Muitos
ante o caos social observado no Mundo entendem haver poucas possibilidades das
coisas melhorarem, não enxergando nada além do fundo do poço onde parecemos
todos mergulhar dia após dia. No número de janeiro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec desenvolve
alguns raciocínios importantes para reflexões. Diz ele: -“ Durante um certo período, a
população do Globo é quase composta dos mesmos Espíritos, que nele reaparecem
em diversas épocas, até que tenham alcançado um grau de depuração suficiente
para irem habitar mundos mais avançados. Segundo o ensinamento dado pelos
Espíritos superiores, essas emigrações e essas imigrações dos Espíritos
encarnados sobre a Terra ocorrem de tempos em tempos individualmente; mas, em
certas épocas, elas se operam em massa, em consequência das grandes revoluções
que dela fazem desaparecer quantidades inumeráveis, e são substituídos por
outros Espíritos que constituem, de alguma sorte, sobre a Terra ou sobre uma
parte da Terra, uma nova geração. O Cristo disse uma palavra notável que não
foi compreendida, como muitas outras que se tomaram ao pé da letra, sem pensar
que, quase sempre, ele falou por figuras e parábolas. Anunciando grandes
mudanças no mundo físico e no mundo moral, disse ele: Eu vos digo, em
verdade, que esta geração não passará antes que estas coisas tenham se cumprido;
ora, a geração do tempo do Cristo passou há dezoito séculos sem que estas
coisas tenham chegado; é preciso disso concluir, ou que o Cristo se enganou, o
que não é admissível, ou que suas palavras tinham um sentido oculto, que se
interpretou mal. Se nos reportarmos agora ao que dizem os Espíritos, não
somente a nós, mas pelos médiuns de todos os países, atingimos o cumprimento
dos tempos preditos, uma época de renovação social, quer dizer, a uma época de
uma dessas grandes emigrações dos Espíritos que habitam a Terra. Deus, que para
ela os enviara para se melhorarem, nela deixou-os o tempo necessário para
progredirem', fê-los conhecer as suas leis, primeiro por Moisés, em seguida
pelo Cristo; fê-los advertir pelos profetas; em suas reencarnações sucessivas,
puderam tirar proveito desses ensinamentos; agora é chegado o tempo em que
aqueles que não aproveitaram da luz, aqueles que violaram as leis de Deus e
desconheceram seu poder, vão deixar a Terra onde estariam, doravante,
deslocados no meio do progresso moral que se cumpriu, e ao qual não poderiam
senão trazer entraves, seja como homens, seja como Espíritos. A geração da qual
o Cristo falou, não podendo se reportar aos homens vivendo em seu tempo,
corporalmente falando, deve se entender da geração dos Espíritos que
percorreram, sobre a Terra, os diversos períodos de suas encarnações e que vão
deixá-la. Vão ser substituídos por uma nova geração de Espíritos que, mais
avançados moralmente, farão reinar, entre eles, a lei de amor e de caridade
ensinada pelo Cristo, e cuja felicidade não será perturbada pelo contato dos
maus, dos orgulhosos, dos egoístas, dos ambiciosos dos ímpios. Parece mesmo, no
dizer dos Espíritos, que já entre as crianças que nascem agora, muitas são a
encarnação de Espíritos dessa nova geração. Quanto àqueles da antiga geração
que tiverem bem merecido, mas que, no entanto, não atingiram ainda um grau de
depuração suficiente para chegar aos mundos mais avançados, eles poderão
continuar a habitar a Terra e nela cumprir ainda algumas encarnações, mas,
então, no lugar de ser uma punição, isto será uma recompensa, uma vez que nela
serão mais felizes por progredirem. O tempo em que uma geração de Espíritos
desaparece, para dar lugar a uma outra, pode ser considerado como o fim do
mundo, quer dizer, do mundo moral.
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