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terça-feira, 10 de novembro de 2015

A SENSATEZ DE ALLAN KARDEC

"Mais de 20 bilhões de Espíritos conscientes, desencarnados", compõem parte dos alunos matriculados no grande Educandário chamado Terra, dentre “as muitas moradas da Casa do Pai”, revelou o Orientador Espiritual Emmanuel, no livro ROTEIRO (feb, 1952). Dois terços “ligados aos núcleos terrenos e um terço de Espíritos relativamente enobrecidos transformados em condutores da marcha ascensional dos companheiros”, escreveu André Luiz no EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb,1958). Como se percebe um trabalho imenso para conduzir o Planeta à condição de Regeneração. Em observação preservada na edição de outubro de 1866, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec oferece algumas ideias de como se processa esse gigantesco trabalho: -“  Uma comparação vulgar fará se compreenda melhor ainda o que se passa nessa circunstância. Suponhamos um regimento, em sua grande maioria composto de homens turbulentos e indisciplinados: estes provocarão incessantes desordens, que a severidade da lei penal muitas vezes terá dificuldade em reprimir. Esses homens são os mais fortes, porque mais numerosos; sustentam-se, encorajam-se e se estimulam pelo exemplo. Os poucos bons não têm influência; seus conselhos são desprezados; são ultrajados, maltratados pelos outros e sofrem este contato. Não é a imagem da sociedade atual? Imaginemos que tais homens sejam retirados do regimento, um a um, cem a cem, e substituídos por igual número de bons soldados, mesmo pelos que tiverem sido expulsos, mas que se tenham emendado seriamente: ao cabo de algum tempo ter-se-á sempre o mesmo regimento, mas transformado; a boa ordem nele terá sucedido a desordem. Dar-se-á o mesmo com a Humanidade regenerada. As grandes partidas coletivas não apenas terão como objetivo ativar as saídas, mas transformar mais rapidamente o espírito da massa, desembaraçando-a das más influências, e dar maior ascendente às ideias novas. Eis por que muitos partem, a despeito de suas imperfeições, a fim de se retemperarem numa fonte mais pura, porque estão maduros para esta transformação. Se tivessem ficado no mesmo meio e sob as mesmas influências, teriam persistido em suas opiniões e em sua maneira de ver as coisas. Basta uma estada no mundo dos Espíritos para lhes abrir os olhos, porque aí vêem o que não podiam ver na Terra. O incrédulo, o fanático, o absolutista poderão, assim, voltar com ideias inatas de fé, de tolerância e de liberdade. Em seu regresso, encontrarão as coisas mudadas e sofrerão o ascendente do novo meio onde nascerem. Em vez de fazer oposição às ideias novas, serão seus auxiliares. Assim, a regeneração da Humanidade não necessita absolutamente da renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Esta modificação se opera em todos os que a isto forem predispostos, quando subtraídos à influência perniciosa do mundo. Nem sempre os que voltarem serão outros Espíritos, mas, muitas vezes, os mesmos Espíritos, pensando e sentindo diversamente. Quando essa melhora é isolada e individual, passa desapercebida e não tem influência ostensiva no mundo. Outro será o efeito, quando operada simultaneamente em grandes massas, porque, então, conforme as proporções, em uma geração as ideias de um povo ou de uma raça poderão ser modificadas profundamente. É o que se nota quase sempre depois dos grandes abalos que dizimam as populações. Os flagelos destruidores só destroem o corpo, mas não atingem o Espírito; ativam o movimento de vaivém entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, em consequência, o movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados. É um desses movimentos gerais que se opera neste momento, e que deve desencadear o remanejamento da Humanidade. A multiplicidade das causas de destruição é um sinal característico dos tempos, porque deve apressar a eclosão dos novos germes. São as folhas de outono que caem, e às quais sucederão novas folhas, cheias de vida, pois a Humanidade tem as suas estações, como os indivíduos as suas idades. As folhas mortas da Humanidade caem, levadas pela ventania, para renascer mais vivazes, sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica”.





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