Uma
dos aspectos que o Espiritismo revela é que a generalização não cabe
no estudo dos casos envolvendo os Espíritos em evolução. Cada caso é um caso. O
que é certo é que ninguém foge de si mesmo visto que a Lei da Consciência inscrita em nós mesmos impõem ao infrator os
efeitos das ações praticadas pelo Ser em prejuízo do próximo e de si mesmo. Sua
aplicação é tanto mais intensa quanto maior o conhecimento já alcançado no
processo evolutivo. Para regular através da reencarnação tal mecanismo,
funciona a Lei de Causa e Efeito que
tem 32 dos seus princípios enunciados no capítulo CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA do livro O CÉU E O INFERNO. O incrível manancial de informações que
representa a série NOSSO LAR, revela
alguns casos interessantes de personagens que vivenciaram a arriscada prova do
poder, especialmente através da política. Na obra OS MENSAGEIROS (feb,1944), capítulo 12, encontramos o exemplo de “Belarmino
Ferreira, renascido para cooperar com o ensino e a orientação na área de
despertamento espiritual, o que lhe permitiria reabilitar-se de antigos
equívocos do passado, após assumir
tarefas com que se comprometera ainda no Plano Espiritual, deixou-se arrastar
pela presunção e vaidade, e, após entregar-se ao negativismo completo,
transferiu-se para o movimento, não da política que eleva, mas da
politicalha inferior, que impede o progresso comum e estabelece a confusão
nos Espíritos encarnados, desviou-se dos seus objetivos fundamentais,
escravizando-se ao dinheiro que lhe transformou os sentimentos”. No
capítulo quatro do OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb, 1946), tomamos conhecimento da
história de Luciana que no Plano Espiritual, buscara desenvolver as
faculdades de que era portadora, a fim de socorrer, noutro tempo, o Espírito de
seu pai, desencarnado numa guerra civil. Tivera ele preponderância no
movimento de insurreição pública e permanecia nas esferas inferiores, alucinado
pelas paixões políticas. Depois de paciente auxílio, reajustara emoções,
obtendo possibilidades de reencarnar em grande cidade brasileira, para onde ela
mesma, Luciana, seguiria também logo pudesse o genitor do pretérito organizar
novo lar, restabelecendo-se a aliança de carinho e de amor, segundo o projeto
por ambos estabelecido. No livro
NO MUNDO MAIOR (1947,feb), capítulo 7, o Espírito André
Luiz reconstitui vivência que certamente encontra ressonância em muitas
histórias observadas em nossa Dimensão: -“ Em rápidos
minutos achávamo-nos em pequena câmara, onde magro
doentinho repousava, choramingando. Cercavam-no duas entidades tão infelizes
quanto ele mesmo, pelo estranho aspecto que apresentavam. O menino enfermo
inspirava piedade.– É paralítico de nascença, primogênito de um casal
aparentemente feliz, e conta oito anos na existência nova – informou Calderaro,
indicando-o –; não fala, não anda, não chega a sentar-se, vê muito mal, quase
nada ouve dá esfera humana; psiquicamente, porém, tem a vida de um sentenciado
sensível, a cumprir severa pena, lavrada, em verdade, por ele próprio. Há quase
dois séculos, decretou a morte de muitos compatriotas numa insurreição civil.
Valeu-se da desordem político-administrativa para vingar-se de desafetos
pessoais, semeando ódio e ruínas. Viveu nas regiões inferiores, apartado da
carne, inomináveis suplícios. Inúmeras vítimas já lhe perdoaram os crimes;
muitas, contudo, seguiram-no, obstinadas, anos afora... A malta, outrora densa,
rareou pouco a pouco, até que se reduziu aos dois últimos inimigos, hoje em
processo final de transformação. Com as lutas acremente vividas, em sombrias e dantescas furnas de sofrimento, o
desgraçado aprestou-se para esta fase conclusiva de
resgate; conseguiu, assim, a presente reencarnação com o propósito de completar
a cura efetiva, em cujo processo se encontra, faz muitos anos. A paisagem era
triste e enternecedora. O doente, de ossos enfezados e carnes quase transparentes,
pela idade deveria ser uma criança bela e feliz; ali, entretanto, se achava
imóvel, a emitir gritos e sons guturais, próprios da esfera sub-humana. Com o
respeito devido à dor e com a observação imposta pela Ciência, verifiquei que o
pequeno paralítico mais se assemelhava a um descendente de símios aperfeiçoados. No capítulo
primeiro do LIBERTAÇÃO (feb) ponderações importantes: “-Grandes
políticos e veneráveis condutores nunca se ausentaram do mundo. Passam pela
multidão, sacudindo-a ou arregimentando-a. É forçoso reconhecer, porém, que a
organização humana, por si só, não atende às exigências do ser imperecível. (...) Permanecemos diante de um mundo civilizado na
superfície, que reclama não só a presença daqueles que ensinam o Bem, mas
principalmente daqueles que o praticam. Sobre
os mananciais da cultura, nos vales da Terra, é imprescindível que desçam as
torrentes da compaixão do Céu, através dos montes do amor e da renúncia.
Cristo não brilha apenas pelo ensino sublimado”.
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