Apresentando
uma visão racional da reencarnação que resgata das sombras
do passado que a encobriram por questões político-religiosas no lado Ocidental
da Terra, o Espiritismo, oferece esclarecimentos lógicos para - ao menos como hipótese -, refletirmos a respeito das contradições do tumultuado
momento vivido pela Humanidade que evolui neste Planeta. Vincula seu mecanismo à uma Lei: a de Causa e Efeito. Seu conceito amplia-se com a evolução
da Individualidade que atingida a capacidade do chamado pensamento contínuo, inicia sua caminhada na direção do progresso
simples e ignorante, paulatinamente, acessando melhores níveis de inteligência na luta
contra o instinto ou emoção, ou seja, milhões de reflexos condicionados no
desenvolvimento do Princípio Inteligente, construindo a consciência e, como consequência, maiores
níveis de livre arbítrio. Afirma a Doutrina Espírita que o passado próximo ou
remoto determina o presente, atendendo programas e planejamentos delineados
ainda no Plano Espiritual onde existem departamentos especializados em
Colônias Espirituais dedicados à sua elaboração tanto nos casos de provas
individuais como coletivas. Especificamente no caso desta ultima possibilidade,
no extraordinário livro AÇÃO E REAÇÃO (feb,1957)
de André
Luiz através do médium Chico Xavier, o autor ouve de um Instrutor
Espiritual que, entre as vítimas, por exemplo de um acidente de avião, se forem feitos estudos mais minuciosos,
poderão ser encontrados “delinquentes que,
em outras épocas, atiraram irmãos indefesos do cimo de torres altíssimas, para que
seus corpos se espatifassem no chão; companheiros que, em outro tempo,
cometeram hediondos crimes sobre o dorso do mar, pondo a pique existências
preciosas, ou suicidas que se despenharam de arrojados edifícios ou de picos
agrestes, em supremo atestado de rebeldia, perante a Lei, os quais, por
enquanto, somente encontraram recurso em tão angustioso episódio para
transformarem a própria situação.
Deriva daí várias dúvidas comuns ao que buscam a Verdade. Duas delas são respondidas no livro
citado: 1-Todos podem selecionar o
gênero de luta em que saldem as suas
contas? – Nem todos. Aqueles que possuem
grandes créditos morais dispõem desse direito. Muitos habilitam-se para sofrer
a morte violenta, em favor do progresso da aeronáutica e da engenharia, da
navegação marítima e dos transportes terrestres, da ciência médica e da
indústria em geral. A maioria, por força dos débitos contraídos e conforme os
ditames da própria consciência, não alcança semelhante prerrogativa,
cabendo-lhes aceitar sem discutir amargas provas, na infância, na mocidade ou
na velhice, através de acidentes diversos, desde a mutilação primária até a morte,
de modo a redimir-se de faltas graves. 2-
E os pais? Qual a razão de serem atingidos pela dor das perdas ou separações
impostas pela morte prematura? As
entidades que necessitam de tais lutas expiatórias são encaminhadas aos
corações que se acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito
distante ou recente ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras
épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o
respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na
Terra ao instituto da família. A dor coletiva é o remédio que nos corrige as
falhas mútuas. Segundo o Benfeitor, todavia, “consciências endividadas, podemos melhorar
nossos créditos, todos os dias”. Gerando
novas causas com o Bem, praticado hoje, podemos interferir nas causas do mal, praticado
ontem, neutralizando-as e reconquistando, com isso, o nosso equilíbrio. Desse modo,
creio mais justo incentivarmos o serviço do Bem, através de todos os recursos
ao nosso alcance. A caridade e o estudo nobre, a fé e o bom ânimo, o otimismo e
o trabalho, a arte e a meditação construtiva constituem temas renovadores”,
acrescentando: -“É indispensável atender à justiça, e a Justiça Divina está
inelutavelmente ligada a nós, de vez que nenhuma felicidade ambiente será verdadeira
felicidade sem a implícita aprovação da consciência”.
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