Os
acontecimentos dos últimos meses, especialmente na Europa, mas, sobretudo nos episódios
recentes na França, solicitam racionalidade, na avaliação do assustador quadro
mostrado ao mundo pela mídia internacional. Mais um efeito de um processo que
vem sendo construído a partir da segunda metade do século 20 de forma mais
intensa. Questionado nos fim dos anos 70 sobre a evolução da violência e
terrorismo no mundo, o médium Chico Xavier disse: -“Emmanuel
afirma que esse quadro de perturbações de nosso tempo é, em grande parte,
devido à ausência da influência religiosa nas novas gerações. Precisamos encontrar
um caminho de ajustamento da nossa alma à ideia de Deus e aos preceitos da Religião,
quaisquer que sejam esses preceitos, que nos conduzam para o bem, a fim de que
venhamos a encontrar o reequilíbrio de que estamos necessitando. A falta de ideia
de Deus e a ausência da religião no pensamento da criatura geram tendências à
criminalidade, à violência, à subversão, a dificuldades que chegam, às vezes,
até a loucura". Outra importante opinião por ele emitida diz respeito ao papel
da Doutrina Espírita diante das contradições da atualidade. Qual a utilidade
do Espiritismo diante dessa caótica situação? O médium acrescenta mais alguns
elementos para meditarmos: -“O Espiritismo guarda mesmo as
características do CONSOLADOR
prometido por Jesus. O progresso tecnológico tem sido imenso e é irreversível.
A máquina dominará o nosso presente e o nosso futuro, como sendo aquele agente
que, vai diminuir nossas fadigas, as nossas dificuldades, no trato das experiências
físicas que necessitamos, mas até que nos habituemos a respeitar a máquina e as
leis que são estabelecidas para as máquinas. Como pessoas humanas estamos
pagando e vamos pagar um tributo muito grande até que haja dentro de nós a
racionalização necessária para lidar com a máquina, ou o preço que ela exija. Genericamente,
do ponto de vista coletivo, se nós ainda não sabemos dirigir com sabedoria os nossos
processos de alimentação, se nós ainda não sabemos regulamentar com a precisão
necessária, com o regime preciso a nossa conduta sexual, se temos dificuldades
imensas para lidar com o nosso próprio corpo, imaginemos a nossa dificuldade
com os veículos, com as máquinas que nos auxiliam. Assim, estamos diante de uma
série de acidentes e dificuldades no trato com a máquina e no aprendizado do
respeito às leis que devemos frente a elas. Dispomos de vantagens e de um
reconforto que absolutamente não tínhamos há 50 anos atrás. Somos povos de
vanguarda no mundo, todos estamos cogitando da própria independência, queremos
viver dentro da auto suficiência do ponto de vista de ações livres. O progresso
tecnológico nos encontrou numa condição muito inferior do ponto de vista de
sentimento. Estamos sofrendo terrivelmente quanto a este aspecto porque a série
de desastres, de lutas enormes, de incompreensões, de abusos estão por toda
parte. Atos de manifesta agressividade estão por aí, atingindo a todos, indistintamente.
Todos esses acidentes somados formam uma lista imensa de experiências dolorosas
para nós, as criaturas humanas. E nesta hora precisa a Doutrina Espírita nos
ajuda a compreender que a morte não existe, que a reencarnação está aí, que nós
podemos ter muitos erros, mas que vamos terá oportunidade da restauração necessária.
A nossa esperança não deve esmorecer nunca, porque a Doutrina Espírita é uma
doutrina de otimismo. Ela nos traz a visão da vida eterna. Recebendo uma
mensagem de nosso Emmanuel, ele passou uma frase assim: “Haja o que houver à
noite, ninguém prende a alvorada”. Quanta esperança e quanta beleza nesta
frase! Nós que estamos vendo tantos filhos, tantos parentes mortos
repentinamente nas estradas, tantos deles internados na toxicomania, às vezes
em processos irreversíveis durante a vida física, e, no entanto, não estamos
sem esperança, porque temos Deus, a imortalidade. Ele nos criou para sermos
imortais e a Doutrina Espírita nos amplia a crença, nos dá uma nova visão do
Cristo, o nosso Amigo Eterno. Nenhum de nós está excluído do esquema de Deus”.
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