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terça-feira, 13 de outubro de 2015

A LÓGICA DIFÍCIL DE ACEITAR

Na questão 350 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS Allan Kardec ao indagar se “o Espírito, uma vez unido ao corpo da criança, e não podendo mais retroceder, lamenta algumas vezes a escolha feita”, obteve o seguinte esclarecimento: - Queres perguntar se, como homem, ele se queixa da vida que tem? Se desejaria outra? Sim, Se lamenta a escolha feita? Não, porque não sabe que a escolheu. O Espírito, uma vez encarnado, não pode lamentar uma escolha de que não tem consciência, mas pode achar muito pesada a carga.  O médium Chico Xavier, num comentário a respeito da criança classificada como autista, explicou tratar-se, muitas vezes, de Espírito que não aceitava a reencarnação, daí manter-se alienado da realidade em que vive, entre dois mundos. Pesquisando e estudando há mais de uma década as chamadas Cartas de Chico Xavier, ou seja, o extraordinário acervo construído com o resultado do trabalho continuado de atendimento a Espíritos encarnados e desencarnados que buscaram conforto ou explicações nele ou nas reuniões públicas na cidade de Uberaba, Minas Gerais, nos deparamos com duas situações interessantes sobre aqueles que reencarnaram para cumprir uma passagem de curta duração no corpo físico, ou seja, que sabiam que morreriam como se diz “precocemente”, para  reabilitarem-se de atitudes equivocadas em vidas passadas, tipo suicídios ou homicídios. Alguns imprimiram a suas existências um ritmo intenso de aprendizados ou realizações, enquanto outros mantiveram-se como que desinteressados de qualquer comprometimento nas oportunidades a eles oferecidas. Analisando um caso sobre o qual refletimos recentemente, cremos enquadrado no segundo grupo. Já no renascimento, um erro de avaliação sobre a data provável do nascimento, quase lhe impõem a morte ou possíveis lesões cerebrais; os últimos anos de vida física, consumiu em obsessiva preocupação a respeito da morte, provavelmente traído pelo inconsciente, que trazia o registro da informação sobre a volta mais cedo.  Muitos, pelo que vimos, exercendo seu livre arbítrio, desistem da vida e de si mesmos, frustrando projetos cuidadosamente elaborados em seu favor. A questão da morte precoce de muitos reencarnado, encontrou em mensagem psicografada por seis meses após sua desencarnação em acidente automobilístico a explicação obtida pelo comunicante com um tio desencarnado anos antes dele. Comentou que “por amigos daqui, veio a saber que milhões de pessoas estão passando pela desencarnação no tempo áureo da existência, porque nos achamos numa fase de muitas mudanças na Terra. E aqueles Espíritos retardatários em caminho, quando induzidos a considerar a extensão das próprias dívidas, aceitam a prova da desencarnação mais cedo do que o tempo razoável para a partida, e são atendidos com a separação de pais e afetos outros, no período em que mais desejariam continuar vivendo, em razão do tempo que perde­ram com frivolidades nas vidas que usufruíram. São muitos os companheiros que se retiraram da Ter­ra, compulsoriamente; das comodidades humanas em que repousavam, de modo a rematarem o resgate de certos débitos que os obrigavam a sofrer no âmago da própria consciência”. Surge, naturalmente, a pergunta sobre os pais e os sofrimentos derivados das perdas. No livro AÇÃO E REAÇÃO (1957,Feb), do Espírito André Luiz pelo médium Chico Xavier, no final do capítulo RESGATES COLETIVOS, a questão é apresentada ao Instrutor Druso. Com argumentos lógicos, explica: - “As entidades que necessitam de tais lutas expiatórias são encaminhadas aos corações que se acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito distante ou recente ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na Terra ao instituto da família”.


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