Descortinando
o desconhecido Mundo Espiritual e suas interações com este em que vivemos
momentaneamente, Allan Kardec identifica e define a mediunidade como o
instrumento que possibilita as influências recíprocas entre as diferentes
Dimensões. Esclarece também que as relações entre os Espíritos encarnados e
desencarnados pode se transformar nas perturbações chamadas obsessão que podem
ser individuais ou verdadeiras epidemias coletivas atingindo desde famílias até
parte da população de cidades como o caso de Morzine, na Alta Saboia(Alpes franceses). No
profícuo tempo do surgimento da Doutrina Espírita diferentes fenômenos eram não
apenas produzidos nas reuniões da Sociedade Espírita de Paris como comunicados
através de cartas enviadas por dezenas de correspondentes da REVISTA ESPÍRITA distribuídos por mais
de mil grupos inspirados no Espiritismo em várias regiões da Europa, norte da
África e América. Há casos de obsessão coletiva como os enfeixados na obra OBSESSÃO que compila vários casos
expostos nas páginas da importante publicação fundada e dirigida por Allan
Kardec de 1858/1869. O mais surpreendente: pode atingir inclusive significativo número de habitantes de um país. Na
edição de fevereiro de 1865, encontra-se interessante matéria explicando
o fenômeno denominado Ramanenjana que se abateu sobre Madagascar, na famosa ilha e que culminou no
atentado que matou o príncipe Radama II. Ramanenjana significa tensão, exprime uma
estranha doença que, de início, se manifestou ao sul de Emirne. A princípio era
apenas um vago rumor que circulava entre o povo. Noticiava-se que numerosos
grupos de homens e mulheres, acometidos por uma afecção misteriosa, subiam do
sul para a capital, para falar ao rei, da parte de sua mãe (o
Espírito da Rainha). Dizia-se que tais grupos se encaminhavam em
pequenas jornadas, acampando cada noite nos vilarejos e engrossando, ao longo
do caminho, com todos os recrutas que fazia na sua passagem. (...). Esta doença
age especialmente sobre os nervos, neles exercendo uma pressão tal que logo
provoca convulsões e alucinações, das quais apenas se dá conta do ponto de
vista da ciência. Os que são atingidos sentem, inicialmente, violentas dores na
cabeça, na nuca e depois no estômago. Ao cabo de algum tempo começam os
acidentes convulsivos; é então que os vivos entram em comunicação com os
mortos: veem a rainha Ranavalona, Radama I, Andrian Ampoinemerina e outros, que
lhes falam e lhes dão incumbências. A maior parte dessas mensagens é dirigida a
Radama II. Os Ramanenjana parecem especialmente enviados para a velha
Ranavalona, para dar a entender a Radama que ele deve voltar ao antigo regime,
fazer cessar a prece, expulsar os brancos, interditar os porcos na cidade
santa, etc., etc; caso contrário, grandes desgraças o ameaçam, e que ela o
renegará como seu filho. Pronunciando-se a respeito Allan Kardec escreve:- “Esses
fenômenos são o resultado de uma obsessão, ou possessão coletiva, verdadeira
epidemia de Espíritos maus, como se produziu ao tempo do Cristo e em muitas
outras épocas. Cada população deve fornecer ao Mundo Invisível ambiente
Espíritos similares que, do espaço, reagem sobre essas mesmas populações, das
quais, devido à sua inferioridade, conservaram os hábitos, as inclinações e os
preconceitos. Os povos selvagens e bárbaros estão, pois, cercados por uma massa
de Espíritos ainda selvagens e bárbaros, até que o progresso os tenha levado a
se encarnarem num meio mais adiantado”. Referenda seu parecer
reproduzindo uma comunicação espiritual psicografada pela médium Sra Delanne,
na sequencia da reunião de 12 de janeiro de 1865, assinado por entidade
presente que acompanhou a leitura e debates em torno do fato. Entre outras
coisas diz: -“Essas alucinações, não passam de uma obsessão, embora de caráter
diferente do das que conheceis. Aqui é uma obsessão coletiva, produzida por uma
plêiade de Espíritos atrasados que, tendo conservado suas antigas opiniões
políticas, vêm tentar perturbar os seus compatriotas, por meio dessas
manifestações, a fim de que estes últimos, tomados de pavor, não ousem apoiar
as ideias de civilização que começam a implantar-se nesses países onde o
progresso começa a despontar. Os Espíritos obsessores que impelem essa pobre
gente a tantas manifestações ridículas são os dos antigos malgaxes, furiosos,
repito, por verem os habitantes dessas regiões admitindo as ideias de
civilização, que alguns Espíritos adiantados, encarnados, têm a missão de
implantar entre eles. Assim, muitas vezes os ouvis repetir: “Nada de preces,
abaixo os brancos, etc.” É para vos fazer compreender que são antipáticos a
tudo quanto possa vir dos europeus, isto é, do centro intelectual (...).
Observando os detalhes, cada individualidade oferece um estudo especial, ao
passo que as manifestações de Madagáscar têm a espontaneidade e o caráter
nacional. É toda uma população de antigos Espíritos atrasados, que veem com
despeito sua pátria sofrer a influência do progresso. Não tendo progredido,
eles próprios buscam entravar a marcha da Providência”.
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
quarta-feira, 30 de março de 2016
segunda-feira, 28 de março de 2016
NÃO PODERIA DEIXAR PASSAR
A proposta revolucionária
do Espiritismo não poderia desconsiderar a questão da vida fora da Terra e, por
isso, Allan Kardec incluiu entre os questionamentos entre os
Instrutores Espirituais que o auxiliavam na elaboração do livro base do
Espiritismo – O LIVRO DOS ESPÍRITOS -, perguntas sobre o tema. Obteve
como esclarecimento que “todos os Globos que circulam no espaço são
habitados, estando o homem bem longe de ser, como acredita, o primeiro em
inteligência, bondade e perfeição", que “não sendo a mesma a
constituição física dos mundos, os seres que os habitam tem organização
diferente, como entre nós os peixes são feitos para viver na água e os pássaros
no ar”, devendo ser as condições de existência dos seres apropriadas ao
meio em que tem de viver, frisando Allan Kardec que se nunca tivéssemos
visto peixes não compreenderíamos, como alguns seres podem viver na água. Anos
depois, no número de março de 1859, da REVISTA ESPÍRITA, encontra-se
preservada uma evocação autorizada pelo dirigente espiritual da Sociedade
Espírita de Paris com o grande vulto da Humanidade, Alexandre Von Humboldt,
em que afirma ter sido escolhido entre outros para desenvolver as
experiências históricas no campo do clima planetário, revelando ainda
que sua existência anterior se passou num mundo superior longe e muito
diferente da Terra. Na edição de março de 1867,
encontra-se interessante texto sobre um Espírito chamado Lumen
comentando que o mesmo logo após sua libertação pelo fenômeno da morte “transportou-se
com a velocidade do pensamento para o grupo de Mundos componentes do sistema da
estrela designada em Astronomia sob o nome de Capella ou Cabra”. Praticamente
um século depois, o Espírito André Luiz em entrevista reproduzida
no ANUÁRIO ESPÍRITA 64, explicou que “Espíritos originários de
outras plagas costumam estagiar na Terra em encarnações de exercício evolutivo
com frequência, de vez que muitos Espíritos superiores se reencarnam no planeta
terrestre a fim de colaborarem na educação da Humanidade e criaturas inferiores
costumam aí sofrer curtos ou longos períodos de exílio das elevadas comunidades
a que pertencem, pela cultura e pelo sentimento, porquanto, a queda moral de
alguém tanto se verifica na Terra quanto em outros domicílios do Universo”. Pesquisa
em obras alusivas a antigas civilizações demonstra que fatos relacionados a
OVNIs encontram-se preservadas em sugestivos registros sobre episódios
envolvendo tais veículos. Vejamos alguns: 1- India
–MAABÁRATA – Livro I, cap 4 – “Deslumbrantes carros celestes em grande
número atravessavam o céu sem nuvens”/ Livro VIII, cap 8 – “Devas em seus carros sobre nuvens
e gandharvas no céu Olhavam do alto com
mudo espanto os chefes humanos”.
2- Egito – LIVRO DOS MORTOS – Capítulos 124,17 – “Falo com
os adeptos dos Deuses. Falo com o Disco. Falo com os Seres brilhantes”. /Capítulo
78,14 – “Eu sou um daqueles Seres brilhantes que vivem em raios de luz”. 3- Babilônia – CILINDROS DE
BARRO ENCONTRADOS EM BIBLIOTECA de NÍNIVE – “O Rei Etan, que viveu há
mais ou menos 5 mil anos, foi levado como hóspede de honra numa nave voadora em
forma de escudo, a qual pousou numa praça atrás do palácio real, rodando
circundada por um vórtice de chamas(..). No meio dum remoinho de chamas e
fumaça, ela subiu tão alto, que a Terra,
com seus mares, ilhas, continentes, parecia como “um pão numa cesta”; depois
desapareceram de vista”. 4-
Japão – “Em 9 a.C., em 10 de fevereiro, apareceram no céu 9
sóis que causaram muito caos na Terra e na Dinastia Yamato que foi lançada em
grande confusão. Foi no décimo ano do Imperador Suinin. Eram 9 sóis, ou discos
solares, como os antigos os chamavam, eram discos voadores”. / Em
638 d.C – No dia 26 do primeiro mês da primavera, uma estrela
comprida apareceu no noroeste. O sacerdote Bin disse que era uma estrela
vassoura”. / Em 11 de agosto de 671 d.C. – “Um objeto
flamejante foi visto voando para o norte de muitos países no Japão”. /
sábado, 26 de março de 2016
UM CORAÇÃO RENOVADO
Apesar do tradicional feriado religioso
da sexta feira santa, as atividades do Centro Espírita Luiz Gonzaga da noite de
7 de abril de 1955 aconteceram como regularmente. No grupo foi mais Intensa a
movimentação socorrista em favor dos sofredores desencarnados, dentre os quais
sobressaíram diversos irmãos hansenianos que, mesmo além da morte, revelavam
dolorosas fixações mentais de revolta e amargura. Concluindo as tarefas, no
horário dedicado aos Instrutores Espirituais, os recursos psicofônicos do
médium Chico Xavier foram
ocupados pelo poeta Jésus Gonçalves,
desencarnado em Pirapitinguí, que também passou pela provação da lepra, cuja
palavra nos trouxe amoroso esclarecimento. Chico não conhecera o Espírito quando encarnado a não ser
através de correspondência recebida do Leprosário de Pirapitingui onde
mantinha-se segregado desde anos antes transferido de outro da cidade de Bauru
(SP) onde residira até os 27 anos quando recebeu o diagnóstico da doença degenerativa.
Desencarnando no inicio de 1947, em março apresentou-se semanas depois ao
médium em reunião particular que este realizava com companheiros de São Manuel
(SP), irradiando intensa luminosidade, particularmente nas áreas do corpo
identificadas por Chico como
as mesmas que vira na derradeira foto que Jésus lhe remetera tempos antes de sua morte física. Assumindo
o controle das faculdades mediúnicas de Chico
disse: -“Amigos. Sou o vosso irmão Jésus Gonçalves, o
leproso de Pirapitingui, a quem o Espiritismo ofereceu nova visão da vida. Agradeço-vos
o concurso fraterno, em socorro dos irmãos hansenianos desencarnados. Vieram conosco, entre a lamentação e
a revolta, perturbados e oprimidos... No
mundo, receberam a chaga física por maldição, quando poderiam utilizá-la como
porta salvadora, e, no mundo
espiritual, experimentam os efeitos da rebeldia. Trazem, ainda, na organização perispirítica, os remanescentes da
enfermidade que os acabrunhava
e, no íntimo, sofrem a indisciplina e a inconformação. Graças a Jesus, porém, recolheram o benefício da calma, pelas
sementes de renovação evangélica
espalhadas em vossos estudos de hoje e esperamos possam imprimir, desde agora,
novos rumos à própria
transformação. E, agora, peço
permissão para orar convosco. Nesta
noite, em que toda a Cristandade se volta, reconhecida, para a memória do
Mestre, sentimo-lo igualmente em
seu derradeiro sacrifício e, mentalizando-O no madeiro, de alma genuflexa, trazemos a Ele, nosso
Eterno Amigo e Divino Benfeitor, a nossa prece de leproso diante da cruz. Em seguida a leve pausa, o Espírito Jésus Gonçalves modificou a inflexão
de voz e, erguendo-se para o Alto, orou, em lágrimas, comovedoramente: Senhor, eu que vivia em vãos
clamores, /Vinha de longe em
ânsias aguerridas,/ Sob a trama
infernal de horrendas lidas,/ Entre
largos caminhos tentadores./ Tronos,
glórias, tiaras, esplendores/ E
cidades famélicas vencidas.../ Tudo
isso alcancei, de mãos erguidas/ Aos
gênios tenebrosos e opressores./Mas, fatigado, enfim, de ser verdugo,/ /Roguei, chorando, a graça de teu
jugo/ E enviaste-me a lepra e a
solidão. /E, confinado às dores
que me deste,/ Abriu-se-me a
visão à luz celeste,/ E
achei-te, excelso, no meu coração. /
Hoje, Mestre, ante a cruz em que te apagas,/ Na compaixão que ajuda e renuncia,/Não te peço o banquete da
alegria,/ Embora o doce olhar
com que me afagas./ Venho rogar-te a túnica das chagas /Para que eu volte à estrada escura e fria,/ Em que os filhos da noite e da
agonia/ Sofrem ulcerações,
bramindo pragas.../Dá-me, de novo, a lepra que redime,/ Conservando-me a fé por dom sublime,/ Agora que, contente, me prosterno!.../ E que eu possa exaltar, por muitas vidas,/ Sobre o lenho de angústias e feridas,/ O teu reino de amor divino e eterno. Jésus Gonçalves
quinta-feira, 24 de março de 2016
DEUS ESTÁ EM TODA PARTE?
Abrindo
a edição de maio de 1866 da REVISTA ESPÍRITA, Allan
Kardec publica interessante matéria com que procura responder a
pergunta feita por muitos: Como é que Deus, tão grande, tão poderoso,
tão superior a tudo, pode imiscuir-se em detalhes ínfimos, preocupar-se com os
menores atos e os menores pensamentos de cada indivíduo? Como sempre, o
pesquisador e educador oculto no pseudônimo Allan Kardec desenvolve
uma série de argumentos extremamente sensatos e lógicos. Escreve: -“Em
seu estado atual de inferioridade, só dificilmente os homens podem compreender
Deus infinito, porque eles próprios são finitos, limitados, razão por que o
imaginam finito e limitado como eles mesmos; representando-o como um ser
circunscrito, dele fazem uma imagem à sua semelhança. Pintando-o com traços
humanos, nossos quadros não contribuem pouco para alimentar este erro no
espírito das massas, que nele mais adoram a forma que o pensamento. É para o
maior número um soberano poderoso, sobre um trono inacessível, perdido na
imensidade dos céus, e porque suas faculdades e percepções são restritas não
compreendem que Deus possa ou haja por bem intervir diretamente nas menores
coisas. Na incapacidade em que se acha o homem de compreender a essência mesma
da Divindade, desta não pode fazer senão uma ideia aproximada, auxiliado por
comparações necessariamente muito imperfeitas, mas que podem, ao menos,
mostrar-lhe a possibilidade do que, à primeira vista, lhe parece impossível.
Suponhamos um fluido bastante sutil para penetrar todos os corpos. É evidente
que cada molécula desse fluido produzirá sobre cada molécula da matéria com a
qual está em contato uma ação idêntica à que produziria a totalidade do fluido.
É o que a Química nos mostra a cada passo. Sendo ininteligente, esse fluido age
mecanicamente apenas pelas forças materiais. Mas se supusermos esse fluido
dotado de inteligência, de faculdades perceptivas e sensitivas, ele agirá, não
mais cegamente, mas com discernimento, com vontade e liberdade; verá, ouvirá e
sentirá. As propriedades do fluido perispiritual dele podem dar-nos uma ideia.
Ele não é inteligente por si mesmo, desde que é matéria, mas é o veículo do
pensamento, das sensações e das percepções do Espírito. É em consequência da
sutileza desse fluido que os Espíritos penetram em toda parte, perscrutam os
nossos pensamentos, veem e agem a distância; é a esse fluido, chegado a um
certo grau de depuração, que os Espíritos superiores devem o dom da ubiquidade;
basta um raio de seu pensamento dirigido para diversos pontos para que eles
possam aí manifestar sua presença simultaneamente. A extensão dessa faculdade
está subordinada ao grau de elevação e de depuração do Espírito. Mas sendo os
Espíritos, por mais elevados que sejam, criaturas limitadas em suas faculdades,
seu poder e a extensão de suas percepções não poderiam, sob esse aspecto,
aproximar-se de Deus. Contudo, eles nos podem servir de ponto de comparação. O
que o Espírito não pode realizar senão num limite restrito, Deus, que é
infinito, o realiza em proporções infinitas. Há, ainda, esta diferença: a ação
do Espírito é momentânea e subordinada às circunstâncias, enquanto a de Deus é
permanente; o pensamento do Espírito só abarca um tempo e um espaço
circunscritos, ao passo que o de Deus abarca o Universo e a eternidade. Numa
palavra, entre os Espíritos e Deus há a distância do finito ao infinito. O
fluido perispiritual não é o pensamento do Espírito, mas o agente e o
intermediário desse pensamento. Como é o fluido que o transmite, dele está, de
certo modo, impregnado; e na impossibilidade em que nos achamos de isolar o
pensamento, ele não parece fazer senão um com o fluido, assim como o som parece
ser um com o ar, de sorte que podemos, a bem dizer, materializa-lo. Do mesmo modo
que dizemos que o ar se torna sonoro, poderíamos, tomando o efeito pela causa,
dizer que o fluido torna-se inteligente. Seja ou não seja assim o pensamento de
Deus, isto é, quer ele aja diretamente ou por intermédio de um fluido, para
facilitar a nossa compreensão vamos representar este pensamento sob a forma
concreta de um fluido inteligente, enchendo o Universo infinito, penetrando
todas as partes da Criação: a Natureza inteira está mergulhada no fluido
divino; tudo está submetido à sua ação inteligente, à sua Previdência, à sua
solicitude; nenhum Ser, por mais ínfimo que seja, que dele não esteja, de certo
modo, saturado. Assim, estamos constantemente em presença da Divindade. Não há
uma só de nossas ações que possamos subtrair ao seu olhar; nosso pensamento
está em contato com o seu pensamento e é com razão que se diz que Deus lê nos
mais profundos recônditos do nosso coração; estamos nele como ele está em nós,
segundo a palavra do Cristo. Para entender sua solicitude sobre as menores
criaturas, ele não tem necessidade de mergulhar seu olhar do alto da
imensidade, nem deixar sua morada de glória, pois essa morada está em toda
parte. Para serem ouvidas por ele, nossas preces não precisam transpor o
espaço, nem serem ditas com voz retumbante, porque, incessantemente penetrados
por ele, nossos pensamentos nele repercutem. A imagem de um fluido inteligente
universal evidentemente não passa de uma comparação, mais própria a dar uma ideia
mais justa de Deus que os quadros que o representam sob a figura de um velho de
longas barbas, envolto num manto”.
terça-feira, 22 de março de 2016
EXPLICAÇÃO LÓGICA
Recepção
de Pronto Socorro, de Ambulatório ou sala de atendimento de reuniões de curas
espirituais reúnem casos que levam as pessoas que os observam a questionar
muitas vezes onde está a Justiça de Deus. A resposta, contudo, está no
conhecimento da finalidade da vida conforme explicada pelo Espiritismo: a
evolução do Espírito imortal. O meio, a reencarnação sucessivas vezes,
orientada pelos mecanismos da Lei de Causa e Efeito. Um dos exemplos mais ricos
de situações difíceis de entender e aceitar produziu-se ao longo de quase duas
décadas. A princípio na cidade onde surgiu, depois no Estado, no País e até em
outras localidades do Planeta de onde acorriam legiões de desesperados
desenganados pelos recursos disponíveis até então pela chamada Ciência.
Envolveu um cidadão que tinha horror a sangue, mas que no estado alterado de
consciência denominado mediunidade conseguiu efetuar em poucos minutos - ou
segundos -, cirurgias de alta complexidade sob a influência de uma equipe de
especialistas desencarnados liderados pelo Espírito de um médico alemão chamado
Dr
Fritz. Fatos testemunhados por inúmeros médicos encarnados, bem como
número incalculável de pessoas diante das quais os fenômenos se produziam. Seu
nome José
Pedro de Freitas que se tornou mundialmente conhecido pelo apelido Zé
Arigó. Dentre os milhares de atendimentos realizados, o Espírito que
orientava as atividades do médium explicava sempre que possível aos
colaboradores mais próximos as razões das difíceis doenças suportadas por
aquelas pessoas que o procuravam na esperança de cura ou abrandamento de seus
sofrimentos. Entre as testemunhas ainda encarnadas, uma – Leida Lucia de Oliveira,
advogada -, atendendo a pedidos de familiares, reuniu suas lembranças dos anos
de convívio com os trabalhos do Centro Espírita Jesus Nazareno, na cidade de
Congonhas do Campo, Minas Gerais, onde assistiu a prodigiosos efeitos da
mediunidade invulgar do conterrâneo. O titulo do livro CIRURGIAS ESPIRITUAIS DE JOSÉ ARIGÓ (ame editora). Num dos
capítulos ela recorda algumas das revelações feitas pelo médium alemão sobre
dolorosos quadros de dor avaliados no ambiente sempre apinhado de gente.
Ilustram com bastante lógica a origem daquelas dores morais, lembrando que a
generalização não se aplica nas avaliações oferecidas pela Espiritualidade,
visto que cada um de nós é um projeto personalizado, com antecedentes, metas e
níveis de comprometimento diferente perante as Leis de Deus. CASO 1
– EFEITO – Criança apresentando abdômen exageradamente deformado, em
decorrência de câncer diagnosticado em seu intestino. CAUSA – Homicídio cometido em encarnação anterior contra a esposa e
um amigo, seguido de suicídio com uma facada na barriga. Na atual existência as
duas vítimas assassinadas o receberam como filho a fim de amortizarem as
dívidas recíprocas através da dor e do amor familiar. CASO 2 – EFEITO –
Criança com a cabeça extremamente deformada em função da hidrocefalia com que
renascera. CAUSA – Ações em vida
passada em que executando abortos, esmagava a cabeça dos fetos que extraía do
corpo das gestantes atendidas. CASO 3
– EFEITO - Homem portador de câncer
nos testículos, dizendo ter a impressão de carregar o inferno no meio das
pernas. CAUSA – Pratica de estupros em encarnação pregressa, movido pelas
perversões sexuais que acalentava em sua mente. CASO 4 – EFEITO – Mulher apresentando enorme obstrução na região da
vagina por tumor nela localizado. CAUSA
– Série de abusos sexuais praticadas em outra encarnação. CASO 5 - EFEITO – Casal com horríveis
feridas por todo corpo, que exalavam mau cheiro insuportável. CAUSA – Ações à época da Inquisição,
onde na condição de sacerdotes lançaram pessoas à fogueira além de torturarem
muitos inocentes.
domingo, 20 de março de 2016
SURPREENDENTE
Nos tempos que
vivemos, comum surgirem nos Centros Espíritas pessoas buscando informações
sobre experiências do chamado desdobramento consciente. A abordagem do tema
começa a despertar interesse até pela evolução das ideias sobre a Apometria,
técnica experimentada a partir dos anos 60, pelo Dr José Lacerda de Azevedo, Psiquiatra ligado ao Hospital Espírita de
Porto Alegre. Poucos livros, contudo tratam do assunto como os do sensitivo Wagner Borges e do Dr Waldo Vieira que no primeiro dia de
1980, prefaciou PROJEÇÕES DA CONSCIÊNCIA
– DIÁRIO DE EXPERIÊNCIAS FORA DO CORPO FÍSICO. Para se ter uma ideia,
buscamos um de seus relatos para vermos como as realidades que nos circundam vão além do
que imaginamos: 6 de setembro de
1979. Em minutos, atravessando rapidamente o espaço, atingimos uma área no
continente, junto ao mar, costa deserta sob tempestade de amplas proporções que
parecia atingir o auge àquela hora, entre ribombos de trovões, faíscas
sucessivas e bátegas em turbilhões escachoantes. Informaram-me que junto à tormenta física ocorria
chuva torrencial de recursos magnéticos de Esferas Superiores na região,
objetivando a limpeza periódica das espessas formas — pensamentos nas
cavernas subcrostais que se ramificavam pela Crosta sob os morros e penhascos
selvagens, infiltrando-se pelas entranhas da Terra. A tempestade
assemelhava-se a vasto maremoto e terremoto conjugados levantando ondas
imensas, soerguendo o solo e fazendo tremer as estruturas de todo o cenário. As
cavernas começaram a ser inundadas por verdadeiros rios interiores, forçando a
saída de animais, talvez ratazanas, dos covis de terra sólida, bichos nas
águas, principalmente ariranhas de olhos coruscantes na escuridão, e morcegos
desvairados cortando os ares. Todos tentavam sair em pânico dos saguões das
galerias múltiplas, umas amplas e altas, outras acanhadas e baixas, a se
multiplicarem em furnas, precipícios e gargantas no recôndito da massa
terrestre. Fazíamos a passagem sobre os elementos deslizando com a
emissão do potencial das forças mais íntimas para flutuar acima dos bichos e
atravessar as revoadas de morcegos. O ambiente gélido das furnas, com
exalações desagradáveis poluindo o ar, mostrava o hórrido-belo com toda a
magnificência possível, além de qualquer pesadelo. Entre as cores das pedras
escalavradas das paredes e a majestade estática das estalactites e
estalagmites, os numerosos magotes de entidades padecentes, alienados mentais
sem corpos físicos ainda profundamente materializados, sentiam os efeitos
magnéticos e psicológicos das convulsões indescritíveis dos elementos, correndo
espavoridos e exibindo assombro indefinível nas carantonhas pelas galerias
espraiadas em labirintos, num "salve-se quem puder" deprimente e
aterrador. Os recintos tenebrosos das cavernas pareciam transformados em
catacumbas do horror. Angustioso pavor campeava nas fisionomias e nos gestos
dos grupos desventurados que se amontoavam onde podiam, com os espíritos
perturbados, muitos atônitos, alguns vacilantes, buscando apoio desesperado e
inencontrável uns nos outros. Profunda compaixão brotava, espontânea, em
todos nós que presenciávamos as cenas inesquecíveis atravessando o ambiente à
meia altura, procurando manter-nos flutuando pouco acima, na posição difícil de
espectadores impotentes ante o realismo da catástrofe programada. Era
necessário dominar as emoções e abafar os impulsos de choro convulso. Secções
dos elementos geológicos suspensos pareciam tremer e daí a pouco caíam
fragorosamente sobre o leito turbilhonante das extensas grutas que acolhiam
considerável população espiritual, vinda à tona nas águas misturadas de chuva e
mar, saindo de cada enxovia escondida, poços de lama semelhantes a solitárias e
cárceres encravados em esconderijos e tijucos, numa das piores atmosferas que
se possa imaginar. Tarefeiros do conforto espiritual, em pequenas
falanges luminescentes, chegavam para os trabalhos de cooperação fraternal, em
levas contínuas, durante e após a tempestade hidromagnética.
sexta-feira, 18 de março de 2016
UMA VOZ INTIMA
Alcançada
a fase em que a responsabilidade de viver é atingida pelo Espírito em seu
processo evolutivo, a consciência pessoal passa a comandar o mecanismo da Lei
de Ação e Reação no próprio indivíduo. Encarnado ou desencarnado, o Ser passa a
experimentar com mais frequência sensação de arrependimento e remorso, buscando
sua reabilitação perante si mesmo, por saber que a dor e o sofrimento experimentados
são culpa sua. Chico Xavier, por sinal, afirmou que o remorso é uma das mais
difíceis experiências vividas pelo Ser humano. Como se o relógio parasse
dentro a gente. Allan Kardec no número de agosto de 1867, da REVISTA ESPÍRITA, reproduz e comenta
interessante mensagem assinada Um Espírito ampliando nossa
compreensão sobre o tema. Diz ele: -“Não é somente no Mundo Invisível que a visão
da vítima vem atormentar o assassino para o forçar ao arrependimento; lá onde a
justiça dos homens não começou a expiação, a Justiça Divina faz começar, à
revelia de todos, o mais lento e o mais terrível dos suplícios, o mais temível
castigo. Há certas pessoas que dizem que a punição infligida ao criminoso no
Mundo dos Espíritos, e que consiste na visão contínua de seu crime, não pode
ser muito eficaz, e que em nenhum caso não é esta punição que, por si só,
determina o arrependimento. Dizem que um naturalmente perverso, como é um
criminoso, não pode senão amargurar-se cada vez mais por essa visão, e assim se
tornando pior. Os que assim falam não fazem ideia do que pode tornar-se um tal
castigo; não sabem quanto é cruel esse espetáculo contínuo de uma ação que
jamais se queria haver cometido. Certamente vemos alguns criminosos
empedernidos, mas muitas vezes é só por orgulho e por quererem parecer mais
fortes que a mão que os castiga; é para fazer crer que não se deixam abater
pela visão de imagens vãs; mas essa falsa coragem não tem longa duração, pois
logo os vemos fraquejar em presença desse suplício, que deve muito de seus
efeitos à sua lentidão e persistência. Não há orgulho que possa resistir a esta
ação, semelhante à da gota d’água sobre a rocha; por mais dura que possa ser a
pedra, é inevitavelmente atacada, desagregada, reduzida a pó. É assim que o
orgulho, que faz com que esses infelizes se obstinem contra seu soberano
senhor, mais cedo ou mais tarde é abatido, e que o arrependimento, enfim, pode
ter acesso à sua alma. Como sabem que a origem de seus sofrimentos está em sua
falta, pedem para repará-la, a fim de trazer um abrandamento a seus males.
Pondera Allan Kardec: --“Sem ir buscar aplicações do remorso nos grandes
criminosos, que são exceções na sociedade, nós as encontramos nas mais corriqueiras
circunstâncias da vida. É esse sentimento que leva todo indivíduo a afastar-se
daqueles contra os quais sente que tem censuras a se fazer; em presença deles
sente-se mal; se a falta não for conhecida, ele teme ser adivinhado; parece-lhe
que um olhar pode penetrar o fundo de sua consciência; vê em toda palavra, em
todo gesto uma alusão à sua pessoa, razão por que, desde que se sente
desmascarado, retira-se. O ingrato também foge de seu benfeitor, já que sua
visão é uma censura incessante, da qual em vão procura desembaraçar-se, pois
uma voz íntima lhe grita no fundo da consciência que ele é culpado. Se o
remorso já é um suplício na Terra, quão maior não será esse suplício no Mundo
dos Espíritos, onde não é possível subtrair-se à vista daqueles a quem se
ofendeu! Felizes os que, tendo reparado já nesta vida, poderão sem receio
enfrentar todos os olhares no mundo onde nada é oculto. O remorso é uma
consequência do desenvolvimento do senso moral; não existe onde o senso moral
ainda se acha em estado latente. É por isto que os povos selvagens e
bárbaros cometem sem remorsos as piores ações. Aquele, pois, que se pretendesse
inacessível ao remorso, assimilar-se-ia ao bruto. À medida que o homem
progride, o senso moral torna-se mais apurado; ofusca-se ao menor desvio do
reto caminho. Daí o remorso, que é o primeiro passo para o retorno ao Bem”.
quarta-feira, 16 de março de 2016
A MENTE E O ESPIRITISMO
Embora a ideia de mente e Espírito seja associada por muitos, o estudo criterioso das informações oferecidas pelos
Espíritos leva a crer que a mente constitui-se num instrumento para que o
Espírito trabalhe pela própria evolução. Consideram eles que “toda
mente é dínamo gerador de força criativa”. (AR,5) E que “o pensamento é uma força, é o atributo característico do
Ser Espiritual; é ele que distingue o Espírito da matéria; sem o pensamento
o Espírito não seria Espírito. (RE, /1864) Acrescentam ainda que “o pensamento atua
à feição de onda, com velocidade superior à da luz. (AR, 5) Objetivando reunir elementos para suscitar maiores e mais profundas
reflexões, foi elaborado MENTE, CORPO, DOENÇAS – AS RESPOSTAS QUE O
ESPIRITISMO DÁ, disponibilizado no YOUTUBE. Dele destacamos duas questões
para sua avaliação:
1- Para se relacionar com a vida, o
Espírito se vale do instrumento chamado Mente. O que vem a ser? A mente humana, ainda que indefinível pela conceituação científica
limitada, na Terra, é o centro de toda manifestação vital no Planeta. A mente
emana do Espírito. É o instrumento criado pelo
Espírito para aspirar, canalizar e modelar a energia espiritual extravasando
seus impulsos ou aplicando-a para os fins que tem em mira. É a sede do raciocínio que guia nossos atos. A mente é o espelho da vida em toda parte . (PV,1) . É um núcleo de forças
inteligentes, gerando plasma sutil (pensamento) que, a exteriorizar-se incessantemente de nós, oferece
recursos de objetividade às figuras de nossa imaginação, sob o comando de
nossos próprios desígnios. (NDM; 1) Toda mente vibra na onda de estímulos e pensamentos em que se identifica,
gerando o Espírito em si mesmo inimaginável potencial de forças
mento-eletromagnéticas, exteriorizando nessa corrente psíquica os recursos e
valores que acumulou em si próprio. (MM;12) Cada tipo de mente vive na Dimensão com que se harmonize. (FT ) 2- Então ela é o elo
entre a realidade interior e a exterior? O reflexo mental vibra em tudo. Nossa alma pode ser
comparada a um espelho vivo com qualidades de absorção e exteriorização. Recolhe a
força da vida em ondas de sentimento e emite-as em ondas de pensamento a se
expressarem através de palavras e atitudes, exemplos e fatos. Refletimos,
assim, constantemente, uns nos outros. É pelo reflexo
mental que se estabelece o fenômeno da afinidade, desde os reinos mais simples
da Natureza. Vemo-lo nos animais que se acasalam, no mesmo tom de simpatia,
tanto quanto nas almas que se reúnem na mesma faixa de entendimento. Quando se
consolida a amizade entre um homem e um cão, podemos registrar o reflexo da
mente superior da criatura humana sobre a mente fragmentária do Ser inferior,
que passa então a viver em regime de cativeiro espontâneo para servir ao dono e
condutor, cuja projeção mental exerce sobre ele irresistível fascínio. (IP) Procederam acertadamente
aqueles que compararam nosso mundo mental a um espelho. Refletimos
as imagens que nos cercam e arremessamos na direção dos outros as imagens que
criamos. E, como não podemos fugir ao imperativo da atração, somente retrataremos
a claridade e a beleza, se instalarmos a beleza e a claridade no espelho de
nossa vida íntima. Os reflexos mentais, segundo a
sua natureza, favorecem-nos a estagnação ou nos impulsionam a jornada pra
frente, porque cada criatura humana vive no céu ou no inferno que edificou para
si mesma, nas reentrâncias do coração e da consciência, independentemente do
corpo físico, porque, observando a vida apenas como transição entre dois tipos
da mesma experiência, no ‘hoje imperecível’. (NDM)
segunda-feira, 14 de março de 2016
CAMINHO ABERTO
Os
tratamentos oferecidos em muitos Centros Espíritas para pessoas envolvidas em
processos obsessivos poderiam oferecer muitos elementos para a confirmação da
reencarnação. Lamentavelmente apenas as
ações desenvolvidas pioneiramente no Sanatório Espírita de Uberaba durante
parte da gestão do Psiquiatra Inácio
Ferreira com o auxílio da médium Maria
Modesto Cravo construíram um banco de dados significativo. Parte preservado
no livro NOVOS RUMOS A MEDICINA e, mais
à frente, no A PSIQUIATRIA EM FACE DA REENCARNAÇÃO, ambos incluídos no catálogo
da editora da FEESP. Ignorantes em relação ao Espiritismo e sua proposta
revolucionária em muitos aspectos, uma geração de profissionais
norte-americanos, começou a partir dos anos 60, a deparar-se com as experiências denominadas por eles
de Terapia de Vidas Passadas, as quais resultaram em banco de dados
consideráveis de indícios sobre a origem de determinados distúrbios físicos ou
mentais terem se originado em encarnações recentes ou remotas da
individualidade que cada um representa. Entre esses, o Dr. Brian Weiss que acabou reunindo em vários livros o resultado de
suas conclusões. Prospectando suas obras, reunimos três, que referendam
evidências obtidas por outros meios como, por exemplo, a alternância na
morfologia sexual entre existências, as questões familiares, entre outras.
Vejamos a alguns: CASO 1 –
Michelle, Executiva EFEITOS-
FÍSICO: Dores constantes e lancinantes nos joelhos, às vezes acompanhadas de
inchaços e edemas, particularmente no esquerdo, sobretudo após cirurgia no mesmo
depois de contusão esportiva que a obrigou a fazer uma cirurgia. Não conseguia
mais esticar completamente a perna, mancando discretamente. PSICOLÓGICOS: Se
sentia com os “joelhos moles” nos estados de ansiedade. CAUSAS: Atropelamento
aos quarenta e poucos anos, por uma carroça em existência no Meio-Oeste
americano, em que, mulher, tinha o nome Emma, sofrendo o esmagamento do joelho
e pé esquerdo, embora o direito tenha ficado muito machucado, processo que
evoluiu para uma infecção impondo-lhe a invalidez. Noutra
vida, fora um soldado no Japão Medieval, cujo joelho foi perfurado por uma
flecha. A origem da lição cármica,
contudo, nasceu numa existência ao norte da África, no período anterior à
chegada dos romanos, em que, homem, na condição de carcereiro quebrava, com
especial prazer, as pernas dos prisioneiros para que não pudessem fugir.
Quebrava fêmures, enfiava pregos em joelhos, destruiu tendões de aquiles,
causando muitas mortes por infecção, se regozijando com seus sofrimentos,
recebendo recompensas por sua violência CASO 2 – Elaine, Psicóloga EFEITOS – FÍSICOS::dores intermitentes e torturantes no
pescoço, ombro e alto das costas, PSICOLÓGICOS:
pânico das alturas e afogamento, além de relutância em se expressar e assumir
riscos CAUSA – Morte em vida anterior em consequência de ataque inesperado
pelas costas, após ter sido feito prisioneiro como soldado, sentindo-se em
seguida, precipitar-se num fosso que cercava o castelo em que o fato se deu. Noutra
existência morrendo por enforcamento em praça pública, após ter sido acusada de
crime que não cometera. CASO 11-
Diana, 40 anos EFEITO: PSICOLÓGICO
– Depressão Crônica, relacionamento tumultuado com a filha, por quem sentia
grande rejeição desde que a segurou nos braços pela primeira vez.CAUSA
– Vivência turbulenta com a filha em vida passada, sem vínculos de parentesco,
sendo arqui-rivais disputando o amor do mesmo homem, na vida atual marido de
Diana e pai de sua filha. CASO 13 –
Samantha, 18 anos, 45 quilos, pré-vestibulanda de Medicina EFEITOS: PSICOLÓGICOS - Profunda ansiedade e depressão causada
por sentimento de derrota ante sua dificuldade de aprendizagem, especialmente
matemática, parte derivada de vívido sonho que tivera em relação a um futuro
fracasso. CAUSA
- Duas existências passadas, uma na
Grécia, outra em Roma cem anos depois da primeira, na condição masculina,
Arquiteto e Construtor, mestre em relações espaciais e desenhos geométricos,
profundamente inseguro e fracassado ante importante projeto pelo qual fora
responsável na primeira, e, bem sucedido na segunda, matemático talentoso,
conhecedor de composição e resistência dos materiais, considerado o melhor.
sábado, 12 de março de 2016
MÉDIUNS OSTENSIVOS: ESSENCIAIS ÀS REUNIÕES?
Argumento
sustentado por muitos interessados no conhecimento e prática do Espiritismo é que
na ausência de médiuns, as reuniões tornam-se desinteressantes e inúteis. No número
de fevereiro
de 1861, da REVISTA ESPÍRITA,
Allan
Kardec escreve matéria que não apenas responde a esta questão como
orienta os que desejam conhecer a posição do Codificador a respeito. Explica
ele: -“Um
médium, sobretudo um bom médium, é incontestavelmente um dos elementos essenciais
de toda assembleia que se ocupa do Espiritismo; mas seria erro pensar que, em
sua falta, nada mais resta a fazer senão cruzar os braços ou suspender a
sessão. Não compartilhamos absolutamente a opinião de uma pessoa que comparava
uma sessão espírita sem médiuns a um concerto sem músicos. (...). Vai-se a um
concerto para ouvir música. É, pois, evidente que se os músicos estiverem
ausentes, o objetivo falhou. Mas numa reunião espírita vamos, ou pelo menos
deveríamos ir, para nos instruirmos. A questão agora é saber se se pode fazê-la
sem médium. Seguramente, para os que vão a essas reuniões com o único objetivo
de ver efeitos, o médium é tão indispensável quanto o músico no concerto; mas
para os que, acima de tudo, buscam instruir-se, que querem aprofundar as
diversas partes da ciência, em falta de um instrumento de experimentação terão
mais de um meio de o obter. É o que tentaremos explicar Inicialmente diremos
que se os médiuns são comuns, os bons médiuns, na verdadeira acepção da
palavra, são raros. A experiência prova diariamente que não basta possuir a
faculdade mediúnica para obter boas comunicações. É preferível privar-se de um
instrumento do que o ter defeituoso. Certamente para os que buscam, nas
comunicações, mais o fato que a qualidade, que as assistem mais por distração
do que para esclarecimento, a escolha do médium é completamente indiferente.
Mas falamos dos que têm um objetivo mais sério e veem mais longe. É a eles que
nos dirigimos, porque estamos certos de que nos compreendem. Por outro lado, os
melhores médiuns estão sujeitos a intermitências mais ou menos longas, durante
as quais há suspensão parcial ou total da faculdade mediúnica, sem falar das
numerosas causas acidentais que podem privar-nos momentaneamente de seu
concurso. Acrescentemos também que os médiuns inteiramente flexíveis, os que se
prestam a todos os gêneros de comunicações, são ainda mais raros. Geralmente
possuem aptidões especiais, das quais importa não os desviar. Vê- se, pois, que
se não houver provisão de reserva, podemos ficar desprevenidos quando menos o
esperamos, e seria desagradável que em tal caso fôssemos obrigados a
interromper os trabalhos. O ensino fundamental que se vem buscar nas reuniões
espíritas sérias é, sem dúvida, dado pelos Espíritos. Mas que frutos tiraria um
aluno das lições dadas pelo mais hábil professor se, por seu lado, ele também
não trabalhasse? Se não meditasse sobre aquilo que ouviu? Que progresso faria a
sua inteligência se tivesse constantemente o mestre ao seu lado para lhe
mastigar a tarefa e lhe poupar o esforço de pensar? Nas assembleias espíritas
os Espíritos preenchem dois papéis; uns são professores que desenvolvem os
princípios da ciência, elucidam os pontos duvidosos e, sobretudo, ensinam as
leis da verdadeira moral; outros são materiais de observação e de estudo, que
servem de aplicação. Dada a lição, sua tarefa está acabada, enquanto a nossa
começa: a de trabalhar sobre aquilo que nos foi ensinado, a fim de melhor
compreender, de melhor captar o sentido e o alcance. É com vistas a nos deixar
tempo livre para cumprirmos o nosso dever – que nos permitam essa expressão
clássica – que os Espíritos suspendem algumas vezes as suas comunicações. Bem
que eles querem nos instruir, mas com uma condição: a de lhes secundarmos os
esforços. Cansam-se de repetir sem cessar e inutilmente a mesma coisa.
Advertem; contudo, se não são ouvidos, retiram-se, a fim de que tenhamos tempo
para refletir. Na ausência de médiuns, uma reunião que se propõe algo mais que
ver manejar um lápis tem mil e um meios de utilizar o tempo de maneira
proveitosa”.
quinta-feira, 10 de março de 2016
PALAVRA CHAVE
“A
desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma EDUCAÇÃO bem
compreendida pode curar. Nisto
está o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança
de todos”, ponderou Allan Kardec num comentário inserido
após a resposta à questão 685 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Atentos a isso,
reunimos o conteúdo de EDUCAÇÃO INTEGRAL – AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ.
Para se ter uma ideia do quanto a Doutrina Espírita tem a dizer sobre o tema
EDUCAÇÃO, destacamos a seguir algumas das informações disponibilizadas pelo
trabalho.1-Considerando ser a evolução espiritual
consequência da educação do Espírito percebe-se que após a ascensão do
Princípio Inteligente à condição humana ele vai como que sendo empurrado pelas
circunstâncias. Em que ponto a Individualidade começa a agir conscientemente no
seu processo evolutivo? O Espírito fica num estado inconsciente durante numerosas encarnações;
a luz da inteligência não se faz senão aos poucos e a responsabilidade real só
começa quando o Espírito age livremente e com conhecimento de causa. (RE,) Não é nem após a primeira, nem à segunda
encarnação que a alma tem consciência bastante nítida de si mesma, para ser
responsável por seus atos, talvez só após a centésima ou milésima. Durante longos períodos o Espírito encarnado é submetido a influência exclusiva
dos instintos de conservação; pouco a pouco se transformam em instintos
inteligentes ou, melhor dito, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e
sempre gradativamente, a inteligência domina os instintos. Só então começa a
séria responsabilidade. A responsabilidade cresce
em razão do desenvolvimento da inteligência. No ponto em que estamos, a inteligência está bastante desenvolvida para
permitir ao homem julgar sadiamente o Bem e o mal; e é também deste ponto que a
sua responsabilidade é mais seriamente empenhada.(RE) 2-Preso, segundo o Espiritismo,
inexoravelmente, aos efeitos das suas ações, o homem mantem-se ligado às
pessoas com que se compromete. Como tirar proveito das relações humanas? A maior parte das misérias da vida tem origem
no egoísmo dos homens. Desde que cada um pensa
em si antes de pensar nos outros e cogita antes de tudo de satisfazer aos seus
desejos, cada um naturalmente cuida de proporcionar a si mesmo essa satisfação,
a todo custo, e sacrifica sem escrúpulo os interesses alheios, nas mais
insignificantes coisas, como nas maiores, tanto de ordem moral, quanto de ordem
material. Daí todos os antagonismos sociais, todas as lutas, todos os conflitos e
todas as misérias, visto que cada um só trata de despojar o seu próximo. O egoísmo, por sua vez, se origina do orgulho. A exaltação da personalidade leva o homem a considerar-se acima dos
outros. Julgando-se com direitos superiores, melindra-se com o que quer que, a
seu ver, constitua ofensa a seus direitos. A importância que, por orgulho,
atribui à sua pessoa, naturalmente o torna egoísta. (OP) 3-Quando se estuda o
comportamento dos Espíritos que evoluem no Planeta Terra, percebe-se uma
fixação pelas compulsões no campo gastronômico e do sexo que levando ao excesso
resultam em transtornos físicos e mentais. Como entender o porque disso? A reencarnação determina sempre, procriação e
alimentação, isto é, necessidades da matéria a satisfazer e, assim, entraves
para o Espírito. A luta é necessária ao
desenvolvimento do Espírito; é na luta que exercita suas faculdades. (...) Nos seres inferiores da Criação, naqueles em
que o senso moral não existe, nos quais a inteligência ainda está no estado de
instinto, a luta não poderia ter por móvel senão a satisfação de uma
necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas necessidades materiais é a da alimentação.
Assim, lutam unicamente para viver, isto é, para apanhar ou defender
uma presa, desde que não poderiam ser estimulados por um motivo mais elevado. É
neste primeiro período que a alma se elabora e se ensaia para a vida. (RE) Quanto ao instinto sexual não é apenas agente
de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o
reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou
desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos
que lhes são necessários ao progresso. (EDM)
terça-feira, 8 de março de 2016
INTRIGANTE QUESTÃO SOCIAL NA VISÃO DO ESPIRITISMO
Vez
ou outra, a mídia internacional noticia
fatos estarrecedores envolvendo ações praticadas em algum lugar do Planeta em
que vivemos capazes de envergonhar a espécie humana dita civilizada. Talvez
pensando nisso também, Allan Kardec publicou em 1859, portanto
dois anos após a primeira edição d’O
LIVRO DOS ESPÍRITOS, um opúsculo intitulado O QUE É O ESPIRITISMO. Apresenta de forma sucinta, os princípios da
Doutrina Espírita, assim como respostas às principais objeções que lhe podiam
ser apresentadas. É dividida em três partes: na primeira três diálogos – com um
crítico, um cético e um padre; na
segunda, noções elementares de Espiritismo; e, na terceira a solução de alguns
problemas do cotidiano pela Doutrina Espírita.
No precioso trabalho, três respostas com elementos para refletirmos
sobre a questão incialmente citada.1- Por que há na Terra selvagens e homens
civilizados? Sem a preexistência da alma, esta questão é insolúvel, a
menos que admitamos tenha Deus criado almas selvagens e almas civilizadas, o
que seria a negação da sua justiça. Além disso, a razão recusa admitir que,
depois da morte, a alma do selvagem fique perpetuamente em estado de
inferioridade, bem como se ache na mesma elevação que a do homem esclarecido.
Admitindo para as almas um mesmo ponto de partida — única doutrina compatível
com a Justiça de Deus —, a presença simultânea da selvageria e da civilização,
na Terra, é um fato material que prova o progresso que uns já fizeram e que os
outros têm de fazer. A alma do selvagem atingirá, pois, com o tempo, o mesmo
grau da alma esclarecida, mas como todos os dias morrem selvagens, essa alma
Solução de alguns problemas pela Doutrina Espírita não pode atingir esse grau
senão em encarnações sucessivas, cada vez mais aperfeiçoadas e apropriadas ao
seu adiantamento, seguindo todos os graus intermediários a esses dois extremos.
2- Não
será admissível, segundo pensam algumas pessoas, que a alma, não encarnando
mais que uma vez, faça o seu progresso no estado de Espírito ou em outras
esferas? Esta proposição seria admissível, se todos os habitantes da
Terra se achassem no mesmo nível moral e intelectual; caso em que se poderia
dizer ser a Terra destinada a determinado grau; ora, quantas vezes temos diante
de nós a prova do contrário! Com efeito, não é compreensível que o selvagem não
pudesse conseguir civilizar-se aqui na Terra, quando vemos almas mais
adiantadas encarnadas ao lado dele; do que resulta a possibilidade da
pluralidade das existências terrenas, demonstrada por exemplos que temos à
vista. Se fosse de outro modo, era preciso explicar: Primeiro- por que só
a Terra teria o monopólio das encarnações; Segundo- por que, tendo esse
monopólio, nela se apresentam almas encarnadas de todos os graus. 3- Por
que, no meio das sociedades civilizadas, se mostram seres de ferocidade
comparável à dos mais bárbaros selvagens? São Espíritos muito
inferiores, saídos das raças bárbaras, que experimentam reencarnar em meio que
não é o seu, e onde estão deslocados, como estaria um rústico colocado de
repente numa cidade adiantada. Allan
Kardec, por fim, observa: -“Não é possível admitir-se, sem negar a Deus
os atributos de bondade e justiça, que a alma do criminoso endurecido tenha, na
vida atual, o mesmo ponto de partida que a de um homem cheio de virtudes. Se a
alma não é anterior ao corpo, a do criminoso e a do homem de Bem são tão novas
uma como a outra; por que razão, então, uma delas é boa e a outra má?”.
domingo, 6 de março de 2016
PODER, POLÍTICA E AS LEIS ESPIRITUAIS
Uma
dos aspectos que o Espiritismo revela é que a generalização não cabe
no estudo dos casos envolvendo os Espíritos em evolução. Cada caso é um caso. O
que é certo é que ninguém foge de si mesmo visto que a Lei da Consciência inscrita em nós mesmos impõem ao infrator os
efeitos das ações praticadas pelo Ser em prejuízo do próximo e de si mesmo. Sua
aplicação é tanto mais intensa quanto maior o conhecimento já alcançado no
processo evolutivo. Para regular através da reencarnação tal mecanismo,
funciona a Lei de Causa e Efeito que
tem 32 dos seus princípios enunciados no capítulo CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA do livro O CÉU E O INFERNO. O incrível manancial de informações que
representa a série NOSSO LAR, revela
alguns casos interessantes de personagens que vivenciaram a arriscada prova do
poder, especialmente através da política. Na obra OS MENSAGEIROS (feb,1944), capítulo 12, encontramos o exemplo de “Belarmino
Ferreira, renascido para cooperar com o ensino e a orientação na área de
despertamento espiritual, o que lhe permitiria reabilitar-se de antigos
equívocos do passado, após assumir
tarefas com que se comprometera ainda no Plano Espiritual, deixou-se arrastar
pela presunção e vaidade, e, após entregar-se ao negativismo completo,
transferiu-se para o movimento, não da política que eleva, mas da
politicalha inferior, que impede o progresso comum e estabelece a confusão
nos Espíritos encarnados, desviou-se dos seus objetivos fundamentais,
escravizando-se ao dinheiro que lhe transformou os sentimentos”. No
capítulo quatro do OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb, 1946), tomamos conhecimento da
história de Luciana que no Plano Espiritual, buscara desenvolver as
faculdades de que era portadora, a fim de socorrer, noutro tempo, o Espírito de
seu pai, desencarnado numa guerra civil. Tivera ele preponderância no
movimento de insurreição pública e permanecia nas esferas inferiores, alucinado
pelas paixões políticas. Depois de paciente auxílio, reajustara emoções,
obtendo possibilidades de reencarnar em grande cidade brasileira, para onde ela
mesma, Luciana, seguiria também logo pudesse o genitor do pretérito organizar
novo lar, restabelecendo-se a aliança de carinho e de amor, segundo o projeto
por ambos estabelecido. No livro
NO MUNDO MAIOR (1947,feb), capítulo 7, o Espírito André
Luiz reconstitui vivência que certamente encontra ressonância em muitas
histórias observadas em nossa Dimensão: -“ Em rápidos
minutos achávamo-nos em pequena câmara, onde magro
doentinho repousava, choramingando. Cercavam-no duas entidades tão infelizes
quanto ele mesmo, pelo estranho aspecto que apresentavam. O menino enfermo
inspirava piedade.– É paralítico de nascença, primogênito de um casal
aparentemente feliz, e conta oito anos na existência nova – informou Calderaro,
indicando-o –; não fala, não anda, não chega a sentar-se, vê muito mal, quase
nada ouve dá esfera humana; psiquicamente, porém, tem a vida de um sentenciado
sensível, a cumprir severa pena, lavrada, em verdade, por ele próprio. Há quase
dois séculos, decretou a morte de muitos compatriotas numa insurreição civil.
Valeu-se da desordem político-administrativa para vingar-se de desafetos
pessoais, semeando ódio e ruínas. Viveu nas regiões inferiores, apartado da
carne, inomináveis suplícios. Inúmeras vítimas já lhe perdoaram os crimes;
muitas, contudo, seguiram-no, obstinadas, anos afora... A malta, outrora densa,
rareou pouco a pouco, até que se reduziu aos dois últimos inimigos, hoje em
processo final de transformação. Com as lutas acremente vividas, em sombrias e dantescas furnas de sofrimento, o
desgraçado aprestou-se para esta fase conclusiva de
resgate; conseguiu, assim, a presente reencarnação com o propósito de completar
a cura efetiva, em cujo processo se encontra, faz muitos anos. A paisagem era
triste e enternecedora. O doente, de ossos enfezados e carnes quase transparentes,
pela idade deveria ser uma criança bela e feliz; ali, entretanto, se achava
imóvel, a emitir gritos e sons guturais, próprios da esfera sub-humana. Com o
respeito devido à dor e com a observação imposta pela Ciência, verifiquei que o
pequeno paralítico mais se assemelhava a um descendente de símios aperfeiçoados. No capítulo
primeiro do LIBERTAÇÃO (feb) ponderações importantes: “-Grandes
políticos e veneráveis condutores nunca se ausentaram do mundo. Passam pela
multidão, sacudindo-a ou arregimentando-a. É forçoso reconhecer, porém, que a
organização humana, por si só, não atende às exigências do ser imperecível. (...) Permanecemos diante de um mundo civilizado na
superfície, que reclama não só a presença daqueles que ensinam o Bem, mas
principalmente daqueles que o praticam. Sobre
os mananciais da cultura, nos vales da Terra, é imprescindível que desçam as
torrentes da compaixão do Céu, através dos montes do amor e da renúncia.
Cristo não brilha apenas pelo ensino sublimado”.
sexta-feira, 4 de março de 2016
UM CASO DE APARIÇÃO
Sem
os extraordinários recursos disponíveis na atualidade, a forma de comunicação dominante
até quase o final do século 19 eram as cartas. Referência para os que em grande
parte da Europa, algumas regiões da África e Américas deparavam-se com fenômenos espirituais, Allan Kardec, já em 1862, revelava receber uma média de dez cartas por dia,
encontrando dificuldades para responder a maioria que objetivavam esclarecer
dúvidas facilmente elucidáveis nas OBRAS
BÁSICAS até então lançadas. Inúmeros relatos de ocorrências, contudo, lhe
chegavam ao conhecimento. No número de dezembro de 1867, Allan Kardec, por exemplo,
inclui entre as matérias da REVISTA
ESPÍRITA, uma sobre curioso fato reportado por um dos um dos correspondentes
de Oloron (Baixo Pirineus, sudoeste extremo da França Metropolitana): -“Pelo
fim do mês de dezembro de 1866, não longe do vilarejo de Monin, uma camponesa
de vinte e quatro anos, chamada Marianne Coubert, estava ocupada em juntar
folhas num prado, perto da casa onde mora com seu pai, de sessenta e quatro
anos, e uma irmã de vinte e nove. Desde alguns instantes, um velho de estatura
média, vestido à camponesa, já se mantinha no canto do gradeado que dá passagem
para o prado. De repente, ele chamou a jovem, que logo se aproxima, e pergunta
se ela lhe podia dar uma esmola. “ – Mas que vos poderia dar? perguntou
ela. Nada tenho; a não ser que queirais aceitar um pedaço de pão. “ – O
que quiserdes, replicou o velho. Aliás, podeis ficar tranquila, ele não vos
faltará. “E a camponesa apressou-se em ir buscar o pedaço de pão. Ao
retornar, disse-lhe o velho: “– Há muito tempo que já me respondestes. “–
Como, respondeu a camponesa atônita, vos podia responder? Ainda
não me tínheis chamado.– Eu não vos tinha chamado, é verdade, mas meu
Espírito se havia transportado para vós, tinha penetrado o vosso Espírito e foi
assim que conheci previamente as vossas intenções. Também parei diante de outra
casa, lá embaixo; meu Espírito entrou e conheci as disposições pouco caridosas
dos que ali habitam. Por isso pensei que seria inútil ali pedir alguma coisa.
Se aquelas pessoas não mudarem, se continuarem a não praticar a caridade, muito
terão a lamentar. Quanto a vós, jamais recuseis dar esmola, e Deus vos levará
em conta os vossos sentimentos e vos dará muito além do que tiverdes dado aos
infelizes... Estais doente dos olhos? “ – Ah! sim, respondeu a
camponesa, a maior parte das vezes minha vista é tão fraca que não posso me
dedicar aos trabalhos do campo. “ – Pois bem! continuou o velho, eis um par
de óculos com os quais vereis perfeitamente. Tendes uma irmã que amastes muito
e que morreu há oito anos e quatro meses. “– É verdade, respondeu
a camponesa, cada vez mais atônita. “ – Vossa mãe morreu há um ano. “– É
verdade, continuou ela, ainda mais espantada. (...) -Ambas
se encontram num lugar onde são felizes e onde as revereis um dia. Antes de vos
deixar, tenho algo a vos recomendar: ide à casa de tal pessoa (uma moça
de má conduta, que tinha vários filhos) e pedi-lhe que vos deixe levar um de seus
filhos, que educareis até a época de sua primeira comunhão. Enfim, eis um
missal que deveis guardar preciosamente, e ao qual está ligado uma graça para
todos os que o tocarem. As pessoas que vos vierem ver deverão, ao chegar e ao
partir, dizer dois Pater e duas Ave (...). Entre essas pessoas, cujo número
aumentará de dia para dia de modo considerável, há os que rirão, que zombarão;
a estes não conteis nada. Não deixeis de recomendar à pessoa, na casa de quem
deveis pegar o menino, que se converta, pois não creio que ela viva ainda muito
tempo. Previno-vos que tereis uma grave moléstia pelo fim do mês de março; não
mandeis chamar médico, pois será inútil; é uma prova a que vos deveis submeter
com resignação. Aliás, eu voltarei a vos ver. E o velho afastou-se.
Chegando a uma pequena ponte muito próxima, desapareceu de repente.
quarta-feira, 2 de março de 2016
POSTURA DE UM PESQUISADOR
Consulta
sobre qual o critério utilizado pelo pesquisador Allan Kardec para
desenvolver o trabalho que referencia a base do Espiritismo conduz naturalmente
às seguintes informações: -“Comecei os meus estudos sérios de
Espiritismo, menos, ainda, por meio de revelações, do que de observações. Apliquei
a essa nova ciência, como o fizera até então, o método experimental; nunca
elaborei teorias preconcebidas; observava cuidadosamente, comparava, deduzia
conseqüências; dos efeitos procurava remontar às causas, por dedução e pelo
encadeamento lógico dos fatos, não admitindo por válida uma explicação, senão
quando resolvia todas as dificuldades da questão. Foi assim procedi sempre
em meus trabalhos anteriores, desde a idade de 15 a 16 anos. Compreendi, antes
de tudo, a gravidade da exploração que ia empreender; percebi, naqueles
fenômenos, a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do
futuro da Humanidade, a solução que eu procurara em toda a minha vida. Era, em
suma, toda uma revolução nas ideias e nas crenças; fazia-se mister, portanto,
andar com a maior circunspeção e não levianamente; ser positivista e não
idealista, para não me deixar iludir. Um dos primeiros resultados que colhi das
minhas observações foi que os Espíritos, nada mais sendo do que as almas dos
homens, não possuíam nem a plena sabedoria, nem a ciência integral; que o saber
de que dispunham se circunscrevia ao grau, que haviam alcançado, de
adiantamento, e que a opinião deles só tinha o valor de uma opinião pessoal.
Reconhecida
desde o princípio, esta verdade me preservou do grave escolho de crer na
infalibilidade dos Espíritos e me impediu de formular teorias prematuras, tendo
por base o que fora dito por um ou alguns deles. O simples fato da comunicação com
os Espíritos, dissessem eles o que dissessem, provava a existência do mundo
invisível ambiente. Já era um ponto essencial, um imenso campo aberto às
nossas explorações, a chave de inúmeros fenômenos até então inexplicados.
O
segundo ponto, não menos importante, era que aquela comunicação permitia se
conhecessem o estado desse mundo, seus costumes, se assim nos podemos exprimir.
Vi logo que cada Espírito, em virtude da sua posição pessoal e de seus
conhecimentos, me desvendava uma face daquele mundo, do mesmo modo que se chega
a conhecer o estado de um país, interrogando habitantes seus de todas as
classes, não podendo um só, individualmente, informar-nos de tudo. Compete
ao observador formar o conjunto, por meio dos documentos colhidos de diferentes
lados, colecionados, coordenados e comparados uns com outros. Conduzi-me,
pois, com os Espíritos, como houvera feito com homens. Para mim, eles foram, do
menor ao maior, meios de me informar e não reveladores predestinados. Tais as
disposições com que empreendi meus estudos e neles prossegui sempre. Observar,
comparar e julgar, essa a regra que constantemente segui. (...)
Levava para cada sessão uma série de questões preparadas e metodicamente
dispostas. Eram sempre respondidas com precisão, profundeza e lógica. A partir
de então, as sessões assumiram caráter muito diverso. Estava concluído, em
grande parte, o meu trabalho e tinha as proporções de um livro. Eu, porém,
fazia questão de submetê-lo ao exame de outros Espíritos, com o auxílio de
diferentes médiuns. Lembrei-me de fazer dele objeto de estudo nas reuniões do
Sr. Roustan. Ao cabo de algumas sessões, disseram os Espíritos que preferiam
revê-lo na intimidade e marcaram para tal efeito certos dias nos quais eu trabalharia
em particular com a Srta. Japhet, a fim de fazê-lo com mais calma e também de
evitar as indiscrições e os comentários prematuros do público. Não
me contentei, entretanto, com essa verificação; os Espíritos assim mo haviam
recomendado. Tendo-me as circunstâncias posto em relação com outros médiuns,
sempre que se apresentava ocasião eu a aproveitava para propor algumas das
questões que me pareciam mais espinhosas. Foi assim que mais de dez médiuns
prestaram concurso a esse trabalho. Da comparação e da fusão de todas as
respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes retocadas no silêncio da
meditação, foi que elaborei a primeira edição de O Livro dos Espíritos,
entregue à publicidade em 18 de abril de 1857. Sobre a forma pela qual
evoluiu em suas pesquisas, o próprio Allan Kardec explica:-“É pela mediunidade efetiva,
consciente e facultativa, que se chegou a constatar a existência do mundo
invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, que foi
possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que
representam na natureza. O médium fez pelo mundo invisível o mesmo que o
microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos”.
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