Absolutamente indiferentes
às ideias de Deus e questões Espirituais, quando atingidas por situações que
impõem desconforto ou de que se servem para justificar tal desinteresse ou
descrença, as pessoas querem respostas rápidas e prontas, infelizmente, apenas
para continuar negando a Inteligência Superior que a tudo originou. Allan
Kardec buscou ouvir os Espíritos Superiores que o auxiliaram a formular
a base do Espiritismo sobre algumas dessas dúvidas. Exatamente aquelas que
dizem respeito à subtração inesperada do nosso convívio de entes que nos são
caros. Diante de tais questionamentos, reflitamos sobre as seis respostas
seguintes: 1- Algumas pessoas só escapam de um perigo mortal para cair em outro.
Parece que não podiam escapar da morte. Não há nisso fatalidade? Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só
o instante da morte o é. Chegado esse momento, de uma forma ou doutra, a ele
não podeis furtar-vos. 2- Assim,
qualquer que seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou,
não morreremos? Não; não
perecerás e tens disso milhares de exemplos. Quando, porém, soe a hora da tua
partida, nada poderá impedir que partas. Deus sabe de antemão de que gênero
será a morte do homem e muitas vezes seu Espírito também o sabe, por lhe ter
sido isso revelado, quando escolheu tal ou qual existência. 3- Do fato de ser infalível a hora
da morte, poder-se-á deduzir que sejam inúteis as precauções que tomemos para
evitá-la? Não, visto que as precauções que tomais vos são sugeridas com o fito de
evitardes a morte que vos ameaça. São um dos meios empregados para que ela não
se dê. 4- Com que fim nos faz a Providência correr perigos que nenhuma consequência
devem ter? O fato de ser a tua vida posta em perigo constitui um aviso que tu
mesmo desejaste, a fim de te desviares do mal e te tornares melhor. Se escapas
desse perigo, quando ainda sob a impressão do risco que correste, cogitas, mais
ou menos seriamente, de te melhorares, conforme seja mais ou menos forte sobre
ti a influência dos Espíritos bons. Sobrevindo o mau Espírito (digo mau,
subentendendo o mal que ainda existe nele), entras a pensar que do mesmo modo
escaparás a outros perigos e deixas que de novo tuas paixões se desencadeiem.
Por meio dos perigos que correis, Deus vos lembra a vossa fraqueza e a
fragilidade da vossa existência. Se examinardes a causa e a natureza do perigo,
verificareis que, quase sempre, suas consequências teriam sido a punição de uma
falta cometida ou da negligência no cumprimento de um dever. Deus, por essa
forma, exorta o Espírito a cair em si e a se emendar. 5- Sabe o Espírito
antecipadamente de que gênero será sua morte?
Sabe que o gênero de vida
que escolheu o expõe mais a morrer desta do que daquela maneira. Sabe
igualmente quais as lutas que terá de
sustentar para evitá-lo e que, se Deus o permitir, não sucumbirá. 6- Podem
os Espíritos provocar certos efeitos, com o objetivo de que se dê um acontecimento?
Por exemplo: um homem tem que morrer; sobe uma escada, a escada se quebra e ele
morre da queda. Foram os Espíritos que quebraram a escada, para que o destino
daquele homem se cumprisse? A escada se quebrou porque se achava podre, ou
por não ser bastante forte para suportar o peso de um homem. Se era destino
daquele homem perecer de tal maneira, os Espíritos lhe inspirariam a ideia de
subir a escada em questão, que teria de quebrar-se com o seu peso,
resultando-lhe daí a morte por um efeito natural e sem que para isso fosse
mister a produção de um milagre.
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