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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

ALERTA

Jornalista por vocação e profissão, graduado em Filosofia pela Universidade de São Paulo, José Herculano Pires (1914-1979) deixou uma legado de obras que precisariam ser estudadas pelos interessados em Espiritismo. Desenvolveu em seus últimos anos de vida análises importantes para entendermos a problemática da fé neste turbulento momento vivido pela Humanidade. AGONIA DAS RELIGIÕES, REVISÃO DO CRISTIANISMO e, entre outras, CURSO DINÂMICO DE ESPIRITISMO – O GRANDE DESCONHECIDO que não chegou a ver publicado. Reconhecida como o Cristianismo redivivo, denuncia na obra, o grande perigo que a Doutrina Espírita corre de sofrer as deformações, deturpações e desvios da proposta de Jesus, originadas na grande ignorância da maioria dos seguidores da contribuição de Allan Kardec. Exaltado por “Chico Xavier como “o melhor metro que mediu Kardec” o conhecido e lucido professor traça um paralelo entre as duas fases das escolas e denuncia: -“A luta contra o Cristianismo só se tornou eficaz quando os adeptos se deixaram fascinar pelo já agonizante Império Romano. Graças a essa fascinação o Império conseguiu submeter o Cristianismo ao seu serviço e o desfigurou em pouco tempo. No Espiritismo temos agora a técnica semelhante do Império das Trevas, organizado nas regiões inferiores do Mundo Espiritual, onde os Espíritos apegados à matéria, revestidos de corpo espiritual em que os elementos materiais predominam, continuam a viver em condições terrenas. População maior do que a encarnada na crosta do Planeta, essas entidades disputam as almas ignorantes e vaidosas das fileiras espíritas e as utilizam como instrumentos de confusão no meio doutrinário. As mistificações mais grosseiras são aceitas por esses adeptos vaidosos, que chegam à extrema audácia de aviltar os textos da Codificação Kardequiana e tentar substituí-los por obras eivadas de contradições e absurdos de toda a espécie. Ao invés de procurarem instruir-se, melhorar seus conhecimentos, pretendem transformar-se em novos reveladores de mistérios assombrosos. Há várias correntes já formadas no meio espírita, contra as quais as pessoas sensatas precisam precaver-se. É claro que essas mistificações de homens fátuos e Espíritos inconsequentes serão varridas pela evolução, mas até que isso aconteça haverá tempo suficiente para que muitas criaturas ingênuas sejam envolvidas em processos obsessivos. Todo espírita consciente de suas responsabilidades humanas e doutrinárias está no dever intransferível de lutar contra essas ondas de poluição espiritual que pesam na atmosfera terrena. Ninguém tem o direito de cruzar os braços em nome de uma falsa tolerância que os levará à cumplicidade. Os próprios e infelizes corifeus e propagadores dessas teorias ridículas são os mais necessitados de socorro. É legítima caridade repelir todas essas fantasias em nome da verdade, mesmo que isso magoe os companheiros iludidos. A tolerância comodista dos que vêem o erro e se calam é crime que terá de ser pago no futuro. Quem pactua com o erro para não criar problemas está, sem o saber, enleando-se nas teias sombrias da mentira, compromissando-se com os mentirosos. E esse compromisso é um desrespeito a todos os que se sacrificaram no passado e se sacrificam no presente para ajudar a Humanidade na defesa dos seus direitos evolutivos. Este é o momento grave da evolução terrena em que não podemos esquecer a advertência de Jesus: Seja o teu falar sim, sim; não, não. Multidões de criaturas foram sacrificadas no passado para que a Humanidade se libertasse de seus enganos e pudesse encontrar os caminhos limpos da verdade, ou seja, das coisas reais, verdadeiras, que nos conduzem ao saber e à liberdade. Se trairmos hoje, comodistamente, esses mártires inumeráveis, estaremos conspurcando a dignidade humana, cobrindo de lixo as sendas da verdade abertas pelo Cristo e agora reabertas pelo Espírito da Verdade através de Kardec. Trocar o ensino puro do Mestre pelas bugigangas de camelôs vaidosos é fazer o papel dos porcos da parábola, que rejeitam as pérolas e avançam, raivosos contra quem as oferece. Palavras duras, sem dúvida, mas que foram usadas por Jesus para despertar as almas empedernidas. Não há mais lugar para comodismos, compadrismos, tolerâncias criminosas no meio espírita. Cada um será responsável pelas ervas daninhas que deixar crescer ao seu redor. É essa a maneira mais eficaz de se combater o Espiritismo na atualidade: cruzar os braços, sorrir amarelo, concordar para não contrariar, porque, nesse caso, o combate à doutrina não vem de fora, mas de dentro do movimento doutrinário”.

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