Guerras,
atentados deflagrados por fanáticos suicidas, revoluções... Quais as
consequências para os responsáveis diretos ou indiretos? Allan Kardec comentando a
questão das responsabilidades coletivas perante a Lei de Causa e Efeito escreveu: - “Não
se pode duvidar de que haja famílias, cidades, nações, raças culpadas, porque,
dominadas pelos instintos do orgulho, do egoísmo, da ambição, da cupidez, caminham
em má senda e fazem coletivamente o que um indivíduo faz isoladamente; uma
família se enriquece às expensas de outra família; um povo subjuga outro povo,
e leva-lhe a desolação e a ruína; uma raça que aniquilar outra raça. Eis porque
há famílias, povos e raças sobre os quais cai a pena de talião”. Acrescenta ainda
que “quem matou pela espada perecerá pela espada”, disse o Cristo. Estas
palavras podem ser traduzidas assim: Aquele que derramou sangue verá seu sangue
derramado; aquele que passeou a tocha do incêndio em casa de outrem, verá a
tocha do incêndio passear em sua casa; aquele que despojou, seja despojado;
aquele que subjugou e maltratou o fraco, será fraco, subjugado e maltratado,
por sua vez, quer seja um indivíduo, um nação ou uma raça, porque os membros de
uma individualidade coletiva são associados tanto do Bem como do mal que se faz
em comum”. Embora poucos tenham se atido à associações, os
primeiros livros da série conhecida como NOSSO
LAR, foram psicografados por Chico Xavier enquanto a chamada
Segunda Guerra Mundial se desenvolvia no solo europeu, tendo o autor dos livros
podido acompanhar as repercussões dos acontecimentos da nossa Dimensão no Plano
Espiritual. Considerando que a intensificação dos efeitos destrutivos ao longo
do restante do século 20 e início do 21 como consequência dos abismos sociais
que a falta de educação espiritual abriram nos diferentes agrupamentos humanos,
acarretam os mesmos comprometimentos a nações, destacamos alguns aspectos
expostos pelos que de outros Planos analisavam o problema dos anos 40: - “Quando um país toma a iniciativa da guerra, encabeça a desordem da
Casa do Pai, e pagará um preço terrível. (...) As zonas superiores da vida se
voltam em defesa justa, contra os empreendimentos da ignorância e da sombra,
congregados para a anarquia e, consequentemente, para a destruição. (...) Nos acontecimentos
dessa natureza, os países agressores convertem-se, naturalmente, em núcleos
poderosos de centralização das forças do mal. Sem se precatarem dos perigos
imensos, esses povos, com exceção dos Espíritos nobres e sábios que lhes
integram os quadros de serviço, embriagam-se ao contato dos elementos de
perversão, que invocam das camadas sombrias. Coletividades operosas
convertem-se em autômatos do crime. Legiões infernais precipitam-se sobre grandes
oficinas do progresso comum, transformando-as em campos de perversidade e
horror. Mas, enquanto os bandos escuros se apoderam da mente dos agressores, os
agrupamentos espirituais da vida nobre movimentam- se em auxílio dos agredidos.
Se devemos lastimar a criatura em oposição à lei do bem, com mais propriedade
devemos lamentar o povo que olvidou a justiça .(NL,41) No segundo livro repassado
mediúnicamente, a certa altura destaca informações de um Instrutor: - “O presente período
humano é de conflitos devastadores e as vibrações contraditórias que nos
atingem são de molde a enfraquecer qualquer ânimo menos decidido. Desencarnados
e encarnados empenham-se em batalhas destruidoras. É uma lástima. Sangrentas lutas
estão sendo travadas na superfície do Globo. Os que não se encontram nas linhas
de fogo, permanecem nas linhas da palavra e do pensamento. Quem não luta nas ações
bélicas, está no combate das ideias, comentando a situação. Reduzido número de
homens e mulheres continuam cultivando a espiritualidade superior. É natural,
portanto, que se intensifiquem, ao longo da Crosta, espessas nuvens de resíduos
mentais dos encarnados invigilantes, multiplicando as tormentas destruidoras.(M,17) Noutro momento um
prognóstico: - “Embalde voltarão os países do
mundo aos massacres recíprocos. O erro de uma nação influirá em todas, como o
gemido de um homem perturbaria o contentamento de milhões. A neutralidade é um
mito, o insulamento uma ficção do orgulho político. A Humanidade terrestre é
uma família de Deus, como bilhões de outras famílias planetárias no Universo
Infinito. Em vão a guerra desfechará desencarnações em massa. Esses mesmos
mortos pesarão na economia espiritual da Terra. Enquanto houver discórdia entre
nós, pagaremos doloroso preço em suor e lágrimas. A guerra fascina a
mentalidade de todos os povos, inclusive de grande número de núcleos das
esferas invisíveis. Quem não empunha as armas destrói dons, dificilmente se
afastará do verbo destruidor, no campo da palavra ou da ideia. Mas, todos nós pagaremos
tributo. É da Lei Divina, que nos entendamos e nos amemos uns aos outros. Todos
sofreremos os resultados do esquecimento da lei, mas cada um será
responsabilizado, de perto, pela cota de discórdia que haja trazido à família
mundial. (M,18)
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
sábado, 30 de janeiro de 2016
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
A LEI DE CAUSA E EFEITO E AS MORTES VIOLENTAS
Com a sobriedade que lhe era característica, Allan Kardec escreveu que “o
médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos
infinitamente pequenos”. Isso se evidencia quando se recupera do depoimento
dos Espíritos que cumpriram na nossa Dimensão programas que previam o término
de suas experiências através das chamadas mortes violentas. Do acervo construído
pelo médium Chico Xavier, destacamos
alguns exemplos para reflexões: CASO 1 – EFEITO - FMH, morto aos 24 anos, quando saindo de uma “balada” em
Cuiabá (MT) com amigo, foi abordado por outro frequentador que alterado por
efeito do alcool, sacou um revolver, disparando varias vezes e atingindo-o
fatalmente.
CAUSA - Suicídio praticado por ele mesmo em existência terminada
em 1920, na cidade de Lucca, na Itália, onde vivia e trabalhava. Revelou,
portanto, ter sido o bisavô de si mesmo, renascido para livrar-se do débito com
a Providência Divina. (AVM). CASO 2 – EFEITO - Morte de três
irmãos adolescentes, por afogamento, em piscina de existente na sede da fazenda
de amigos de sua família, após um deles ter caído acidentalmente na mesma,
seguido pelos outros dois na desesperada tentativa de salvá-lo. CAUSA- Afogamento
intencional de moradores das margens do Rio Paraguai em batalha naval de que
participaram no final do século 19, indiferentes aos pedidos de misericórdia e
vida, sob o pretexto de que em guerra tudo resulta em guerra. (RC). CASO
3
–
EFEITO - Morte
em acidente automobilístico de OPM, juntamente com a pajem de seus filhos,
pouco depois de iniciar com a família viagem de férias, sem que esposa e filhos
tivessem sofrido lesões ou fraturas maiores. CAUSA - Execução em vida
anterior de plano arquitetado por ele e a pajem de hoje objetivando desalojar e
precipitar num pântano adversário que iniciava longa viagem. CASO 4 - EFEITO - JFE, morto aos 32 anos, em acidente
aéreo de avião de pequeno porte, na região de Votuporanga (SP) – CAUSA -
Precipitação, 300 anos antes, de pessoas, em poços de tamanho
descomunal, por motivos sem maior importância, em comunidade objetivando
conquistar destaque nas posições financeiras e do poder. (GP). CASO 5 – EFEITO - EAS, desencarnado aos
13 anos, após ter sido arrastado por cavalo em cuja sela prendera o pé ao
apoiar-se na tentativa de colher algumas tangerinas maduras em penca que o
atraíra. CAUSA - Castigo violento e cruel imposto em vida
anterior, a escravo de sua propriedade ao surpreendê-lo roubando algumas
laranjas do pomar, chicoteando-o inúmeras vezes e, não satisfeito, determinou
fosse atado à cauda de potro selvagem que o arrastou por um campo ainda não
destocado, surdo e insensível às suplicas dele e de ninguém, causando-lhe a
morte. (EV). CASO 6 - EFEITO Espírito, sexo
masculino, enquanto encarnado morador de rua, tendo tombado na via pública, num
processo de catalepsia. Ninguém lhe reclamou o suposto cadáver.
Conduzido à laje úmida, não conseguindo falar e nem ver, não obstante a
inércia, seus sentidos da audição e do olfato, tanto quanto a noção de si
mesmos, estavam vigilantes. Padeceu o pavor de um morto-vivo tendo, depois de
muitas horas de expectação e agonia moral, sido carregado seminu para a câmara
fria., onde suportou o ar gelado, gritando intimamente, sem que sua boca
hirta obedecesse. Após algum tempo, percebendo tudo ao redor, teve seu corpo
estudado numa sala de anatomia. Sentiu lâmina afiada a rasgar-lhe o abdomen,
observou seu tórax sendo aberto, o coração ser arrebatado e, em seguida,
um choque no crânio para a trepanação, o que o fez perder a noção
de si mesmo e desprender-se, enfim, daquele fardo de carne viva e inerte,
fugindo horrorizado qual se fora um cão hidrófobo e sem rumo. CAUSA - Ações levadas a
efeito em existência recuada, na qual, envergando o chapéu de um mandarim
principal que o investia na posse de larga autoridade, reviu-se, numa
noite de festa, determinando que um de seus companheiros, por mero capricho
de seu orgulho, fosse lançado em plena nudez num pátio gelado.
Ao amanhecer, recomendou lhe furtassem os olhos, mandando algemá-lo,
embora clamasse compaixão. Ordenou fosse ele esfolado vivo, decidindo fosse
seu crânio aberto, exigindo-lhe abrissem o abdomen e o tórax, reclamando seu coração numa
bandeja de prata.(IP)
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
A TRANSIÇÃO E A IMIGRAÇÃO/EMIGRAÇÃO DE ESPÍRITOS
Muitos
ante o caos social observado no Mundo entendem haver poucas possibilidades das
coisas melhorarem, não enxergando nada além do fundo do poço onde parecemos
todos mergulhar dia após dia. No número de janeiro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec desenvolve
alguns raciocínios importantes para reflexões. Diz ele: -“ Durante um certo período, a
população do Globo é quase composta dos mesmos Espíritos, que nele reaparecem
em diversas épocas, até que tenham alcançado um grau de depuração suficiente
para irem habitar mundos mais avançados. Segundo o ensinamento dado pelos
Espíritos superiores, essas emigrações e essas imigrações dos Espíritos
encarnados sobre a Terra ocorrem de tempos em tempos individualmente; mas, em
certas épocas, elas se operam em massa, em consequência das grandes revoluções
que dela fazem desaparecer quantidades inumeráveis, e são substituídos por
outros Espíritos que constituem, de alguma sorte, sobre a Terra ou sobre uma
parte da Terra, uma nova geração. O Cristo disse uma palavra notável que não
foi compreendida, como muitas outras que se tomaram ao pé da letra, sem pensar
que, quase sempre, ele falou por figuras e parábolas. Anunciando grandes
mudanças no mundo físico e no mundo moral, disse ele: Eu vos digo, em
verdade, que esta geração não passará antes que estas coisas tenham se cumprido;
ora, a geração do tempo do Cristo passou há dezoito séculos sem que estas
coisas tenham chegado; é preciso disso concluir, ou que o Cristo se enganou, o
que não é admissível, ou que suas palavras tinham um sentido oculto, que se
interpretou mal. Se nos reportarmos agora ao que dizem os Espíritos, não
somente a nós, mas pelos médiuns de todos os países, atingimos o cumprimento
dos tempos preditos, uma época de renovação social, quer dizer, a uma época de
uma dessas grandes emigrações dos Espíritos que habitam a Terra. Deus, que para
ela os enviara para se melhorarem, nela deixou-os o tempo necessário para
progredirem', fê-los conhecer as suas leis, primeiro por Moisés, em seguida
pelo Cristo; fê-los advertir pelos profetas; em suas reencarnações sucessivas,
puderam tirar proveito desses ensinamentos; agora é chegado o tempo em que
aqueles que não aproveitaram da luz, aqueles que violaram as leis de Deus e
desconheceram seu poder, vão deixar a Terra onde estariam, doravante,
deslocados no meio do progresso moral que se cumpriu, e ao qual não poderiam
senão trazer entraves, seja como homens, seja como Espíritos. A geração da qual
o Cristo falou, não podendo se reportar aos homens vivendo em seu tempo,
corporalmente falando, deve se entender da geração dos Espíritos que
percorreram, sobre a Terra, os diversos períodos de suas encarnações e que vão
deixá-la. Vão ser substituídos por uma nova geração de Espíritos que, mais
avançados moralmente, farão reinar, entre eles, a lei de amor e de caridade
ensinada pelo Cristo, e cuja felicidade não será perturbada pelo contato dos
maus, dos orgulhosos, dos egoístas, dos ambiciosos dos ímpios. Parece mesmo, no
dizer dos Espíritos, que já entre as crianças que nascem agora, muitas são a
encarnação de Espíritos dessa nova geração. Quanto àqueles da antiga geração
que tiverem bem merecido, mas que, no entanto, não atingiram ainda um grau de
depuração suficiente para chegar aos mundos mais avançados, eles poderão
continuar a habitar a Terra e nela cumprir ainda algumas encarnações, mas,
então, no lugar de ser uma punição, isto será uma recompensa, uma vez que nela
serão mais felizes por progredirem. O tempo em que uma geração de Espíritos
desaparece, para dar lugar a uma outra, pode ser considerado como o fim do
mundo, quer dizer, do mundo moral.
domingo, 24 de janeiro de 2016
O ESPIRITISMO E A PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS
Num
tempo em que a Astronomia começava a ampliar sua visão contida por quase dois
milênios pelas ingerências religiosas, Allan Kardec busca colher
informações dos Espíritos que o auxiliaram a compor a base da proposta espírita
sobre a vida em outros mundos da imensidão do Universo. Seu intento foi
satisfeito e não só as respostas foram originais como depoimentos importantes
vieram se agregar a ela. Tal fato torna-se relevante na medida em que nas
ultimas décadas a Teoria das Supercordas formulada pela Física Quântica vem se
aprofundando nas cogitações e proposições dos Universos Paralelos que, entre
outras coisas, abre caminho para se considerar a vida material em outras formas
de vida humana, não percebidas pelos limitados sensores do nosso sentido da
visão, os olhos. Vejamos alguns dos dados apurados nas pesquisas mediúnicas da
Sociedade Espírita de Paris: 1- N’ O LIVRO DOS
ESPÍRITOS:
Todos os Globos que circulam no
espaço são habitados? -Sim, e o homem terreno está bem longe
de ser, como acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição.
(LE,55) A constituição física dos
mundos não sendo a mesma para todos, os seres que os habitam terão organização
diferente? -Sem dúvida, como entre vós os peixes são feitos para
viver na água e os pássaros, no ar (LE,57) “As condições de
existência dos seres nos diferentes mundos devem ser apropriadas ao meio em que
tem de viver. Se nunca tivéssemos visto peixes não compreenderíamos como alguns
seres pudessem viver na água”. (nota/q 58). 2- Na REVISTA ESPÍRITA - CASOS DE ESPÍRITOS
DE OUTROS PLANETAS - MARÇO 1859 : Humboldt- “Havia numerosos
candidatos a esta obra - Humboldt passou
para a História pela sua contribuição no mapeamento climático da Terra - / ela (existência anterior) se passou num mundo superior longe e muito
diferente de nossa Terra, não podendo ser visto porque não é luminoso e não
reflete a luz dos sóis que o rodeiam, com uma numa relação de cem para um em
relação à Terra”. No mesmo ano, Allan Kardec reproduz interessante mate´ria com
o médium Victorien Sardou que relata seus contatos com o Espírito do oleiro
Bernard Palissy descrevendo detalhes da vida no Planeta Jupiter, certamente
numa das múltiplas dimensões de vida naquele Orbe. MARÇO 1867: - “Logo depois da libertação o Espírito Lumen transportou-se
com a velocidade do pensamento para o grupo de Mundos componentes do sistema da
estrela designada em Astronomia sob o nome de Capela ou Cabra”. Em entrevista reproduzida no ANUÁRIO ESPÍRITA 64 (Ide,1964), o Espírito André
Luiz esclarece: -““Espíritos
originários de outras plagas costumam estagiar na Terra em encarnações de
exercício evolutivo com frequência, de vez que muitos Espíritos superiores se
reencarnam no planeta terrestre a fim de colaborarem na educação da Humanidade
e criaturas inferiores costumam aí sofrer curtos ou longos períodos de exílio
das elevadas comunidades a que pertencem, pela cultura e pelo sentimento,
porquanto, a queda moral de alguém tanto se verifica na Terra quanto em outros
domicílios do Universo”. Anos depois, o médium Chico Xavier, contaria
que “quando iniciei a psicografia dos livro de André Luiz, passei a
reconhecer que a matéria se caracterizava por diferentes gradações e compreendi
que, em torno de paisagens cósmicas, sejam elas quais sejam, podem existir
cidades e vida comunitária, em condições que nos escapam, por enquanto, ao
conhecimento condicionado de Espíritos temporariamente encarnados na existência
física”. (9/76)
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
A LEI QUE REALMENTE FUNCIONA
Chico Xavier dizia que o remorso é uma das experiências
mais difíceis, se assemelhando a um relógio que parasse dentro da pessoa. Isso
porque a consciência é cobradora implacável para o que carrega simples noções
do certo e do errado. Em interessante mensagem contida no livro FALANDO À TERRA (feb,1952), o Espírito Abel
Gomes inclui dois exemplos pessoalmente recolhidos das realidades do
Plano Espiritual. Conta ele: -“ Velho conhecido de minha relações
particulares assassinou certo companheiro de luta, em deplorável momento de
insânia, e, não obstante ver-se livre da justiça humana, que o restituiu à
liberdade, experimentou longo martírio da consciência dilacerada,
entregando-se, por mais de quatro decênios, à caridade com trabalho ativo pelo
bem do próximo. Com semelhante procedimento, granjeou a admiração e o carinho
de vários benfeitores da Espiritualidade Superior, que o acolheram, solícitos,
quando afastado da experiência física, situando-o em lugar respeitável, a fim
de que pudesse prosseguir a obra retificadora. Pelos fios da amizade e da
colaboração que soube tecer, em volta do coração, para solucionar o seu caso,
conseguiu recursos para ir no encalço da vítima, que a insubmissão havia
desterrado para fundo despenhadeiro de trevas e animalidade. Não se fez dela
reconhecido, de pronto, de modo a lhe não perturbar os sentimentos,
auxiliando-a a assumir a posição de simpatia necessária à receptividade dos
benefícios de que era portador; e, após lutar intensivamente pela sua
transformação moral, em favor do necessário alçamento, voltará às lides da
carne, a fim de recebê-la nos braços paternos. Tendo subtraído ao irmão a
oportunidade de viver e lutar no campo terrestre, restituir-lhe-á o corpo
perdido, ajudando-o a desenvolver-se para a educação, entre as dádivas da existência
comum. Sofrerão juntos, a princípio, quando de volta à matéria espessa, as
velhas antipatias do pretérito, mas o homicida regenerado conseguiu, por seus
méritos, a graça de ser pai e, nessa condição, é justo esperar-lhe a vitória
porque, na qualidade de progenitor, sentirá sublime alegria em renunciar e
sacrificar-se. Quando os grandes inimigos adquirem o ensejo da convivência nos
elos da consanguinidade, apreciável mérito já lhes assinala o caminho
evolutivo, porquanto, sob o mesmo teto, quando aceitam os imperativos do
verdadeiro amor, podem solidificar os alicerces da perfeita união. Quem
conquistou o dom de ajudar, sem pedir remuneração, penetrou o caminho de acesso
efetivo à Espiritualidade Superior. O crime passional do amigo a que me reporto
não lhe valeu o inferno sem fim, segundo ensina a antiga teologia, mas
custou-lhe vastíssimos padecimentos, em benefício do reajuste, com enorme
despesa de tempo, de vez que, se houvesse suportado o adversário, com
paciência, prescindiria de tantas e tão longas canseiras de reparação. (...)
Lembro-me, igualmente, de velho lidador que se rodeou de muitos servidores, dos
quais reclamava obediência passiva, embora prestando incontestáveis benefícios
à paisagem que o viu renascer. Amparou a terra e estabeleceu para as gerações
mais novas a instrução rudimentar, com o que instituiu grandes vantagens para
muitas almas, atraindo a simpatia de vários benfeitores do Plano Superior; mas
era demasiado cruel para com as criaturas que presumia inferiores. E, em razão
disso, instalou, com a autoridade de que dispunha, condenável sistema de
punição para trabalhadores que julgava relapsos. Com a medida infeliz, alguns
servos se viram depressa minados pela tuberculose fatal. Invocada por
suas exigências, a morte visitou-lhe a propriedade,
ceifando existências diversas e perturbando muitos programas da Direção Mais
Alta para o futuro. Atingindo a Esfera Espiritual, viu-se pungido de acerbo
remorso, mas, se errara por um lado, exagerando o castigo a homens pobres, que
ele não socorrera nem educara suficientemente, colaborara com segurança e
decisão por um padrão mais elevado de vida, no círculo que o vira renascer,
fazendo quanto lhe era possível pelo progresso comum. Suas qualidades nobres
acusavam superavit sobre as imperfeições, e o Governo Superior concedeu-lhe uma
reencarnação expressiva, em que lhe será facultado um título de médico, através
do qual pretende o velho lidador consagrar-se aos corpos doentes, muito
especialmente no que se refere à tisiologia, aprendendo a ajudar aos
companheiros de luta humana e amenizando o próprio coração”.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
ENTENDENDO DEUS
Acompanhando o trabalho de Allan
Kardec através da REVISTA
ESPÍRITA, vai se percebendo que suas páginas serviram também para o
desenvolvimento de temas que não ficaram totalmente compreensíveis nas Obras
Básicas. Descobre-se ainda que correspondentes da publicação forneciam conteúdos
importantes ao aprofundamento da Doutrina. No número de maio de 1861, na seção QUESTÕES E PROBLEMAS, encontramos um
exemplo disso. Um leitor escreve: -“Após
haver dissipado uma a uma as minhas dúvidas e reafirmado minha fé na sua base,
o Espiritismo me deixa uma questão não resolvida; ei-la: Como os Espíritos
novos, que Deus cria, e que se destinam um dia tornar-se Espíritos puros,
depois de terem passado pela peneira de uma multidão de existências e de
provas, saem tão imperfeitos das mãos do Criador, que é a fonte de toda
perfeição, e não se melhoram gradualmente senão se afastando de sua origem?
Resp. – Esse é um mistério que o Eterno não nos permite penetrar, antes que
nós, Espíritos errantes ou encarnados, tenhamos atingido a perfeição que nos é
indicada, graças à bondade divina, perfeição que novamente nos aproximará de
nossa origem e fechará o círculo da eternidade. Allan Kardec observa: -“Nosso correspondente não nos diz qual o
Espírito que lhe respondeu, mas a sabedoria de suas respostas prova que não é
um Espírito vulgar. Eis o essencial, porquanto, como se sabe, o nome pouco
importa. Nada temos a dizer quanto às suas primeiras respostas, que concordam em
todos os pontos com o que nos foi ensinado, provando que a teoria que demos dos
fenômenos espíritas não é produto de nossa imaginação, visto ser dada por
outros Espíritos, em tempos e lugares diversos e fora de nossa influência
pessoal. Apenas a última resposta não resolve a pergunta feita. Vamos tentar
remediá-la. Digamos, primeiramente, que a solução pode ser facilmente deduzida
do que está dito, com alguns desenvolvimentos, em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, sobre
a progressão dos Espíritos, pergunta 114 e seguintes. Teremos pouca coisa a
acrescentar. Os Espíritos saem das mãos do Criador simples e ignorantes, mas
nem são bons, nem maus: do contrário, desde a sua origem teria Deus votado uns
ao bem e à felicidade, e outros ao mal e à desgraça, o que não estaria nem conforme
à sua bondade, nem de acordo com a sua justiça. No momento de sua criação, os
Espíritos não são imperfeitos senão do ponto de vista do desenvolvimento
intelectual e moral, como a criança ao nascer, como o germe contido na semente
da árvore; mas não são maus por natureza. Ao mesmo tempo, neles se desenvolve a
razão, o livre-arbítrio, em virtude do qual escolhem, uns o bom caminho, outros
o mau, fazendo que uns cheguem ao objetivo mais cedo que outros. Mas todos, sem
exceção, devem passar pelas vicissitudes da vida corporal, a fim de adquirir
experiência e ter o mérito da luta. Ora, nessa luta uns triunfam, outros
sucumbem, conquanto os vencidos possam sempre se erguer e resgatar os seus
fracassos. Esta questão levanta outra, mais grave, que muitas vezes nos tem
sido apresentada. É a seguinte: Deus,
que tudo sabe, o passado, o presente e o futuro, deve saber que tal Espírito
seguirá o mau caminho, sucumbirá e será infeliz. Neste caso, por que o criou? Ora, por certo sabe Deus perfeitamente a
linha que seguirá um Espírito, pois, de outro modo, não teria a ciência
soberana. Se o mau caminho no qual se aventura o Espírito devesse fatalmente
conduzi-lo a uma Eternidade absoluta de penas e sofrimentos; se, porque tivesse
falido, lhe fosse sempre negado reabilitar-se, a objeção acima teria uma força
de lógica incontestável, e talvez aí residisse o mais poderoso argumento contra
o dogma dos suplícios eternos. Neste caso, impossível é sair do dilema: ou Deus
não conhece a sorte reservada à sua criatura, e então não tem a soberana
ciência; ou, se a conhece, Ele a criou para ser eternamente infeliz e,
portanto, não tem a soberana bondade. Com a Doutrina Espírita, tudo concorda
perfeitamente e não há mais contradição: Deus sabe que um Espírito tomará um
mau caminho; conhece todos os perigos de que este se acha semeado, mas sabe,
também, que dele sairá, e que não haverá para ele senão um atraso. E, em sua
bondade e para lhe facilitar, multiplica em sua rota as advertências salutares,
das quais infelizmente nem sempre ele aproveita. É a história de dois viajantes
que querem alcançar um belo País, onde viverão felizes; um sabe evitar os
obstáculos, as tentações que o fariam parar no caminho; o outro, por
imprudência, choca-se contra os mesmos obstáculos, leva quedas que o atrasam,
mas chegará por sua vez. Se, no caminho, pessoas caridosas o previnem dos
perigos que corre e se, por presunção, não as escuta, mais repreensível será
por isso”.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
CIDADES NO MUNDO ESPIRITUAL?
Sacerdote inglês, George Vale Owen
levou 25 anos para se convencer de que a comunicação dos Espíritos era um fato
verdadeiro e bom, construindo no período de um mês – entre 23 de setembro e 31
de outubro de 1913, uma incrível obra falando do Mundo Espiritual de forma
objetiva e rica em detalhes. O processo a escrita automática por inspiração
psicográfica, calculando que as 29 comunicações vertidas para nosso Plano
tenham surgido na base de 24 palavras por minuto. Conta que o início se deu a
partir de orientação recebida por sua esposa em comunicação através da
prancheta de que “deveria sentar-se,
calmamente, com o lápis na mão e receber todos os pensamentos que viessem à sua
mente, projetados por uma personalidade externa e não originados do exercício
do seu próprio Espírito”. Relutando por longo tempo, convenceu-se, por
fim, de que amigos que estavam próximos, desejavam ardentemente falar-lhe. Na
última mensagem recebida, soube ter sido variável o número de entidades
espirituais que o assistiam em seu trabalho mediúnico, que acabou resultando no
livro A
VIDA ALÉM DO VÉU (feb, 1921),
compilação das mensagens publicadas pelo magnata da comunicação inglês Lord Northcliffe,
em um dos seu jornais. A princípio acionado por sua mãe que havia desencarnado
quatro anos antes, foi consecutivamente utilizado por ASTRIEL (Regiões Inferiores do Céu), ZABDIEL
(Altas Regiões do Céu), LEADER
(Os Mistérios do Céu), cada um deles dando oferecendo informações sobre as
áreas em que viviam. Destacamos alguns desses informes que expressam as
surpreendentes revelações contidas no livro: 1- “É
a Terra aperfeiçoada. (...) O que chamais quarta dimensão, até certo ponto
existe aqui, mas não podemos descrevê-la claramente. Nós temos montes, rios,
belas florestas e muitas casas; tudo foi preparado pelos que nos precederam”. 2- “Avistamos
a cidade e descemos em frente à porta principal, pela qual penetramos na
principal rua. Esta cortava toda a cidade e saía em outra porta do lado oposto.
De cada lado desta rua larga havia grandes casas ou palácios, em terrenos
espaçosos. Quando vínhamos em direção à cidade notamos diversas pessoas
trabalhando nos campos e, também, muitos edifícios que não eram evidentemente
residências, mas tinham algum fim útil. Agora que estávamos dentro dos seus
muros, vimos a perfeição, tanto das construções como da horticultura. Cada casa
tinha um jardim típico, em harmonia com ele, tanto na cor quanto no formato”. 3- “A ponte sobre o abismo, entre as esferas
de luz e de trevas, foi construída e ela é toda da mesma cor. Na parte mais
afastada, está envolta em trevas e ao emergir gradualmente em direção à região
de luz, toma uma cor cada vez mais brilhante”. 4- “Estas regiões são muito extensas e a
ponte é mais um trecho de terreno do que uma ponte, e esta é a melhor
comparação que me ocorre. Como vi, apenas, pequena parte destas esferas, só me
refiro ao que sei. Provavelmente há outros precipícios e pontes; grande número
deles”.
5- (A casa) é muito bem
acabada, interna e externamente. Dentro possui banheiros, um salão de música e
aparelhos registradores do nosso trabalho. É um edifício amplo. (...) Tudo é de
tal forma extraordinário que, não sei não se acreditaria como não se
compreenderia (...). As árvores, são verdadeiras árvores, e crescem como na
Terra, porém estão de acordo com os edifícios”.
sábado, 16 de janeiro de 2016
SEXO ALÉM DA MORTE?
Ampliando os
conceitos a respeito do corpo espiritual ou períspirito, o Espiritismo revela
ser ele o veiculo de manifestação do Espírito na sua permanência no Plano
Espiritual, reproduzindo a mesma morfologia do corpo físico de que se serviu na
encarnação terminada. Allan Kardec num dos números da REVISTA ESPÍRITA explica que “a
reencarnação determina sempre, procriação e alimentação, isto é, necessidades
da matéria a satisfazer e, assim, entraves para o Espírito. A luta
é necessária ao desenvolvimento do Espírito; é na luta que exercita suas
faculdades” e, um século depois o Espírito André Luiz acrescenta no livro EVOLUÇÃO
EM DOIS MUNDOS (feb,1958) que “quanto ao instinto sexual não é
apenas agente de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o
reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou
desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos
que lhes são necessários ao progresso”. No capítulo DISCIPLINA
AFETIVA da mesma obra, através de Chico Xavier, informa “enganam-se
lamentavelmente quantos possam admitir a incontinência sexual como regra de
conduta nos planos superiores da Espiritualidade. Médiuns que tenham observado
as regiões de licenciosidade, ou desencarnados que a respeito delas venham a
traçar essa ou aquela notícia, reportam-se apenas a lugares naturalmente
inferiores, extremamente afins com a poligamia embrutecente, por mais brilhantes
se lhes externem as conceituações filosóficas. Nos planos enobrecidos,
realiza-se também o casamento das almas, conjugadas no amor puro, verdadeira
união esponsalícia de caráter santificante”. Entre
as chamadas Cartas de Chico Xavier, encontramos as de Ivo de Barros Correia Menezes,
morto aos 18 anos em acidente de trânsito na cidade de Belo Horizonte (MG),
quando o veículo em que se encontrava com amigos foi atingido por um ônibus que
atravessou o sinal fechado. Ressurgindo quatro anos após por psicografia do
médium em reunião pública, ele, entre outras informações na sexta das mensagens
que escreveu às vésperas de completar 25 anos se estivesse encarnado, relata
sua interessante situação, dizendo “que a maioria dos jovens desencarnados que se
comunicam dão uma volta no caso e passam por cima; no entanto, sei que a
maioria deles está em posição semelhante à minha. Expõem ele: - “Minha inquietação
emotiva ainda não terminou. Não sei explicar, mas não me acostumo a essa
história de despojamento do corpo que é o instrumento perfeito de sensações a
fim de que estejamos estimulados a viver. Muitos rapazes se
desligam com facilidade desses anseios. Tenho visto centenas que me participam
estarem transfigurados pela religião e outros adotam exercícios de ioga com o
objetivo de cortarem essas raízes da mocidade com o mundo. Outros muitos estão
na mesma faixa em que Bernardo e eu respiramos. Meu tio Ivo fala em
amor entre os jovens, apenas usufruindo o magnetismo das mãos dadas e até já
experimentei, mas a pequena não apresentava energias que atraíssem para longos
diálogos sobre as maravilhas da vida por aqui. Fiz força e ela também; no
entanto, nos separamos espontaneamente, porque não nos alimentávamos
espiritualmente um ao outro. Creio que meu caso é
uma provação que apenas vencerei com o apoio do tempo. Meu tio faz longas
explanações sobre o desprendimento entre os que se amam; no entanto, ele fala
com preciosas elucidações e continuo na mesma. Se estivesse aí faria
vinte e cinco anos em janeiro próximo. Creia que o assunto
ficou tão fixo em mim que o meu avô Barros me disse que eu conseguiria o que
desejo só mesmo numa nova reencarnação. Mamãe, você acredita que um rapaz de
mãos entrelaçadas com as mãos de uma jovem que, eu, porventura venha a amar
solucionaria o meu problema? Dizem por aqui que os
pares certos trocam emoções criativas e maravilhosas no simples toque de mãos;
no entanto, estou esperando esse milagre”.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
UM FENÔMENO POSSÍVEL
Seria
possível uma pessoa estar em dois lugares ao mesmo tempo? Allan Kardec denomina o fenômeno de bicorporeidade
o enquadrando entre os os possíveis graças à mediunidade,
citando fatos e testemunhos preservados pela História como os envolvendo o
Imperador Vespasiano, Santo Antonio de Liguori, Santo Antonio de
Pádua e Emile Sagie. No Brasil situações semelhantes fazem parte da
biografia de Euripides Barsanulfo e do próprio Chico Xavier. Fechando a
edição de novembro de 1860, da REVISTA
ESPÍRITA, encontramos interessante matéria sobre religiosa espanhola.
Explica Allan Kardec: - “Num compêndio histórico que acaba de ser
publicado sobre a vida de Maria de Jesus de Agreda, encontramos um fato
extraordinário de bicorporeidade, que prova que tais fenômenos são
perfeitamente aceitos pela religião. É verdade que, para certas pessoas, as
crenças religiosas não têm mais autoridades do que as crenças espíritas. Mas
quando essas crenças se apoiarem sobre as demonstrações dadas pelo Espiritismo,
sobre as provas patentes que ele fornece, por uma teoria pessoal, de sua
possibilidade, sem derrogar as leis da Natureza, e de sua realidade por
exemplos análogos e autênticos, será forçoso render-se à evidência e
reconhecer, fora das leis conhecidas, a existência de outras que ainda
pertencem aos segredos de Deus. Maria de Jesus nasceu em Agreda, cidade da
Castela, em 2 de abril de 1602, de pais nobres e de virtude exemplar. Muito
jovem ainda tornou-se superiora do mosteiro da Imaculada Conceição de Maria,
onde morreu em estado de perfeição espiritual. Eis o relato que se acha em sua
biografia: “Por maior que seja a nossa vontade de resumir, não podemos deixar de
falar aqui do papel absolutamente excepcional de missionária e do apostolado
que Maria de Agreda exerceu no Novo México. O fato que vamos narrar, cujas
provas incontestáveis provariam, por si só, quão elevados eram os dons
sobrenaturais com que Deus havia enriquecido sua humilde serva, e quão ardente
o zelo que ela nutria no coração pela salvação do próximo. Nas suas relações
íntimas e extraordinárias com Deus, ela recebia uma viva luz, com a ajuda da
qual descobria o mundo inteiro, a multidão dos homens que o habitavam, (...) Maria
de Agreda sentia o coração partido e, em sua dor, multiplicava preces
fervorosas. Deus a fez saber que os povos do Novo México apresentavam menos
obstáculos para a sua conversão que o resto dos homens (...)Certo dia, tendo-a
o Senhor arrebatado em êxtase, (...) Maria de Agreda sentiu-se de repente
transportada para uma região longínqua e desconhecida, sem saber como.
Achou-se, então, num ambiente que não era o da Castela e experimentou raios de
um sol mais ardente que de costume. Homens de uma raça que jamais tinha
encontrado estavam diante dela, e Deus lhe ordenava que satisfizesse seus
caridosos desejos e pregasse a lei e a fé santa àquele povo. A extática de Agreda
obedecia à ordem. Pregava a esses índios em sua língua espanhola, e os infiéis
entendiam como se ela lhes falasse em sua língua materna. Seguiram-se
conversões em grande número. Voltando do êxtase, esta santa mulher se achava no
mesmo lugar em que estava no começo do arrebatamento. Não foi apenas uma vez
que Maria de Jesus desempenhou esse maravilhoso papel de missionária e de
apóstolo, junto aos habitantes do Novo México. O primeiro êxtase do gênero
ocorreu em 1622; mas foi seguido de mais cinco êxtases do mesmo tipo, durante
cerca de oito anos. Maria de Agreda encontrava-se frequentemente nessa mesma
região para continuar o seu apostolado. (..) Ela via ao mesmo tempo, mas a
grande distância, os franciscanos espanhóis que trabalhavam pela conversão
desse novo mundo, mas que ainda ignoravam a existência desse povo que ela havia
convertido. Tal consideração levou-a a aconselhar aos índios que mandassem
alguns dentre eles àqueles missionários, pedir que viessem ministrar-lhes o
batismo”.
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
PENSANDO SOBRE O MUNDO ESPIRITUAL
Allan
Kardec ponderou que “É preciso poder
encarar a morte sob o seu verdadeiro ponto de vista, quer dizer, penetrar, pelo
pensamento, no Mundo Espiritual, e dele fazer uma ideia tão exata quanto
possível, o que denota, no Espírito encarnado, um certo desenvolvimento e uma
certa aptidão para se desligar da matéria. Entre os que não estão
suficientemente avançados, a vida material domina, ainda sobre a Vida
Espiritual”, ponto de vista que coincide com alguns pensadores do Hinduísmo
da Antiguidade que afirmavam ser “a
verdadeira natureza dos denominados Planos Espirituais incompreensível
para a mente de uma pessoa ainda pouco espiritualizada”. O final
do século 20 acendeu uma luz no ramo da Ciência denominado Física Quântica a
partir da confirmação matemática da existência dos Universos Paralelos,
surpreendendo os seguidores das evoluções nessa área com a afirmação de que “segundo
as Teorias das Supercordas, mesmo que as dimensões ocultas do espaço sejam
imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”, registrada pelo físico Marcelo Gleiser, em seu livro CRIAÇÃO
IMPERFEITA (2010,record),
onde diz ainda que “num modelo cosmológico em que o multiverso
supostamente existe, nosso Universo seria apenas um dentre um número talvez
infinito de Universos”. O
Espiritismo na sua obra inicial O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em sua questão 85 revela que “na
ordem das coisas, o Mundo Espiritual é o principal pois preexiste e sobrevive a
tudo” e o médium Chico
Xavier dentro da simplicidade que lhe era característica explica no
livro IMAGENS NO ALÉM (ide) que “se cortarmos uma cebola ao
meio teremos uma ideia de como se estrutura o Mundo Espiritual”. Se buscarmos aprofundar o assunto hoje, procurando responder porque não
vemos o Mundo Espiritual, os conhecimentos disponíveis nos levam a compreender
que o olho humano possui
variadas limitações que associadas à sub utilização do cérebro o impedem de
enxergar imagens fora da Terceira Dimensão, bem como, cores além do espectro de
vibrações do infravermelho e do ultravioleta, necessitando da analogia para
entender a realidade que o cerca. A incapacidade de abstrair ainda nos isola da
realidade apenas compreendida pela analogia. Outra dúvida que incomoda aqueles que - desprovidos de preconceitos -
querem saber: - Jesus falou sobre esse Mundo Espiritual? E a resposta
pode ser: - Não objetivamente como, por sinal, na maioria dos textos
que preservaram – segundo se supõem – seu pensamento. Fala sobre as “muitas
moradas na Casa do Pai” sem explicar-se sobre isso, referindo-se no ultimo
entendimento tido com seus seguidores que iria preparar-lhes o lugar sem dizer
exatamente o que significava isto. A Escola religiosa organizada em torno de
seus ensinamentos, fortemente influenciada pelas práticas pagãs,
incorporou, a princípio, os conceitos de Céu e Inferno nas suas cogitações
sobre a vida e a morte acrescendo a elas o do Purgatório somente no ano 593 (Século
VI) da Era Cristã. Contudo, entre o séculos 13 e 14, um exilado florentino
chamado Dante Aleghieri, ao que parece, vivenciou uma série de experiências
extra-sensoriais através de “sonhos”, atormentado pela morte de uma jovem
chamada Beatriz, a qual passou a procurar nos Planos Extrafísicos tal como
definidos pela escola religiosa que seguia. Nasceu assim uma obra, inicialmente
intitulada COMÉDIA, posteriormente, denominada DIVINA COMÉDIA, em que descreve
sua peregrinação guiado pelo poeta pagão Virgílio pelas estruturas invisíveis
desde o Inferno caracterizado pela tristeza até o Paraiso onde impera a
alegria. Cada um dos Planos é subdividido em nove subplanos, abrigando
Espíritos prisioneiros dos efeitos de suas ações durante sua passagem pelo
corpo físico ou Mundo Material. A obra, até pela divergência entre o autor e o
clero, foi meramente classificada como o marco inicial da literatura
italiana. Pesquisa nos conteúdos das Escolas religiosas
remotas, sobre qual é a mais antiga e racional informação sobre o chamado Mundo
Espiritual de que se tem notícia, demonstram que “provavelmente seja a
que se irradia da Índia milenar, segundo a qual, a matéria é apenas uma forma
muito baixa de energia, inclusive pertencendo a esses graus baixos a matéria
mais fina que se possa imaginar”.
domingo, 10 de janeiro de 2016
INVERSÕES SEXUAIS: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO
Quando Allan Kardec trata da questão do sexo
nos Espíritos nas questões 200 a 202 d’O LIVRO DOS ESPIRITOS, ouve que
as inversões na morfologia do corpo humano é ocorrência natural e necessária no
processo evolutivo. Uma visão nova era oferecida para a análise da situação que
intrigou vários estudiosos ao longo do tempo. Quando o Espírito conhecido como André
Luiz, através do médium Chico Xavier, outros ângulos puderam ser
apreciados. Vasculhando esses livros, destacamos alguns desses pontos para
reflexão: 1- O Espírito reencarna em regime de inversão sexual, como pode
renascer em condições transitórias de mutilação ou cegueira. Isso não quer
dizer que homossexuais ou intersexos estejam em posição, endereçados ao
escândalo ou à viciação, como aleijados e cegos não se encontram na inibição ou
na sombra para serem delinquentes. O conceito de normalidade ou anormalidade
são relativos. Se a cegueira fosse a condição da maioria dos
Espíritos reencarnados na Terra, o homem que pudesse enxergar seria
positivamente minoria e exceção. 2- Masculinidade ou feminilidade
totais são inexistentes na personalidade humana, do ponto de vista psicológico,
visto que homens e mulheres, em Espírito, apresentam certa percentagem de
característicos viris ou feminis em cada indivíduo, o que não assegura
possibilidades de comportamento íntimo normal para todos, segundo a
conceituação de normalidade que a maioria dos homens estabeleceu para o meio
social. Ações praticadas contra pessoas do sexo oposto na busca
de prazer a qualquer preço impõem além da morte a desorganização mental do
causador manifestada através da alienação mental exigindo para seu reequilíbrio
muitas vezes pela intervenção os Agentes da Lei Divina, reencarnações
compulsórias renascendo em corpo inversos às suas características momentâneas
de masculinidades ou feminilidade, para que no corpo inverso, no extremo
desconforto íntimo, aprenda a respeitar o semelhante lesado. A inversão
também ocorre por iniciativa daqueles que, valendo-se da renúncia construtiva
para acelerar o passo no entendimento da vida e do progresso espiritual no
intuito de operarem com mais segurança e valor o acrisolamento moral de si
mesmos ou na execução de tarefas especializadas, através de estágio perigosos
de solidão, em favor do campo social da Terra 3 - Homens e mulheres
podem nascer homossexuais ou intersexos, seja como expiação ou em obediência a
tarefas específicas –, como são suscetíveis de tomar o veículo físico na
condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação para
melhorar-se e nunca sob a destinação do mal. A Terra, pouco
a pouco, renovará princípios e conceitos, diretriz e legislação, em matéria de
sexo, sob a inspiração da ciência, que situará o problema das relações sexuais
no lugar que lhe é próprio .(sd) 4- É
vulgar a fixação do sexo no equipamento genital do homem e da mulher (...)
Freud definiu o objetivo do impulso sexual como procura de prazer (...). É indispensável dilatar a definição para
arredá-la do campo erótico em que foi circunscrita. Pela energia criadora do
amor, a alma, em se aperfeiçoando, busca sempre os prazeres mais nobres. Temos
assim, o prazer de ajudar, de descobrir, de purificar, de redimir, de iluminar,
de estudar, de aprender, de elevar, de construir e toda uma infinidade de prazeres,
condizentes com os mais santificantes estágios do Espírito. Encontramos, desse
modo, almas que se amam profundamente, produzindo inestimáveis valores para o
engrandecimento do mundo, sem jamais se tocarem umas nas outras, do ponto de
vista fisiológico, embora permutem constantemente os raios quintessenciados do
amor para a edificação das obras a que se afeiçoam (AR)
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
A VERDADE, A REENCARNAÇÃO E A DOUTRINA ESPÍRITA
Artigo
reproduzido na edição de abril de 1862 da REVISTA ESPÍRITA reflete a opinião de
Allan Kardec sobre a relação entre a proposta espírita e os
questionamentos naturais no estágio evolutivo de muitos habitantes do Planeta a
respeito da incompreendida visão da reencarnação e a Verdade. Diz ele: -“O Espiritismo
vem, (...) não como uma religião, mas como doutrina filosófica, trazer a sua
teoria, apoiada no fato das manifestações. Ele não se impõe; não exige
confiança cega; entra no número dos concorrentes e diz: Examinai, comparai e
julgai; se achardes algo melhor do que isto que vos dou, tomai-o. Ele não diz:
Venho destruir os fundamentos da religião e substituí-la por um culto novo.
Diz: Não me dirijo aos que creem e se acham satisfeitos com suas crenças, mas
aos que abandonam as vossas fileiras pela incredulidade e que não os soubestes
ou pudestes reter. Venho dar-lhes, sobre as verdades que repelem, uma
interpretação capaz de satisfazer sua razão e que os leva a aceitá-la. E a
prova de que o consigo é o número dos que tiro do atoleiro da incredulidade.
Todos vos dirão: Se me tivessem ensinado essas coisas assim desde a infância,
jamais teria duvidado; agora creio, porque compreendo. Deveis repeli-los,
porque aceitam o espírito e não a letra? o princípio, e não a forma? Sois
livres; se vossa consciência faz disto um dever, ninguém pensará em
violentá-la; mas não digo apenas que isto seria um erro; digo mais: seria uma
imprudência. Como dissemos, a vida futura é o objetivo essencial de toda
doutrina moral. Sem a vida futura, a moral carece de base. O triunfo do
Espiritismo está precisamente na maneira pela qual apresenta o futuro; além das
provas que oferece, o quadro que apresenta é tão claro, tão simples, tão lógico,
tão conforme a justiça e à bondade de Deus, que involuntariamente dizemos: Sim,
é bem assim que deve ser; é assim que eu imaginava; e, se não havia acreditado,
é porque me tinham mostrado a vida futura de outro modo. Mas, o que é que dá à
teoria do futuro um tal poder? o que é que lhe granjeia tantas simpatias? É,
dizemos nós, a sua lógica inflexível, que resolve todas as dificuldades até
então insolúveis; e isto ela o deve ao princípio da pluralidade das
existências. Com efeito, suprimi este princípio e milhares de problemas, cada
qual mais insolúveis, se apresentarão imediatamente. A cada passo nos
chocaremos contra inúmeras objeções. Essas objeções não eram suscitadas
antigamente, isto é, ninguém pensava nelas. Mas hoje, que a criança se fez
homem, quer ir ao fundo das coisas; quer ver claro o caminho por onde é
conduzido; sonda e pesa o valor dos argumentos que lhe apresentam e, se estes
não lhe satisfazem à razão ou o deixam no vago e na incerta, rejeita-os,
aguardando coisa melhor. A pluralidade das existências é uma chave que
descortina horizontes novos, que dá uma razão de ser a uma multidão de coisas
incompreendidas e que explica o inexplicável. Ela concilia todos os
acontecimentos da vida com a justiça e a bondade de Deus. Daí por que os que haviam
chegado a duvidar dessa justiça e dessa bondade agora reconhecem o dedo da
Providência onde o tinham ignorado. Efetivamente, sem a reencarnação, a que
atribuir as ideias inatas? como justificar o idiotismo, o cretinismo, a
selvageria, ao lado do gênio e da civilização? a profunda miséria de uns, ao
lado da felicidade de outros? as mortes prematuras e tantas outras coisas? Do
ponto de vista religioso, certos dogmas, como o do pecado original, o da queda
dos anjos, a eternidade das penas, a ressurreição da carne, etc., encontram
neste princípio uma interpretação racional, levando à aceitação do seu espírito
justamente por aqueles que repeliam a letra. Em resumo, o homem atual quer
compreender. O princípio da reencarnação ilumina o que estava obscuro. Eis por
que dizemos que este princípio é uma das causas que faz com que o Espiritismo
seja acolhido favoravelmente. Dir-se-á que a reencarnação não é necessária para
crer nos Espíritos e em suas manifestações; e a prova disto é que há crentes
que não a admitem. É verdade. Também não dissemos que não se possa ser bom
espírita sem crer na reencarnação. Não somos daqueles que atiram pedras aos que
não pensam como nós. Apenas dizemos que eles não abordaram todos os problemas
levantados pelo sistema unitário, sem o que teriam reconhecido a
impossibilidade de lhes dar uma solução satisfatória. A ideia da pluralidade
das existências a princípio foi acolhida com assombro, com desconfiança;
depois, pouco a pouco as pessoas se familiarizaram com ela, à medida que
reconheciam a impossibilidade de, sem ela, saírem das inúmeras dificuldades
suscitadas pela psicologia e pela vida futura. Uma coisa é certa: esse sistema
ganha terreno diariamente, enquanto o outro o perde.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
O IMPACTO CHAMADO ARIGÓ
Ao longo do século 20, a Espiritualidade se serviu
de vários impactantes procedimentos para chamar objetivamente a atenção da
Humanidade de nossa Dimensão para a existência da Vida Espiritual. Pelo jovem de 17 anos Chico Xavier, restabeleceu o contato de grandes expressões da poesia luso-brasileira com seus
admiradores do nosso Plano. Através da dona de casa inglesa Rosemary Brown contou com a
colaboração dos grandes mestres da
musica universal para materializar peças musicais que lhes confirmassem
a sobrevivência através do estilo característico. A princípio com o adolescente
Luiz Antonio Gasparetto, os grandes da pintura se fizeram
perceber em telas produzidas em segundos. E através do homem simples José Pedro de Freitas, apelidado Zé Arigó, provocou prodígios no campo da Medicina, onde
esta atingira o limite de suas possibilidades com uma equipe liderada pelo
Espírito de um médico alemão chamado Fritz.
Para ter-se uma ideia do ambiente de Congonhas do Campo, Minas Gerais, onde por
mais de uma década atuou, resumimos alguns dados: LOCAL – A princípio, na sala de sua moradia, depois,
no Centro Espírita Jesus Nazareno, uma casa pequena, onde existia uma cama não
usada, sendo que os doentes a serem operados deitavam-se na metade de uma porta antiga,
rente ao chão. De dia a iluminação era
natural pela luz do Sol que entrava facilmente pela janela. À noite, as
intervenções, feitas à luz elétrica, sem preparações ritualísticas ou nada que
pudesse sugerir engodo. PREPARO – Esterilização ambiente, anestesia e assepsia, invisíveis a todos,
segundo o Dr Fritz, providenciada pelo Frei Fabiano de Cristo
que, através de meditação profunda, projeta em todo o ambiente uma luz verde
que é prodigiosa, evitando infecções, favorecendo as cicatrizações e coagulando
rapidamente. O Plano Espiritual, monta
no local onde se realiza ou realizará o trabalho, uma sala cirúrgica com todos
os requisitos necessários para o atendimento. INSTRUMENTAL – Velha lata de marmelada contendo, às vezes, quatro pinças, tesouras
cirúrgicas de uns vinte centímetros, um bisturi, outras, uma tesoura de cortar unhas, uma pequena faca de cozinha
e outra menor. MODUS-OPERANDI – Após
uma prece, o médium levantava um algodão seco, que era inflado no espaço de uma
substância desconhecida, liquida, às vezes esverdeada, quem em alguns casos,
pingada nos olhos do doente, provocava uma fervura e a catarata se desligava,
inteirinha, sem mesmo a necessidade de
tesoura ou bisturi. CERTIFICAÇÃO – Nos casos de extração de peças tumorais, as mesmas sempre eram
colocadas num frasco de vidro e entregues aos familiares ou à própria pessoa
para exames laboratoriais, biopsias ou outras análises. REMUNERAÇÃO – Virgílio Mendes Ferraz, riquíssimo fazendeiro no sul da Bahia,
cuja mulher desenganada havia sido curada de câncer, tentou dar um cheque de
200 mil cruzeiros, prontamente recusado em termos ríspidos, dando uma lição de
moral no doador, afirmando que seguia o Evangelho: “-Dá de graça o que de graça recebestes’. Este é o nosso
dever, disse Arigó irritado com a oferta. CASO 1 - Maria Emília Silveira / câncer no útero /
desenganada pelos médicos / em 23/7/57/ procedente deVitória da Conquista(BA).Testemunhas – Ismenio Silveira (marido), Randulfo Paiva (advogado),
Adhemar Alves Brito(Cel
Exercito), Newton Boechat, Duração: 8 minutos Depoimento
do médico Ladeira Marques: -“Penetramos
no pequeno aposento onde se fazem as intervenções, encontrando a paciente
deitada em decúbito dorsal, sobre o assoalho. Incumbiu-me o Dr Fritz de
afastar as vestes da paciente, a fim de praticar a intervenção. Perguntou ao
marido, presente, se desejava que a intervenção se fizesse pela via baixa ou
por via abdominal, decidindo-se o marido pela via baixa. Foram introduzidos na
cavidade vaginal da paciente, sem auxílio de espéculo, três tesouras e dois
bisturis, com manobra brusca sem
ferir a doente. Cada instrumento introduzido de um só golpe. O ramo
das tesouras era ainda mantido pela mão do médium Arigó. Para surpresa nossa, o
outro ramo da tesoura,
automaticamente, sem nenhuma
intervenção visível de mão humana, passou a se movimentar,
aproximando-se e se afastando do primeiro como ocorre no ato de seccionar um
objeto. Procuramos ver se o movimento que presenciávamos na tesoura estendia-se
a outras peças do instrumental cirúrgico empregado na operação e nada pudemos registrar, ouvindo-se, no
entanto barulho de entrechoques de metais e o ruído do seccionamento dos
tecidos. Decorridos poucos
minutos, o Dr Adolf Fritz, através da intervenção do médium Arigó, retirou do campo
operatório uma das tesouras introduzidas, que se apresentava ligeiramente
impregnada de sangue. Tornou a repor a tesoura no local, dizendo: - “Senhor!. Não quero que haja sangue!”. E a intervenção se fez sem
hemorragia. Tomando em seguida uma pinça, recomendou-nos prestar atenção e,
introduzindo no local da intervenção, retirou um pedaço de tecido com cerca de
8x4 centimetros, mostrando-o a todos os presentes. A primeira impressão que tive foi que se tratasse da extirpação
do útero, mas, como informasse ele à doente que ainda poderia conceber, conclui
que se tratava de operação de um tumor uterino. Sem praticar nenhuma anestesia,
no decorrer de toda a intervenção, manteve-se a paciente com fisionomia calma e
tranquila, não deixando transparecer, absolutamente, nenhum gesto ou reação de
dor. (Segundo o marido, “retirado
o tumor, o Dr. Fritz deu uns quatro ou cinco socos no ventre –
local antes dolorido -, e sua mulher permaneceu impassível, sem nada sentir).
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
SINTONIA MENTAL: MAIS CLARO IMPOSSÍVEL
Uma
das fascinantes revelações feitas pelo Espiritismo, sem dúvida, refere-se à
influência espiritual que pode evoluir para os processos obsessivos percebidos
nos comportamentos das criaturas humanas. Fatos comprovados através da contribuição
de milhares de médiuns há mais de um século e meio, bem como de trabalhos como
os do psiquiatra Dr Inácio Ferreira
preservados em livros como NOVOS RUMOS À
MEDICINA ou A PSIQUIATRIA EM FACE DA
REENCARNAÇÃO (feesp), os quais resumem experiências do médico na direção
clínica do Sanatório Espírita de Uberaba. Pouco depois da publicação do
primeiro dos trabalhos, o Espírito conhecido como André Luiz repassaria para
nosso Plano através do médium Chico Xavier, a obra LIBERTAÇÃO (feb, 1949), que
tem por tema central um caso enquadrado na classificação proposta por Allan
Kardec como subjugação. Numa das apreciações ali reproduzidas, aprendemos:-“Nossa mente, em qualquer parte, é um centro psíquico de atração
e repulsão. O Espírito encarnado respira numa zona de vibrações mais lentas,
enfaixado num veículo constituído de trilhões de células que são outras tantas
vidas microscópicas inferiores. Cada vida, porém, por mais insignificante,
possui expressão magnética especial. A vontade, não obstante condicionada por
leis cósmicas e morais, inclinará a comunidade dos corpúsculos vivos que
permanecem a seu serviço por tempo limitado, à maneira do eletricista que liga
as forças da usina para atividades num charco ou para serviços numa torre. Sendo
cada um de nós uma força inteligente, detendo faculdades criadoras e atuando no
Universo, estaremos sempre engendrando agentes psicológicos, através da energia
mental, exteriorizando o pensamento e com ele improvisando causas possíveis,
cujos efeitos podem ser próximos ou remotos sobre o ponto de origem. Abstendo-nos
de mobilizar a vontade, seremos invariáveis joguetes das circunstâncias
predominantes, no ambiente que nos rodeia; contudo, tão logo deliberemos
manobrá-la, é indispensável resolvamos o problema de direção, porquanto nossos
estados pessoais nos refletirão a escolha íntima. Existem princípios, forças e
leis no universo minúsculo, tanto quanto no universo macrocósmico. Dirija um
homem a sua vontade para a ideia de doença e a moléstia lhe responderá ao
apelo, com todas as características dos moldes estruturados pelo pensamento
enfermiço, porque a sugestão mental positiva determina a sintonia e
receptividade da região orgânica, em conexão com o impulso havido, e as
entidades microbianas, que vivem e se reproduzem no campo mental das milhões de
pessoas que as entretêm, acorrerão em massa, absorvidas pelas células que as
atraem, em obediência às ordens interiores, reiteradamente recebidas, formando
no corpo a enfermidade idealizada. Claro que nesse capítulo temos a questão das
provas necessárias, nos casos em que determinada personalidade renasce, atendendo
a impositivos das lições expiatórias, mas, mesmo aí, o problema de ligação
mental é infinitamente importante, porquanto o doente que se compraz na aceitação
e no elogio da própria decadência acaba na posição de excelente incubador de
bactérias e sintomas mórbidos, enquanto que o espírito em reajustamento, quando
reage, valoroso, contra o mal, ainda mesmo que benéfico e merecido, encontra
imensos recursos de concentrar-se no bem, integrando-se na corrente de vida
vitoriosa. Nossa mente é uma entidade colocada entre forças inferiores e
superiores, com objetivos de aperfeiçoamento. Nosso organismo perispiritual,
fruto sublime da evolução, quanto ocorre ao corpo físico na esfera da Crosta,
pode ser comparado aos polos de um aparelho eletromagnético. O espírito
encarnado sofre a influencia inferior, através das regiões em que se situam o
sexo e o estômago, e recebe os estímulos superiores, ainda mesmo procedentes de
almas não sublimadas, através do coração e do cérebro. Quando a criatura busca
manejar a própria vontade, escolhe a companhia que prefere e lança-se ao
caminho que deseja”. Esclarece, porém: -“Se
não escasseiam milhões de influxos primitivistas, constrangendo-nos, mesmo
aquém das formas terrestres a entreter emoções e desejos, em baixos círculos, e
armando-nos quedas momentâneas em abismos do sentimento destrutivo, pelos quais
já peregrinamos há muitos séculos, não nos faltam milhões de apelos santificantes,
convidando-nos à ascensão para a gloriosa imortalidade”.
sábado, 2 de janeiro de 2016
ALLAN KARDEC ANALISA UM CASO DE TELEPATIA
No
número de outubro de 1864 da REVISTA
ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz artigo de sua autoria baseado em matéria
de publicação literária diária de Paris, em que um articulista chamado Émile
Deschamps relata experiência pessoal na qual, em viagem pela França,
abrigando-se da chuva num dos magazines de cidade que visitava, sentiu-se
compulsivamente atraído por jovem que ali trabalhava. Afirmando tal interesse
não ser determinado pela sua beleza, comprou alguns pequenos objetos e, ao
pagá-los disse a ela: -“Obrigado, senhorita Sara’. A jovem
me olhou com ar um pouco surpreso. -Isto vos espanta, retomei, que um
estranho saiba o vosso nome, um de vossos pequenos nomes; mas se quiserdes
pensar atentamente em todos os vossos nomes, eu vo-los direi sem hesitar.
Pensai nisso? - Sim, senhor, respondeu ela, metade rindo e metade
tremendo. - Pois bem! continuei, olhando-a fixamente na testa, vos
chamais Sara, Adèle, Benjamine N...- É verdadeiro, replicou e depois de
alguns segundos de estupor, se pôs a rir completamente, e vi que pensava que eu
tivera essas informações na vizinhança, com o que me divertia. Mas eu, que
sabia bem que disso não sabia uma palavra, fiquei assustado com essa
adivinhação instantânea. No dia seguinte, e nos seguintes, corri à loja; minha
adivinhação se renovava a todo momento. Pedia-lhe para pensar em alguma coisa,
sem ma dizer, e quase em seguida lia sobre sua fronte esse pensamento não
explicado. Pedia-lhe para escrever algumas palavras com um lápis mas
escondendo, e, depois de tê-la olhado um minuto, escrevi de minha parte as
mesmas palavras na mesma ordem. Eu lia em seu pensamento como num livro aberto,
e ela não lia no meu: eis a minha superioridade; mas ela me impunha suas ideias
e emoções. Que pensasse seriamente nesse objeto; que repetisse palavras num
escrito, e súbito eu adivinhava tudo. O mistério estava entre o seu cérebro e o
meu, não entre minhas faculdades de intuição e as coisas materiais. O que quer
que seja, tinha-se estabelecido entre nós dois uma relação tanto mais íntima quanto
mais pura. Uma noite, ouvi em meu ouvido uma voz forte que me gritava: Sara
está doente, muito doente! Corri à sua casa; um médico a velava e atendia
uma crise. Na véspera, Sara fora acometida por uma febre ardente; o delírio
continuou toda a noite. O médico me chamou à parte, e me fez entender que temia
muito. Dessa posição eu via inteiramente a fronte de Sara, e minha intuição o
trazendo sobre minha própria inquietude: Doutor, disse-lhe baixinho, quereis
saber de que imagem seu fervente sono está ocupado? Ela se crê neste
momento na grande Ópera de Paris, onde jamais foi, e uma dançarina corta, entre
outras ervas, uma planta de cicuta, e a atira exclamando: É para ti. O
médico me acredita em delírio. Alguns minutos depois a doente despertou
pesadamente, e suas primeiras palavras foram: "Oh! como é bela a Ópera!
mas por que, pois, esta cicuta, que me atira esta bela ninfa? "O médico
ficou estupefato. Uma poção onde entrava a cicuta foi administrada a Sara, que
se achou curada em alguns dias”. Comentando o fato, Allan Kardec observa que “os exemplos
de transmissão de pensamento são muito frequentes, não talvez de maneira tão
caracterizada como no fato acima, mas sob formas diversas. Quantos fenômenos se
passam assim diariamente sob nossos olhos, que são como os fios condutores da
vida espiritual, e aos quais, no entanto, a ciência não se digna conceder a
menor atenção"! Argumenta que ligação
íntima da vida espiritual e da vida orgânica durante a existência terrestre;
destruição da vida orgânica e persistência da vida espiritual depois da morte;
a ação do fluido perispiritual sobre o organismo; reação incessante do Mundo Invisível
sobre o Mundo Visível e reciprocamente: tal é a lei que o Espiritismo vem
demonstrar e que abre à ciência e, ao homem, horizontes inteiramente novos.
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