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domingo, 20 de março de 2016

SURPREENDENTE

Nos tempos que vivemos, comum surgirem nos Centros Espíritas pessoas buscando informações sobre experiências do chamado desdobramento consciente. A abordagem do tema começa a despertar interesse até pela evolução das ideias sobre a Apometria, técnica experimentada a partir dos anos 60, pelo Dr José Lacerda de Azevedo, Psiquiatra ligado ao Hospital Espírita de Porto Alegre. Poucos livros, contudo tratam do assunto como os do sensitivo Wagner Borges e do Dr Waldo Vieira que no primeiro dia de 1980, prefaciou PROJEÇÕES DA CONSCIÊNCIA – DIÁRIO DE EXPERIÊNCIAS FORA DO CORPO FÍSICO. Para se ter uma ideia, buscamos um de seus relatos para vermos como as realidades que nos circundam vão além do que imaginamos: 6 de setembro de 1979. Em minutos, atravessando rapidamente o espaço, atingimos uma área no continente, junto ao mar, costa deserta sob tempestade de amplas proporções que parecia atingir o auge àquela hora, entre ribombos de trovões, faíscas sucessivas e bátegas em turbilhões escachoantes. Informaram-me que junto à tormenta física ocorria chuva torrencial de recursos magnéticos de Esferas Superiores na região, objetivando a limpeza periódica das espessas formas — pensamentos nas cavernas subcrostais que se ramificavam pela Crosta sob os morros e penhascos selvagens, infiltrando-se pelas entranhas da Terra. A tempestade assemelhava-se a vasto maremoto e terremoto conjugados levantando ondas imensas, soerguendo o solo e fazendo tremer as estruturas de todo o cenário. As cavernas começaram a ser inundadas por verdadeiros rios interiores, forçando a saída de animais, talvez ratazanas, dos covis de terra sólida, bichos nas águas, principalmente ariranhas de olhos coruscantes na escuridão, e morcegos desvairados cortando os ares. Todos tentavam sair em pânico dos saguões das galerias múltiplas, umas amplas e altas, outras acanhadas e baixas, a se multiplicarem em furnas, precipícios e gargantas no recôndito da massa terrestre. Fazíamos a passagem sobre os elementos deslizando com a emissão do potencial das forças mais íntimas para flutuar acima dos bichos e atravessar as revoadas de morcegos. O ambiente gélido das furnas, com exalações desagradáveis poluindo o ar, mostrava o hórrido-belo com toda a magnificência possível, além de qualquer pesadelo. Entre as cores das pedras escalavradas das paredes e a majestade estática das estalactites e estalagmites, os numerosos magotes de entidades padecentes, alienados mentais sem corpos físicos ainda profundamente materializados, sentiam os efeitos magnéticos e psicológicos das convulsões indescritíveis dos elementos, correndo espavoridos e exibindo assombro indefinível nas carantonhas pelas galerias espraiadas em labirintos, num "salve-se quem puder" deprimente e aterrador. Os recintos tenebrosos das cavernas pareciam transformados em catacumbas do horror. Angustioso pavor campeava nas fisionomias e nos gestos dos grupos desventurados que se amontoavam onde podiam, com os espíritos perturbados, muitos atônitos, alguns vacilantes, buscando apoio desesperado e inencontrável uns nos outros. Profunda compaixão brotava, espontânea, em todos nós que presenciávamos as cenas inesquecíveis atravessando o ambiente à meia altura, procurando manter-nos flutuando pouco acima, na posição difícil de espectadores impotentes ante o realismo da catástrofe programada. Era necessário dominar as emoções e abafar os impulsos de choro convulso. Secções dos elementos geológicos suspensos pareciam tremer e daí a pouco caíam fragorosamente sobre o leito turbilhonante das extensas grutas que acolhiam considerável população espiritual, vinda à tona nas águas misturadas de chuva e mar, saindo de cada enxovia escondida, poços de lama semelhantes a solitárias e cárceres encravados em esconderijos e tijucos, numa das piores atmosferas que se possa imaginar. Tarefeiros do conforto espiritual, em pequenas falanges luminescentes, chegavam para os trabalhos de cooperação fraternal, em levas contínuas, durante e após a tempestade hidromagnética

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