"Mais de
20 bilhões de Espíritos conscientes, desencarnados", compõem parte dos alunos
matriculados no grande Educandário chamado Terra, dentre “as
muitas moradas da Casa do Pai”, revelou o Orientador Espiritual Emmanuel,
no livro ROTEIRO (feb, 1952). Dois
terços “ligados aos núcleos terrenos e um terço de Espíritos relativamente
enobrecidos transformados em condutores da marcha ascensional dos companheiros”,
escreveu André Luiz no EVOLUÇÃO
EM DOIS MUNDOS (feb,1958). Como se percebe um trabalho imenso para conduzir
o Planeta à condição de Regeneração. Em observação
preservada na edição de outubro de 1866, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec oferece
algumas ideias de como se processa esse gigantesco trabalho: -“ Uma comparação vulgar fará se compreenda
melhor ainda o que se passa nessa circunstância. Suponhamos um regimento, em
sua grande maioria composto de homens turbulentos e indisciplinados: estes
provocarão incessantes desordens, que a severidade da lei penal muitas vezes
terá dificuldade em reprimir. Esses homens são os mais fortes, porque mais
numerosos; sustentam-se, encorajam-se e se estimulam pelo exemplo. Os poucos
bons não têm influência; seus conselhos são desprezados; são ultrajados,
maltratados pelos outros e sofrem este contato. Não é a imagem da sociedade
atual? Imaginemos que tais homens sejam retirados do regimento, um a um, cem a
cem, e substituídos por igual número de bons soldados, mesmo pelos que tiverem
sido expulsos, mas que se tenham emendado seriamente: ao cabo de algum tempo
ter-se-á sempre o mesmo regimento, mas transformado; a boa ordem nele terá
sucedido a desordem. Dar-se-á o mesmo com a Humanidade regenerada. As grandes
partidas coletivas não apenas terão como objetivo ativar as saídas, mas
transformar mais rapidamente o espírito da massa, desembaraçando-a das más
influências, e dar maior ascendente às ideias novas. Eis por que muitos partem,
a despeito de suas imperfeições, a fim de se retemperarem numa fonte mais pura,
porque estão maduros para esta transformação. Se tivessem ficado no mesmo meio
e sob as mesmas influências, teriam persistido em suas opiniões e em sua
maneira de ver as coisas. Basta uma estada no mundo dos Espíritos para lhes
abrir os olhos, porque aí vêem o que não podiam ver na Terra. O incrédulo, o
fanático, o absolutista poderão, assim, voltar com ideias inatas de fé, de
tolerância e de liberdade. Em seu regresso, encontrarão as coisas mudadas e
sofrerão o ascendente do novo meio onde nascerem. Em vez de fazer oposição às
ideias novas, serão seus auxiliares. Assim, a regeneração da Humanidade não
necessita absolutamente da renovação integral dos Espíritos: basta uma
modificação em suas disposições morais. Esta modificação se opera em todos os
que a isto forem predispostos, quando subtraídos à influência perniciosa do
mundo. Nem sempre os que voltarem serão outros Espíritos, mas, muitas vezes, os
mesmos Espíritos, pensando e sentindo diversamente. Quando essa melhora é
isolada e individual, passa desapercebida e não tem influência ostensiva no
mundo. Outro será o efeito, quando operada simultaneamente em grandes massas,
porque, então, conforme as proporções, em uma geração as ideias de um povo ou
de uma raça poderão ser modificadas profundamente. É o que se nota quase sempre
depois dos grandes abalos que dizimam as populações. Os flagelos destruidores
só destroem o corpo, mas não atingem o Espírito; ativam o movimento de vaivém
entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, em consequência, o movimento
progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados. É um desses movimentos
gerais que se opera neste momento, e que deve desencadear o remanejamento da
Humanidade. A multiplicidade das causas de destruição é um sinal característico
dos tempos, porque deve apressar a eclosão dos novos germes. São as folhas de
outono que caem, e às quais sucederão novas folhas, cheias de vida, pois a
Humanidade tem as suas estações, como os indivíduos as suas idades. As folhas
mortas da Humanidade caem, levadas pela ventania, para renascer mais vivazes, sob
o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica”.
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