Pouco
mais de seis anos haviam se passado desde a publicação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, marco do surgimento da Doutrina Espírita, e,
na edição da REVISTA ESPÍRITA de dezembro
de 1863, Allan Kardec inclui interessante matéria sobre os períodos de
luta que enxergava na revolucionária proposta pela qual fora responsável.
Segundo sua avaliação, seis períodos podiam ser
considerados: “O primeiro período do Espiritismo, caracterizado pelas mesas
girantes, foi o da curiosidade. O segundo, o período filosófico, marcado
pelo aparecimento d’ O Livro dos Espíritos. A partir deste momento o
Espiritismo tomou um caráter completamente diverso. Entreviram-lhe o objetivo e
o alcance e nele hauriram fé e consolação, sendo tal a rapidez de seu progresso
que nenhuma outra doutrina filosófica ou religiosa oferece exemplo semelhante.
Mas, como todas as ideias novas, teve adversários tanto mais obstinados quanto
maior era a ideia, porque nenhuma ideia grande pode estabelecer-se sem ferir
interesses(...) Então uma verdadeira
cruzada foi dirigida contra ele, dando início ao período da luta, de que
o auto de fé de Barcelona, de 9 de outubro de 1861, de certo modo foi o sinal.
Até então ele tinha sido alvo dos sarcasmos da incredulidade, que ri de tudo, principalmente
do que não compreende, mesmo das coisas mais santas, e, aos quais, nenhuma ideia
nova pode escapar: é o seu batismo de fogo (...) A luta determinará uma nova fase do
Espiritismo e levará ao quarto período, que será o período religioso;
depois virá o quinto, período intermediário, consequência natural do
precedente, e que mais tarde receberá sua denominação característica. O sexto
e último período será o da regeneração social, que abrirá a era do
século vinte”. Nessa época, segundo ele, “todos os obstáculos à nova ordem
de coisas determinadas por Deus para a transformação da Terra terão
desaparecido. A geração que surge, imbuída das ideias novas, estará em toda a
sua força e preparará o caminho da que há de inaugurar o triunfo definitivo da
união, da paz e da fraternidade entre os homens, confundidos numa mesma crença,
pela prática da lei evangélica. Assim serão confirmadas as palavras do Cristo,
já que todas devem ter cumprimento e muitas se realizam neste momento, porque
os tempos preditos são chegados”. O otimismo de Allan Kardec, todavia
esbarrou em vários obstáculos, entre os quais o fato de ter surgido na França, por
sinal, o único lugar possível à época face ao grande impulso que a nação
europeia imprimia às mudanças filosóficas/políticas/sociais que se irradiariam
por todo o mundo. O País trazia, contudo, grandes compromissos coletivos
perante as Leis de Deus e no século 20 estava previsto o início dos resgates.
Com a morte de Allan Kardec, o ritmo arrefeceu até o quase desaparecimento do
outrora pujante movimento. Aqueles que dos bastidores da invisibilidade planejam
a evolução da Humanidade na Terra, imprimem outro rumo aos acontecimentos como explicado
pelo médium Chico Xavier, comentando revelação feita pelo Orientador Emmanuel
quando do retorno do médium mineiro de sua primeira visita ao Exterior. Disse:
- “Perguntei a ele, em 1965,
onde estavam aqueles companheiros de Allan Kardec que vibravam com a Doutrina Espírita
na França, que aceitaram aquelas ideias e as divulgaram com tanto entusiasmo
pelo mundo inteiro. Então ele me disse que do último quartel do século 19 para
cá, de 15 a 20 milhões de Espíritos da cultura francesa, principalmente
simpatizantes da obra de Allan Kardec, reencarnaram no Brasil para dar corpo às
ideias do Espiritismo e fixarem os valores da reencarnação”. Assim sendo, no Brasil, o novo centro irradiador
do Espiritismo, a dinâmica ganhou outro impulso sobre o qual o líder espiritual
Bezerra de Menezes falou em palestra proferida no Plano Espiritual, no
alvorecer do século 21, psicografada
pelo médium Wanderley Soares de Oliveira e reproduzida no livro SEARA BENDITA (inede, 2000). Dividiu os períodos
de atuação do chamado Movimento Espírita em três, de
setenta anos: O
primeiro de 1.857 a 1.927 teve como foco a consolidação
do fato de que o Espiritismo não é uma crença fundamentada em ideias humanas,
mas, sim, o Espiritismo é a Doutrina dos Espíritos. O segundo período
de 1.928 a 1.997 teve como objetivo a proliferação dos Centros
Espíritas e a difusão do conhecimento espírita. Foi o em que ficamos
especialistas em fazer belos discursos, sem praticá-los! Passamos a ter
conhecimento, mas, sem as correspondentes atitudes. O terceiro e último
período de 70 anos (1.998 a 2.067)
é o que estamos vivendo neste momento! O
que implica o quão essencial é crermos que nossa atual reencarnação é a mais
importante de todas as existências que até hoje tivemos. Sobre este último
período, diz Bezerra de Menezes: é
o período das atitudes, isto é, o momento de praticarmos o que até agora
aprendemos com o Espiritismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário