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sábado, 31 de dezembro de 2016

O OLHAR DO FILÓSOFO

Ele tinha oito anos quando da publicação d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS que só conheceu aos 18 ao passar por uma livraria em Tours cidade em que viveu até o fim da vida. Autodidata, segundo a obra LÉON DENIS NA INTIMIDADE (o clarim) de Claude Baumart seria a reencarnação do inglês John Widcliffe que no século 14, teólogo, filosofo e professor da Universidade de Oxford, na Inglaterra, influenciou o aluno Jeronimo de Praga que, por sua vez compartilhou as teses do Mestre sobre a Reforma com John HussAllan Kardec em vida passada – que enfrentou a morte na fogueira pelas ideias revolucionarias que propunha afrontando a escola religiosa que, por sinal, representava. Escreveu sua historia na do Espiritismo pelas reflexões filosóficas que desenvolveria em mais de doze livro, entre os quais O GRANDE ENÍGMA (feb) em que realça mais uma vez seu olhar a respeito da evolução do Ser: -“A lei circular preside todos os movimentos do mundo; ela rege as evoluções da Natureza, as da História e da Humanidade. Cada ser gravita num círculo, cada vida descreve um circuito, toda a história humana se divide em ciclos. Os dias, as horas, os anos, os séculos rolam na órbita do Espaço e do tempo e renascem, pois o seu objetivo, se há um, é precisamente o de retornar ao seu princípio. Os ventos, as nuvens, as águas, as flores, a luz seguem a mesma lei. Os ventos retornam sobre suas órbitas enlaçadas para as cavernas misteriosas de onde eles procedem. O vapor eleva-se para as alturas; forma as nuvens, verdadeiros oceanos suspensos sobre nossas cabeças. As nuvens que planam, mares imensos e móveis, fundem-se em chuvas e tornam-se novamente os rios, os riachos que já foram. Assim, o Reno, o Ródano, o Danúbio, o Volga têm rolado acima de nossas cabeças antes de correr aos nossos pés. É, portanto, a lei, a lei da Natureza e a da Humanidade. Todo ser já existiu; ele renasce e sobe, evolui, assim, numa espiral cujas órbitas vão aumentando cada vez mais, e é por isso que a História toma um caráter cada vez mais universal: é o “corso i ricorso” de que fala o filósofo italiano Vico. Esses princípios, uma vez colocados, eu gostaria de consagrar essa meditação para estudar as idades da vida humana: a juventude, a idade madura, a velhice, à luz dessa grande lei, e a morte como coroamento e como apoteose. Desses estudos sairá o grande princípio espiritualista da reencarnação, o único que explica o mistério do ser e de seu destino. É preciso renascer, é a lei comum do destino humano que também evolui num círculo cujo centro é Deus. “Ninguém, dizia Jesus a Nicodemos, ninguém verá o reino de Deus, isto é, não compreenderá a lei de seu destino — se não renascer da água e do espírito.” A reencarnação é claramente expressa nessas palavras, e Jesus repreende Nicodemos: “de ser Mestre em Israel e ignorar essas coisas”. Dentre nossos mestres contemporâneos, quantos merecem a mesma repreensão! Há tantas pessoas que se contentam com a noção superficial da vida e nunca são tentadas a olhar em profundidade! É tão fácil negar as coisas para se exonerar do dever e do trabalho de estudá-las e de compreendê-las! O positivismo nunca aborda o problema da origem, nem o dos fins; ele se contenta com o momento presente e o explora da melhor forma. Muitos homens, mesmo inteligentes, fazem como ele. De seu lado, o católico se limita a crer naquilo que ensina a Igreja, que coloca um mistério no início e no final da vida e, no meio, alguns milagres; e quando essas duas palavras foram pronunciadas: milagre, mistério! Inclinaram-se, calaram-se e acreditaram. Por outro lado, durante longo tempo, os universitários acreditaram apenas nos dados da experimentação. Para eles, tudo o que não figurasse nos seus programas não tinha valor. Jamais os ídolos de Bacon tiveram tantos oradores. A Ciência oficial, também, há cinquenta anos pouco tem contribuído com o progresso para o pensamento moderno. Todavia, o médico dos nossos dias, tão preso há algum tempo aos sistemas materialistas da Escola, começa a sacudir o jugo; e é das fileiras da Medicina atual que saem os doutores mais autorizados e melhor informados do Espiritualismo. A próxima geração será mais feliz e melhor dotada ainda. Cresce uma geração que não depende de pedagogo algum e que somente se instrui na grande Escola da Natureza e da consciência íntima. Esta será a juventude verdadeiramente livre, isto é, independente de qualquer educação factícia, de qualquer método empírico e convencional. Ela ouve as verdadeiras vozes; a voz interior, a voz subliminal do Ser, a que explica o homem ao homem e resolve, tão claramente quanto é possível fazê-lo, o teorema do destino. É para essa juventude de amanhã que escrevo estas páginas; eu as dedico aos “iniciados” e aos “esclarecidos”, àqueles que, segundo as palavras do Mestre, têm olhos para ver e ouvidos para ouvir. 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

DEPOIS DE GALILEU...


Quando surgiu o Espiritismo, a Revolução Industrial já provocava mudanças significativas no panorama mundial em vista da necessidade de produção em escala de alimentos e bens de consumo diante da densidade demográfica que seria acelerada na passagem de um ciclo evolutivo para outro da Terra marcada por uma transição turbulenta. A Revolução Tecnológica do século XX ‘turbinaria’ ainda mais a primeira, materializando avanços somente antevistos por visionários do passado. Nenhuma das duas mudanças contudo atendeu às mais remotas inquietações humanas expressas nas cogitações filosóficas e religiosas ‘porque existimos’, ‘sofremos’, etc. Esse o principal objetivo do Espiritismo como explica Allan Kardec com a matéria com que abre a edição da REVISTA ESPÍRITA de abril de 1867. Vejamos alguns de suas ponderações e argumentos: -“Nem Moisés, nem o Cristo tinham  de ensinar aos homens as leis da Ciência; o conhecimento dessas leis devia ser o resultado do trabalho e das pesquisas do homem, da atividade e do desenvolvimento de seu próprio espírito, e não de uma revelação a priori, que lhe tivesse dado o saber sem esforço. Eles não deviam nem podiam lhes ter falado senão numa linguagem apropriada ao seu estado intelectual, sem o que não teriam sido compreendidos.  Moisés e o Cristo tiveram sua missão moralizadora; a gênios de uma outra ordem são deferidas missões científicas. Ora, como as leis morais e as leis da Ciência são Leis Divinas, a religião e a filosofia só podem ser verdadeiras pela aliança destas leis. O Espiritismo baseia-se na existência do princípio espiritual, como elemento constitutivo do Universo; repousa sobre a universalidade e a perpetuidade dos seres inteligentes, sobre seu progresso indefinido, através dos mundos e das gerações; sobre a pluralidade das existências corporais, necessárias ao seu progresso individual; sobre sua cooperação relativa, como encarnados ou desencarnados, na obra geral, na medida do progresso realizado; sobre a solidariedade que une todos os seres de um mesmo mundo e dos mundos entre si. Nesse vasto conjunto, encarnados e desencarnados, cada um tem sua missão, seu papel, deveres a cumprir, desde o mais ínfimo até os anjos, que nada mais são que Espíritos humanos chegados ao estado de Espíritos puros, e aos quais são confiadas as grandes missões, o governo dos mundos, como a generais experimentados. Em vez das solidões desertas do espaço sem limites, por toda parte a vida e a atividade, em parte alguma a ociosidade inútil; por toda parte o emprego dos conhecimentos adquiridos; em toda parte o desejo de progredir ainda e de aumentar a soma de felicidades, pelo emprego útil das faculdades da inteligência. Em vez de uma existência efêmera e única, passada num cantinho da Terra, que decide para sempre de sua sorte futura, impõe limite ao seu progresso e torna estéril, para o futuro, o trabalho a que se entrega para instruir-se, o homem tem por domínio o Universo; nada do que sabe ou do que faz fica perdido: o futuro lhe pertence; em vez do isolamento egoísta, a solidariedade universal; em lugar do nada, segundo alguns, a Vida Eterna; em lugar da beatitude contemplativa perpétua, segundo outros, que a tornaria de uma inutilidade perpétua, um papel ativo, proporcionado ao mérito adquirido; em vez de castigos irremissíveis por faltas temporárias, a posição que cada um conquista por sua perseverança no bem ou no mal; em vez de uma mancha original, que o torna passível de faltas que não cometeu, a consequência natural de suas próprias imperfeições nativas; em vez das chamas do inferno, a obrigação de reparar o mal que se fez e recomeçar o que se fez mal; em vez de um Deus colérico e vingativo, um Deus justo e bom, que leva em conta todo arrependimento e toda boa vontade. Tal é, em resumo, o quadro que apresenta o Espiritismo, e que ressalta da situação mesma dos Espíritos que se manifestam; não é mais uma simples teoria, mas resultado da observação. O homem que encara as coisas deste ponto de vista, sente-se crescer; ergue-se aos seus próprios olhos; é estimulado em seus instintos progressivos ao ver um objetivo para os seus trabalhos, para os seus esforços em se melhorar. Mas, para compreender o Espiritismo em sua essência, na imensidade das coisas que ele abarca, para compreender o objetivo e o destino do homem, não era preciso relegar a Humanidade a um pequeno globo, limitar a existência a alguns anos, rebaixar o Criador e a criatura. Para que o homem pudesse fazer uma ideia justa de seu papel no Universo, era preciso que compreendesse, pela pluralidade dos mundos, o campo aberto às suas explorações futuras e a atividade de seu espírito; para recuar indefinidamente os limites da Criação, para destruir os preconceitos sobre os lugares especiais de recompensa e de punição, sobre os diferentes estágios dos céus, era preciso que penetrasse as profundezas do espaço; que em lugar do cristalino e do empíreo, aí visse circular, em majestosa e perpétua harmonia, os mundos inumeráveis, semelhantes ao seu; que em toda parte seu pensamento encontrasse a criatura inteligente. A história da Terra se liga à da Humanidade. Para que o homem pudesse desfazer-se de suas mesquinhas e falsas opiniões sobre a época, a duração e o modo de criação do nosso Globo, de suas crenças lendárias sobre o dilúvio e sua própria origem; para que consentisse em desalojar do seio da terra o inferno e o império de Satã, era preciso que pudesse ler nas camadas geológicas a história de sua formação e de suas revoluções físicas. A Astronomia e a Geologia, secundadas pelas descobertas da Física e da Química, apoiadas sobre as leis da Mecânica, são as duas poderosas alavancas que atacarão os seus preconceitos sobre a sua origem e o seu destino. A matéria e o espírito são os dois princípios constitutivos do Universo. Mas o conhecimento das leis que regem a matéria devia preceder o das leis que regem o elemento espiritual; só as primeiras poderiam combater vitoriosamente os preconceitos, pela evidência dos fatos. O Espiritismo, que tem como objetivo especial o conhecimento do elemento espiritual, só podia vir depois; para que pudesse tomar o seu impulso e dar frutos, para que pudesse ser compreendido em seu conjunto, era preciso que encontrasse o terreno preparado, o campo do espírito humano liberto dos preconceitos e das ideias falsas, se não na totalidade, ao menos em grande parte, sem o que só se teria tido um Espiritismo acanhado, bastardo, incompleto e misturado a crenças e práticas absurdas, como ainda hoje o é nos povos atrasados. Se se considerar a situação das nações adiantadas, reconhecer-se-á que ele veio em tempo oportuno, para preencher os vazios que se fazem nas crenças. Galileu abriu o caminho. Rasgando o véu que ocultava o infinito, alargou o domínio da inteligência e desferiu um golpe fatal nas crenças errôneas; destruiu mais superstições e ideias falsas do que todas as filosofias, porque as sapou pela base, mostrando a realidade. O Espiritismo deve colocá-lo na classe dos grandes gênios que rasgaram a via, diminuindo as barreiras opostas pela ignorância. As perseguições de que foi objeto, e que são o quinhão de quem quer que ataque os preconceitos, fizeram-no grande aos olhos da posteridade, ao mesmo tempo que rebaixaram os perseguidores. Quem é hoje maior: ele ou eles? 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

ALLAN KARDEC ESCREVEU MAS POUCOS SABEM

Reconhecido como o grande responsável pelo surgimento do Espiritismo, Allan Kardec editou entre 1858 e 1869,  quando desencarnou, a REVISTA ESPÍRITA veiculando matérias criteriosamente selecionadas, demonstrando o interesse que as relações interdimensionais despertava entre os que não se contentavam mais com a visão dominante no lado Ocidental da Terra. Percorrendo essas páginas podem ser encontradas ponderações do grande Mestre extremamente uteis na realidade atual. Destacamos na sequencia sete delas para seu conhecimento e reflexão: 1- O LIVRO DOS ESPÍRITOS não é um tratado completo de Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação. (RE; 7/1866) 2- “Porque não se compreende uma coisa, não é motivo para que ela não exista visto que o que hoje é utopia poderá ser verdade amanhã”. 3- Pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chegou a constatar a existência do mundo invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que representam na natureza. O médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos”. 4- “O grande juiz, o juiz soberano, é a opinião pública. Quando essa opinião se formar pela aquiescência das massas e dos homens esclarecidos, os cientistas oficiais a aceitarão como indivíduos e sofrerão a força das circunstâncias.”. (RE; 6/1859) 5- O Espiritismo não brotou do cérebro de um homem como um sistema filosófico criado pela imaginação. Se os Espíritos não se tivessem manifestado por si mesmos, não teria havido Espiritismo. Se não se pode impedir que se manifestem, não se pode deter o Espiritismo, do mesmo modo que se não pode impedir um rio de correr, a menos que se lhe suprima a fonte. Pretender que os Espíritos não se manifestem é uma questão de fato e não de opinião. Contra a evidência não há contestação possível. (RE; 9/1864) 6- Muitas das situações observadas nos comportamentos da criatura humana tem sua fonte na reação incessante que existe entre o Mundo Visível e o Invisível, que nos cerca, e em cujo meio vivemos, isto é, entre os homens e os Espíritos, que não passam de almas dos que viveram e entre os quis há bons e maus. Esta reação é uma das forças, uma das leis da natureza, e produz uma porção de fenômenos psicológicos e morais incompreendidos, porque a causa era desconhecida. O Espiritismo nos deu a conhecer esta lei, e, desde que os efeitos são submetidos a uma lei da natureza, nada tem de sobrenatural. Vivendo no meio desse mundo, que não é tão imaterial quanto o imaginam, uma vez que esses seres, embora invisíveis, tem corpos fluídicos semelhantes aos nossos, nós sentimos sua influência. A dos bons Espíritos é salutar e benéfica; a dos maus é perniciosa como o contato das criaturas perversas na sociedade. (RE; 5/1863)   7- “É penoso pensar que o progresso, por vezes, precisa de destruição. Mas é preciso destruir as velhas cabanas, substituindo-as por casas novas, mais belas e cômodas. Aliás, é preciso levar em conta o estado atrasado do Globo, onde a Humanidade está apenas no progresso material e intelectual. Quando entrar no do progresso moral e espiritual, as necessidades morais ultrapassarão as necessidades materiais. Os homens serão governados segundo a Justiça e não mais terão que reivindicar seu lugar à força. Então a guerra e a destruição não mais terão razão de ser. Até lá, a luta é consequência de sua inferioridade moral. (RE; 8/1864)

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

SABEDORIA DE CHICO XAVIER

Sempre útil, vez ou outra, rever passagens da vida do inesquecível Chico Xavier. Há situações em que recolhe-se precisos ensinamentos para os momentos em que os desafios da vida nos procuram afastar das experiências típicas dos habitantes de um planeta de Expiação e Provas. Vejamos alguns:. 1- Um companheiro espírita, certa vez, disse: - Chico, o Evangelho está ultrapassado. Chico respondeu: - Emmanuel está aqui e pede para dizer a vocês que o Evangelho só vai ficar ultrapassado o dia em que toda a Humanidade colocá-lo em prática. 2- Uma pessoa que, ao observar os necessitados tomando sopa, perguntou para Chico Xavier: - O senhor acha que um prato de sopa vai resolver o problema da fome no mundo? Chico, sem titubear respondeu: - O banho também não resolve o problema da higiene no mundo, mas nem por isso podemos dispensá- lo. 3- Certa vez, alguém perguntou a Chico Xavier, sobre o que os Espíritos dizem a respeito da natureza do corpo de Jesus, ele respondeu: - Jesus é como o Sol num dia de céu azul, e nós somos apenas palitos de fósforo acesos, à hora do meio-dia. O que é importante saber, e discutir, é sobre os seus ensinamentos e sua Vivência Gloriosa. 4- Muita gente procurava Chico em seu emprego e isto começou a causar-lhe problemas. Certa vez uma senhora, em adiantado estado de perturbação, foi procurá-lo. O chefe não queria que ele atendesse ninguém em seu ambiente de trabalho, então, foi dito à senhora que o Chico estava em casa. Para lá se dirigiu ela, sendo informada que o Chico estava trabalhando. Voltou, novamente, ao emprego e disseram que o nosso amigo saíra, a serviço. Ela resmungou qualquer palavrão e se foi. À noite, quando as portas do Centro se abriram, ela avançou sobre ele e deu-lhe inúmeros bofetões no rosto. Quando acabou de desabafar, através da agressão, falou com voz nervosa e trêmula: - Está pensando que tenho tempo para andar atrás de você para cima e para baixo? E, agora, já para aquela sala que você vai me dar um passe, cachorro. A senhora sentou-se numa cadeira e ficou esperando. O Chico começou a pensar: “Senhor Jesus, para se transmitir um passe precisamos estar calmos, com o coração voltado para o amor ao próximo. O Senhor sabe todas as coisas e sabe que não estou com raiva dela, mas ela me deixou num estado meio diferente. Ajude-me, Senhor”. Então, o espírito de Emmanuel lhe aparece e diz: - Para ajudá-la é preciso alcançar-lhe o coração. Converse com ela. E o Chico, falou para a irmã em sofrimento: - Minha irmã, a senhora me perdoe ser uma pessoa tão ocupada. Não pude atendê-la em meu emprego porque meu chefe não permite. A senhora compreende, estou ali para servir porque tenho muitos irmãos para ajudar. Foi conversando... conversando, e a mulher se acalmando, para, em seguida, começar a chorar. O Chico, então, transmitiu-lhe o passe e ela foi devolvida à razão. Depois de sua saída, o médium perguntou ao Espírito de Emmanuel: - Emmanuel, eu não estou com a razão? A resposta foi esta jóia da caridade cristã: - Você está com a razão, mas ela está com a necessidade. No outro dia, quando o Chico chegou ao serviço, estava com o rosto todo inchado. Seu chefe indagou o que ocorrera. E ele respondeu: - Bati na porta. Ele, então, olhou-o por sobre os óculos e perguntou, novamente: - Mas, dos dois lados? 5- O Chico passava por grandes dificuldades. Problemas gigantescos se avolumavam sobre sua cabeça. E tão gigantescos que ele perguntou ao Espírito Emmanuel se não era possível rogar às esferas superiores um conselho de Maria de Nazaré, que ajudasse naqueles dias tão difíceis. Alguns dias se passaram, quando o espírito de Emmanuel lhe disse que o generoso espírito de Maria havia atendido ao seu pedido, enviando-lhe a seguinte frase: Isso Também Passa. Contou Chico: - A frase foi para mim como anestesia sobre uma dor imensa. Fez-me tanto bem que a escrevi num papel e o coloquei sobre a cabeceira de minha cama. Todas às noites e todas as manhãs eu lia, sentindo grande consolo. Certo dia, um amigo ao entrar em meu quarto, achou a frase muito interessante, e disse; - Chico, vou fazer o mesmo; colocar esta frase sobre a cabeceira de minha cama. - Faça isso mesmo, meu filho, mas não se esqueça de que o espírito Emmanuel também me disse que ela serve tanto para os momentos tristes, como para os momentos alegres.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

PAULO DE TARSO , PRECURSOR DO ESPIRITISMO


Recebendo solenemente o título de Arcebispo sete dias depois do lançamento d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, morto cinco anos depois, Francois-Nicolas Madeleine, mais conhecido como Cardeal Morlot,, rapidamente integrou-se à equipe do Espírito da Verdade cooperando com textos psicografados em varias localidades, alguns dos quais aproveitados n’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO (capitulos 5 E 17). Dez meses após sua desencarnação em 9 de outubro de 1863, manifestou-se na sessão da Sociedade Espírita de Paris através de mensagem em que apresenta o Apóstolo Paulo de Tarso como precursor do Espiritismo, página que Allan Kardec incluiria na edição de dezembro  da REVISTA ESPÍRITA. Diz Francois:  - “Quantos dias se passaram, meus filhos, desde que tive a felicidade de entreter-me convosco! assim, é com grata satisfação que me encontro no seio da minha cara Sociedade de Paris. Com que vos entreterei hoje? A maior parte das questões morais foi tratada por penas hábeis; todavia, elas são de tal modo do meu domínio e o seu campo é tão vasto que ainda encontrarei alguns fragmentos de verdade para respigar. Quanto ao mais, mesmo que eu apenas repetisse o que outros já disseram, talvez apareçam alguns novos ensinamentos, porque as boas palavras, como as boas sementes, produzem sempre bons frutos. Para nós, os livros santos são celeiros inesgotáveis, e o grande apóstolo Paulo, que por sua prédica poderosa tanto contribuiu para o estabelecimento do Cristianismo no passado, vos deixou monumentos escritos que servirão, não menos energicamente, à expansão do Espiritismo. Não ignoro que os vossos adversários religiosos invocam seu testemunho contra vós; mas, ficai certos, isto não impede que o ilustre iluminado de Damasco seja por vós e convosco. O sopro que corre em suas epístolas, a santa inspiração que anima os seus ensinos, longe de ser hostil à vossa doutrina, está, ao contrário, cheia de singulares previsões em vista do que acontece hoje. É assim que, na sua primeira epístola aos Coríntios, ele ensina que, sem a caridade, não existe nenhum homem, ainda que fosse santo, profeta e transportasse montanhas, que se possa gabar de ser um verdadeiro discípulo de Nosso Senhor Jesus-Cristo. Como os espíritas, e antes dos espíritas, foi ele o primeiro a proclamar esta máxima que faz vossa glória: Fora da caridade não há salvação! Mas não é apenas por este único lado que ele se liga à doutrina que nós vos ensinamos e que hoje propagais. Com aquela sublime inteligência que lhe era própria, tinha previsto o que Deus reservava para o futuro e, notadamente, esta transformação, esta regeneração da fé cristã, que sois chamados a assentar profundamente no espírito moderno, já que descreve, na citada epístola, e de maneira indiscutível, as principais faculdades mediúnicas, por ele chamadas de dons abençoados do Espírito Santo. “Ah! meus filhos, aquele santo doutor contempla, com uma amargura que não pode dissimular, o grau de aviltamento em que caiu a maior parte dos que falam em seu nome, e que proclamam, urbi et orbi, que outrora Deus deu à Terra toda a soma de verdades que esta era capaz de receber. Não obstante, o Apóstolo tinha exclamado em seu tempo que só havia uma ciência e profecias imperfeitas. Ora, aquele que se lastimava de tal situação sabia, por isto mesmo, que essa ciência e essas profecias um dia se aperfeiçoariam. Não está aí a condenação absoluta de todos os que incriminam o progresso”?


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

CREMAÇÃO



Pratica milenar no Oriente, a cremação ressurgiu no Mundo Ocidental no início do século XX.  O Espiritismo ampliando nossa visão sobre a inevitável experiência da morte, tem muito a dizer sobre o assunto, especialmente ao afirmar que ela como diz o Psiquiatra norte-americano Brian Weiss é “abrir uma porta e passar para outra sala”. Em 1935, o jornalista Clementino de Alencar a serviço do jornal O GLOBO, ouviu através do médium Chico Xavier, o Orientador Espiritual Emmanuel sobre variadas questões extremamente importantes. Uma delas, ‘sobre qual a impressão do homem no instante da morte?’, ouvindo dele: – A impressão da alma no momento da morte varia com os estados de consciência dos indivíduos. Para todas as criaturas, porém, manifesta-se nesses instantes a bondade divina. Têm invariavelmente a assistência dos seus protetores, e amigos invisíveis que os auxiliam a se libertar das cadeias que os prendem à vida material. Entre os homens não existe a necessidade de alguém que auxilie os recém-nascidos a se desvencilharem do cordão umbilical? As sensações penosas do corpo são mais ou menos acordes com a moléstia manifestada. Elas, porém, passam e nos primeiros tempos, no Plano Espiritual, vai a alma colher os frutos de suas boas ou más obras na superfície do mundo. O adágio popular: Tal vida, tal morte‘ vai aí receber então a sua sanção plena’. Na época, no Brasil, começava-se a falar sobre uma legislação visando a cremação de corpos e o enviado especial a Pedro Leopoldo, MG; aproveitou para indagar: ―Sentem os desencarnados os efeitos da cremação de seus despojos mortais?  Emmanuel esclareceu: ―Geralmente, nas primeiras horas do ‘post-mortem’, ainda se sente o Espírito ligado aos elementos cadavéricos. Laços fluídicos, imperceptíveis ao vosso poder visual, ainda, se conservam unindo a alma recém-liberta ao corpo exausto; esses elos impedem a decomposição imediata da matéria. E, por esta razão, na maioria dos casos o Espírito pode experimentar os sofrimentos horríveis oriundos da cremação, a qual NUNCA DEVERÁ SER LEVADA A EFEITO ANTES DO PRAZO DE CINQUENTA HORAS APÓS O DESENLACE. A cremação imediata ao chamado instante da morte é, portanto, nociva e desumana. As vezes, segundo a natureza das moléstias que precedem a desencarnação, existem ainda no cadáver inúmeros elementos de vida: daí nasce a possibilidade de, usando de recursos vários e reagentes, a ciência fazer um morto voltar à vida. Vê-se, pois, que o Espírito desencarnado, nas primeiras horas do Além-Túmulo, pode sentir dentro do quadro de suas impressões físicas, todas as ações a que seu corpo abandonado seja submetido. O Espírito do escritor e cronista Humberto de Campos, noutra ocasião se manifestou sobre o assunto também através de Chico Xavier dizendo: -“Há muito caminho por andar antes que o homem comum se beneficie com a verdadeira morte. A cessação dos movimentos do corpo nem sempre é o fim do expressivo transe. O túmulo é uma passagem especial, a cujas portas muitos dormem, por tempo indeterminado, criando forças para atravessa-la com o preciso valor. Morrer não é libertar-se facilmente. Para quem varou a existência na Terra entre abstinência e sacrifícios, a arte de dizer adeus é alguma coisa da felicidade ansiosamente saboreada pelo Espírito, mas para o comum dos mortais, afeitos aos “comes e bebes” de cada dia, para os senhores da posse física, para os campeões do conforto material e para os exemplares felizes do prazer humano, na mocidade ou na madureza, a cadaverização não é serviço de algumas horas... Demanda tempo, esforço, auxílio e boa vontade. Por trás da máscara mortuária, muitas vezes, esconde-se a alma, inquieta e dolorida, sob estranhas indagações, na vigília torturada ou no sono repleto de angústia. Para semelhantes viajores da grande jornada, a cremação imediata do comboio fisiológico será pesadelo terrível e doloroso. Eis porque, se pudéssemos, pediríamos tempo para os mortos. Se a Lei Divina fornece um prazo de nove meses para que a alma possa nascer ou renascer no mundo com a dignidade necessária, e se a legislação humana já favorece os empregados com o benefício do aviso prévio, porque razão o morto deve ser reduzido à cinza com a carne ainda quente? Sabemos que há cadáveres, dos quais, enquanto na Terra, estimaríamos a urgente separação, entretanto, que mal poderá trazer aos vivos o defunto inofensivo, sem qualquer personalidade nos cartórios? Não seria justo conferir algumas semanas de preparação e refazimento ao peregrino das sombras, para a desistência voluntária dos enigmas que o afligem na retaguarda?

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

PARECE ESCRITO HOJE



A primeira vez que o médium Chico Xavier se viu diante de um representante da imprensa foi no ano de 1935, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Para lá havia sido enviado o repórter Clementino de Alencar a serviço do jornal O GLOBO a fim de esclarecer a dúvida sobre quem era o eventual imitador do renomado cronista Humberto de Campos, morto em dezembro de 1934. O fato eram algumas crônicas reproduzidas em jornal concorrente da Capital da República onde, por sinal, o escritor trabalhara por anos conquistando a admiração de uma legião de leitores. O resultado de Clementino, porém foi além das expectativas, pois, surpreendido pela historia e aspecto do suposto falsificador, acabou se deparando com a inteligência e coerência do dito guia espiritual do médium: Emmanuel. Isso possibilitou alguns meses de entrevistas cujo conteúdo pode ser conferido fragmentariamente no livro PALAVRAS DO INFINITO (lake,1936) e integralmente em NOTÁVEIS REPORTAGENS COM CHICO XAVIER (ide, 2002). Dentre as dezenas de respostas do Instrutor Espiritual, destacamos uma que suscita a seguinte duvida: os problemas políticos, sociais e humanos são sempre os mesmos? Vamos a ela: 1 As nações estão vivendo um momento angustioso no terreno econômico, qual a causa dessa crise que avassala o mundo? Emmanuel: – Estão acertados no seu julgamento, quantos encontram, nas crises atuais, as modalidades várias de uma crise única – a de ordem espiritual. Há por todo o canto o fermento revolucionário. Falece à política autoridade para organizar um programa que corresponda aos anseios gerais. A ciência, a cada passo, se encontra num turbilhão de perplexidade. As religiões criaram um Deus antropomórfico, pondo de lado o reino do céu para alcançarem, por quaisquer meios, o reino da terra. A alma humana, dentro dessas vibrações antagônicas, perde-se num emaranhado de conjeturas e de sofrimentos. Vícios do pensamento vícios dos costumes vícios da alimentação. Essa inquietação geral, a ausência de paz nos corações, estabelece a crise avassaladora que abrange todos os domínios da atividade humana. As classes são dominadas pelos desvios de toda a ordem; vícios do pensamento, vícios dos costumes, vícios da alimentação. Que se poderia fazer para que a ordem se restabelecesse para que o bem-estar social sé efetivasse? Far-se-ia mister pirogravar, no coração de cada homem, a legenda célebre de Delfos: CONHECE-TE A TI MESMO.  Observa-se em todos os setores dos trabalhos do mundo uma luta tenaz dos anseios do Espírito que almeja paz e libertação. Há quase dois milênios, quando a Civilização, simbolizada no poderio romano, se entregava a todos os desregramentos e desvarios, fez-se ouvir a voz consoladora do Mestre, o Salvador esperado por muitos séculos de ansiedade e profecias. Sob a sua divina influência, uma transformação radical se operou dentro da civilização trabalhada pelos hábitos perniciosos. A sua vida sacrificada foi legada ao homem como o sublime modelo; sua palavra foi deixada no mundo como a lei áurea de liberdade das almas. Passado, porém, o arrebatamento da fé, novamente os abusos da maldade humana se fizeram sentir por toda a parte, e dos quais se observa, na atualidade, a culminância. Todavia, ainda é para Jesus que os homens necessitam voltar os seus olhos. A missão do moderno espiritualismo é trazer a chave dos conhecimentos acerca dos seus grandes e inolvidáveis ensinamentos. Enquanto não compreenderem os homens os, seus deveres de fraternidade cristã, não há possibilidade de se evitarem as crises que assoberbam o mundo. A guerra continuará amortalhando os corações; os artigos de primeira necessidade, serão destruídos pela falsa diretriz econômica de alguns países, quando muitos choram a falta de pão ; a confusão prosseguirá dentro de todos os seus matizes até que a crise espiritual seja solucionada pelo esforço do homem, a fim de que a luz se faça no seu coração. O que se depreende pois do confucionismo hodierno é que OS HOMENS NECESSITAM MAIS DE VERDADE QUE DE DINHEIRO, DE MAIS LUZ ESPIRITUAL QUE DE PÃO.

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domingo, 18 de dezembro de 2016

POR QUE E PRA QUE REENCARNAR?

Quem estudar o conteúdo da REVISTA ESPÍRITA perceberá que a Allan Kardec eram remetidos vários casos, relacionados ao Espiritismo nascente, bem como mensagens obtidas pelo instrumento chamado mediunidade, um verdadeiro ‘microscópio’ a serviço das descobertas do Mundo Espiritual. No número de fevereiro de 1864, Kardec, por sinal, incluiu uma mensagem obtida na Sociedade Espírita de Sens, através do médium Sr Percheron assinada pelo Espírito de seu próprio pai, por sua vez, auxiliado em suas explicações pelo Espírito Pascal. Assunto: necessidade da encarnação. Entre outras coisas esclarece a entidade espiritual: -“Quis Deus que o Espírito do homem fosse ligado à matéria para sofrer as vicissitudes do corpo, com o qual se identifica a ponto de iludir-se e de o tomar por si mesmo, quando não passa de sua prisão passageira; é como se um prisioneiro se confundisse com as paredes da cela. Os materialistas são muito cegos por não perceberem seu erro, porquanto, se quisessem refletir um pouco seriamente, veriam que não é pela matéria do corpo que se podem manifestar; concluiriam que, desde que a matéria desse corpo se renova continuamente, como a água de um rio, não é senão pelo Espírito que podem saber que são sempre eles mesmos. Suponhamos que o corpo de um homem que pesasse sessenta quilos assimile, para a reparação de suas forças, um quilo de nova substância por dia, a fim de substituir a mesma quantidade de antigas moléculas de que se separa e que cumpriram o papel que deviam desempenhar na composição de seus órgãos; assim, ao cabo de sessenta dias a matéria desse corpo estaria renovada. Nesta hipótese, cujos números podem ser contestados, mas verdadeira em princípio, a matéria do corpo renovar-se-ia seis vezes por ano; portanto, o corpo de um homem de vinte anos já se teria renovado cem vezes; aos quarenta, duzentas e quarenta vezes; aos oitenta, quatrocentas e oitenta vezes. Mas o vosso Espírito se terá renovado? Não, pois tendes consciência de que sois sempre vós mesmos. É, pois, o vosso Espírito que constitui o vosso EU, e segundo o qual vós vos manifestais, e não o vosso corpo, que não passa de matéria efêmera e mutável. (...) Volto ao meu assunto. Se Deus quis que suas criaturas espirituais fossem momentaneamente unidas à matéria, é, repito, para as fazer sentir e, a bem dizer, para que sofressem as necessidades que a matéria exige de seus corpos, no que respeita ao seu sustento e conservação. Dessas necessidades nascem as vicissitudes que vos fazem sentir o sofrimento e compreender a comiseração que deveis ter por vossos irmãos na mesma posição. Esse estado transitório é, pois, necessário ao adiantamento do vosso Espírito, que, sem isto, ficaria estagnado. As necessidades que o corpo vos faz experimentar estimulam os vossos Espíritos e os forçam a buscar os meios de as prover; desse trabalho forçado nasce o desenvolvimento do pensamento. Constrangido a presidir aos movimentos do corpo para os dirigir, visando a sua conservação, o Espírito é conduzido ao trabalho material e daí ao trabalho intelectual, necessários um ao outro, pois a realização das concepções do Espírito exige o trabalho do corpo e este não pode ser feito senão sob a direção e o impulso do Espírito. Tendo assim o Espírito adquirido o hábito de trabalhar, e a ele constrangido pelas necessidades do corpo, o trabalho, por sua vez, se lhe torna uma necessidade; e quando, desprendido de seus laços, não tem mais de pensar na matéria, pensa em trabalhar em si mesmo para o seu adiantamento. Agora compreendeis a necessidade para o vosso Espírito de estar ligado à matéria durante uma parte de sua existência: para não ficar estacionário. Allan Kardec analisa: Acrescentaremos que, trabalhando para si mesmo, o Espírito encarnado trabalha para a melhoria do mundo em que habita, assim ajudando a sua transformação e o seu progresso material, que estão nos desígnios de Deus, de quem é o instrumento inteligente. Na sua sabedoria previdente, quis a Providência que tudo se encadeasse na Natureza; que, todos, homens e coisas, fossem solidários. Depois, quando o Espírito houver realizado a sua tarefa e estiver suficientemente adiantado, gozará do fruto de suas obras.

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

NA DIREÇÃO DA VERDADE

“O Plano Material nada mais é que um prolongamento do Mundo Espiritualcomentou certa vez o médium Chico Xavier em conversa com amigos. As múltiplas obras produzidas por uma infinidade de médiuns nas ultimas décadas vão alargando nosso entendimento a sobre essa interação entre o concreto e o abstrato, entre o visível e o invisível. Embora a predominância de Espíritos pouco evoluídos na Humanidade terrestre, na verdade uma pequena porção já demonstra uma capacidade de abstração ou raciocínio lógico que lhes permite vislumbrar essa realidade inacessível e incompreensível pela maioria. Resgatando algumas informações esparsas em livros de reconhecida credibilidade, na sequencia elementos para sua reflexão: 1- A Doutrina Espírita ao tempo de Allan Kardec constituiu-se no único canal de revelação sobre as realidades em meio às quais vivemos? Não. Fora do campo de influência do Espiritismo, a mediunidade continuou a produzir resultados como os alcançados entre os meses de setembro e outubro de 1913, pelo reverendo presbiteriano inglês George Vale Owen, que amargurado pela morte de uma filha, iniciou exercícios no campo da psicografia estabelecendo contato com sua mãe através da escrita automática por inspiração, grafando, segundo apurado por ele, 24 palavras por minuto. Tais mensagens resultaram no livro A VIDA ALÉM DO VÉU, transcritas no período de apenas um mês. 2- O que acrescentaram tais comunicações? Vários aspectos podem ser destacados: 1- O Universo Espiritual de inconcebível grandeza e imensidade, se organiza em variadas Esferas que se desdobram pela amplidão do Infinito; 2 - Na primeira Esfera encontramos árvores e flores, como as que encontramos na Terra, só que muito mais belas; 3- Existem animais e pássaros, mais amigos do homem, por estarem mais próximos, mais inteligentes, já não sofrendo os temores nem padecimentos causados pelas crueldades que experimentam no Planeta; 4- Há casas e jardins de subsistência, cor e atmosfera mais de acordo com os habitantes da região; existindo fontes de água; cores mais harmoniosas; sendo tudo mais radiante, alegre; 5- Espíritos da mais alta Esfera podem descer à Esfera inferior; podendo ser enviados em missão à Terra, o que exige adaptação, a fim de se amoldarem à atmosfera densa e turva na qual está envolvido nosso mundo. 3- Qual o significado da contribuição vertida pela Espiritualidade através do médium Chico Xavier? Reafirma alguns pontos e amplia consideravelmente a visão sobre o Mundo Espiritual. Da obra CARTAS DE UMA MORTA (lake, 1936) organizada com as mensagens em que o Espírito Maria João de Deus relata seu despertar na realidade além do corpo físico e os conhecimentos absorvidos nas experiências que teve, destacamos: 1- A Terra é o centro, isto é, a sede de grande número de Esferas Espirituais que a rodeiam de maneira concêntrica, difícil de precisar em números, porque se alongam até um limite que a minha compreensão, por enquanto, não pode alcançar. 2 - Quanto mais evoluído o Ser, mais elevada será sua habitação, até alcançar o ponto em que essas Esferas se interpenetram com as de outros Mundos mais perfeitos. 3 - Há casas, pássaros, animais, reuniões, institutos como os das famílias terrenas, onde se agrupam os Espíritos através das mais elevadas afinidades. 4 - Existe uma escada de Luz atravessando os abismos, ligando as Esferas umas às outras. 5 - A região imediatamente vizinha à Terra abriga muitos sofredores e desesperados, existindo nela organizações perfeitas e inúmeras, de muitos Espíritos do mal, que, reunindo-se a outros, formam congregações nefastas e terríveis. 6 - Há abismos tenebrosos compondo as regiões infernais em certos planos da realidade espiritual, como os purgatórios da Terra. 7 - Há entidades que só se dedicam a confecção de trajes de seus companheiros.  8 - Há música e instrumentos mais perfeitos e mais adaptáveis à harmonia que os conhecidos na Terra. 9 - Temos festas e assembleias seletas, meios de comunicação, visões à distância, através de processos que os homens estão ainda muito longe de entender. 10 - São inúmeras as congregações de Espíritos que se dedicam à salvaguarda de seus ideais religiosos sobre o orbe terráqueo. 11 - Existe grande movimento de afinidade racial, parecendo-me que a questão das raças aí na Terra está subordinada a um forte ascendente de natureza espiritual. 12 - Os saxões, latinos, árabes, orientais, africanos, formam grandes falanges, à parte, em locais diferentes uns dos outros, conservando nos núcleos de suas atividades, costumes que os caracterizavam sendo profundamente interessante observarmos de perto como essas imensas colônias espirituais diferem uma das outras.

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

ALLAN KARDEC E DEUS

Publicada pela primeira vez no Brasil em fins da década de 60 do século Vinte, a coleção da REVISTA ESPÍRITA criada e editada regularmente por Allan Kardec entre 1858 e 1869, se constitui num manancial de informações e desenvolvimentos que vão muito além do contido nas chamadas Obras Básicas. Um dos temas em que o Codificador da Doutrina Espírita oferece incríveis conteúdos é sobre o tema DEUS com que abre O LIVRO DOS ESPÍRITOS e no livro A GÊNESE. Da série AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ, mais especificamente A CONCEPÇÃO DE DEUS, destacamos três delas para maiores reflexões: 1- Como surge na criatura humana a ideia de Deus? Seria algo gravado no inconsciente pelas escolas religiosas? O Espírito no início de sua fase humana, estupido e bruto, sente a centelha divina em si, pois, adora um Deus, que materializa conforme sua materialidade(RE, 2/1864) O sentimento intuitivo que trazemos da existência de Deus é uma consequência do princípio de que não existe efeito sem causa não sendo efeito da educação e das ideias adquiridas. (LE, 5,6) Sendo Deus o eixo de todas as crenças religiosas e o objetivo de todos os cultos, o caráter de todas as religiões é conforme a ideia que elas dão de Deus.  As religiões que fazem de Deus um ser vingativo e cruel julgam honrá-lo com atos de crueldade, com fogueiras e torturas; as que têm um Deus parcial e cioso são intolerantes e mais ou menos meticulosas na forma, por crerem-no mais ou menos contaminado das fraquezas e ninharias humanas. (RE; 9/1867) 2- Por que Deus não revelou desde o princípio toda a verdade?  Pela mesma razão por que se não ensina à infância o que se ensina aos de idade madura.  A revelação limitada foi suficiente a certo período da Humanidade, e Deus a proporciona gradativamente ao progresso e às forças do Espírito.  Os que recebem hoje uma revelação mais completa são os mesmos Espíritos que tiveram dela uma partícula em outros tempos e que de então por diante se engrandeceram em inteligência.  Antes da Ciência ter revelado aos homens as forças vivas da Natureza, a constituição dos astros, o verdadeiro papel da Terra e sua formação, poderiam eles compreender a imensidade do Espaço e a pluralidade dos mundos?  Teriam podido identificar-se com a vida espiritual, conceber depois da morte uma vida feliz ou infeliz senão num lugar circunscrito e sob uma forma material? Não. Compreendendo mais pelos sentidos do que pelo raciocínio, o Universo era demasiado vasto para seu cérebro; era preciso reduzi-lo a menores proporções para acomodá-lo ao seu ponto de vista, correndo o risco de ampliá-lo mais tarde.  Uma revelação parcial tinha sua utilidade; então era razoável, mas hoje insuficiente.  O erro é daqueles que, não levando em conta o progresso das ideias, creem poder governar homens maduros quais se fossem crianças. (RE, 3/1865)  3- Como é que Deus, visto como tão grande, poderoso, superior a tudo, pode imiscuir-se em detalhes ínfimos, preocupar- se com os menores atos e os menores pensamentos de cada indivíduo?  Em seu estado atual de inferioridade, só dificilmente os homens podem compreender Deus Infinito, porque eles próprios são finitos, limitados, razão por que o imaginam finito e limitado como eles mesmos; representando-o como um Ser circunscrito, dele fazem uma imagem à sua semelhança.  Pintando-o com traços humanos, nossos quadros não contribuem pouco para alimentar este erro no espírito das massas, que nele mais adoram a forma que o pensamento.  É para o maior número um soberano poderoso, sobre um trono inacessível, perdido na imensidade dos céus, e porque suas faculdades e percepções são restritas não compreendem que Deus possa ou haja por bem intervir diretamente nas menores coisas. Na incapacidade em que se acha o homem de compreender a essência mesma da Divindade, desta não pode fazer senão uma ideia aproximada, auxiliado por comparações necessariamente muito imperfeitas, mas que podem, ao menos, mostrar-lhe a possibilidade do que, à primeira vista, lhe parece impossível. (RE)








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domingo, 11 de dezembro de 2016

SUTILEZAS DA OBSESSÃO

Formado em Medicina em 1929, Inácio Ferreira poucos anos depois assumiu a Direção Clínica do recém-fundado Sanatório Espírita de Uberaba, na importante cidade do Triangulo Mineiro. Materialização de projeto elaborado no Plano Espiritual, a casa de saúde teve no idealismo Dona Maria Modesto Cravo uma das mais determinadas colaboradoras, que por sinal se constituiria em importante peça nas pesquisas em torno da obsessão desenvolvidas ao longo de anos, resultando em meados da década de 40 na publicação dos dois volumes do livro NOVOS RUMOS A MEDICINA (Feesp), que, ao lado de A LOUCURA SOB NOVO PRISMA (feb) do também médico Bezerra de Menezes, inspirariam o surgimento de inúmeros hospitais voltados para portadores de problemas psiquiátricos. A obra do Dr. Inácio, contudo encontrou forte resistência no próprio meio espírita, razão pela qual não apenas não foi reeditada até meados da década de 80, bem como não teve a programada continuação nos volumes 3 e 4. Dos curiosos casos reunidos na obra inicial, destacamos alguns para verificarmos as sutilezas dos processos obsessivos.  Caso 1- EFEITO- Homem, 25 anos, profundo estado de fraqueza, não se alimentando por ausência de apetite, nem dormindo, noção completa de espaço, tempo e lugar, memória e raciocínio perfeitos; organismo desidratado; exames laboratoriais e chapas radiográficas negativadas. CAUSA - Processo obsessivo involuntariamente alimentado por entidade feminina desencarnada por tuberculose pulmonar resultante de suicídio praticado em encarnação passada por frustração amorosa ante a impossibilidade de se unir ao paciente avaliado hoje. Ele, por sua vez, recorreu ao mesmo expediente drástico para interromper a vida, abrindo o campo de sua ignorada mediunidade para a influenciação espiritual experimentada  após terem se  atraído e reencontrado num dos desdobramentos naturais do sono. A afinidade explicaria a intoxicação psíquica ou perispiritual absorvida pelo encarnado cujo inconsciente mantinha-se carregado pelos sentimentos de mágoa e desesperança. Caso 2- EFEITO- Mulher, 40 anos de casada; 9 filhos, 10 netos. Dominada por irracional sentimento de desconfiança e ciúme em relação ao marido, situação agravada dia após dia, transformando-se progressivamente num comportamento insano que por orientação médica resultou na internação em estabelecimento para tratamento psiquiátrico por vários meses ante a ideia de suicídio querendo atirar-se diante de veículos. CAUSA- Processo obsessivo mantido por entidade feminina ao ser desdenhada  pelo amante  - o marido, pai e avo de hoje - 43 anos antes, o que a levou ao suicídio por envenenamento.  Desencarnada, em grande perturbação, ignorando que havia morrido, localizando-o decidiu vingar-se, se esforçando para influenciá-lo procurando fazer com que ele só tivesse preocupações e aborrecimentos. Caso 3- EFEITO Mulher, 38 anos, trabalhando como doméstica, casada aos 23, sem filhos, frequentadora de culto protestante do qual se afastou por meses exibindo certa desorientação na forma de ser, alegando que os religiosos iam persegui-la. Nesta fase, começou a sair de casa a noite, altas horas, mostrando-se desesperada, dizendo ouvir uma voz desconhecida clamando por socorro, demonstrando sofrer muito, agonizante. Outras vezes dizia que a pessoa já morrera,  mas, continuava a clamar sua presença. CAUSA- Ações em vida passada em que discriminada pela sua condição de prostituta, valeu-se da paixão obsessiva revelada por jovem de família importante da cidade em que vivia, abandonou-o após leva-lo a atitudes extremas contra a própria família que se opunha à relação, impondo-lhe a morte em meio a cruéis sofrimentos após tentativa de suicídio. O pai do rapaz abalado com a morte do filho, acabou morrendo obcecado pela ideia de vingança e a ideia de reencontrar o filho.  Ela, 60 anos após o termino da existência anterior renasceu novamente, passando a sofrer o assédio mental daqueles que havia  prejudicado na  experiência resumida.

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sábado, 10 de dezembro de 2016

TRANSIÇÃO


Embora poucos saibam, o capítulo 18 do livro A GÊNESE de Allan Kardec, resulta de um rearranjo efetuado pelo Codificador da Doutrina Espírita de extensa mensagem recebida em abril de 1866 através de dois médiuns em transe sonambúlico. A íntegra da mesma na forma como recebida, foi reproduzida na REVISTA ESPÍRITA de outubro daquele ano. Para se ter uma ideia do seu conteúdo, destacamos pequeno trecho:   -“Para que os homens sejam felizes sobre a Terra, é preciso que ela não seja povoada senão de bons Espíritos, encarnados e desencarnados, que não quererão senão o bem. Este tempo tendo chegado, uma grande emigração se cumprirá nesse momento entre aqueles que a habitam; aqueles que fazem o mal pelo mal, e que o sentimento do bem não toca, não sendo mais dignos da Terra transformada, dela serão excluídos, porque lhe trariam de novo a perturbação e a confusão e seriam um obstáculo ao progresso. Eles irão expiar seu endurecimento nos mundos inferiores, onde levarão seus conhecimentos adquiridos, e terão por missão fazer avançar. Serão substituídos sobre a Terra por Espíritos melhores, que farão reinar entre si a justiça, a paz, a fraternidade. A Terra, dissemos, não deve ser transformada por um cataclismo que aniquilaria subitamente uma geração. A geração atual desaparecerá gradualmente, e a nova lhe sucederá do mesmo modo sem que nada tenha mudado a ordem natural das coisas. Tudo passará, pois, exteriormente como de hábito, com esta única diferença, mas esta diferença é capital, é que uma parte dos Espíritos que aí se encarnam não se encarnarão nela mais. Numa criança que nasça, em lugar de um Espírito atrasado e levado ao mal que nela teria encarnado, será um Espírito mais avançado e levado ao bem. Trata-se, pois, bem menos de uma nova geração corpórea do que de uma nova geração de Espíritos. Assim, aqueles que esperam ver a transformação se operar por efeitos sobrenaturais serão frustrados. A época atual é a da transição; os elementos das duas gerações se confundem. Colocados no ponto intermediário, assistis à partida de uma e à chegada da outra, cada uma já se mostra no mundo pelos caracteres que lhe são próprios. As duas gerações que sucedem uma à outra têm ideias e objetivos inteiramente opostos. Pela natureza das disposições morais, mas, sobretudo, das disposições intuitivas e inatas, é fácil distinguir à qual pertence cada indivíduo. A nova geração, devendo fundar a era do progresso moral, se distingue por uma inteligência e uma razão geralmente precoces, juntadas ao sentimento inato do bem e das crenças espiritualistas, o que é o sinal indubitável de um certo grau de adiantamento anterior. Ela não será composta exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas daqueles que, tendo já progredido, estão predispostos a assimilar todas as ideias progressistas, e, aptos a secundar o movimento regenerador. O que distingue, ao contrário, os Espíritos atrasados é primeiro a revolta contra Deus pela negação da Providência e de toda força superior à Humanidade; depois, a propensão instintiva às paixões degradantes, aos sentimentos anti-fraternos do egoísmo, do orgulho, do ódio, do ciúme, da cupidez, enfim, a predominância do apego a tudo o que é material. São esses vícios, dos quais a Terra deve ser purgada pelo afastamento daqueles que recusam se emendar, porque são incompatíveis com o reino da fraternidade e que os homens de bem sofrerão sempre com o seu contato. A Terra deles estará livre, e os homens caminharão sem entraves para o futuro melhor que lhes está reservado neste mundo, por prêmio de seus esforços e de sua perseverança, à espera de que uma depuração ainda mais completa lhes abra a entrada dos mundos superiores. Por essa emigração de Espíritos não é preciso entender que todos os Espíritos retardatários serão expulsos da Terra e relegados aos mundos inferiores. Muitos, ao contrário, a ela retornarão, porque muitos cederam ao arrastamento de circunstâncias e do exemplo. Uma vez subtraídos à influência da matéria e dos preconceitos do mundo corpóreo, a maioria verá as coisas de maneira toda diferente de quando viviam, assim como tendes disto numerosos exemplos. Nisto, eles são ajudados pelos Espíritos benevolentes que se interessam por eles e que diligenciam de esclarecê-los e lhes mostrar o falso caminho que seguiram”. Allan Kardec pondera: 1 - A maneira pela qual se opera a transformação é muito simples, e, como se vê, ela é toda moral e não se afasta em nada das leis da Natureza. Por que, pois, os incrédulos repelem essas ideias, uma vez que nada têm de sobrenatural? É que, na sua opinião, a lei de vitalidade cessa com a morte do corpo, ao passo que, para nós, ele prossegue sem interrupção; eles restringem sua ação e nós a estendemos; é porque dizemos que os fenômenos da vida espiritual não saem das leis da Natureza. Para eles, o sobrenatural começa onde acaba a apreciação pelos sentidos. 2- Quer os Espíritos da nova geração sejam novos Espíritos melhores, ou os antigos Espíritos melhorados, o resultado é o mesmo; desde o instante em que trazem melhores disposições, é sempre uma renovação. Os Espíritos encarnados formam, assim, duas categorias, segundo as suas disposições naturais: de uma parte, os Espíritos retardatários que partem, de outra os Espíritos progressivos que chegam. O estado dos costumes e da sociedade será, pois, em um povo, em uma raça ou no mundo inteiro, em razão destas duas categorias que tiver a preponderância.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

CULPA E EVOLUÇÃO

Ampliando-nos o entendimento a respeito dos mecanismos da evolução do Ser, a Doutrina Espírita tem informações preciosas sobre como nós mesmos conduzimos esse processo. Na sequencia  alguns tópicos interessantes: 1- Expressando-nos coletivamente, sabemos hoje que o Espírito humano lida com a razão há precisamente 40 mil anos. (LI, 4) 2- Inferno é construção mental em nós mesmos. O estacionamento, após esforço destrutivo, estabelece  clima propício aos fantasmas de toda sorte, fantasmas que torturam a mente que os gerou, levando-a a pesadelos cruéis. Cavamos poços abismais de padecimentos torturantes, pela intensidade do remorso de nossas misérias intimas. (OVE, 8) 3- Encarcerados pela Lei do Retorno, temos efetuado multisseculares recapitulações, por milênios consecutivos. (LI, 1) 4- Quanto mais esclarecida a criatura, tanto mais responsável, entregue naturalmente aos arestos da consciência, na Terra ou fora dela, toda vez que se envolve nos espinheiros da culpa. (AR, pref) 5- O remorso é um monstro invisível que alimenta as labaredas da culpa. A consciência não dorme. (ETC, 14) 6- Perdemos o carro fisiológico, mas prosseguimos atados ao pelourinho invisível de nossas culpas; e a culpa, é sempre uma nesga de sombras a eclipsar-nos a visão.(AR, 2) 7- A dureza coagula-nos a sensibilidade durante certo tempo; todavia chega um minuto em que o remorso nos descerra a vida mental aos choques de retorno das nossas próprias emissões. (LI, 4) 8- O remorso é uma força que nos algema à retaguarda. (ETC, 220) Na sequencia duas importantes respostas para nossas reflexões: 1- Considerando que conforme a questão 607 d’ LIVRO DOS ESPÍRITOS que “o Princípio Inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e ensaia para a vida após o que  sofre uma transformação e se torna Espírito começando para ele o período de humanização ou Humanidade, simples e ignorante” pode-se dizer que surge nesse momento a noção de culpa como mecanismo indutor ao progresso espiritual? No momento de sua criação, os Espíritos não são imperfeitos senão do ponto de vista do desenvolvimento intelectual e moral. Como a criança ao nascer, como o germe contido na semente da árvore; mas não são maus por natureza. Ao mesmo tempo, neles se desenvolve a razão, o livre-arbítrio, em virtude do qual escolhem, uns o bom caminho, outros o mau, fazendo que alguns cheguem ao objetivo mais cedo que outros.  Mas todos, sem exceção, devem passar pelas vicissitudes da vida corporal, a fim de adquirir experiência e ter o mérito da luta.  Nessa luta uns triunfam, outros sucumbem, conquanto os vencidos possam sempre se erguer e resgatar os seus fracassos. Multiplicam-se em sua rota as advertências salutares, das quais infelizmente nem sempre eles aproveitam.  É a história de dois viajantes que querem alcançar um belo país, onde viverão felizes; um sabe evitar os obstáculos, as tentações que o fariam parar no caminho; o outro, por imprudência, choca-se contra os mesmos obstáculos, leva quedas que o atrasam, mas chegará por sua vez.  Se, no caminho, pessoas caridosas o previnem dos perigos que corre e se, por presunção, não as escuta, mais repreensível será por isso.  (RE; 1861)                                2- O Ser ou Individualidade está sempre preso aos efeitos de seus atos? O Espírito tem livre-arbítrio, e sempre busca o que lhe é agradável e o satisfaz.  Se for um Espírito inferior e material, procura suas satisfações na materialidade e, então, dará impulso aos seus fluidos corporais, que dominarão, mas tenderão sempre a crescer e elevar-se materialmente.  Assim, as aspirações desses encarnados serão materiais e, voltando à condição de Espírito, buscará nova encarnação, em que satisfará suas necessidades e desejos materiais; porque, notai bem, a aspiração corporal não pode pedir, como realização, senão uma nova corporeidade, ao passo que a aspiração espiritual não se prende senão às sensações do Espírito.  A isto será solicitado por seus fluidos, que deixou que se materializassem; e como no ato da reencarnação os fluidos agem para atrair o Espírito no corpo que foi formado, havendo, portanto, atração e união dos fluidos, a reencarnação se opera em condições que darão satisfação às aspirações de sua existência precedente. 

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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

SOBRE O ABORTO



‘A paciente, no entanto, ficou irredutível. E, com assombro
nosso, ante a genitora desencarnada, em pranto, a operação começou, com sinistros prognósticos para nós, que observamos a cena, sensibilizadíssimos. A desordem do cosmo fisiológico acentuou-se, instante a instante. Penosamente surpreendido, prossegui no exame da situação, verificando com espanto que o embrião reagia ao ser violentado, como que aderindo, desesperadamente, às paredes placentárias’. A descrição reproduz os instantes que marcam as ações objetivando a consumação de um aborto clandestino. Pratica que denota a condição de atraso dos habitantes do Planeta volta ao debate depois do retrocesso causado por decisão de um juiz brasileiro recentemente. A leitura do relato do Espírito André Luiz através do médium Chico Xavier no livro NO MUNDO MAIOR (feb), pelo menos a titulo de hipótese merece reflexões. Prossegue o narrador: -“A mente do filhinho imaturo começou a despertar à medida que aumentava o esforço de extração. Os raios escuros não partiam agora só do encéfalo materno; eram igualmente emitidos pela organização embrionária, estabelecendo maior desarmonia. Depois de longo e laborioso trabalho, o entezinho foi retirado afinal... Assombrado, reparei, todavia, que a ginecologista improvisada subtraia ao vaso feminino somente pequena porção de carne inânime, porque a entidade reencarnante, como se a mantivessem atraída ao corpo materno forças vigorosas e indefiníveis, oferecia condições especialíssimas, adesa ao campo celular que a expulsava. Semidesperta, num atro pesadelo de sofrimento, refletia extremo desespero; lamentava-se com gritos aflitivos; expedia vibrações mortíferas; balbuciava frases desconexas. Não estaríamos, ali, perante duas feras terrivelmente algemadas uma à outra? O filhinho que não chegara a nascer transformara- se em perigoso verdugo do psiquismo materno. Premindo com impulsos involuntários o ninho de vasos do útero, precisamente na região onde se efetua a permuta dos sangues materno e fetal, provocou ele o processo hemorrágico, violento e abundante. Observei mais. Deslocado indebitamente e mantido ali por forças incoercíveis, o organismo perispirítico da entidade, que não chegara a renascer, alcançou em movimentos espontâneos a zona do coração. Envolvendo os nódulos da aurícula direita, perturbou as vias do estímulo, determinando choques tremendos no sistema nervoso
central. Tal situação agravou o fluxo hemorrágico, que assumiu intensidade imprevista, compelindo a enfermeira a pedir socorros imediatos, depois de delir, como pôde, os vestígios de sua falta. – Odeio-o! odeio-o! – clamava a mente materna em delírio, sentindo ainda a presença do filho na intimidade orgânica – Nunca embalarei um intruso que me lançaria à vergonha! Ambos, mãe e filho, pareciam agora, por dizer mais exatamente, sintonizados na onda de ódio, porque a mente dele, exibindo estranha forma de apresentação aos meus olhos, respondia, no auge da ira: – Vingar-me-ei! Pagarás ceitil por ceitil! Não te perdoarei!... Não me deixaste retomar a luta terrena, onde a dor, que nos seria comum, me ensinaria a desculpar-te pelo passado delituoso e a esquecer minhas cruciantes mágoas... Renegaste a prova que nos conduziria ao altar da reconciliação. Cerraste-me as portas da oportunidade redentora; entretanto, o maléfico poder, que impera em ti, habita igualmente minh'alma... Trouxeste à tona de minha razão o lodo da perversidade que dormia dentro em mim. Negas-me o recurso da purificação, mas estamos agora novamente unidos e arrastar-te-ei para o abismo... Condenaste-me à morte e, por isso, minha sentença é igual. Não me deste o descanso, impediste meu retorno à paz da consciência, mas não ficarás por mais tempo na Terra... Não me quiseste para o serviço do amor... Portanto, serás novamente minha para a satisfação do ódio. Vingar-me-ei! Seguirás comigo! Os raios mentais destruidores cruzavam-se, em horrendo quadro, de espírito a espírito. Enquanto observava a intensificação das toxinas, ao longo de toda a trama celular, Calderaro orava, em silêncio, invocando o auxilio exterior, ao que me pareceu. Efetivamente, daí a instantes, pequena turma de trabalhadores espirituais penetrou o recinto. O Orientador ministrou instruções. Deveriam ajudar a desventurada mãe, que permaneceria junto da filha infeliz, até à consumação da experiência. Em seguida, o Assistente convidou-me a sair, acrescentando: – Verificar-se-á a desencarnação dentro de algumas horas. O ódio, André, diariamente extermina criaturas no mundo, com intensidade e eficiência mais arrasadoras que as de todos os canhões da Terra troando a uma vez. É mais poderoso, entre os homens, para complicar os problemas e destruir a paz, que todas as guerras conhecidas pela Humanidade no transcurso dos séculos.