Allan
Kardec ponderou que “É preciso poder
encarar a morte sob o seu verdadeiro ponto de vista, quer dizer, penetrar, pelo
pensamento, no Mundo Espiritual, e dele fazer uma ideia tão exata quanto
possível, o que denota, no Espírito encarnado, um certo desenvolvimento e uma
certa aptidão para se desligar da matéria. Entre os que não estão
suficientemente avançados, a vida material domina, ainda sobre a Vida
Espiritual”, ponto de vista que coincide com alguns pensadores do Hinduísmo
da Antiguidade que afirmavam ser “a
verdadeira natureza dos denominados Planos Espirituais incompreensível
para a mente de uma pessoa ainda pouco espiritualizada”. O final
do século 20 acendeu uma luz no ramo da Ciência denominado Física Quântica a
partir da confirmação matemática da existência dos Universos Paralelos,
surpreendendo os seguidores das evoluções nessa área com a afirmação de que “segundo
as Teorias das Supercordas, mesmo que as dimensões ocultas do espaço sejam
imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”, registrada pelo físico Marcelo Gleiser, em seu livro CRIAÇÃO
IMPERFEITA (2010,record),
onde diz ainda que “num modelo cosmológico em que o multiverso
supostamente existe, nosso Universo seria apenas um dentre um número talvez
infinito de Universos”. O
Espiritismo na sua obra inicial O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em sua questão 85 revela que “na
ordem das coisas, o Mundo Espiritual é o principal pois preexiste e sobrevive a
tudo” e o médium Chico
Xavier dentro da simplicidade que lhe era característica explica no
livro IMAGENS NO ALÉM (ide) que “se cortarmos uma cebola ao
meio teremos uma ideia de como se estrutura o Mundo Espiritual”. Se buscarmos aprofundar o assunto hoje, procurando responder porque não
vemos o Mundo Espiritual, os conhecimentos disponíveis nos levam a compreender
que o olho humano possui
variadas limitações que associadas à sub utilização do cérebro o impedem de
enxergar imagens fora da Terceira Dimensão, bem como, cores além do espectro de
vibrações do infravermelho e do ultravioleta, necessitando da analogia para
entender a realidade que o cerca. A incapacidade de abstrair ainda nos isola da
realidade apenas compreendida pela analogia. Outra dúvida que incomoda aqueles que - desprovidos de preconceitos -
querem saber: - Jesus falou sobre esse Mundo Espiritual? E a resposta
pode ser: - Não objetivamente como, por sinal, na maioria dos textos
que preservaram – segundo se supõem – seu pensamento. Fala sobre as “muitas
moradas na Casa do Pai” sem explicar-se sobre isso, referindo-se no ultimo
entendimento tido com seus seguidores que iria preparar-lhes o lugar sem dizer
exatamente o que significava isto. A Escola religiosa organizada em torno de
seus ensinamentos, fortemente influenciada pelas práticas pagãs,
incorporou, a princípio, os conceitos de Céu e Inferno nas suas cogitações
sobre a vida e a morte acrescendo a elas o do Purgatório somente no ano 593 (Século
VI) da Era Cristã. Contudo, entre o séculos 13 e 14, um exilado florentino
chamado Dante Aleghieri, ao que parece, vivenciou uma série de experiências
extra-sensoriais através de “sonhos”, atormentado pela morte de uma jovem
chamada Beatriz, a qual passou a procurar nos Planos Extrafísicos tal como
definidos pela escola religiosa que seguia. Nasceu assim uma obra, inicialmente
intitulada COMÉDIA, posteriormente, denominada DIVINA COMÉDIA, em que descreve
sua peregrinação guiado pelo poeta pagão Virgílio pelas estruturas invisíveis
desde o Inferno caracterizado pela tristeza até o Paraiso onde impera a
alegria. Cada um dos Planos é subdividido em nove subplanos, abrigando
Espíritos prisioneiros dos efeitos de suas ações durante sua passagem pelo
corpo físico ou Mundo Material. A obra, até pela divergência entre o autor e o
clero, foi meramente classificada como o marco inicial da literatura
italiana. Pesquisa nos conteúdos das Escolas religiosas
remotas, sobre qual é a mais antiga e racional informação sobre o chamado Mundo
Espiritual de que se tem notícia, demonstram que “provavelmente seja a
que se irradia da Índia milenar, segundo a qual, a matéria é apenas uma forma
muito baixa de energia, inclusive pertencendo a esses graus baixos a matéria
mais fina que se possa imaginar”.
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