Tendo
sugerido a amigo que se diz materialista assistir reunião em um Centro Espírita
que conheço, ao reencontra-lo e perguntar sobre suas impressões, surpreendeu-me
com uma estranha indagação: -Você acredita que o presidente do país em
que vive sabe que você existe? Que o governador do Estado, o prefeito, o
diretor do Centro que você frequenta te conhece, sabe de seus problemas?
Ante meu espanto, ele acrescentou: - Ouvi a pessoa que abriu os trabalhos, dizer,
entre outras coisas, que Jesus sabe “todas” as necessidades e problemas de cada
um dos presentes. Pensei: esse Jesus deve ser uma espécie de
“callcenter” com milhares de câmeras monitorando a vida de todos como no Big
Brother? E os que seguem outras lideranças
como Buda, Maomé, Moisés? Estão excluídos? Cara “chato” esse. Se não
fosse meu amigo, diria que está sofrendo uma obsessão brava. Fiquei sem ação, a
princípio. Depois pensando, concluí: não é que ele tem razão? Embora o
Espiritismo seja exaltado como baseado na fé raciocinada, seus seguidores
parecem não agir coerentemente, limitando-se a repetir atavismos remanescentes de
influências religiosas do passado remoto ou recente em que Jesus é reverenciado como
dotado dos superpoderes da onipresença e onisciência. Se repetisse a observação
do crítico num grupo espírita qualquer, certamente seria expulso ou encaminhado
para tratamento espiritual, ouvindo que estava querendo tirar Jesus do
Espiritismo, etc, etc..... No excelente livro CARTAS E CRÔNICAS (feb, 1965), na mensagem KARDEC E NAPOLEÃO, uma
frase chama atenção quando Jesus apresenta o Espírito
responsável pelo surgimento da Doutrina Espírita: Daria início ao Terceiro Milênio
do Cristianismo na Terra. Vejamos alguns dados pouco citados sobre o
inspirador do Cristianismo: EVANGELHO
de João,
capitulo 1, apresentando Jesus
nos versículos 3 (
Todas
as coisas foram feitas por ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez) e 10
( Estava
no mundo, o mundo foi feito por ele e o mundo não o reconheceu). Na
revelação do Espiritismo à Humanidade, na questão 625, indagando qual o modelo mais perfeito a ser
seguido, a resposta foi curta e direta: -Vede Jesus. Na análise dos feitos de
Jesus
considerados sobrenaturais, no capítulo 15 do livro A GÊNESE, Kardec o qualifica como Espírito Puro. No século 20, através do
médium Chico Xavier, em 1938, o Espírito Emmanuel, na obra A CAMINHO DA LUZ (feb) destaca sua condição como Governador
Espiritual da Terra, que, quando decidida a formação do Planeta há bilhões de anos,
assumiu a condução do trabalho de legiões de colaboradores. Mas, afinal como se
daria essa conexão entre as criaturas humanas e Jesus? Se verdadeira a
informação sobre o modelo arquitetônico da realidade do Mundo Espiritual ser
organizado em Esferas do centro para o exterior, subdivididas em Planos e
Sub-planos, como explicado no livro NOSSO
LAR (1943, feb) de André Luiz, a comunicação principal
se faz pelos mecanismos imaginados no terreno da energia, hoje tangenciada pela
Física Quântica na Teoria das Supercordas e suas variações. Sendo o pensamento uma emissão no campo do
Fluido Cósmico Universal, que, por sua vez, se soma a outras vibrações,
constituindo faixas que se agrupam pela semelhança, quando evoca-se o nome de Jesus
nas orações individuais ou coletivas, estabelece-se uma conexão entre o que
irradia e tais faixas. Delas - ou nelas sintonizados -, se sorve energias
compatíveis com a real necessidade e merecimento do que profere tal
requerimento. Naturalmente, Entidades Espirituais próximas, empenhadas na
execução das diretrizes estabelecidas pelos princípios de Ação e Reação, agem promovendo
a assistência possível e justa. Mais ou menos como as providências dos assessores
das autoridades de nosso Plano, quando reivindicamos algo. Deve ser assim. O “chato”,
afinal, tirou-nos da acomodação mental em que nos mantínhamos a exemplo de
muitos como que hipnotizados.
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