. Outro deles pertence ao substancial acervo construído através do médium Chico Xavier. Um dos cinco publicados no ano de 1963, embora, provavelmente, organizado no ano anterior pela data do prefácio: 17 de janeiro. Nasceu da proposição de questões em torno de dez temas propostos por um grupo de companheiros da Federação Espírita do Estado de São Paulo, segundo o autor espiritual Emmanuel, “desejosos de analisar o sofrimento humano em curso ligeiro de esclarecimento, à luz da Doutrina Espírita”. Daí o título LEIS DE AMOR (1963; feesp). Causas Espirituais das Doenças, Parentesco e Filiação, Escolha Social e Profissional, Divórcio, Suicídio, Aborto, Obsessão, Consequências do Passado, O tratamento das Doenças e o Espírito e Redenção, enfeixam um considerável número de perguntas e respostas sempre atuais. Para materializá-las no nosso Plano Existencial, o Orientador das atividades do médium Chico Xavier, aproveitou uma série de reuniões íntimas, convidando também o médico-médium Dr. Waldo Vieira, que responsabilizou pelos capítulos de números impares, neste que seria o décimo terceiro produziria junto ao médium de Pedro Leopoldo, visto que o intelectualizado amigo se afastaria das atividades espíritas tempos depois. Enaltecendo um dos aspectos observáveis na época – a multiplicação de escolas e cursos técnicos, estabelecimentos culturais e anfiteatros de ensino, em que perguntas e respostas sedimentam a renovação do mundo -, Emmanuel considera “natural transportemos igualmente a questão da dor para os recintos de aula, disciplina a examinar em regime de urgência”, certamente, diante não só do crescimento populacional do Planeta, como da multiplicidade de sofrimento enfrentados pelas criaturas humanas. Imaginava, como frisa no final do texto-apresentação do opúsculo, servisse o “obscuro ensaio  para a instituição de cursos rápidos ou minuciosos, destinados à elucidação espírita, entre os homens, agora e no futuro”. Pelo que se vê, sua expectativa deve ter se frustrado, nos sugerindo uma reflexão: de que servem as orientações oferecidas pelos Amigos Espirituais? Ao longo de décadas de convivência com manifestações de Espíritos manifestando suas opiniões sobre problemas difíceis enfrentados por pessoas a quem se dirigem, suas palavras apenas sensibilizam superficialmente os mesmos, caindo o conteúdo em esquecimento quase de imediato. Massageiam EGOS. Apenas isso. O remédio para nossas doenças da alma mais eficiente é a dor, em doses contínuas. Alguns exemplos de respostas encontráveis no livro, por capítulo: (1) O erro de uma encarnação passada pode influir na encarnação presente, predispondo o corpo físico às doenças? De que modo?; (2) Qual a conexão entre a consanguinidade e o destino; (3) É a fatalidade que faz a pessoa escolher determinada profissão?;  (4) Como interpretar as contrariedades e desgostos domésticos?; Como é encarado o divórcio nos Planos Superiores do Espírito?;  Quais os resultados imediatos do aborto para as mães e pais que o praticam?; As criaturas que se suicidam, em razão das desilusões encontradas nas ligações afetivas, agravam os sofrimentos de outrem, além dos sofrimentos que elas próprias encontram? (5) Existe relação entre obsessão e correntes mentais?;  (6) Como entender, na essência, as dívidas ou vantagens que trazemos de existências passadas? (7) O Espiritismo pode contribuir para o tratamento das doenças?; (8) Como redimiremos espiritualmente a nós mesmos?. Como se vê, uma obra que não pode permanecer ignorada.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A QUESTÃO DA FATALIDADE DA HORA DA MORTE


Absolutamente indiferentes às ideias de Deus e questões Espirituais, quando atingidas por situações que impõem desconforto ou de que se servem para justificar tal desinteresse ou descrença, as pessoas querem respostas rápidas e prontas, infelizmente, apenas para continuar negando a Inteligência Superior que a tudo originou. Allan Kardec buscou ouvir os Espíritos Superiores que o auxiliaram a formular a base do Espiritismo sobre algumas dessas dúvidas. Exatamente aquelas que dizem respeito à subtração inesperada do nosso convívio de entes que nos são caros. Diante de tais questionamentos, reflitamos sobre as seis respostas seguintes: 1- Algumas pessoas só escapam de um perigo mortal para cair em outro. Parece que não podiam escapar da morte. Não há nisso fatalidade? Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é. Chegado esse momento, de uma forma ou doutra, a ele não podeis furtar-vos. 2- Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou, não morreremos? Não; não perecerás e tens disso milhares de exemplos. Quando, porém, soe a hora da tua partida, nada poderá impedir que partas. Deus sabe de antemão de que gênero será a morte do homem e muitas vezes seu Espírito também o sabe, por lhe ter sido isso revelado, quando escolheu tal ou qual existência.  3- Do fato de ser infalível a hora da morte, poder-se-á deduzir que sejam inúteis as precauções que tomemos para evitá-la?  Não, visto que as precauções que tomais vos são sugeridas com o fito de evitardes a morte que vos ameaça. São um dos meios empregados para que ela não se dê. 4- Com que fim nos faz a Providência correr perigos que nenhuma consequência devem ter?  O fato de ser a tua vida posta em perigo constitui um aviso que tu mesmo desejaste, a fim de te desviares do mal e te tornares melhor. Se escapas desse perigo, quando ainda sob a impressão do risco que correste, cogitas, mais ou menos seriamente, de te melhorares, conforme seja mais ou menos forte sobre ti a influência dos Espíritos bons. Sobrevindo o mau Espírito (digo mau, subentendendo o mal que ainda existe nele), entras a pensar que do mesmo modo escaparás a outros perigos e deixas que de novo tuas paixões se desencadeiem. Por meio dos perigos que correis, Deus vos lembra a vossa fraqueza e a fragilidade da vossa existência. Se examinardes a causa e a natureza do perigo, verificareis que, quase sempre, suas consequências teriam sido a punição de uma falta cometida ou da negligência no cumprimento de um dever. Deus, por essa forma, exorta o Espírito a cair em si e a se emendar. 5- Sabe o Espírito antecipadamente de que gênero será sua morte?  Sabe que o gênero de vida que escolheu o expõe mais a morrer desta do que daquela maneira. Sabe igualmente  quais as lutas que terá de sustentar para evitá-lo e que, se Deus o permitir, não sucumbirá.  6- Podem os Espíritos provocar certos efeitos, com o objetivo de que se dê um acontecimento? Por exemplo: um homem tem que morrer; sobe uma escada, a escada se quebra e ele morre da queda. Foram os Espíritos que quebraram a escada, para que o destino daquele homem se cumprisse? A escada se quebrou porque se achava podre, ou por não ser bastante forte para suportar o peso de um homem. Se era destino daquele homem perecer de tal maneira, os Espíritos lhe inspirariam a ideia de subir a escada em questão, que teria de quebrar-se com o seu peso, resultando-lhe daí a morte por um efeito natural e sem que para isso fosse mister a produção de um milagre.


sábado, 17 de outubro de 2015

REMORSO: INSTRUMENTO INDUTOR AO PROGRESSO ESPIRITUAL

Ideia muito presente nas conjecturas e formulações da Psicanalise criada por Freud, o sentimento de culpa é inerente à criatura humana, na medida em que, como Espírito, vai avançando na escala evolutiva. O Espiritismo, através da publicação que o procurava difundir - a REVISTA ESPIRITA, subintitulada jornal de estudo psicológicos -, quase meio século antes do surgimento da Psicologia, preservou vários estudos sobre o tema, tratado na Doutrina pelo termo remorso. No número de agosto de 1867, por exemplo, temos um caso interessante, avaliado pela Espiritualidade numa das reuniões da Sociedade Espírita de Paris, comentado em seguida pelo próprio Allan Kardec. Apreciando o tema, Um Espírito presente, entre outras coisas, escreveu: - Cada Ser tem a liberdade do bem e do mal, o que chamais de livre-arbítrio. O homem tem em si a consciência, que o adverte quando fez bem ou fez mal, cometeu uma má ação ou descurou de fazer o bem; sua consciência que, como guardiã vigilante, encarregada de velar por ele, aprova ou desaprova sua conduta. Muitas vezes acontece que se mostre rebelde à sua voz, que repila suas inspirações; quer sufocá-la pelo esquecimento; mas jamais ela é completamente aniquilada para que, num dado momento, não desperte mais forte e poderosa e não exerça um severo controle de vossas ações. A consciência produz dois efeitos diferentes: a satisfação de ter agido bem, a paz que deixa a consciência do dever cumprido, e o remorso que penetra e tortura quando se praticou uma ação reprovada por Deus, pelos homens ou pela honra. É, propriamente falando, o senso moral. O remorso, é como uma serpente de mil voltas, que circula em redor do coração e o destrói; é o remorso que sempre faz ouvir as mesmas inflexões e vos grita: Fizeste uma ação má; deverás ser punido; teu castigo só cessará depois da reparação”.  Opinando, Allan Kardec acrescenta: – Sem ir buscar aplicações do remorso nos grandes criminosos, que são exceções na sociedade, nós as encontramos nas mais comuns circunstâncias da vida. É esse sentimento que leva todo indivíduo a afastar-se daqueles contra os quais sente que tem censuras a se fazer; em presença deles sente-se mal; se a falta não for conhecida, ele teme ser adivinhado; parece-lhe que um olhar pode penetrar o fundo de sua consciência; vê em toda palavra, em todo gesto uma alusão à sua pessoa, razão por que, desde que se sente desmascarado, retira-se. O ingrato também foge de seu benfeitor, já que sua visão é uma censura incessante, da qual em vão procura desembaraçar-se, pois uma voz íntima lhe grita no fundo da consciência que ele é culpado. Se o remorso já é um suplício na Terra, quão maior não será esse suplício no mundo dos Espíritos, onde não é possível subtrair-se à vista daqueles a quem se ofendeu! Felizes os que, tendo reparado já nesta vida, poderão sem receio enfrentar todos os olhares no mundo onde nada é oculto. O remorso é uma consequência do desenvolvimento do senso moral; não existe onde o senso moral ainda se acha em estado latente. É por isto que os povos selvagens e bárbaros cometem sem remorsos as piores ações. Aquele, pois, que se pretendesse inacessível ao remorso, assimilar-se-ia ao bruto. À medida que o homem progride, o senso moral torna-se mais apurado; ofusca-se ao menor desvio do reto caminho. Daí o remorso, que é o primeiro passo para o retorno ao bem.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

SEMPRE VÁLIDO REVER

O crescente problema da violência continua a perturbar a sociedade humana que se pergunta onde a origem e como resolvê-lo?  Não é, como se sabe, recente, tendo-se requintado e multiplicado em variados níveis e formas de manifestação. Enquanto esteve encarnado, o médium Chico Xavier foi ouvido em várias ocasiões e suas opiniões permanecem atuais como é compreensível. Reflitamos sobre algumas: 1- Estamos diante de uma onda crescente de violência em todo o mundo. A que os espíritos atribuem essa ocorrência? Gostaria que você se detivesse também no problema dessa corrida da população às armas, para a defesa pessoal. Como você vê tudo isso? - Temos debatido esse problema com diversos amigos, inclusive com nossos benfeitores espirituais, e eles são unanimes em afirmar que a solidão gera o egocentrismo, e esse egocentrismo exagerado reclama um espírito de autodefesa muito avançado, em que as criaturas, às vezes, se perdem em verdadeiras alucinações. Então a violência é uma consequência do desamor que temos vivido em nossos tempos, conforto talvez excessivo que a era tecnológica nos proporciona. A criatura vai se apaixonando por facilidades materiais e se esquece de que nós precisamos de amor, paciência, compreensão e carinho. A ausência desses valores espirituais vai criando essa agressividade exagerada no relacionamento entre as pessoas, ou entre muitas das pessoas no nosso tempo. De modo que precisaríamos mesmo de uma campanha de evangelização, de retorno ao Cristianismo em sua feição mais simples para que venhamos a compreender que não podemos pedir assistência espiritual a um trator de esteira, não podemos pedir socorro a determinados engenhos que hoje nos servem como recursos de pesquisas em pleno firmamento, nós precisamos desses valores de uns para com os outros. Quando nos voltarmos para o sentimento, para o coração, acreditamos que tanto a violência, como a corrida às armas para defesa pessoal decrescerão ao ponto mínimo e vamos extinguindo isso, pouco a pouco, à medida que crescemos em manifestações de amor, reciprocamente. 2- Que dizem os amigos espirituais sobre o problema da delinqüência e terrorismo em nossos tempos?Nosso Emmanuel, que tem estado sempre em contato intensivo conosco, sempre afirma que esse quadro de perturbações de nosso tempo é, em grande parte, devido à ausência da influência religiosa nas novas gerações. Precisamos encontrar um caminho de ajustamento da nossa alma à ideia de Deus e aos preceitos da Religião, quaisquer que sejam esses preceitos, que nos conduzam para o bem, a fim de que venhamos a encontrar o reequilíbrio de que estamos necessitando. A falta de ideia de Deus e a ausência da religião no pensamento da criatura, geram tendências à criminalidade, à violência, à subversão, a dificuldades que chegam, às vezes, até a loucura. 3- Como é que você vê a onda de violência que aumenta a cada dia? A violência é qual se fosse a nossa agressividade exagerada, trazida ao nosso consciente, quando estamos em carência de amor. Ela lavra, por isso, o desamor coletivo da atualidade. Se doarmos mais um tanto, se repartirmos um tanto mais, se houver um entendimento maior, estaremos contribuindo para a diminuição desta onda crescente de agressividade. À medida que a riqueza material aumenta, o conforto e a aquisição de bens também cresce, com isso retornaremos à autodefesa exagerada, isolando-nos das criaturas humanas. A vacina é o amor de uns pelos outros, programa que Jesus nos deixou há dois mil anos.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

A LÓGICA DIFÍCIL DE ACEITAR

Na questão 350 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS Allan Kardec ao indagar se “o Espírito, uma vez unido ao corpo da criança, e não podendo mais retroceder, lamenta algumas vezes a escolha feita”, obteve o seguinte esclarecimento: - Queres perguntar se, como homem, ele se queixa da vida que tem? Se desejaria outra? Sim, Se lamenta a escolha feita? Não, porque não sabe que a escolheu. O Espírito, uma vez encarnado, não pode lamentar uma escolha de que não tem consciência, mas pode achar muito pesada a carga.  O médium Chico Xavier, num comentário a respeito da criança classificada como autista, explicou tratar-se, muitas vezes, de Espírito que não aceitava a reencarnação, daí manter-se alienado da realidade em que vive, entre dois mundos. Pesquisando e estudando há mais de uma década as chamadas Cartas de Chico Xavier, ou seja, o extraordinário acervo construído com o resultado do trabalho continuado de atendimento a Espíritos encarnados e desencarnados que buscaram conforto ou explicações nele ou nas reuniões públicas na cidade de Uberaba, Minas Gerais, nos deparamos com duas situações interessantes sobre aqueles que reencarnaram para cumprir uma passagem de curta duração no corpo físico, ou seja, que sabiam que morreriam como se diz “precocemente”, para  reabilitarem-se de atitudes equivocadas em vidas passadas, tipo suicídios ou homicídios. Alguns imprimiram a suas existências um ritmo intenso de aprendizados ou realizações, enquanto outros mantiveram-se como que desinteressados de qualquer comprometimento nas oportunidades a eles oferecidas. Analisando um caso sobre o qual refletimos recentemente, cremos enquadrado no segundo grupo. Já no renascimento, um erro de avaliação sobre a data provável do nascimento, quase lhe impõem a morte ou possíveis lesões cerebrais; os últimos anos de vida física, consumiu em obsessiva preocupação a respeito da morte, provavelmente traído pelo inconsciente, que trazia o registro da informação sobre a volta mais cedo.  Muitos, pelo que vimos, exercendo seu livre arbítrio, desistem da vida e de si mesmos, frustrando projetos cuidadosamente elaborados em seu favor. A questão da morte precoce de muitos reencarnado, encontrou em mensagem psicografada por seis meses após sua desencarnação em acidente automobilístico a explicação obtida pelo comunicante com um tio desencarnado anos antes dele. Comentou que “por amigos daqui, veio a saber que milhões de pessoas estão passando pela desencarnação no tempo áureo da existência, porque nos achamos numa fase de muitas mudanças na Terra. E aqueles Espíritos retardatários em caminho, quando induzidos a considerar a extensão das próprias dívidas, aceitam a prova da desencarnação mais cedo do que o tempo razoável para a partida, e são atendidos com a separação de pais e afetos outros, no período em que mais desejariam continuar vivendo, em razão do tempo que perde­ram com frivolidades nas vidas que usufruíram. São muitos os companheiros que se retiraram da Ter­ra, compulsoriamente; das comodidades humanas em que repousavam, de modo a rematarem o resgate de certos débitos que os obrigavam a sofrer no âmago da própria consciência”. Surge, naturalmente, a pergunta sobre os pais e os sofrimentos derivados das perdas. No livro AÇÃO E REAÇÃO (1957,Feb), do Espírito André Luiz pelo médium Chico Xavier, no final do capítulo RESGATES COLETIVOS, a questão é apresentada ao Instrutor Druso. Com argumentos lógicos, explica: - “As entidades que necessitam de tais lutas expiatórias são encaminhadas aos corações que se acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito distante ou recente ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na Terra ao instituto da família”.


domingo, 11 de outubro de 2015

FATALIDADE: O QUE DIZ O ESPIRITISMO

Estarão os acontecimentos mais marcantes de nossa vida realmente determinados? Quase um ano após o lançamento d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, no número de março de 1858 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui a matéria A FATALIDADE E OS PRESENTIMENTOS, nascida da dúvida levantada por um correspondente sobre experiência pessoal na qual escapara de morrer mais de uma vez testemunhando, entretanto, desfecho trágico para quatro das  pessoas – entre os quais dois religiosos -, que com ele viajavam, enquanto ele e outros três sobreviveram. Revelando ter escapado seis ou sete vezes da morte propôs algumas questões, respondidas por São Luiz, um dos orientadores do trabalho da Codificação Espírita: 1- Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um Espírito que dirige o perigo, e quando dele escapa, é outro Espírito que o afasta? – Quando um Espírito se encarna, escolhe uma prova; elegendo-a, estabelece-se uma espécie de destino que não pode mais conjurar, uma vez que a ele está submetido; falo das provas físicas. Conservando seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, o Espírito é sempre senhor de suportar ou de repelir a prova; vendo-o fraquejar, um Espírito bom pode vir em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar sua vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe ou exagerando um perigo físico, pode abalá-lo e apavorá-lo, mas nem por isso a vontade do Espírito encarnado fica menos livre de qualquer entrave. 2. Quando um homem está na iminência de perecer por acidente, parece-me que o livre-arbítrio nada vale. Pergunto, pois, se é um Espírito mau que provoca esse acidente; se, de alguma sorte, é o seu agente; e, caso se livre do perigo, se um Espírito bom veio em seu auxílio? – Os Espíritos bons e maus não podem sugerir senão pensamentos bons ou maus, conforme sua natureza. O acidente está assinalado no destino do homem. Quando tua vida é posta em perigo, é uma advertência que tu mesmo desejaste, a fim de te desviares do mal e de te tornares melhor. Quando escapas a esse perigo, ainda sob a influência do perigo que correste, pensas mais ou menos vivamente, segundo a ação mais ou menos forte dos Espíritos bons , em te tornares melhor. Sobrevindo o Espírito mau – e digo mau, subentendendo o mal que nele ainda persiste – pensas que igualmente escaparás a outros perigos, e deixas, de novo, tuas paixões se desencadearem. 3. A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio? – Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. (...). 4. Compreendemos perfeitamente essa doutrina, mas isso não nos explica se certos Espíritos exercem uma ação direta sobre a causa material do acidente (...)? – Quando um homem passa sobre uma ponte que deve cair, não é um Espírito que o leva a passar ali, é o instinto de seu destino que o conduz a ela. 5. Quem fez a ponte desmoronar? – As circunstâncias naturais. A matéria tem em si as causas da destruição. No presente caso, tendo o Espírito necessidade de recorrer a um elemento estranho à sua natureza para movimentar forças materiais, recorrerá de preferência à intuição espiritual. (...) O Espírito, digamos, insinuará ao homem que passe por essa ponte, em vez de passar por outro local. Tendes, aliás, uma prova material do que digo: seja qual for o acidente, ocorre sempre naturalmente, isto é, por causas que se ligam às outras e o produzem insensivelmente. 6. Tomemos um outro caso, em que a destruição da matéria não seja a causa do acidente. Um homem mal-intencionado atira em mim, a bala passa de raspão, mas não me atinge. Poderá ter sucedido que um Espírito bondoso haja desviado o projétil? – Não.. Podem os Espíritos advertir-nos diretamente de um perigo? Eis um fato que parece confirmá-lo: Uma mulher saiu de casa e seguia pelo bulevar. Uma voz íntima lhe diz: Vai embora; retorna para tua casa. Ela hesita. A mesma voz faz-se ouvir várias vezes; então ela volta; mas, pensando melhor, diz a si mesma: O que vou fazer em minha casa? Acabo de sair de lá; sem dúvida é efeito da minha imaginação. Então, continua o seu caminho. Alguns passos mais adiante, uma viga que tiravam de uma casa atinge-lhe a cabeça e a derruba, inconsciente. Que voz era aquela? 7 -Não era um pressentimento do que ia acontecer a essa mulher? – A voz do instinto; nenhum pressentimento, aliás, apresenta tais caracteres: são sempre vagos. 8. Que entendeis por voz do instinto?  – Entendo que, antes de encarnar-se, o Espírito tem conhecimento de todas as fases de sua existência; quando estas fases têm um caráter fundamental, conserva ele uma espécie de impressão em seu íntimo e tal impressão, despertando quando o momento se aproxima, torna-se pressentimento. 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A JUSTIÇA NA LEI DE CAUSA E EFEITO

No capítulo 7 do excelente livro O CÉU E O INFERNO ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo, Allan Kardec apresenta o CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA revelando em 33 artigos a lógica dos mecanismos que induzem o Espírito a seguir na direção do seu progresso espiritual. Pesquisando casos reais de como funcionam tais regras na prática, apresentamos a seguir três exemplos:1- TRANSTORNOS DE RELACIONAMENTO: EFEITO - Mulher, casada, quatro filhos. Toda sua vida foi inimiga acirrada do pai, pessoa socialmente considerada simples, humilde e que sempre a tratou com carinho e bondade, tendo ele tudo feito para reverter tal situação. Ante a aproximação dos dois, notava-se o olhar carregado de ódio da mulher, transtornada pela repulsa e desprezo, com palavras incisivas e duras para o pai, comprazendo-se visivelmente com os tormentos morais estampados no rosto do mesmo. CAUSA - Ações praticadas 120 anos antes, em pequena vila de nome Pedra Grande, em Portugal. Na época, a senhora de hoje, estava encarnada na condição masculina, negociava vinhos, era casado e tinha filhos. Aventureiro, precipitou em quedas morais várias mulheres e jovens, chegando a ser pai de muitos filhos naturais não reconhecidos. Entretendo relações comerciais com um negociante, veio a seduzir a filha deste ,induzindo-a à prostituição e levando-a ao suicídio. Seu sogro que o auxiliava bastante ,tendo sido quem o criara, sabedor dessa aventura, não desejando mais que sua filha suportasse os contínuos escândalos e sofresse mais desgostos, expulsou-o de casa. Fugiu, para nunca mais voltar. Agora, reencarnou como mulher. Seu pai atual era o antigo sogro. Seu marido, o noivo da moça que seduzira e levara ao suicídio e, esta, por sua vez, renasceu como uma de suas filhas.(NRM) 2-TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS – EFEITO - Homem, 23 anos, físico forte, equilíbrio orgânico relativamente bom. Tremor intenso das pernas e braços, não podendo alimentar-se pelas próprias mãos. Dificuldade no falar, pronúncia bastante defeituosa, não se entendendo nada do que dizia.  todo instante caia em pranto convulsivo, sem causa aparente. Falava, às vezes, sozinho. Um pavor imenso o invadia, a ponto de não querer ficar só. Não lhe faltavam recursos médicos, e tudo que a ciência podia oferecer, piorando sempre, levando a família a perder as esperanças. Revoltou-se com a ideia de tratamento espírita, embora o tenham levado a tomar passes, sem resultado. CAUSA - Ação praticada 300 anos antes, quando, moço, rico e filho de poderoso Rajá, salvou  com sua poderosa escolta, uma caravana de fiéis que se dirigia pelo deserto à Terra Santa, liderados por um Rabi e que foi atacada por um grupo de beduínos salteadores. Exigiu como pagamento para livrá-los, a noiva de um dos peregrinos (obsessor de hoje), não valendo de nada os rogos e sábias argumentações, inclusive do Rabi. Levada, a jovem se mata antes de servir aos desejos inferiores do aventureiro (o doente de hoje), plantando no coração do prejudicado a semente do ódio e da vingança, que se manifesta na atual encarnação, em face da tomada de ligação da culpa presente em sua consciência. (NRM) 3- EXEMPLO DE MORTE VIOLENTA – EFEITO - Morte em acidente automobilístico de OPM, juntamente com a pajem de seus filhos, pouco depois de iniciar com a família viagem de férias, sem que esposa e filhos tivessem sofrido lesões ou fraturas maiores. CAUSA - Execução em vida anterior de plano arquitetado por ele e a pajem de hoje objetivando desalojar e precipitar num pântano adversário que iniciava longa viagem.  




quarta-feira, 7 de outubro de 2015

INSTIGANTE

A contribuição do estudioso e pesquisador Hermínio Correia de Miranda precisa ser mais conhecida pelos que chegam ao Espiritismo. Criterioso, sensato, produziu trabalhos que demonstram sua erudição, oferecendo aos interessados na verdade dos fatos e evidências valiosas informações. Um deles, A MEMÓRIA E O TEMPO (edicel, 1980), com antecedência de alguns anos, incursões no campo da regressão de memória na confirmação da reencarnação. Outro, EU SOU CAMILLE DEMOULINS (lachâtre, 1993), fascinante, lamentavelmente não mais publicado – pelo que sei por divergências com o pesquisado -, revela detalhes e minúcias da incursão pelo inconsciente profundo de um jornalista recentemente desencarnado que, em transe repetidas vezes induzido, revelou-se um personagem da Revolução Francesa, no século 20 reencarnado no Brasil. Nele, encontramos o depoimento em carta, do advogado, médium e também pesquisador, Dr Cesar Burnier, na verdade Cesar Gouveia Pessoa de Melo, amigo pessoal de Chico Xavier a quem conheceu – ou reencontrou – em 2 de junho de 1938, poucos dias após a morte surpreendente de um de seus filhos vitimado por insidioso quadro de meningite. Na referida obra, vamos encontrar interessante relato do Dr. Burnier, envolvendo o grande médium mineiro. Segundo ele, Chico Xavier, “ao tempo da Grande Revolução, era uma moçoila um tanto caipira da cidade francesa de Arras. Chamava-se Jennne D’Arencourt, sendo protegida de Andréa de Taverne, condessa de Charny, que a introduziu na corte de Maria Antonieta. Sua permanência na corte foi muito curta. É que Jeannne, sem jeito e extremamente acanhada, quebrou logo o protocolo real pisando nos pés da Rainha. Foi sua felicidade. Esse acidente, afastando-a da alta nobreza, evitou-lhe a morte na guilhotina, mas não evitou que a lâmina desta cortasse a cabeça do seu pai, pequeno nobre da terra de Robespierre. Jeannne era amiga de Danton. Apelou para o ardoroso tribuno pedindo sua juda junto ao “incorruptível”. Danton levou-a à presença do “todo poderoso detentor das pulcritudes cívicas”. Durante o trajeto, Danton recomendou-lhe: -“Atire-se aos pés do homem; diga-lhe que seu pai é pessoa moderada, nas cida em sua terra – Arras; chame-o de Citoyen, mostre-se humilde e confiante no seu poder e na sua magnanimidade”. Jeanne cumpriu religiosamente os conselhos do amigo, enquanto Danton se dirigia ao Pontífice das Virtudes Cívicas, implorando sua piedade para com a infeliz moça. Robespierre ouviu das culminâncias do seu orgulho. Depis, num gesto todo seu, atirou a cabeça para trás, trincou os maxilares e exclamou: - “Minha filha, Robespierre comoveu-se com a a sua rogativa, mas é o Comitê de Salvação Pública que está encarregado dos assuntos da pátria. Todo traidor terá de morrer!”.No dia seguinte o pai de Jeanne perdeu a cabeça na guilhotina, e a moça, banhada em lágrima, fugiu para a Espanha, onde faleceu, algum tempo depois, vítima de tuberculose, em Barcelona, na Igreja de Sant’Ana. Emmanuel, o magnífico guia do Chico, fugiu de Paris, do terror de Robespierre. Chama-se Jean Jacques Tourville ou Turville. Era professor da nobreza e se refugiou igualmente na Espanha. Surpreendente Lei de Causa e Efeito, contudo, tem suas sutilezas. Ainda segundo o Dr. Burnier, “Robespierre reencarnou no Brasil na figura de uma médica, em Minas Gerais. Seu novo sexo – ao que julgo – deveria dar-lhe novas perspectivas da vida, principalmente na faixa da sentimentalidade reparadora”. Sua história seria ligada novamente ao Espírito conhecido como Chico Xavier em episódio, certamente, refletido daqueles resgatados no testemunho do Dr. Burnier. A continuidade e desfecho, porém, ficam para outra oportunidade.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

UMA EXPERIÊNCIA, VÁRIAS CONFIRMAÇÕES



No extraordinário laboratório em que transformou a Sociedade Espírita de Paris, que como se sabe, dispunha de vários médiuns – segundo Allan Kardec cumprindo a mesma função do microscópio na pesquisa das formas de vida infinitamente diminutas -, na reunião de 10 de fevereiro de 1860, provocou-se com a concordância do dirigente espiritual das atividades ali desenvolvidas, a comunicação da senhorita Indermuhule, uma surda-muda de nascença, 32 anos de idade, ainda encarnada, residente em Berna, na Suiça, outro País, portanto. Presente à sessão estava um dos seus irmãos que confirmou várias respostas. Conforme reproduzido na edição de março de 1860, da REVISTA ESPÍRITA, após a primeira resposta do Espírito da jovem, fato confirmado por São Luiz, que acrescentou que competia a Kardec, a garantia de uma boa comunicação pela natureza e motivo das perguntas a serem feitas, iniciou-se a entrevista com a entidade, repetimos, ainda encarnada: 1- Sabeis bem onde vos encontrais agora? R- Perfeitamente. Pensais que eu não tenha sido instruída a respeito? A partir daí, quinze questões foram propostas à senhorita Indermuhle, algumas das quais confirmando várias das revelações oferecidas pelo Espiritismo. 4. Como podeis responder aqui, se vosso corpo está na Suíça?. Resp. – Porque não é meu corpo que responde. Aliás, como bem o sabeis, ele é absolutamente incapaz de o fazer. 5. Que faz vosso corpo neste momento? Resp. – Cochila. A propósito dessa respostas, quase um século depois, uma obra do Espírito André Luiz, através do médium Chico Xavier, apresenta um exemplo sobre como a Espiritualidade pode criar essas condições. É no livro AÇÃO E REAÇÃO (feb, 1957), fato assim descrito pelo autor“Silas emitiu forte jato de energia fluídica sobre o córtex encefálico dela, e a moça, sem conseguir explicar a si mesma a razão do torpor que lhe invadia o campo nervoso, deixou-se adormecer pesadamente, qual se houvera sorvido violento narcótico”. 7. Quanto tempo levastes para vir da Suíça até aqui? R. – Um tempo inapreciável para vós. 8. Vistes o caminho que percorrestes? R. – Não. 9. Estais surpresa de vos achar nesta reunião? R – Minha primeira resposta vos prova que não. 10. Que aconteceria se vosso corpo despertasse, enquanto nos falais aqui? R. – Eu lá estaria. 11. Existe um laço qualquer entre o vosso Espírito, aqui presente, e o corpo, que se encontra na Suíça? R. – Sim; não fora assim, quem me advertiria de que devo voltar a ele? 10. Que aconteceria se vosso corpo despertasse, enquanto nos falais aqui? R. – Eu lá estaria. 11. Existe um laço qualquer entre o vosso Espírito, aqui presente, e o corpo, que se encontra na Suíça? R. – Sim; não fora assim, quem me advertiria de que devo voltar a ele? 14. Ouvis o ruído que faço neste momento, batendo? R – Aqui não sou surda. 15. Como percebeis, visto que, por comparação, não tendes a lembrança do ruído em estado de vigília? R. – Eu não nasci ontem. OBSERVAÇÃO – A lembrança da sensação do ruído lhe vem das existências em que ela não era surda. 18. Como podeis responder-nos em francês, já que sois alemã e não conheceis a nossa língua? R. – O pensamento não tem língua; eu o comunico ao guia do médium, que o traduz na língua que lhe é familiar. OBSERVAÇÃO – Desta maneira, muitas vezes as respostas não nos chegariam senão de terceira mão. O Espírito interrogado transmite o pensamento ao Espírito familiar, este ao médium e o médium o traduz, seja pela escrita, seja pela palavra. Ora, podendo o médium ser assistido por Espíritos mais ou menos bons, isto explica como, em muitas outras circunstâncias, o pensamento do Espírito interrogado pode ser alterado. Assim, no começo, São Luís disse que a presença do Espírito evocado nem sempre é suficiente para assegurar a integridade das respostas. Cabe a nós apreciá-las e julgar se são lógicas e se estão em relação com a natureza do Espírito. 

sábado, 3 de outubro de 2015

KARDEC, OBRIGADO!

Naquela quarta feira, 3 de outubro de 1804, em Lyon, França, começava a história de um personagem que, de forma objetiva abriria caminho para que a explicação dos outrora incompreensíveis ensinos atribuídos a Jesus, bem como a lembrança do que ele havia dito, fosse resgatada por parcela da sociedade humana cada vez mais absorvida pelas ilusões e torpor das ideias materialistas. Ao que parece, Espírito ligado aos grupos representativos daquele que se acredita ser o responsável pelo surgimento e evolução do Planeta chamado Terra, pois, quatro séculos antes, na personalidade do padre Jan Huss, na região da Bohemia, influenciado pelo pensamento do inglês John Wicliffe lançara das bases do que viria a ser a Reforma, movimento que originou o Protestantismo.  Suas pregações fizeram com que pagasse com a própria vida consumida pela fogueira onde foi queimado vivo por decisão de autoridades religiosas à qual se encontrava vinculado.  Na verdade, como revela o Espírito do escritor Humberto de Campos – ou Irmão X -, no capítulo KARDEC E NAPOLEÃO do livro CARTAS E CRÔNICAS (feb, 1965), sua volta havia sido anunciada três anos antes, na madrugada de 31 de dezembro de 1799, na passagem do século 18 para o 19, em reunião havida em determinada região do Mundo Invisível, onde grande número de Espíritos comprometidos com a evolução planetária ao longo de várias Civilizações, desencarnados e encarnados, entre os quais, em desdobramento espiritual se achava o grande líder Napoleão Bonaparte, que teve, por parte de Jesus, sua atenção chamada para sua sanha em busca de dominação e poder, contrária às razões pelas quais renascera e ascendera à posição em que se encontrava àquela época. As observações do Mestre de nada valeram, custando a Napoleão a destituição de sua condição e, posteriormente, a morte solitária na Ilha de Santa Helena, no segundo exílio forçado. Entre as coisas curiosas que Jesus teria dito no referido encontro, conforme registro revelado pelo cronista desencarnado destaca-se a informação de que no novo século – 19 -, começaremos a preparação do Terceiro Milênio do Cristianismo na Terra”, acrescentando que “novas concepções de liberdade surgirão para os homens, a Ciência erguer-se-á a indefiníveis culminâncias, as nações cultas abandonarão para sempre o cativeiro e o tráfico de criaturas livres e a religião desatará os grilhões do pensamento que, até hoje, encarceram as melhores aspirações da alma no inferno sem perdão”. Assim, no cinco meses depois que Napoleão proclamou-se Imperador, ordenando que o Papa Pio VII, viesse coroá-lo em Paris, renascia no interior da França, Hipollyte Leon Denizard Rivail, como destaca o comentário do Irmão X, “apagando a própria grandeza, na humildade de um mestre escola, muita vez atormentado e desiludido, como simples homem do povo, deu integral cumprimento à Divina Missão que trazia à Terra, inaugurando a Era Espírita Cristã, que, gradativamente, será considerada em todos os quadrantes do obre como a sublime renascença da luz para o Mundo inteiro”. Graças à ele, sabemo-nos hoje Espíritos reencarnados destinados à Evolução, servindo-nos de um instrumento de trabalho chamado corpo físico, ligados a personagens com os quais vivenciamos experiências em outras Eras, submetidos à uma Lei de Causa e Efeito que nos leva automática e inexoravelmente a promover nossa reabilitação perante a própria consciência, que, por sua vez, é a expressão da Divindade que habita em nós, sujeitos à influência dos desencarnados que habitam um mundo integrado ao nosso chamado Espiritual, enfim, encontrando um sentido para a vida, em meio às realidades controversas e adversas com as quais nos deparamos nos caminhos do progresso na direção da Luz. 

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

OS FLUIDOS EM NOSSAS VIDAS

Importante trabalho elaborado com vistas ao despertamento das criaturas humanas sobre a realidade espiritual de que fazem parte, os livros escritos pelo Espírito André Luiz através do médium Chico Xavier, contem preciosos exemplos para nossas reflexões. Destacamos alguns a seguir para ilustrar a realidade dos fluidos em nossas vidas. Salientam fatos ignorados pela maioria das pessoas. 1- “Silas emitiu forte jato de energia fluídica sobre o córtex encefálico dela, e a moça, sem conseguir explicar a si mesma a razão do torpor que lhe invadia o campo nervoso, deixou-se adormecer pesadamente, qual se houvera sorvido violento narcótico”. (AR)   2- “Aqui, não trazemos à mesa qualquer pessoa que se manifeste perturbada ou desgostosa. A neurastenia e a inquietação emitem fluidos pesados e venenosos, que se misturam automaticamente às substâncias alimentares”. (NL) 3- Quanto aos fluidos de natureza deletéria, não precisamos temê-los. Recuam instintivamente ante a luz espiritual que os fustiga ou desintegra. (NDM) 4-“Notava a diferenciação do ambiente. Para nós, os desencarnados, a atmosfera interior  (Centro Espírita) impregnava-se de elementos balsâmicos, regeneradores. Cá fora, porém, o ar pesava. Acentuara-se-me, sobremaneira, a hipersensibilidade, diante das emanações grosseiras da rua. As lâmpadas elétricas semelhavam-se a globos pequeninos, de luz muito pobre, isolados em sombra espessa. (...). O Instrutor, explicando as diferenças entre as vibrações internas e externas disse:  - “O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem está longe de imaginar. A rua, no entanto, é aventalhado repositório de vibrações antagônicas, em meio de sombrios materiais psíquicos e perigosas bactérias de variada procedência, em vista da maioria dos transeuntes lançar em circulação, incessantemente, não só colônias imensas de micróbios diversos, mas também os maus pensamentos de toda ordem”. (ML) 5- -“Colocou-se o vidente em profunda concentração e notei o fluxo de energias a emanarem dele, através de todos os poros, mas muito particularmente da boca, das narinas, dos ouvidos e do peito. Aquela força, semelhante a vapor fino e sutil, como que povoava o ambiente acanhado e reparei que as individualidades de ordem primária ou retardadas, que coadjuvavam o médium em suas incursões em nosso Plano, sorviam-na a longos haustos, sustentando-se dela, quanto se nutre o homem comum de proteína, carboidratos e vitaminas. Examinando a paisagem, Gúbio esclarece-nos em voz imperceptível aos demais: - Esta força não é patrimônio de privilegiados. É propriedade vulgar de todas as criaturas, mas entendem-na e utilizam-na somente aqueles que a exercitam através de acuradas meditações. É o ‘spiritus subtilissimus’ de Newton, o ‘fluido magnético’ de Mesmer e a ‘emanação ódica’ de Reinhenbach. No fundo, é a energia plástica da mente que a acumula em si mesma, tomando-a ao Fluido Universal em que todas as correntes da vida se banham e refazem, nos mais diversos reinos da natureza, dentro do Universo. Cada Ser vivo é transformador dessa força, segundo o potencial receptivo e irradiante que lhe diz respeito”. (L) 6- - “Era belo sentir-lhes a vibração particular. Cada qual emitia raios luminosos, muito diferentes entre si, na intensidade e na cor. Esses raios confundiam-se à distância aproximada de sessenta centímetros dos corpos físicos e estabeleciam uma corrente de força, bastante diversa das energias de nossa esfera. (...). As energias dos encarnados casavam-se aos fluidos vigorosos dos trabalhadores de nosso plano de ação, congregados em vasto número, formando precioso armazém de benefícios para os infelizes, extremamente apegados ainda às sensações fisiológicas. Semelhantes forças mentais não são ilusórias, como pode parecer ao raciocínio terrestre, menos esclarecido quanto às reservas infinitas de possibilidades além da matéria mais grosseira. (ML)