Ele
tinha oito anos quando da publicação d’O
LIVRO DOS ESPÍRITOS que só conheceu aos 18 ao passar por uma livraria em
Tours cidade em que viveu até o fim da vida. Autodidata, segundo a obra LÉON
DENIS NA INTIMIDADE (o clarim) de
Claude Baumart seria a reencarnação do inglês John Widcliffe que no
século 14, teólogo, filosofo e professor da Universidade de Oxford, na
Inglaterra, influenciou o aluno Jeronimo de Praga que, por sua vez
compartilhou as teses do Mestre sobre a Reforma com John Huss – Allan
Kardec em vida passada – que enfrentou a morte na fogueira pelas ideias
revolucionarias que propunha afrontando a escola religiosa que, por sinal,
representava. Escreveu sua historia na do Espiritismo pelas reflexões
filosóficas que desenvolveria em mais de doze livro, entre os quais O GRANDE ENÍGMA (feb) em que realça
mais uma vez seu olhar a respeito da evolução do Ser: -“A lei circular preside todos
os movimentos do mundo; ela rege as evoluções da Natureza, as da História e da
Humanidade. Cada ser gravita num círculo, cada vida descreve um circuito, toda
a história humana se divide em ciclos. Os dias, as horas, os anos, os séculos
rolam na órbita do Espaço e do tempo e renascem, pois o seu objetivo, se há um,
é precisamente o de retornar ao seu princípio. Os ventos, as nuvens, as águas,
as flores, a luz seguem a mesma lei. Os ventos retornam sobre suas órbitas
enlaçadas para as cavernas misteriosas de onde eles procedem. O vapor eleva-se
para as alturas; forma as nuvens, verdadeiros oceanos suspensos sobre nossas
cabeças. As nuvens que planam, mares imensos e móveis, fundem-se em chuvas e
tornam-se novamente os rios, os riachos que já foram. Assim, o Reno, o Ródano,
o Danúbio, o Volga têm rolado acima de nossas cabeças antes de correr aos
nossos pés. É, portanto, a lei, a lei da Natureza e a da Humanidade. Todo ser
já existiu; ele renasce e sobe, evolui, assim, numa espiral cujas órbitas vão
aumentando cada vez mais, e é por isso que a História toma um caráter cada vez
mais universal: é o “corso i ricorso” de que fala o filósofo italiano Vico.
Esses princípios, uma vez colocados, eu gostaria de consagrar essa meditação
para estudar as idades da vida humana: a juventude, a idade madura, a velhice,
à luz dessa grande lei, e a morte como coroamento e como apoteose. Desses
estudos sairá o grande princípio espiritualista da reencarnação, o único que
explica o mistério do ser e de seu destino. É preciso renascer, é a lei comum
do destino humano que também evolui num círculo cujo centro é Deus. “Ninguém,
dizia Jesus a Nicodemos, ninguém verá o reino de Deus, isto é, não
compreenderá a lei de seu destino — se não renascer da água e do espírito.”
A reencarnação é claramente expressa nessas palavras, e Jesus repreende
Nicodemos: “de ser Mestre em Israel e ignorar essas coisas”. Dentre nossos
mestres contemporâneos, quantos merecem a mesma repreensão! Há tantas pessoas
que se contentam com a noção superficial da vida e nunca são tentadas a olhar
em profundidade! É tão fácil negar as coisas para se exonerar do dever e do
trabalho de estudá-las e de compreendê-las! O positivismo nunca aborda o
problema da origem, nem o dos fins; ele se contenta com o momento presente e o
explora da melhor forma. Muitos homens, mesmo inteligentes, fazem como ele. De
seu lado, o católico se limita a crer naquilo que ensina a Igreja, que coloca
um mistério no início e no final da vida e, no meio, alguns milagres; e quando
essas duas palavras foram pronunciadas: milagre, mistério! Inclinaram-se,
calaram-se e acreditaram. Por outro lado, durante longo tempo, os
universitários acreditaram apenas nos dados da experimentação. Para eles, tudo
o que não figurasse nos seus programas não tinha valor. Jamais os ídolos de
Bacon tiveram tantos oradores. A Ciência oficial, também, há cinquenta anos
pouco tem contribuído com o progresso para o pensamento moderno. Todavia, o
médico dos nossos dias, tão preso há algum tempo aos sistemas materialistas da
Escola, começa a sacudir o jugo; e é das fileiras da Medicina atual que saem os
doutores mais autorizados e melhor informados do Espiritualismo. A próxima
geração será mais feliz e melhor dotada ainda. Cresce uma geração que não depende
de pedagogo algum e que somente se instrui na grande Escola da Natureza e da
consciência íntima. Esta será a juventude verdadeiramente livre, isto é,
independente de qualquer educação factícia, de qualquer método empírico e
convencional. Ela ouve as verdadeiras vozes; a voz interior, a voz subliminal
do Ser, a que explica o homem ao homem e resolve, tão claramente quanto é
possível fazê-lo, o teorema do destino. É para essa juventude de amanhã que
escrevo estas páginas; eu as dedico aos “iniciados” e aos “esclarecidos”,
àqueles que, segundo as palavras do Mestre, têm olhos para ver e ouvidos para
ouvir.
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
sábado, 31 de dezembro de 2016
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
DEPOIS DE GALILEU...
Quando
surgiu o Espiritismo, a Revolução Industrial já provocava mudanças
significativas no panorama mundial em vista da necessidade de produção em
escala de alimentos e bens de consumo diante da densidade demográfica que seria
acelerada na passagem de um ciclo evolutivo para outro da Terra marcada por uma
transição turbulenta. A Revolução Tecnológica do século XX ‘turbinaria’ ainda
mais a primeira, materializando avanços somente antevistos por visionários do
passado. Nenhuma das duas mudanças contudo atendeu às mais remotas inquietações
humanas expressas nas cogitações filosóficas e religiosas ‘porque existimos’, ‘sofremos’,
etc. Esse o principal objetivo do Espiritismo como explica Allan Kardec com a
matéria com que abre a edição da REVISTA
ESPÍRITA de abril de 1867. Vejamos alguns de suas ponderações e argumentos:
-“Nem Moisés, nem o Cristo tinham de ensinar aos homens as leis da Ciência; o
conhecimento dessas leis devia ser o resultado do trabalho e das pesquisas do
homem, da atividade e do desenvolvimento de seu próprio espírito, e não de uma
revelação a priori, que lhe tivesse dado o saber sem esforço. Eles não deviam
nem podiam lhes ter falado senão numa linguagem apropriada ao seu estado
intelectual, sem o que não teriam sido compreendidos. Moisés e o Cristo tiveram sua missão moralizadora;
a gênios de uma outra ordem são deferidas missões científicas. Ora, como as
leis morais e as leis da Ciência são Leis Divinas, a religião e a filosofia só
podem ser verdadeiras pela aliança destas leis. O Espiritismo baseia-se na
existência do princípio espiritual, como elemento constitutivo do Universo;
repousa sobre a universalidade e a perpetuidade dos seres inteligentes, sobre
seu progresso indefinido, através dos mundos e das gerações; sobre a
pluralidade das existências corporais, necessárias ao seu progresso individual;
sobre sua cooperação relativa, como encarnados ou desencarnados, na obra geral,
na medida do progresso realizado; sobre a solidariedade que une todos os seres
de um mesmo mundo e dos mundos entre si. Nesse vasto conjunto, encarnados e
desencarnados, cada um tem sua missão, seu papel, deveres a cumprir, desde o
mais ínfimo até os anjos, que nada mais são que Espíritos humanos chegados ao
estado de Espíritos puros, e aos quais são confiadas as grandes missões, o
governo dos mundos, como a generais experimentados. Em vez das solidões
desertas do espaço sem limites, por toda parte a vida e a atividade, em parte
alguma a ociosidade inútil; por toda parte o emprego dos conhecimentos
adquiridos; em toda parte o desejo de progredir ainda e de aumentar a soma de
felicidades, pelo emprego útil das faculdades da inteligência. Em vez de uma
existência efêmera e única, passada num cantinho da Terra, que decide para
sempre de sua sorte futura, impõe limite ao seu progresso e torna estéril, para
o futuro, o trabalho a que se entrega para instruir-se, o homem tem por domínio
o Universo; nada do que sabe ou do que faz fica perdido: o futuro lhe pertence;
em vez do isolamento egoísta, a solidariedade universal; em lugar do nada,
segundo alguns, a Vida Eterna; em lugar da beatitude contemplativa perpétua,
segundo outros, que a tornaria de uma inutilidade perpétua, um papel ativo,
proporcionado ao mérito adquirido; em vez de castigos irremissíveis por faltas
temporárias, a posição que cada um conquista por sua perseverança no bem ou no
mal; em vez de uma mancha original, que o torna passível de faltas que não cometeu,
a consequência natural de suas próprias imperfeições nativas; em vez das chamas
do inferno, a obrigação de reparar o mal que se fez e recomeçar o que se fez
mal; em vez de um Deus colérico e vingativo, um Deus justo e bom, que leva em
conta todo arrependimento e toda boa vontade. Tal é, em resumo, o quadro que
apresenta o Espiritismo, e que ressalta da situação mesma dos Espíritos que se
manifestam; não é mais uma simples teoria, mas resultado da observação. O homem
que encara as coisas deste ponto de vista, sente-se crescer; ergue-se aos seus
próprios olhos; é estimulado em seus instintos progressivos ao ver um objetivo
para os seus trabalhos, para os seus esforços em se melhorar. Mas, para
compreender o Espiritismo em sua essência, na imensidade das coisas que ele
abarca, para compreender o objetivo e o destino do homem, não era preciso
relegar a Humanidade a um pequeno globo, limitar a existência a alguns anos,
rebaixar o Criador e a criatura. Para que o homem pudesse fazer uma ideia justa
de seu papel no Universo, era preciso que compreendesse, pela pluralidade dos
mundos, o campo aberto às suas explorações futuras e a atividade de seu
espírito; para recuar indefinidamente os limites da Criação, para destruir os
preconceitos sobre os lugares especiais de recompensa e de punição, sobre os
diferentes estágios dos céus, era preciso que penetrasse as profundezas do
espaço; que em lugar do cristalino e do empíreo, aí visse circular, em
majestosa e perpétua harmonia, os mundos inumeráveis, semelhantes ao seu; que
em toda parte seu pensamento encontrasse a criatura inteligente. A história da
Terra se liga à da Humanidade. Para que o homem pudesse desfazer-se de suas
mesquinhas e falsas opiniões sobre a época, a duração e o modo de criação do
nosso Globo, de suas crenças lendárias sobre o dilúvio e sua própria origem;
para que consentisse em desalojar do seio da terra o inferno e o império de
Satã, era preciso que pudesse ler nas camadas geológicas a história de sua
formação e de suas revoluções físicas. A Astronomia e a Geologia, secundadas
pelas descobertas da Física e da Química, apoiadas sobre as leis da Mecânica,
são as duas poderosas alavancas que atacarão os seus preconceitos sobre a sua
origem e o seu destino. A matéria e o espírito são os dois princípios
constitutivos do Universo. Mas o conhecimento das leis que regem a matéria
devia preceder o das leis que regem o elemento espiritual; só as primeiras
poderiam combater vitoriosamente os preconceitos, pela evidência dos fatos. O
Espiritismo, que tem como objetivo especial o conhecimento do elemento
espiritual, só podia vir depois; para que pudesse tomar o seu impulso e dar
frutos, para que pudesse ser compreendido em seu conjunto, era preciso que
encontrasse o terreno preparado, o campo do espírito humano liberto dos
preconceitos e das ideias falsas, se não na totalidade, ao menos em grande
parte, sem o que só se teria tido um Espiritismo acanhado, bastardo, incompleto
e misturado a crenças e práticas absurdas, como ainda hoje o é nos povos
atrasados. Se se considerar a situação das nações adiantadas, reconhecer-se-á
que ele veio em tempo oportuno, para preencher os vazios que se fazem nas
crenças. Galileu abriu o caminho. Rasgando o véu que ocultava o infinito,
alargou o domínio da inteligência e desferiu um golpe fatal nas crenças
errôneas; destruiu mais superstições e ideias falsas do que todas as
filosofias, porque as sapou pela base, mostrando a realidade. O Espiritismo
deve colocá-lo na classe dos grandes gênios que rasgaram a via, diminuindo as
barreiras opostas pela ignorância. As perseguições de que foi objeto, e que são
o quinhão de quem quer que ataque os preconceitos, fizeram-no grande aos olhos
da posteridade, ao mesmo tempo que rebaixaram os perseguidores. Quem é hoje
maior: ele ou eles?
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
ALLAN KARDEC ESCREVEU MAS POUCOS SABEM
Reconhecido
como o grande responsável pelo surgimento do Espiritismo, Allan Kardec editou entre
1858 e 1869, quando desencarnou, a
REVISTA ESPÍRITA veiculando matérias criteriosamente selecionadas, demonstrando
o interesse que as relações interdimensionais despertava entre os que não se
contentavam mais com a visão dominante no lado Ocidental da Terra. Percorrendo essas
páginas podem ser encontradas ponderações do grande Mestre extremamente uteis
na realidade atual. Destacamos na sequencia sete delas para seu conhecimento e
reflexão: 1- O LIVRO DOS ESPÍRITOS não
é um tratado completo de Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos
fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela
observação. (RE;
7/1866)
2- “Porque não se
compreende uma coisa, não é motivo para que ela não exista visto que o que hoje
é utopia poderá ser verdade amanhã”. 3- Pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que
se chegou a constatar a existência do mundo invisível e, pela diversidade das
manifestações obtidas ou provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade
dos seres que o compõem e o papel que representam na natureza. O médium fez
pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente
pequenos”.
4- “O grande juiz, o
juiz soberano, é a opinião pública. Quando essa opinião se formar pela
aquiescência das massas e dos homens esclarecidos, os cientistas oficiais a
aceitarão como indivíduos e sofrerão a força das circunstâncias.”. (RE;
6/1859) 5- O Espiritismo não brotou do cérebro de um homem como um sistema
filosófico criado pela imaginação. Se os Espíritos não se tivessem manifestado
por si mesmos, não teria havido Espiritismo. Se não se pode impedir que se
manifestem, não se pode deter o Espiritismo, do mesmo modo que se não pode
impedir um rio de correr, a menos que se lhe suprima a fonte. Pretender que os
Espíritos não se manifestem é uma questão de fato e não de opinião. Contra a
evidência não há contestação possível. (RE; 9/1864)
6- Muitas das situações
observadas nos comportamentos da criatura humana tem sua fonte na reação
incessante que existe entre o Mundo Visível e o Invisível, que nos cerca, e em
cujo meio vivemos, isto é, entre os homens e os Espíritos, que não passam de
almas dos que viveram e entre os quis há bons e maus. Esta reação é uma das
forças, uma das leis da natureza, e produz uma porção de fenômenos psicológicos
e morais incompreendidos, porque a causa era desconhecida. O Espiritismo nos
deu a conhecer esta lei, e, desde que os efeitos são submetidos a uma lei da
natureza, nada tem de sobrenatural. Vivendo no meio desse mundo, que não é tão
imaterial quanto o imaginam, uma vez que esses seres, embora invisíveis, tem
corpos fluídicos semelhantes aos nossos, nós sentimos sua influência. A dos
bons Espíritos é salutar e benéfica; a dos maus é perniciosa como o contato das
criaturas perversas na sociedade. (RE; 5/1863) 7- “É penoso pensar que o progresso, por
vezes, precisa de destruição. Mas é preciso destruir as velhas cabanas,
substituindo-as por casas novas, mais belas e cômodas. Aliás, é preciso levar
em conta o estado atrasado do Globo, onde a Humanidade está apenas no progresso
material e intelectual. Quando entrar no do progresso moral e espiritual, as
necessidades morais ultrapassarão as necessidades materiais. Os homens serão
governados segundo a Justiça e não mais terão que reivindicar seu lugar à
força. Então a guerra e a destruição não mais terão razão de ser. Até lá, a
luta é consequência de sua inferioridade moral. (RE;
8/1864)
Dúvidas sobre a visão do Espiritismo a respeito de questões essenciais? Consulte a série AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ acessando Luiz Armando – Canal do Youtube
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
SABEDORIA DE CHICO XAVIER
Sempre
útil, vez ou outra, rever passagens da vida do inesquecível Chico Xavier. Há
situações em que recolhe-se precisos ensinamentos para os momentos em que os
desafios da vida nos procuram afastar das experiências típicas dos habitantes
de um planeta de Expiação e Provas. Vejamos alguns:. 1-
Um companheiro espírita, certa vez, disse: - Chico, o Evangelho está
ultrapassado. Chico respondeu: - Emmanuel está aqui e pede para dizer a
vocês que o Evangelho só vai ficar ultrapassado o dia em que toda
a Humanidade colocá-lo em prática. 2- Uma pessoa que, ao
observar os necessitados tomando sopa, perguntou para Chico Xavier: - O
senhor acha que um prato de sopa vai resolver o problema da fome no
mundo? Chico, sem titubear respondeu: - O banho também não resolve o problema
da higiene no mundo, mas nem por isso podemos dispensá- lo. 3-
Certa vez, alguém perguntou a Chico Xavier, sobre o que os Espíritos dizem a respeito
da natureza do corpo de Jesus, ele respondeu: - Jesus é como o Sol num dia
de céu azul, e nós somos apenas palitos de fósforo acesos, à hora do
meio-dia. O que é importante saber, e discutir, é sobre os seus ensinamentos
e sua Vivência Gloriosa. 4- Muita gente
procurava Chico em seu emprego e isto começou a causar-lhe problemas. Certa
vez uma senhora, em adiantado estado de perturbação, foi procurá-lo. O chefe não
queria que ele atendesse ninguém em seu ambiente de trabalho, então, foi dito à
senhora que o Chico estava em casa. Para lá se dirigiu ela, sendo informada que
o Chico
estava trabalhando. Voltou, novamente, ao emprego e disseram que o
nosso amigo saíra, a serviço. Ela resmungou qualquer palavrão e se foi. À
noite, quando as portas do Centro se abriram, ela avançou sobre ele e deu-lhe
inúmeros bofetões no rosto. Quando acabou de desabafar, através da agressão, falou
com voz nervosa e trêmula: - Está pensando que tenho tempo para andar atrás de você
para cima e para baixo? E, agora, já para aquela sala que você vai me dar um
passe, cachorro. A senhora sentou-se numa cadeira e ficou esperando. O Chico
começou a pensar: “Senhor Jesus, para se transmitir um passe precisamos estar
calmos, com o coração voltado para o amor ao próximo. O Senhor sabe todas as
coisas e sabe que não estou com raiva dela, mas ela me deixou num estado meio
diferente. Ajude-me, Senhor”. Então, o espírito de Emmanuel lhe aparece e
diz: - Para ajudá-la é preciso alcançar-lhe o coração. Converse com ela.
E o Chico, falou para a irmã em sofrimento: - Minha irmã, a senhora me perdoe
ser uma pessoa tão ocupada. Não pude atendê-la em meu emprego porque meu chefe
não permite. A senhora compreende, estou ali para servir porque tenho muitos
irmãos para ajudar. Foi conversando... conversando, e a mulher se acalmando,
para, em seguida, começar a chorar. O Chico, então, transmitiu-lhe o passe e
ela foi devolvida à razão. Depois de sua saída, o médium perguntou ao Espírito
de Emmanuel: - Emmanuel, eu não estou com a razão? A resposta foi esta jóia da
caridade cristã: - Você está com a razão, mas ela está com a necessidade. No outro
dia, quando o Chico chegou ao serviço, estava com o rosto todo inchado. Seu chefe
indagou o que ocorrera. E ele respondeu: - Bati na porta. Ele, então, olhou-o
por sobre os óculos e perguntou, novamente: - Mas, dos dois lados? 5-
O Chico passava por grandes dificuldades. Problemas gigantescos se avolumavam
sobre sua cabeça. E tão gigantescos que ele perguntou ao Espírito Emmanuel
se não era possível rogar às esferas superiores um conselho de Maria de Nazaré,
que ajudasse naqueles dias tão difíceis. Alguns dias se passaram, quando o
espírito de Emmanuel lhe disse que o generoso espírito de Maria havia atendido
ao seu pedido, enviando-lhe a seguinte frase: Isso Também Passa. Contou
Chico:
- A
frase foi para mim como anestesia sobre uma dor imensa. Fez-me tanto bem que a
escrevi num papel e o coloquei sobre a cabeceira de minha cama. Todas às noites
e todas as manhãs eu lia, sentindo grande consolo. Certo dia, um amigo ao entrar
em meu quarto, achou a frase muito interessante, e disse; - Chico, vou fazer o mesmo;
colocar esta frase sobre a cabeceira de minha cama. - Faça isso mesmo, meu
filho, mas não se esqueça de que o espírito Emmanuel também me disse que ela
serve tanto para os momentos tristes, como para os momentos alegres.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
PAULO DE TARSO , PRECURSOR DO ESPIRITISMO
Recebendo
solenemente o título de Arcebispo sete dias depois do lançamento d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, morto cinco
anos depois, Francois-Nicolas Madeleine, mais conhecido como Cardeal
Morlot,, rapidamente integrou-se à equipe do Espírito da Verdade
cooperando com textos psicografados em varias localidades, alguns dos quais
aproveitados n’ O EVANGELHO SEGUNDO O
ESPIRITISMO (capitulos 5 E 17). Dez meses após sua desencarnação em 9 de
outubro de 1863, manifestou-se na sessão da Sociedade Espírita de Paris através de mensagem em que apresenta o
Apóstolo Paulo de Tarso como precursor do Espiritismo, página que Allan
Kardec incluiria na edição de dezembro
da REVISTA ESPÍRITA. Diz Francois: - “Quantos dias se passaram, meus filhos,
desde que tive a felicidade de entreter-me convosco! assim, é com grata
satisfação que me encontro no seio da minha cara Sociedade de Paris. Com que
vos entreterei hoje? A maior parte das questões morais foi tratada por penas
hábeis; todavia, elas são de tal modo do meu domínio e o seu campo é tão vasto
que ainda encontrarei alguns fragmentos de verdade para respigar. Quanto ao
mais, mesmo que eu apenas repetisse o que outros já disseram, talvez apareçam
alguns novos ensinamentos, porque as boas palavras, como as boas sementes,
produzem sempre bons frutos. Para nós, os livros santos são celeiros
inesgotáveis, e o grande apóstolo Paulo, que por sua prédica poderosa tanto
contribuiu para o estabelecimento do Cristianismo no passado, vos deixou
monumentos escritos que servirão, não menos energicamente, à expansão do
Espiritismo. Não ignoro que os vossos adversários religiosos invocam seu
testemunho contra vós; mas, ficai certos, isto não impede que o ilustre
iluminado de Damasco seja por vós e convosco. O sopro que corre em suas
epístolas, a santa inspiração que anima os seus ensinos, longe de ser hostil à
vossa doutrina, está, ao contrário, cheia de singulares previsões em vista do
que acontece hoje. É assim que, na sua primeira epístola aos Coríntios, ele
ensina que, sem a caridade, não existe nenhum homem, ainda que fosse santo,
profeta e transportasse montanhas, que se possa gabar de ser um verdadeiro
discípulo de Nosso Senhor Jesus-Cristo. Como os espíritas, e antes dos espíritas,
foi ele o primeiro a proclamar esta máxima que faz vossa glória: Fora da
caridade não há salvação! Mas não é apenas por este único lado que ele se
liga à doutrina que nós vos ensinamos e que hoje propagais. Com aquela sublime
inteligência que lhe era própria, tinha previsto o que Deus reservava para o
futuro e, notadamente, esta transformação, esta regeneração da fé cristã, que
sois chamados a assentar profundamente no espírito moderno, já que descreve, na
citada epístola, e de maneira indiscutível, as principais faculdades
mediúnicas, por ele chamadas de dons abençoados do Espírito Santo. “Ah! meus
filhos, aquele santo doutor contempla, com uma amargura que não pode
dissimular, o grau de aviltamento em que caiu a maior parte dos que falam em
seu nome, e que proclamam, urbi et orbi, que outrora Deus deu à Terra toda a
soma de verdades que esta era capaz de receber. Não obstante, o Apóstolo tinha
exclamado em seu tempo que só havia uma ciência e profecias imperfeitas. Ora,
aquele que se lastimava de tal situação sabia, por isto mesmo, que essa ciência
e essas profecias um dia se aperfeiçoariam. Não está aí a condenação absoluta
de todos os que incriminam o progresso”?
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
CREMAÇÃO
Pratica
milenar no Oriente, a cremação ressurgiu no Mundo Ocidental no início do século
XX. O Espiritismo ampliando nossa visão
sobre a inevitável experiência da morte, tem muito a dizer sobre o assunto,
especialmente ao afirmar que ela como diz o Psiquiatra norte-americano Brian
Weiss é “abrir uma porta e
passar para outra sala”. Em 1935, o jornalista Clementino de Alencar a
serviço do jornal O GLOBO, ouviu através do médium Chico Xavier, o
Orientador Espiritual Emmanuel sobre variadas questões
extremamente importantes. Uma delas, ‘sobre qual a impressão do homem no instante
da morte?’, ouvindo dele: – A impressão da alma no momento da morte
varia com os estados de consciência dos indivíduos. Para todas as criaturas,
porém, manifesta-se nesses instantes a bondade divina. Têm invariavelmente a
assistência dos seus protetores, e amigos invisíveis que os auxiliam a se
libertar das cadeias que os prendem à vida material. Entre os homens não existe
a necessidade de alguém que auxilie os recém-nascidos a se desvencilharem do
cordão umbilical? As sensações penosas do corpo são mais ou menos acordes com a
moléstia manifestada. Elas, porém, passam e nos primeiros tempos, no Plano
Espiritual, vai a alma colher os frutos de suas boas ou más obras na superfície
do mundo. O adágio popular: Tal vida, tal morte‘ vai aí receber então a sua
sanção plena’. Na época, no Brasil, começava-se a falar sobre uma
legislação visando a cremação de corpos e o enviado especial a Pedro Leopoldo,
MG; aproveitou para indagar: ―Sentem os desencarnados os efeitos da
cremação de seus despojos mortais?
Emmanuel esclareceu: ―Geralmente, nas primeiras horas do
‘post-mortem’, ainda se sente o Espírito ligado aos elementos cadavéricos.
Laços fluídicos, imperceptíveis ao vosso poder visual, ainda, se conservam
unindo a alma recém-liberta ao corpo exausto; esses elos impedem a decomposição
imediata da matéria. E, por esta razão, na maioria dos casos o Espírito pode
experimentar os sofrimentos horríveis oriundos da cremação, a qual NUNCA
DEVERÁ SER LEVADA A EFEITO ANTES DO PRAZO DE CINQUENTA HORAS APÓS O DESENLACE.
A cremação imediata ao chamado instante da morte é, portanto, nociva e
desumana. As vezes, segundo a natureza das moléstias que precedem a
desencarnação, existem ainda no cadáver inúmeros elementos de vida: daí nasce a
possibilidade de, usando de recursos vários e reagentes, a ciência fazer um
morto voltar à vida. Vê-se, pois, que o Espírito desencarnado, nas primeiras
horas do Além-Túmulo, pode sentir dentro do quadro de suas impressões físicas,
todas as ações a que seu corpo abandonado seja submetido. O Espírito do
escritor e cronista Humberto de Campos, noutra ocasião se manifestou sobre o
assunto também através de Chico Xavier dizendo: -“Há
muito caminho por andar antes que o homem comum se beneficie com a verdadeira
morte. A cessação dos movimentos do corpo nem sempre é o fim do expressivo
transe.
O túmulo é uma passagem especial, a cujas portas muitos dormem, por tempo
indeterminado, criando forças para atravessa-la com o preciso valor. Morrer não
é libertar-se facilmente. Para quem varou a existência na Terra entre abstinência
e sacrifícios, a arte de dizer adeus é alguma coisa da felicidade ansiosamente
saboreada pelo Espírito, mas para o comum dos mortais,
afeitos aos “comes e bebes” de cada dia, para os senhores da posse física, para
os campeões do conforto material e para os exemplares felizes do prazer humano,
na mocidade ou na madureza, a cadaverização não é serviço de algumas horas... Demanda
tempo, esforço, auxílio e boa vontade. Por trás da máscara mortuária, muitas
vezes, esconde-se a alma, inquieta e dolorida, sob estranhas indagações, na vigília
torturada ou no sono repleto de angústia. Para semelhantes viajores da grande jornada,
a cremação imediata do comboio fisiológico será pesadelo terrível e doloroso. Eis
porque, se pudéssemos, pediríamos tempo para os mortos. Se a Lei Divina fornece
um prazo de nove meses para que a alma possa nascer ou renascer no mundo com a
dignidade necessária, e se a legislação humana já favorece os empregados com o
benefício do aviso prévio, porque razão o morto deve ser reduzido à cinza com a
carne ainda quente? Sabemos que há cadáveres, dos quais, enquanto na Terra,
estimaríamos a urgente separação, entretanto, que mal
poderá trazer aos vivos o defunto inofensivo, sem qualquer personalidade nos
cartórios? Não seria justo conferir algumas semanas de preparação e refazimento
ao peregrino das sombras, para a desistência voluntária dos enigmas que o
afligem na retaguarda?
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
PARECE ESCRITO HOJE
A
primeira vez que o médium Chico Xavier se viu diante de um
representante da imprensa foi no ano de 1935, na cidade de Pedro Leopoldo,
Minas Gerais. Para lá havia sido enviado o repórter Clementino de Alencar a
serviço do jornal O GLOBO a fim de esclarecer a dúvida sobre quem era o
eventual imitador do renomado cronista Humberto de Campos, morto em
dezembro de 1934. O fato eram algumas crônicas reproduzidas em jornal
concorrente da Capital da República onde, por sinal, o escritor trabalhara por
anos conquistando a admiração de uma legião de leitores. O resultado de Clementino, porém foi além das
expectativas, pois, surpreendido pela historia e aspecto do suposto
falsificador, acabou se deparando com a inteligência e coerência do dito guia
espiritual do médium: Emmanuel. Isso possibilitou alguns
meses de entrevistas cujo conteúdo pode ser conferido fragmentariamente no
livro PALAVRAS DO INFINITO (lake,1936)
e integralmente em NOTÁVEIS REPORTAGENS
COM CHICO XAVIER (ide, 2002). Dentre as dezenas de respostas do Instrutor
Espiritual, destacamos uma que suscita a seguinte duvida: os problemas políticos, sociais e
humanos são sempre os mesmos? Vamos a ela: 1– As nações estão
vivendo um momento angustioso no terreno econômico, qual a causa dessa crise
que avassala o mundo?
Emmanuel: – Estão acertados no seu julgamento, quantos encontram, nas crises
atuais, as modalidades várias de uma crise única – a de ordem espiritual.
Há por todo o canto o fermento revolucionário. Falece à política autoridade
para organizar um programa que corresponda aos anseios gerais. A ciência, a
cada passo, se encontra num turbilhão de perplexidade. As religiões criaram um
Deus antropomórfico, pondo de lado o reino do céu para alcançarem, por quaisquer
meios, o reino da terra. A alma humana, dentro dessas vibrações antagônicas,
perde-se num emaranhado de conjeturas e de sofrimentos. Vícios do pensamento
vícios dos costumes vícios da alimentação. Essa inquietação geral, a ausência
de paz nos corações, estabelece a crise avassaladora que abrange todos os
domínios da atividade humana. As classes são dominadas pelos desvios de toda a
ordem; vícios do pensamento, vícios dos costumes, vícios da alimentação. Que se
poderia fazer para que a ordem se restabelecesse para que o bem-estar social sé
efetivasse? Far-se-ia mister pirogravar, no coração de cada homem, a legenda
célebre de Delfos: CONHECE-TE A TI MESMO. Observa-se em todos os setores dos trabalhos
do mundo uma luta tenaz dos anseios do Espírito que almeja paz e libertação. Há
quase dois milênios, quando a Civilização, simbolizada no poderio romano, se
entregava a todos os desregramentos e desvarios, fez-se ouvir a voz consoladora
do Mestre, o Salvador esperado por muitos séculos de ansiedade e profecias. Sob
a sua divina influência, uma transformação radical se operou dentro da
civilização trabalhada pelos hábitos perniciosos. A sua vida sacrificada foi
legada ao homem como o sublime modelo; sua palavra foi deixada no mundo como a
lei áurea de liberdade das almas. Passado, porém, o arrebatamento da fé,
novamente os abusos da maldade humana se fizeram sentir por toda a parte, e dos
quais se observa, na atualidade, a culminância. Todavia, ainda é para Jesus que
os homens necessitam voltar os seus olhos. A missão do moderno espiritualismo é
trazer a chave dos conhecimentos acerca dos seus grandes e inolvidáveis
ensinamentos. Enquanto não compreenderem os homens os, seus deveres de
fraternidade cristã, não há possibilidade de se evitarem as crises que assoberbam
o mundo. A guerra continuará amortalhando os corações; os artigos de primeira
necessidade, serão destruídos pela falsa diretriz econômica de alguns países,
quando muitos choram a falta de pão ; a confusão prosseguirá dentro de todos os
seus matizes até que a crise espiritual seja solucionada pelo esforço do homem,
a fim de que a luz se faça no seu coração. O que se depreende pois do
confucionismo hodierno é que OS HOMENS NECESSITAM MAIS DE VERDADE QUE DE
DINHEIRO, DE MAIS LUZ ESPIRITUAL QUE DE PÃO.
Dúvidas sobre a visão do Espiritismo a respeito de questões essenciais? Consulte a série AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ acessando Luiz Armando – Canal do Youtube
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domingo, 18 de dezembro de 2016
POR QUE E PRA QUE REENCARNAR?
Quem
estudar o conteúdo da REVISTA ESPÍRITA
perceberá que a Allan Kardec eram remetidos vários casos, relacionados ao
Espiritismo nascente, bem como mensagens obtidas pelo instrumento chamado
mediunidade, um verdadeiro ‘microscópio’ a serviço das descobertas
do Mundo Espiritual. No número de fevereiro de 1864, Kardec,
por sinal, incluiu uma mensagem obtida na Sociedade Espírita de Sens, através
do médium Sr Percheron assinada pelo Espírito de seu próprio pai, por sua
vez, auxiliado em suas explicações pelo Espírito Pascal. Assunto: necessidade
da encarnação. Entre outras coisas esclarece a entidade espiritual: -“Quis
Deus que o Espírito do homem fosse ligado à matéria para sofrer as vicissitudes
do corpo, com o qual se identifica a ponto de iludir-se e de o tomar por si
mesmo, quando não passa de sua prisão passageira; é como se um prisioneiro se
confundisse com as paredes da cela. Os materialistas são muito cegos por não
perceberem seu erro, porquanto, se quisessem refletir um pouco seriamente,
veriam que não é pela matéria do corpo que se podem manifestar; concluiriam
que, desde que a matéria desse corpo se renova continuamente, como a água de um
rio, não é senão pelo Espírito que podem saber que são sempre eles mesmos.
Suponhamos que o corpo de um homem que pesasse sessenta quilos assimile, para a
reparação de suas forças, um quilo de nova substância por dia, a fim de
substituir a mesma quantidade de antigas moléculas de que se separa e que
cumpriram o papel que deviam desempenhar na composição de seus órgãos; assim,
ao cabo de sessenta dias a matéria desse corpo estaria renovada. Nesta
hipótese, cujos números podem ser contestados, mas verdadeira em princípio, a
matéria do corpo renovar-se-ia seis vezes por ano; portanto, o corpo de um
homem de vinte anos já se teria renovado cem vezes; aos quarenta, duzentas e
quarenta vezes; aos oitenta, quatrocentas e oitenta vezes. Mas o vosso Espírito
se terá renovado? Não, pois tendes consciência de que sois sempre vós mesmos.
É, pois, o vosso Espírito que constitui o vosso EU, e segundo o qual vós vos
manifestais, e não o vosso corpo, que não passa de matéria efêmera e mutável.
(...) Volto ao meu assunto. Se Deus quis que suas criaturas espirituais fossem
momentaneamente unidas à matéria, é, repito, para as fazer sentir e, a bem
dizer, para que sofressem as necessidades que a matéria exige de seus corpos,
no que respeita ao seu sustento e conservação. Dessas necessidades nascem as
vicissitudes que vos fazem sentir o sofrimento e compreender a comiseração que
deveis ter por vossos irmãos na mesma posição. Esse estado transitório é, pois,
necessário ao adiantamento do vosso Espírito, que, sem isto, ficaria estagnado.
As necessidades que o corpo vos faz experimentar estimulam os vossos
Espíritos e os forçam a buscar os meios de as prover; desse trabalho forçado
nasce o desenvolvimento do pensamento. Constrangido a presidir aos
movimentos do corpo para os dirigir, visando a sua conservação, o Espírito é
conduzido ao trabalho material e daí ao trabalho intelectual, necessários um ao
outro, pois a realização das concepções do Espírito exige o trabalho do corpo e
este não pode ser feito senão sob a direção e o impulso do Espírito. Tendo
assim o Espírito adquirido o hábito de trabalhar, e a ele constrangido pelas
necessidades do corpo, o trabalho, por sua vez, se lhe torna uma necessidade; e
quando, desprendido de seus laços, não tem mais de pensar na matéria, pensa em
trabalhar em si mesmo para o seu adiantamento. Agora compreendeis a necessidade
para o vosso Espírito de estar ligado à matéria durante uma parte de sua
existência: para não ficar estacionário”. Allan Kardec analisa: Acrescentaremos
que, trabalhando para si mesmo, o Espírito encarnado trabalha para a melhoria
do mundo em que habita, assim ajudando a sua transformação e o seu progresso
material, que estão nos desígnios de Deus, de quem é o instrumento inteligente.
Na sua sabedoria previdente, quis a Providência que tudo se encadeasse na
Natureza; que, todos, homens e coisas, fossem solidários. Depois, quando o
Espírito houver realizado a sua tarefa e estiver suficientemente adiantado,
gozará do fruto de suas obras.
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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
NA DIREÇÃO DA VERDADE
“O Plano Material nada mais é que um prolongamento do Mundo
Espiritual” comentou
certa vez o médium Chico Xavier em conversa com amigos. As múltiplas obras
produzidas por uma infinidade de médiuns nas ultimas décadas vão alargando
nosso entendimento a sobre essa interação entre o concreto e o abstrato, entre
o visível e o invisível. Embora a predominância de Espíritos pouco evoluídos na
Humanidade terrestre, na verdade uma pequena porção já demonstra uma capacidade
de abstração ou raciocínio lógico que lhes permite vislumbrar essa realidade
inacessível e incompreensível pela maioria. Resgatando algumas informações esparsas
em livros de reconhecida credibilidade, na sequencia elementos para sua
reflexão: 1- A Doutrina Espírita ao tempo de
Allan Kardec constituiu-se no único canal de revelação sobre as realidades em
meio às quais vivemos? Não. Fora do campo de influência do
Espiritismo, a mediunidade continuou a produzir resultados como os alcançados
entre os meses de setembro e outubro de 1913, pelo reverendo presbiteriano
inglês George Vale
Owen,
que amargurado pela morte de uma filha, iniciou exercícios no campo da
psicografia estabelecendo contato com sua mãe através da escrita automática por
inspiração, grafando, segundo apurado por ele, 24 palavras por minuto. Tais
mensagens resultaram no livro A VIDA ALÉM DO VÉU, transcritas no
período de apenas um mês. 2- O que
acrescentaram tais comunicações? Vários aspectos podem
ser destacados: 1- O Universo Espiritual de
inconcebível grandeza e imensidade, se organiza em variadas Esferas que se
desdobram pela amplidão do Infinito; 2 - Na
primeira Esfera encontramos árvores e flores, como as que encontramos na Terra,
só que muito mais belas; 3- Existem animais e
pássaros, mais amigos do homem, por estarem mais próximos, mais inteligentes,
já não sofrendo os temores nem padecimentos causados pelas crueldades que
experimentam no Planeta; 4- Há casas e jardins
de subsistência, cor e atmosfera mais de acordo com os habitantes da região;
existindo fontes de água; cores mais harmoniosas; sendo tudo mais radiante,
alegre; 5- Espíritos da mais alta Esfera podem
descer à Esfera inferior; podendo ser enviados em missão à Terra, o que exige
adaptação, a fim de se amoldarem à atmosfera densa e turva na qual está
envolvido nosso mundo. 3- Qual o significado da contribuição vertida pela Espiritualidade
através do médium Chico Xavier? Reafirma alguns pontos e amplia
consideravelmente a visão sobre o Mundo Espiritual. Da obra CARTAS DE UMA MORTA (lake, 1936) organizada com as
mensagens em que o Espírito Maria João de Deus
relata seu despertar na realidade além do corpo físico e os conhecimentos
absorvidos nas experiências que teve, destacamos: 1-
A Terra é o centro, isto é, a sede de grande número de Esferas Espirituais que
a rodeiam de maneira concêntrica, difícil de precisar em números, porque se
alongam até um limite que a minha compreensão, por enquanto, não pode alcançar.
2 - Quanto mais evoluído o Ser, mais elevada
será sua habitação, até alcançar o ponto em que essas Esferas se interpenetram
com as de outros Mundos mais perfeitos. 3 - Há
casas, pássaros, animais, reuniões, institutos como os das famílias terrenas,
onde se agrupam os Espíritos através das mais elevadas afinidades. 4 - Existe uma escada de Luz atravessando os abismos,
ligando as Esferas umas às outras. 5 - A região
imediatamente vizinha à Terra abriga muitos sofredores e desesperados,
existindo nela organizações perfeitas e inúmeras, de muitos Espíritos do mal,
que, reunindo-se a outros, formam congregações nefastas e terríveis. 6 - Há abismos tenebrosos compondo as regiões
infernais em certos planos da realidade espiritual, como os purgatórios da
Terra. 7 - Há entidades que só se dedicam a
confecção de trajes de seus companheiros. 8 - Há música e instrumentos mais
perfeitos e mais adaptáveis à harmonia que os conhecidos na Terra. 9 - Temos festas e assembleias seletas, meios de
comunicação, visões à distância, através de processos que os homens estão ainda
muito longe de entender. 10 - São inúmeras as
congregações de Espíritos que se dedicam à salvaguarda de seus ideais
religiosos sobre o orbe terráqueo. 11 - Existe
grande movimento de afinidade racial, parecendo-me que a questão das raças aí
na Terra está subordinada a um forte ascendente de natureza espiritual. 12 - Os saxões, latinos, árabes, orientais, africanos,
formam grandes falanges, à parte, em locais diferentes uns dos outros,
conservando nos núcleos de suas atividades, costumes que os caracterizavam
sendo profundamente interessante observarmos de perto como essas imensas
colônias espirituais diferem uma das outras.
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
ALLAN KARDEC E DEUS
Publicada
pela primeira vez no Brasil em fins da década de 60 do século Vinte, a coleção
da REVISTA ESPÍRITA criada e editada regularmente por Allan Kardec entre 1858 e 1869, se
constitui num manancial de informações e desenvolvimentos que vão muito além do
contido nas chamadas Obras Básicas. Um dos temas em que o Codificador da
Doutrina Espírita oferece incríveis conteúdos é sobre o tema DEUS com que abre O LIVRO DOS ESPÍRITOS e no livro A GÊNESE. Da série AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ,
mais especificamente A CONCEPÇÃO DE DEUS,
destacamos três delas para maiores reflexões: 1- Como surge na criatura
humana a ideia de Deus? Seria algo gravado no inconsciente pelas escolas
religiosas? O Espírito no
início de sua fase humana, estupido e bruto, sente a centelha divina em si,
pois, adora um Deus, que materializa conforme sua materialidade. (RE, 2/1864) O sentimento
intuitivo que trazemos da existência de Deus é uma consequência do princípio de
que não existe efeito sem causa não sendo efeito da educação e das ideias adquiridas.
(LE, 5,6)
Sendo Deus o eixo de todas as crenças religiosas e o
objetivo de todos os cultos, o caráter de todas as religiões é conforme a ideia
que elas dão de Deus. As religiões que fazem de Deus um ser
vingativo e cruel julgam honrá-lo com atos de crueldade, com fogueiras e
torturas; as que têm um Deus parcial e cioso são intolerantes e mais ou menos
meticulosas na forma, por crerem-no mais ou menos contaminado das fraquezas e
ninharias humanas. (RE; 9/1867) 2- Por que
Deus não revelou desde o princípio toda a verdade? Pela
mesma razão por que se não ensina à infância o que se ensina aos de idade
madura. A revelação limitada foi suficiente a certo
período da Humanidade, e Deus a proporciona gradativamente ao progresso e às
forças do Espírito. Os que recebem hoje uma revelação mais
completa são os mesmos Espíritos que tiveram dela uma partícula em outros tempos
e que de então por diante se engrandeceram em inteligência. Antes
da Ciência ter revelado aos homens as forças vivas da Natureza, a constituição
dos astros, o verdadeiro papel da Terra e sua formação, poderiam eles
compreender a imensidade do Espaço e a pluralidade dos mundos? Teriam
podido identificar-se com a vida espiritual, conceber depois da morte uma vida
feliz ou infeliz senão num lugar circunscrito e sob uma forma material?
Não. Compreendendo mais pelos sentidos do que pelo
raciocínio, o Universo era demasiado vasto para seu cérebro; era preciso
reduzi-lo a menores proporções para acomodá-lo ao seu ponto de vista, correndo
o risco de ampliá-lo mais tarde. Uma
revelação parcial tinha sua utilidade; então era razoável, mas hoje
insuficiente. O erro é daqueles que, não levando em conta o
progresso das ideias, creem poder governar homens maduros quais se fossem
crianças. (RE, 3/1865) 3- Como é que Deus, visto como tão grande,
poderoso, superior a tudo, pode imiscuir-se em detalhes ínfimos, preocupar- se
com os menores atos e os menores pensamentos de cada indivíduo? Em seu estado atual
de inferioridade, só dificilmente os homens podem compreender Deus Infinito,
porque eles próprios são finitos, limitados, razão por que o imaginam finito e
limitado como eles mesmos; representando-o como um Ser circunscrito, dele fazem
uma imagem à sua semelhança. Pintando-o com
traços humanos, nossos quadros não contribuem pouco para alimentar este erro no
espírito das massas, que nele mais adoram a forma que o pensamento. É para o maior
número um soberano poderoso, sobre um trono inacessível, perdido na imensidade
dos céus, e porque suas faculdades e percepções são restritas não compreendem
que Deus possa ou haja por bem intervir diretamente nas menores coisas. Na
incapacidade em que se acha o homem de compreender a essência mesma da
Divindade, desta não pode fazer senão uma ideia aproximada, auxiliado por
comparações necessariamente muito imperfeitas, mas que podem, ao menos,
mostrar-lhe a possibilidade do que, à primeira vista, lhe parece impossível. (RE)
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domingo, 11 de dezembro de 2016
SUTILEZAS DA OBSESSÃO
Formado
em Medicina em 1929, Inácio Ferreira poucos anos depois
assumiu a Direção Clínica do recém-fundado Sanatório Espírita de Uberaba, na
importante cidade do Triangulo Mineiro. Materialização de projeto elaborado no
Plano Espiritual, a casa de saúde teve no idealismo Dona Maria Modesto Cravo uma
das mais determinadas colaboradoras, que por sinal se constituiria em
importante peça nas pesquisas em torno da obsessão desenvolvidas ao longo de
anos, resultando em meados da década de 40 na publicação dos dois volumes do
livro NOVOS RUMOS A MEDICINA (Feesp),
que, ao lado de A LOUCURA SOB NOVO
PRISMA (feb) do também médico Bezerra de Menezes, inspirariam o surgimento
de inúmeros hospitais voltados para portadores de problemas psiquiátricos. A
obra do Dr. Inácio, contudo encontrou forte resistência no próprio meio
espírita, razão pela qual não apenas não foi reeditada até meados da década de
80, bem como não teve a programada continuação nos volumes 3 e 4. Dos curiosos
casos reunidos na obra inicial, destacamos alguns para verificarmos as
sutilezas dos processos obsessivos. Caso 1- EFEITO-
Homem, 25 anos, profundo estado de fraqueza, não se alimentando por
ausência de apetite, nem dormindo, noção completa de espaço, tempo e lugar, memória
e raciocínio perfeitos; organismo desidratado; exames laboratoriais e chapas
radiográficas negativadas. CAUSA - Processo
obsessivo involuntariamente alimentado por entidade feminina desencarnada por
tuberculose pulmonar resultante de suicídio praticado em encarnação passada por
frustração amorosa ante a impossibilidade de se unir ao paciente avaliado hoje.
Ele, por sua vez, recorreu ao mesmo expediente drástico para interromper a
vida, abrindo o campo de sua ignorada mediunidade para a influenciação
espiritual experimentada após terem
se atraído e reencontrado num dos
desdobramentos naturais do sono. A afinidade explicaria a intoxicação psíquica
ou perispiritual absorvida pelo encarnado cujo inconsciente mantinha-se
carregado pelos sentimentos de mágoa e desesperança. Caso 2- EFEITO- Mulher, 40
anos de casada; 9 filhos, 10 netos. Dominada por irracional sentimento de
desconfiança e ciúme em relação ao marido, situação agravada dia após dia,
transformando-se progressivamente num comportamento insano que por orientação
médica resultou na internação em estabelecimento para tratamento psiquiátrico
por vários meses ante a ideia de suicídio querendo atirar-se diante de
veículos. CAUSA- Processo obsessivo mantido por
entidade feminina ao ser desdenhada pelo
amante - o marido, pai e avo de hoje -
43 anos antes, o que a levou ao suicídio por envenenamento. Desencarnada, em grande perturbação,
ignorando que havia morrido, localizando-o decidiu vingar-se, se esforçando
para influenciá-lo procurando fazer com que ele só tivesse preocupações e
aborrecimentos. Caso 3- EFEITO Mulher, 38
anos, trabalhando como doméstica, casada aos 23, sem filhos, frequentadora de
culto protestante do qual se afastou por meses exibindo certa desorientação na
forma de ser, alegando que os religiosos iam persegui-la. Nesta fase, começou a
sair de casa a noite, altas horas, mostrando-se desesperada, dizendo ouvir uma
voz desconhecida clamando por socorro, demonstrando sofrer muito, agonizante.
Outras vezes dizia que a pessoa já morrera,
mas, continuava a clamar sua presença. CAUSA- Ações em vida passada em que discriminada pela sua
condição de prostituta, valeu-se da paixão obsessiva revelada por jovem de
família importante da cidade em que vivia, abandonou-o após leva-lo a atitudes
extremas contra a própria família que se opunha à relação, impondo-lhe a morte
em meio a cruéis sofrimentos após tentativa de suicídio. O pai do rapaz abalado
com a morte do filho, acabou morrendo obcecado pela ideia de vingança e a ideia
de reencontrar o filho. Ela,
60 anos após o termino da existência anterior renasceu novamente, passando a sofrer
o assédio mental daqueles que havia prejudicado na experiência resumida.
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sábado, 10 de dezembro de 2016
TRANSIÇÃO
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
CULPA E EVOLUÇÃO
Ampliando-nos o
entendimento a respeito dos mecanismos da evolução do Ser, a Doutrina Espírita
tem informações preciosas sobre como nós mesmos conduzimos esse processo. Na
sequencia alguns tópicos interessantes: 1-
Expressando-nos coletivamente, sabemos hoje que o Espírito humano lida com a
razão há precisamente 40 mil anos. (LI, 4)
2-
Inferno é construção mental em nós mesmos. O estacionamento, após esforço
destrutivo, estabelece clima propício
aos fantasmas de toda sorte, fantasmas que torturam a mente que os gerou,
levando-a a pesadelos cruéis. Cavamos poços abismais de padecimentos
torturantes, pela intensidade do remorso de nossas misérias intimas. (OVE,
8) 3- Encarcerados pela Lei do Retorno, temos
efetuado multisseculares recapitulações, por milênios consecutivos. (LI,
1) 4- Quanto mais esclarecida a criatura, tanto
mais responsável, entregue naturalmente aos arestos da consciência, na Terra ou
fora dela, toda vez que se envolve nos espinheiros da culpa. (AR,
pref) 5- O remorso é um monstro invisível que
alimenta as labaredas da culpa. A consciência não dorme. (ETC,
14) 6- Perdemos o carro fisiológico, mas
prosseguimos atados ao pelourinho invisível de nossas culpas; e a culpa, é
sempre uma nesga de sombras a eclipsar-nos a visão.(AR,
2) 7- A dureza coagula-nos a sensibilidade
durante certo tempo; todavia chega um minuto em que o remorso nos descerra a
vida mental aos choques de retorno das nossas próprias emissões. (LI,
4) 8- O remorso é uma força que nos algema à
retaguarda. (ETC, 220)
Na
sequencia duas importantes respostas para nossas reflexões: 1- Considerando que conforme a questão 607 d’ LIVRO DOS
ESPÍRITOS que “o Princípio Inteligente se elabora, se individualiza pouco a
pouco e ensaia para a vida após o que
sofre uma transformação e se torna Espírito começando para ele o período
de humanização ou Humanidade, simples e ignorante” pode-se dizer que surge
nesse momento a noção de culpa como mecanismo indutor ao progresso espiritual?
No momento de sua criação, os Espíritos não são imperfeitos senão
do ponto de vista do desenvolvimento intelectual e moral. Como a criança ao nascer, como o germe contido
na semente da árvore; mas não são maus por natureza. Ao mesmo tempo, neles se
desenvolve a razão, o livre-arbítrio, em virtude do qual escolhem, uns o bom
caminho, outros o mau, fazendo que alguns cheguem ao objetivo mais cedo que
outros. Mas
todos, sem exceção, devem passar pelas vicissitudes da vida corporal, a fim de
adquirir experiência e ter o mérito da luta. Nessa luta uns triunfam, outros
sucumbem, conquanto os vencidos possam sempre se erguer e resgatar os seus
fracassos. Multiplicam-se em sua rota as advertências salutares, das quais
infelizmente nem sempre eles aproveitam. É a história de dois viajantes
que querem alcançar um belo país, onde viverão felizes; um sabe evitar os
obstáculos, as tentações que o fariam parar no caminho; o outro, por
imprudência, choca-se contra os mesmos obstáculos, leva quedas que o atrasam,
mas chegará por sua vez. Se, no caminho, pessoas caridosas
o previnem dos perigos que corre e se, por presunção, não as escuta, mais
repreensível será por isso. (RE;
1861) 2- O Ser ou
Individualidade está sempre preso aos efeitos de seus atos? O
Espírito tem livre-arbítrio, e sempre busca o que lhe é agradável e o satisfaz.
Se for um Espírito
inferior e material, procura suas satisfações na materialidade e, então, dará
impulso aos seus fluidos corporais, que dominarão, mas tenderão sempre a
crescer e elevar-se materialmente. Assim, as aspirações desses encarnados serão
materiais e, voltando à condição de Espírito, buscará nova encarnação, em que
satisfará suas necessidades e desejos materiais; porque, notai bem, a aspiração
corporal não pode pedir, como realização, senão uma nova corporeidade, ao passo
que a aspiração espiritual não se prende senão às sensações do Espírito. A isto será
solicitado por seus fluidos, que deixou que se materializassem; e como no ato
da reencarnação os fluidos agem para atrair o Espírito no corpo que foi
formado, havendo, portanto, atração e união dos fluidos, a reencarnação se
opera em condições que darão satisfação às aspirações de sua existência
precedente.
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terça-feira, 6 de dezembro de 2016
SOBRE O ABORTO
nosso, ante a genitora desencarnada, em
pranto, a operação começou, com sinistros prognósticos para nós, que observamos
a cena, sensibilizadíssimos. A desordem do cosmo fisiológico acentuou-se,
instante a instante. Penosamente surpreendido, prossegui no exame da situação,
verificando com espanto que o embrião reagia ao ser violentado, como que
aderindo, desesperadamente, às paredes placentárias’. A
descrição reproduz os instantes que marcam as ações objetivando a consumação de
um aborto clandestino. Pratica que denota a condição de atraso dos habitantes
do Planeta volta ao debate depois do retrocesso causado por decisão de um juiz
brasileiro recentemente. A leitura do relato do Espírito André Luiz através do
médium Chico Xavier no livro NO
MUNDO MAIOR (feb), pelo menos a titulo de hipótese merece reflexões.
Prossegue o narrador: -“A mente do filhinho imaturo começou a
despertar à medida que aumentava o esforço de extração. Os raios escuros não
partiam agora só do encéfalo materno; eram igualmente emitidos pela organização
embrionária, estabelecendo maior desarmonia. Depois de longo e laborioso
trabalho, o entezinho foi retirado afinal... Assombrado, reparei, todavia, que
a ginecologista improvisada subtraia ao vaso feminino somente pequena porção de
carne inânime, porque a entidade reencarnante, como se a mantivessem atraída ao
corpo materno forças vigorosas e indefiníveis, oferecia condições
especialíssimas, adesa ao campo celular que a expulsava. Semidesperta, num atro
pesadelo de sofrimento, refletia extremo desespero; lamentava-se com gritos
aflitivos; expedia vibrações mortíferas; balbuciava frases desconexas. Não
estaríamos, ali, perante duas feras terrivelmente algemadas uma à outra? O
filhinho que não chegara a nascer transformara- se em perigoso verdugo do
psiquismo materno. Premindo com impulsos involuntários o ninho de vasos do
útero, precisamente na região onde se efetua a permuta dos sangues materno e
fetal, provocou ele o processo hemorrágico, violento e abundante. Observei
mais. Deslocado indebitamente e mantido ali por forças incoercíveis, o
organismo perispirítico da entidade, que não chegara a renascer, alcançou em
movimentos espontâneos a zona do coração. Envolvendo os nódulos da aurícula
direita, perturbou as vias do estímulo, determinando choques tremendos no
sistema nervoso
central. Tal situação agravou o fluxo
hemorrágico, que assumiu intensidade imprevista, compelindo a enfermeira a
pedir socorros imediatos, depois de delir, como pôde, os vestígios de sua
falta. – Odeio-o! odeio-o! – clamava a mente materna em delírio, sentindo ainda
a presença do filho na intimidade orgânica – Nunca embalarei um intruso que me
lançaria à vergonha! Ambos, mãe e filho, pareciam agora, por dizer mais
exatamente, sintonizados na onda de ódio, porque a mente dele, exibindo estranha
forma de apresentação aos meus olhos, respondia, no auge da ira: –
Vingar-me-ei! Pagarás ceitil por ceitil! Não te perdoarei!... Não me deixaste
retomar a luta terrena, onde a dor, que nos seria comum, me ensinaria a
desculpar-te pelo passado delituoso e a esquecer minhas cruciantes mágoas...
Renegaste a prova que nos conduziria ao altar da reconciliação. Cerraste-me as
portas da oportunidade redentora; entretanto, o maléfico poder, que impera em
ti, habita igualmente minh'alma... Trouxeste à tona de minha razão o lodo da
perversidade que dormia dentro em mim. Negas-me o recurso da purificação, mas
estamos agora novamente unidos e arrastar-te-ei para o abismo... Condenaste-me
à morte e, por isso, minha sentença é igual. Não me deste o descanso, impediste
meu retorno à paz da consciência, mas não ficarás por mais tempo na Terra...
Não me quiseste para o serviço do amor... Portanto, serás novamente minha para
a satisfação do ódio. Vingar-me-ei! Seguirás comigo! Os raios mentais
destruidores cruzavam-se, em horrendo quadro, de espírito a espírito. Enquanto
observava a intensificação das toxinas, ao longo de toda a trama celular,
Calderaro orava, em silêncio, invocando o auxilio exterior, ao que me pareceu.
Efetivamente, daí a instantes, pequena turma de trabalhadores espirituais
penetrou o recinto. O Orientador ministrou instruções. Deveriam ajudar a
desventurada mãe, que permaneceria junto da filha infeliz, até à consumação da experiência.
Em seguida, o Assistente convidou-me a sair, acrescentando: – Verificar-se-á a
desencarnação dentro de algumas horas. O ódio, André, diariamente extermina
criaturas no mundo, com intensidade e eficiência mais arrasadoras que as de
todos os canhões da Terra troando a uma vez. É mais poderoso, entre os homens,
para complicar os problemas e destruir a paz, que todas as guerras conhecidas
pela Humanidade no transcurso dos séculos.
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