Guerras,
atentados deflagrados por fanáticos suicidas, revoluções... Quais as
consequências para os responsáveis diretos ou indiretos? Allan Kardec comentando a
questão das responsabilidades coletivas perante a Lei de Causa e Efeito escreveu: - “Não
se pode duvidar de que haja famílias, cidades, nações, raças culpadas, porque,
dominadas pelos instintos do orgulho, do egoísmo, da ambição, da cupidez, caminham
em má senda e fazem coletivamente o que um indivíduo faz isoladamente; uma
família se enriquece às expensas de outra família; um povo subjuga outro povo,
e leva-lhe a desolação e a ruína; uma raça que aniquilar outra raça. Eis porque
há famílias, povos e raças sobre os quais cai a pena de talião”. Acrescenta ainda
que “quem matou pela espada perecerá pela espada”, disse o Cristo. Estas
palavras podem ser traduzidas assim: Aquele que derramou sangue verá seu sangue
derramado; aquele que passeou a tocha do incêndio em casa de outrem, verá a
tocha do incêndio passear em sua casa; aquele que despojou, seja despojado;
aquele que subjugou e maltratou o fraco, será fraco, subjugado e maltratado,
por sua vez, quer seja um indivíduo, um nação ou uma raça, porque os membros de
uma individualidade coletiva são associados tanto do Bem como do mal que se faz
em comum”. Embora poucos tenham se atido à associações, os
primeiros livros da série conhecida como NOSSO
LAR, foram psicografados por Chico Xavier enquanto a chamada
Segunda Guerra Mundial se desenvolvia no solo europeu, tendo o autor dos livros
podido acompanhar as repercussões dos acontecimentos da nossa Dimensão no Plano
Espiritual. Considerando que a intensificação dos efeitos destrutivos ao longo
do restante do século 20 e início do 21 como consequência dos abismos sociais
que a falta de educação espiritual abriram nos diferentes agrupamentos humanos,
acarretam os mesmos comprometimentos a nações, destacamos alguns aspectos
expostos pelos que de outros Planos analisavam o problema dos anos 40: - “Quando um país toma a iniciativa da guerra, encabeça a desordem da
Casa do Pai, e pagará um preço terrível. (...) As zonas superiores da vida se
voltam em defesa justa, contra os empreendimentos da ignorância e da sombra,
congregados para a anarquia e, consequentemente, para a destruição. (...) Nos acontecimentos
dessa natureza, os países agressores convertem-se, naturalmente, em núcleos
poderosos de centralização das forças do mal. Sem se precatarem dos perigos
imensos, esses povos, com exceção dos Espíritos nobres e sábios que lhes
integram os quadros de serviço, embriagam-se ao contato dos elementos de
perversão, que invocam das camadas sombrias. Coletividades operosas
convertem-se em autômatos do crime. Legiões infernais precipitam-se sobre grandes
oficinas do progresso comum, transformando-as em campos de perversidade e
horror. Mas, enquanto os bandos escuros se apoderam da mente dos agressores, os
agrupamentos espirituais da vida nobre movimentam- se em auxílio dos agredidos.
Se devemos lastimar a criatura em oposição à lei do bem, com mais propriedade
devemos lamentar o povo que olvidou a justiça .(NL,41) No segundo livro repassado
mediúnicamente, a certa altura destaca informações de um Instrutor: - “O presente período
humano é de conflitos devastadores e as vibrações contraditórias que nos
atingem são de molde a enfraquecer qualquer ânimo menos decidido. Desencarnados
e encarnados empenham-se em batalhas destruidoras. É uma lástima. Sangrentas lutas
estão sendo travadas na superfície do Globo. Os que não se encontram nas linhas
de fogo, permanecem nas linhas da palavra e do pensamento. Quem não luta nas ações
bélicas, está no combate das ideias, comentando a situação. Reduzido número de
homens e mulheres continuam cultivando a espiritualidade superior. É natural,
portanto, que se intensifiquem, ao longo da Crosta, espessas nuvens de resíduos
mentais dos encarnados invigilantes, multiplicando as tormentas destruidoras.(M,17) Noutro momento um
prognóstico: - “Embalde voltarão os países do
mundo aos massacres recíprocos. O erro de uma nação influirá em todas, como o
gemido de um homem perturbaria o contentamento de milhões. A neutralidade é um
mito, o insulamento uma ficção do orgulho político. A Humanidade terrestre é
uma família de Deus, como bilhões de outras famílias planetárias no Universo
Infinito. Em vão a guerra desfechará desencarnações em massa. Esses mesmos
mortos pesarão na economia espiritual da Terra. Enquanto houver discórdia entre
nós, pagaremos doloroso preço em suor e lágrimas. A guerra fascina a
mentalidade de todos os povos, inclusive de grande número de núcleos das
esferas invisíveis. Quem não empunha as armas destrói dons, dificilmente se
afastará do verbo destruidor, no campo da palavra ou da ideia. Mas, todos nós pagaremos
tributo. É da Lei Divina, que nos entendamos e nos amemos uns aos outros. Todos
sofreremos os resultados do esquecimento da lei, mas cada um será
responsabilizado, de perto, pela cota de discórdia que haja trazido à família
mundial. (M,18)
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