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domingo, 6 de março de 2016

PODER, POLÍTICA E AS LEIS ESPIRITUAIS

Uma dos aspectos que o Espiritismo revela é que a generalização não cabe no estudo dos casos envolvendo os Espíritos em evolução. Cada caso é um caso. O que é certo é que ninguém foge de si mesmo visto que a Lei da Consciência inscrita em nós mesmos impõem ao infrator os efeitos das ações praticadas pelo Ser em prejuízo do próximo e de si mesmo. Sua aplicação é tanto mais intensa quanto maior o conhecimento já alcançado no processo evolutivo. Para regular através da reencarnação tal mecanismo, funciona a Lei de Causa e Efeito que tem 32 dos seus princípios enunciados no capítulo CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA do livro O CÉU E O INFERNO. O incrível manancial de informações que representa a série NOSSO LAR, revela alguns casos interessantes de personagens que vivenciaram a arriscada prova do poder, especialmente através da política. Na obra OS MENSAGEIROS (feb,1944), capítulo 12, encontramos o exemplo de “Belarmino Ferreira, renascido para cooperar com o ensino e a orientação na área de despertamento espiritual, o que lhe permitiria reabilitar-se de antigos equívocos do passado, após  assumir tarefas com que se comprometera ainda no Plano Espiritual, deixou-se arrastar pela presunção e vaidade, e, após entregar-se ao negativismo completo, transferiu-se para o movimento, não da política que eleva, mas da politicalha inferior, que impede o progresso comum e estabelece a confusão nos Espíritos encarnados, desviou-se dos seus objetivos fundamentais, escravizando-se ao dinheiro que lhe transformou os sentimentos”. No capítulo quatro do  OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb, 1946), tomamos conhecimento da história de Luciana que no Plano Espiritual, buscara desenvolver as faculdades de que era portadora, a fim de socorrer, noutro tempo, o Espírito de seu pai, desencarnado numa guerra civil. Tivera ele preponderância no movimento de insurreição pública e permanecia nas esferas inferiores, alucinado pelas paixões políticas. Depois de paciente auxílio, reajustara emoções, obtendo possibilidades de reencarnar em grande cidade brasileira, para onde ela mesma, Luciana, seguiria também logo pudesse o genitor do pretérito organizar novo lar, restabelecendo-se a aliança de carinho e de amor, segundo o projeto por ambos estabelecido. No  livro NO MUNDO MAIOR (1947,feb), capítulo 7, o Espírito André Luiz reconstitui vivência que certamente encontra ressonância em muitas histórias observadas em nossa Dimensão: -“ Em rápidos minutos achávamo-nos em pequena câmara, onde magro doentinho repousava, choramingando. Cercavam-no duas entidades tão infelizes quanto ele mesmo, pelo estranho aspecto que apresentavam. O menino enfermo inspirava piedade.– É paralítico de nascença, primogênito de um casal aparentemente feliz, e conta oito anos na existência nova – informou  Calderaro, indicando-o –; não fala, não anda, não chega a sentar-se, vê muito mal, quase nada ouve dá esfera humana; psiquicamente, porém, tem a vida de um sentenciado sensível, a cumprir severa pena, lavrada, em verdade, por ele próprio. Há quase dois séculos, decretou a morte de muitos compatriotas numa insurreição civil. Valeu-se da desordem político-administrativa para vingar-se de desafetos pessoais, semeando ódio e ruínas. Viveu nas regiões inferiores, apartado da carne, inomináveis suplícios. Inúmeras vítimas já lhe perdoaram os crimes; muitas, contudo, seguiram-no, obstinadas, anos afora... A malta, outrora densa, rareou pouco a pouco, até que se reduziu aos dois últimos inimigos, hoje em processo final de transformação. Com as lutas acremente vividas, em sombrias e dantescas furnas de sofrimento, o desgraçado aprestou-se para esta fase conclusiva de resgate; conseguiu, assim, a presente reencarnação com o propósito de completar a cura efetiva, em cujo processo se encontra, faz muitos anos. A paisagem era triste e enternecedora. O doente, de ossos enfezados e carnes quase transparentes, pela idade deveria ser uma criança bela e feliz; ali, entretanto, se achava imóvel, a emitir gritos e sons guturais, próprios da esfera sub-humana. Com o respeito devido à dor e com a observação imposta pela Ciência, verifiquei que o pequeno paralítico mais se assemelhava a um descendente de símios aperfeiçoados.  No capítulo primeiro do LIBERTAÇÃO (feb) ponderações importantes: “-Grandes políticos e veneráveis condutores nunca se ausentaram do mundo. Passam pela multidão, sacudindo-a ou arregimentando-a. É forçoso reconhecer, porém, que a organização humana, por si só, não atende às exigências do ser imperecível. (...) Permanecemos diante de um mundo civilizado na superfície, que reclama não só a presença daqueles que ensinam o Bem, mas principalmente daqueles que o praticam. Sobre os mananciais da cultura, nos vales da Terra, é imprescindível que desçam as torrentes da compaixão do Céu, através dos montes do amor e da renúncia. Cristo não brilha apenas pelo ensino sublimado”.


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