Nos
oitenta e um anos vividos em sua existência como Léon Denis (1846/1927), nos
últimos 20 esse Espírito esteve praticamente cego, embora muito produtivo
graças à retaguarda oferecida por Claire Baumard, que sucedeu sua irmã
gêmea Gabrielle na tarefa de secretariar o grande continuador de Allan
Kardec no desenvolvimento do aspecto filosófico do Espiritismo. Dénis
recordava que “tinha 18 anos quando, por volta de 1864, passando um dia pela
principal rua da cidade, vi, no mostruário de uma livraria, O Livro dos
Espíritos, de Allan Kardec. Avidamente o comprei, às ocultas de minha mãe,
muito cuidadosa quanto aos assuntos de minhas leituras”. Sobre sua
relação com a pessoa do Mestre, contou: “Eu encontrei várias vezes Allan Kardec
sobre o plano terrestre. A primeira vez foi em Tours, quando ele veio, ao curso
de uma viagem de conferências. Tínhamos alugado uma sala para o receber, mas a
polícia imperial, desconfiada, interditou-nos o seu uso. Foi preciso que nos
reuníssemos no jardim de um amigo, à luz das estrelas. Éramos bem trezentas
pessoas de pé, apertadas, pisando as platibandas, mas felizes por ver e ouvir o
mestre, assentado em meio a nós, ante uma mesinha e que nos falava do fenômeno
das obsessões. No dia seguinte, quando fui levar-lhe os meus cumprimentos,
encontrei-o nesse mesmo jardim, trepado num escabelo, colhendo cerejas para a
Sra. Allan Kardec. Esta cena bucólica cheia de encanto contrastava com a
gravidade dos personagens. Mais tarde encontrei-o em Bonneval, Eure-et-Loire,
onde fora participar de um meeting espírita que reunia todos os adeptos da
região. Finalmente em Paris, ao curso de minhas viagens, pude trocar ideias com
ele sobre a causa que nos era tão cara”. Na retaguarda de seu trabalho
encontrava-se o Espírito do grande discípulo de Jan Huss, o reformador
tcheco que, na verdade, foi a identidade do Espírito do Codificador do
Espiritismo em vida anterior na Terra. Ao seu lado quase que até o fim de sua
jornada como demonstrado na passagem em que convidado para presidir ao Congresso
Internacional Espírita de Paris, em 1925. Sentindo-se extenuado, enfermo,
dificultado pela quase ausência da visão, procura contornar “O mestre levou a
questão à consideração de seus guias em uma reunião íntima e estes o
encorajaram a participar do Congresso; entretanto, ele objetou mais uma vez,
recordando “o fardo de suas enfermidades”. Flammarion o substituiria
com vantagem. Léon Denis apenas pronunciara estas palavras quando foi
interrompido pelo médium que, em tom firme e nítido lhe responde: –
Flammarion não estará lá! Como? Flammarion vai se abster? “Não, ele não estará lá!”. Nenhuma
palavra a mais. O Congresso teria lugar de 6 a 13 de setembro de 1925, Camille
Flammarion, desencarnaria a 4 de junho, portanto quatro meses antes. Comentando
isso, sua secretária Mlle. Baumard não faz outros
comentários, porém em seu prefácio à biografia de Kardec, escrita por Henri
Sausse, Denis torna claro que o espírito ao qual
confiara suas dúvidas nessa noite fora o do próprio Kardec. No revelador livro LÉON DENIS NA INTIMIDADE (clarim,
1982), que biografa parte da vida do grande escritor de Tours, Claire Baumard - repetimos, sua
secretária nas ultimas décadas de sua vida terrena -, o tradutor e prefaciador Wallace
Leal Rodrigues, estabelece interessante paralelo sobre os personagens
aqui citados Denis, Kardec, Jerônimo de Praga. Segundo ele, a lógica das
tarefas desempenhadas por todos, indica que Denis ao tempo em que Kardec
foi Jan
Huss, o precursor da Reforma influenciado por Jerônimo de Praga que,
por sua vez, concluiu sua formação na Inglaterra, inflamando-se nos ideais
protestantes a partir das ideias desenvolvidas por John Wycliffe.
Deduz com grande possibilidade de acerto
que este renasceria onze anos antes do
lançamento d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS
para evoluir nas definições da Filosofia Espírita.
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
sexta-feira, 29 de abril de 2016
quarta-feira, 27 de abril de 2016
O ESPÍRITO EMMANUEL E A LEITURA DINÂMICA
Tendo
conhecido o Espiritismo aos 16 anos logo após ter-se mudado com a família para
Araraquara (SP), procedentes do interior do Estado do Espírito Santo, Wallace
Leal Valentim Rodrigues, teve ao longo do restante de sua mais recente
existência na nossa Dimensão, participação significativa na História da Casa
Editora O Clarim, entidade fundada por Cairbar Schutel, pioneiro do
Espiritismo na região araraquarense do Estado de São Paulo. Acatando orientação
do Espírito Emmanuel através de Chico Xavier assumiu no final da
década de 60, o comando da instituição responsável pela publicação da REVISTA INTERNACIONAL DO ESPIRITISMO e
do jornal O CLARIM, como revela em
capítulo com que enriqueceu a obra AMOR
E SABEDORIA DE EMMANUEL organizada pelo Professor Clovis Tavares.
Inteligência brilhante, escreveu, organizou e traduziu várias obras importantes
publicadas pela editora que dirigiu. Quando do recebimento do título de Cidadão
Paulistano por Chico Xavier, Wallace reuniu uma série de
mensagens de autoria de Emmanuel psicografadas pelo médium e
publicadas avulsamente ao longo de vários anos e compôs o livro SEGUE-ME (clarim, 1973). Como prefácio,
apresentou um interessante estudo de sua autoria, demonstrando como o trabalho
do médium, notadamente os escritos de seu Orientador Espiritual foram
produzidos dentro de uma técnica absolutamente compatível com a evolução da
comunicação escrita ao longo do final do século 20. Para demonstrar a
genialidade do Wallace especialista em comunicação, destacamos alguns trechos
do seu texto: -“Inesperadamente, tomou-se conhecimento da existência do Professor
Françóis Richaudeau, Coordenador do Centro de Estudos e Promoção da Leitura, de
Paris, e de seu trabalho na revista Comunicação e Linguagem, e de um seu livro,
de fundamental valor na história da percepção dinâmica: “A Legibilidade”. Ele
fez entender que as elites serão comandadas pelas pessoas que SOUBERAM O QUE
LER, que souberam COMO LER, mesmo pondo de lado que o façam em velocidades
diferentes. (...) Eis, porém, que o livro
“A Legibilidade”, de François Richadeau e alguns números da revista
“Comunicação e Linguagem”, me vieram ter às mãos. E minha surpresa foi
indescritível ao verificar que, já nos idos de 1937, o Espírito Emmanuel
empregava a metodologia descoberta por Richaudeau, levando, conseguintemente, o
leitor à leitura dinâmica, que, por sua vez, motivou os surtos crescentes de
progresso que o Espiritismo apresenta em nosso país, e que não podem ser
comparados a nenhum, em qualquer outra nação da terra, inclusive a própria
França. (...) Quanto a Richaudeu, é preciso dizer que a sua obra é fundamental
na história da Percepção Dinâmica - o que vem provar, como foi previsto, que o
Espiritismo vai caminhando passo a passo com os avanços da ciência. A
proliferação dos computadores, dos aparelhos eletrônicos de sistematização,
certamente provocará uma diversificação no processo da leitura. Richaudeau diz
o seguinte: “Nossos olhos, comandados pelo cérebro, se tornarão instrumentos de
uma pequena caixa de velocidade. Existirão textos para serem lidos com primeiro
interesse, com segundo interesse, e assim por diante. Os mais hábeis, como os
automóveis mais potentes, conseguirão ampliar sua potencialidade até seis ou
sete estágios de leitura”. Em última análise, o leitor do futuro regularizará
seus olhos de acordo com suas necessidades, com a importância de cada mensagem,
e, principalmente, com o tempo. (...) Quem defende a civilização da imagem e, consequentemente,
do som, se esquece de um detalhe muito simples e fundamental: mesmo que o homem
consiga falar à velocidade de 9 mil palavras por hora sempre conseguirá ler à
razão de 27 mil palavras por hora - três vezes mais depressa. Um leitor rápido
dobra facilmente essa marca. Melhor ainda, esses números se referem à leitura
integral. Numa leitura seletiva, a taxa de informação se multiplica por dois ou
três. Assim, parece evidente que a leitura deva se manter como meio de
aquisição, aprendizado, assimilação, por mais tempo, e num tempo de duração
superior a qualquer sistema audiovisual. . O Espírito Emmanuel, entretanto, parece já
saber que o processo visual de um leitor não é contínuo. Pode-se acreditar que
ele siga um caminho normal : primeiro, na primeira linha, depois na segunda e assim por diante. O
olho usa, para ler, movimentos bruscos : fixa-se em média durante um quarto de
segundo sobre um trecho de texto; lê efetivamente durante outro quarto de
segundo, iniciando um novo ciclo. O olho do leitor rápido não segue esse
processo mais rapidamente do que o olho do leitor lento. Ao contrário, o ponto
de fixação é sempre constante. Emmanuel parece conhecer que o que distingue
realmente os leitores rápidos dos lentos é que, durante essa fixação de um
quarto de segundo, o olho e os prolongamentos nervosos dos rápidos aprendem,
decifram, leem uma quantidade maior que a dos lentos”.
segunda-feira, 25 de abril de 2016
O ESPIRITISMO E SEUS PRINCÍPIOS
Longe de ser mera forma de explicar manifestações
físicas que fogem ao habitual, o Espiritismo oferece explicações da mais alta
significação para que entendamos a nós e ao Mundo que pertencemos. No número de
abril de 1867 da REVISTA
ESPÍRITA, Allan Kardec apresenta argumentos que demonstram a significação
do que estamos dizendo. Escreve ele:-“O Espiritismo baseia-se na existência do
princípio espiritual, como elemento constitutivo do Universo; repousa sobre a
universalidade e a perpetuidade dos seres inteligentes, sobre seu progresso
indefinido, através dos mundos e das gerações; sobre a pluralidade das
existências corporais, necessárias ao seu progresso individual; sobre sua
cooperação relativa, como encarnados ou desencarnados, na obra geral, na medida
do progresso realizado; sobre a solidariedade que une todos os seres de um
mesmo mundo e dos mundos entre si. Nesse vasto conjunto, encarnados e
desencarnados, cada um tem sua missão, seu papel, deveres a cumprir, desde o mais
ínfimo até os anjos, que nada mais são que Espíritos humanos chegados ao estado
de Espíritos puros, e aos quais são confiadas as grandes missões, o governo dos
mundos, como a generais experimentados. Em vez das solidões desertas do espaço
sem limites, por toda parte a vida e a atividade, em parte alguma a ociosidade
inútil; por toda parte o emprego dos conhecimentos adquiridos; em toda parte o
desejo de progredir ainda e de aumentar a soma de felicidades, pelo emprego
útil das faculdades da inteligência. Em vez de uma existência efêmera e única,
passada num cantinho da Terra, que decide para sempre de sua sorte futura,
impõe limite ao seu progresso e torna estéril, para o futuro, o trabalho a que
se entrega para instruir-se, o homem tem por domínio o Universo; nada do que
sabe ou do que faz fica perdido: o futuro lhe pertence; em vez do isolamento
egoísta, a solidariedade universal; em lugar do nada, segundo alguns, a Vida Eterna;
em lugar da beatitude contemplativa perpétua, segundo outros, que a tornaria de
uma inutilidade perpétua, um papel ativo, proporcionado ao mérito adquirido; em
vez de castigos irremissíveis por faltas temporárias, a posição que cada um
conquista por sua perseverança no bem ou no mal; em vez de uma mancha original,
que o torna passível de faltas que não cometeu, a consequência natural de suas
próprias imperfeições nativas; em vez das chamas do inferno, a obrigação de
reparar o mal que se fez e recomeçar o que se fez mal; em vez de um Deus
colérico e vingativo, um Deus justo e bom, que leva em conta todo
arrependimento e toda boa vontade. Tal é, em resumo, o quadro que apresenta o
Espiritismo, e que ressalta da situação mesma dos Espíritos que se manifestam;
não é mais uma simples teoria, mas resultado da observação. O homem que encara
as coisas deste ponto de vista, sente-se crescer; ergue-se aos seus próprios
olhos; é estimulado em seus instintos progressivos ao ver um objetivo para os
seus trabalhos, para os seus esforços em se melhorar. Mas, para compreender o
Espiritismo em sua essência, na imensidade das coisas que ele abarca, para
compreender o objetivo e o destino do homem, não era preciso relegar a
Humanidade a um pequeno Globo, limitar a existência a alguns anos, rebaixar o
Criador e a criatura. Para que o homem pudesse fazer uma ideia justa de seu
papel no Universo, era preciso que compreendesse, pela pluralidade dos mundos,
o campo aberto às suas explorações futuras e a atividade de seu espírito; para
recuar indefinidamente os limites da Criação, para destruir os preconceitos
sobre os lugares especiais de recompensa e de punição, sobre os diferentes
estágios dos céus, era preciso que penetrasse as profundezas do espaço; que em
lugar do cristalino e do empíreo, aí visse circular, em majestosa e perpétua
harmonia, os Mundos inumeráveis, semelhantes ao seu; que em toda parte seu
pensamento encontrasse a criatura inteligente”.
sábado, 23 de abril de 2016
SURREAL, MAS RACIONALMENTE POSSÍVEL
Diferentemente
do Espírito identificado como André Luiz, Manoel Philomeno de Miranda
a partir da própria cura de um processo obsessivo, passou a trabalhar enquanto
encarnado em Centro Espírita na cidade de Salvador, na Bahia, para onde se
mudara, com trabalhos neles desenvolvidos, voltados para atendimento a pessoas acometidas
por quadros da obsessão. Desencarnado em 1942, psicografou através de
Chico Xavier uma mensagem dirigida ao também médium Divaldo
Pereira Franco e, a partir de 1970, através do mesmo começou a
transferir para nossa Dimensão obras abordando suas experiências do outro lado
da vida mostrando de um angulo privilegiado a intensa interação existente entre os diferentes Planos
Existenciais e a gravidade dos processos de obsessão através de casos que,
segundo ele, atingem proporções inimagináveis. Mais de uma dezena de obras
marcadas por extremo bom senso foi surgindo desde NOS BASTIDORES DA OBSESSÃO, o primeiro da série. Livros excelentes
contendo instigantes revelações como TRANSIÇÃO
PLANETÁRIA (2010), revelando as ações preparatórias para o grande evento de
dezembro de 2004, que impôs em alguns minutos a morte de aproximadamente
quatrocentas mil pessoas, no Tsunami resultante de violento terromoto
ocorrido em alto mar, a quilômetros de distancia das áreas continentais
atingidas em vários Países situados no Oceano Índico. Ou ainda NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA (1982),
abordando os efeitos espirituais e materiais do carnaval nas estruturas sociais
encarnadas e desencarnadas. Um deles, TORMENTOS
DA OBSESSÃO (2001), apresenta um caso extremamente interessante, retratando
personagem que, alcoolizado, teria, certa noite, adentrado um Centro logo após
o termino das suas atividades. Superado o constrangimento inicial dos
remanescentes presentes, foi convencido por um dos dirigentes a submeter-se a
tratamento ali oferecido, o que o fez voltar ainda algumas vezes, até que não
mais apareceu. O próprio Manoel, testemunha do fato, prossegue resgatando
detalhes do sucedido na sequência: -“Não passaram duas semanas, e fomos
informados da tragédia em que se envolvera o pobre Ludgério, tendo fim a
consumida existência física. Discutindo com outro companheiro embriagado,
comparsa habitual das extravagâncias alcoólicas, num dos bares em que se
homiziavam, foi acometido de grande loucura e, totalmente alucinado, tomou de
uma faca exposta no balcão da espelunca, cravando-a, repetidas vezes, no
antagonista, mesmo após tê-lo abatido e morto. A cena de sangue, odienta e
ultrajante, provocou a ira dos passantes e comensais do repelente recinto que, inspirados
por perversos e indigitados Espíritos vampirizadores, se atiraram contra o
alcoólatra, linchando-o sem qualquer sentimento de humanidade, antes que
a polícia que frequentava o local pudesse ou quisesse interferir. Todo
linchamento demonstra o primarismo em que ainda permanece o Ser humano, e
resulta da explosão do ódio que acomete aos imprevidentes, que passam a
servir de instrumentos inconscientes de hordas espirituais perversas, que
dão vasa aos sentimentos vis através das paixões desordenadas (...). Os jornais
fizeram estardalhaço sobre o inditoso acontecimento, que a nós outros que o
conhecíamos, muito nos compungiu, deixando-nos material espiritual para
demoradas reflexões e interrogações que somente após a morte nos foi possível
compreender. Naquela ocasião, indagamo-nos, se teria falhado a ajuda espiritual
que se estava iniciando com futuras perspectivas de atenuar o processo
obsessivo. Por que os desafetos conseguiram atingir as metas estabelecidas?
(...) Após a morte física, ainda interessado no caso Ludgério, tentamos
encontrá-Lo, sem o conseguir. (...) Soubemos, por fim, que aquele, que lhe fora
vítima do homicídio infame, era um dos comparsas de vidas anteriores, que se
desaviera quando da partilha de terras que haviam sido espoliadas de camponeses
humildes que lhes sofriam a dominação arbitrária, tornando-se-lhe igualmente
adversário. Desde então, unidos pelos crimes, uma ponte de animosidade fora
distendida entre eles. Como os adversários espirituais se vinculavam a ambos,
encontraram campo vibratório propício para o assassinato de cunho espiritual”.
quinta-feira, 21 de abril de 2016
O MÁRTIR E A ESPIRITUALIDADE
-“Irmão
querido, resgatas hoje os delitos cruéis que cometeste quando te ocupavas do
nefando mister de inquisidor, nos tempos passados. Redimiste o pretérito
obscuro e criminoso, com as lágrimas do teu sacrifício em favor da Pátria do
Evangelho de Jesus. Passaras a ser um símbolo para a posteridade, com o teu
heroísmo resignado nos sofrimentos purificadores. (...) Regozija-te no Senhor
pelo desfecho dos teus sonhos de liberdade, porque cada um será justiçado de
acordo com as suas obras”. As palavras estão registradas na obra BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO
(feb,1938) e pertencem a Ismael – Espírito responsável pela
evolução espiritual da Nação brasileira -, dirigidas à Joaquim José da Silva Xavier, o
Tiradentes, no exato “no instante em que o seu corpo balança,
pendente das traves do cadafalso, no Campo da Lampadosa”, ele, que foi
o único condenado à morte pela Coroa Portuguesa pela participação no movimento
denominado Inconfidência Mineira, visto que os demais tiveram a pena comutada
para degredo em terras africanas. Além da execução pública teve seu corpo
esquartejado por decisão da Rainha Maria, a Piedosa, e exibido em várias
cidades para servir de advertência contra prováveis insurretos. O prognóstico
de Ismael
sobre a decisão Imperial se confirmaria daí a alguns dias, pois, “a
piedosa rainha portuguesa enlouquecia, ferida de morte na sua consciência pelos
remorsos pungentes que a dilaceravam”. Sobre os personagens da marcante
história nacional, Humberto de Campos, um ano antes de resgatar a História do
Brasil segundo registros do Plano Espiritual, noutra obra, CRONICAS DE ALÉM TÚMULO (feb, 1937), conta que todos os anos no 21
de abril, Ouro Preto é visitada no Plano Espiritual por vários admiradores do
grande Mártir. Conta que ele mesmo integrou uma das caravanas lá presentes que
esteve na antiga Vila Rica - que não conhecera enquanto encarnado -, conforme
relata em texto transmitido através de Chico Xavier em 21 de abril de 1937.
Com a empolgação do jornalista e escritor que foi em sua existência concluída
em dezembro de 1934, revela: “-Aí fui encontrar, não segundo o
corpo, mas segundo o Espírito, as personalidades de Domingos Vidal Barbosa,
Freire de Andrada, Mariano Leal, José Joaquim da Maia, Cláudio Manuel, Inácio
Alvarenga, Dorotéia de Seixas, Beatriz Francisca Brandão, Toledo Pisa, Luís de
Vasconcelos e muitos outros nomes, que participaram dos acontecimentos
relativos à malograda conspiração”. E, entre estas figuras veneráveis “a do
antigo alferes Joaquim José da Silva Xavier, pela sua nobre e serena beleza. Do
seu olhar claro e doce, irradiava-se toda uma onda de estranhas revelações, e
não foi sem timidez que me acerquei da sua personalidade, provocando a sua
palavra”. Das cinco questões propostas ao grande personagem, destacamos
algumas considerações: 1- Devo afirmar que não fui um herói e sim
um Espírito em prova, servindo simultaneamente à causa da liberdade da
minha terra. Quanto à Inconfidência de Minas, não foi propriamente um movimento
nativista, apesar de ter aí ficado como roteiro luminoso para a independência
da Pátria. Hoje, posso perceber que o nosso movimento era um projeto por demais
elevado para as forças com que podia contar o Brasil daquela época,
reconhecendo como o idealismo eliminou em nosso espírito todas as noções da
realidade prática. 2- "Hoje, de modo
algum desejaria avivar minhas amargas lembranças. Aliás, não foi apenas
Silvério quem nos denunciou perante o Visconde de Barbacena; muitos outros
fizeram o mesmo, chegando um deles a se disfarçar como um fantasma, dentro das
noites de Vila Rica, avisando quanto à resolução do governo da Província, antes
que ela fosse tomada publicamente, com o fim de salvaguardar as posições
sociais de amigos do Visconde, que haviam simpatizado com a nossa causa. Graças
a Deus, todavia, até hoje, sinto-me ditoso por ter subido sozinho os vinte
degraus do patíbulo”. 3- "Não tenho coisa alguma a acrescentar
às descrições históricas, senão minha profunda repugnância pela hipocrisia das
convenções sociais de todos os tempos”. 4- Quanto ao Brasil atual, qual a vossa opinião
a respeito? - "Que ainda não foi atingido o alvo dos nossos sonhos. A Nação
ainda não foi realizada para criar-se uma linha histórica, mantenedora da sua
perfeita independência. Todavia, a vitalidade de um povo reside na organização
da sua economia e a economia do Brasil está muito longe de ser realizada. A
ausência de um interesse comum, em "favor do País, dá causa não mais à
derrama dos impostos, mas ao derrame das ambições, onde todos querem mandar,
sem saberem dirigir a si próprios”.
terça-feira, 19 de abril de 2016
LEMBRANDO UMA VIDA PASSADA
No
numero de julho de 1860 da REVISTA
ESPÍRITA, Allan Kardec inclui interessante matéria relatando o
desdobrando da análise de carta recebida de um assinante na qual um amigo lhe
confidencia ter vívida em si a lembrança de uma vida passada. Tal reminiscência
rica em detalhes surgiu-lhe ainda na infância. Conta ele: “Por mais ridículo que pareça,
direi que guardo a sincera convicção de ter sido assassinado durante os
massacres de São Bartolomeu. Eu era muito criança quando tal lembrança veio
ferir a minha imaginação. Mais tarde, ao ler essa triste página de nossa
História, pareceu que muitos detalhes me eram conhecidos, e ainda creio que, se
a velha Paris pudesse ser reconstruída, eu reconheceria aquela alameda sombria,
onde, fugindo, senti o frio de três punhaladas nas costas. Há detalhes desta
cena sangrenta que se conservam na minha memória e que jamais desapareceram.
Por que tinha eu essa convicção antes de saber o que tinha sido a noite de São
Bartolomeu? Por que, ao ler o relato desse massacre, perguntei a mim mesmo: é
meu sonho, esse sonho desagradável que tive em criança, cuja lembrança me ficou
tão viva? Por que, quando quis consultar a memória, forçar o pensamento, fiquei
como um pobre louco ao qual surge uma ideia e que parece lutar para lhe
descobrir a razão? Por quê? Nada sei. Por certo me achareis ridículo, mas nem
por isso guardarei menos a lembrança, a convicção. “Se vos dissesse que eu
tinha sete anos quando tive um sonho assim: Eu tinha vinte anos, era jovial,
bem-posto, e penso que rico. Vim bater-me em duelo e fui morto. Se dissesse que
a saudação feita com a arma, antes de me bater, eu a fiz pela primeira vez que
tive um florete na mão; se dissesse que cada preliminar mais ou menos graciosa
que a educação ou a civilização pôs na arte de se matar me era desconhecida
antes de minha educação nas armas, diríeis, sem dúvida, que sou louco ou
maníaco. Bem pode ser; mas às vezes me parece que um clarão penetra nesse
nevoeiro e tenho a convicção de que a lembrança do passado se restabelece em
minha alma”. O remetente acrescenta ainda: -“O Sr. V..., autor desta carta,
é oficial da marinha e atualmente em viagem. Poderia ser interessante ver se,
evocando-o, confirmaria as suas lembranças; mas haveria a impossibilidade de o
prevenir de nossa intenção e, por outro lado, considerando-se a sua profissão,
poderia ser difícil encontrar o momento propício. Todavia, disseram-nos que
chamássemos o seu anjo-da-guarda, quando quiséssemos evocá-lo, e ele nos diria
se poderíamos fazê-lo. (...) Assim procederam e o resultado foi
interessante entrevista da qual destacamos algumas questões e respostas: 1- Por
que motivo essa lembrança lhe é mais precisa do que para outros? Há nisso uma
causa fisiológica ou uma utilidade particular para ele? – Essas lembranças vivazes são
muito raras. Dependem um pouco do gênero de morte, que de tal modo o
impressionou que está, por assim dizer, encarnado em sua alma. Entretanto,
muitas outras criaturas tiveram mortes igualmente terríveis, mas a lembrança
não lhes ficou. Só raramente Deus o permite. 2- Depois dessa morte,
ocorrida na noite de São Bartolomeu, teve ele outras existências? –
Não. 3- Que idade tinha quando morreu? – Uns trinta anos. 4- Pode-se
saber o que ele era? – Era ligado à casa de Coligny. 5- Se tivéssemos podido
evocá-lo, ter-lhe-íamos perguntado se recorda o nome da rua onde foi
assassinado, a fim de ver se, indo a esse local, quando voltar a Paris, a
lembrança da cena lhe será ainda mais precisa. – Foi no cruzamento de Bucy. 6- A
casa onde foi morto ainda existe? – Não; foi reconstruída. 7- Com o
mesmo objetivo teríamos perguntado se recorda o nome que tinha. –
Seu nome não é conhecido na História, pois era simples soldado. Chamava-se
Gaston Vincent.
domingo, 17 de abril de 2016
COMO TUDO COMEÇOU
Aquela
manhã de 18 de abril de 1857, sábado de primavera parisiense, foi de grande
emoção para o educador e pesquisador francês Hippolyte Léon Denizard Rivail,
pois um portador entregava no apartamento em que vivia com sua esposa Amelie
Boudet os primeiros dos 2000 exemplares da primeira edição da obra com
que era apresentada ao mundo uma revolucionária proposta que elucidava algumas
das mais intrigantes duvidas acalentadas pelo Ser humano: quem é, de onde vem e
para onde vai. Titulo: O LIVRO DOS
ESPÍRITOS. Nessa primeira versão agrupadas em três partes, apenas 501
respostas, oferecidas pelo Mundo Espiritual às perguntas por ele formulados na
criteriosa pesquisa que desenvolveu por dois anos, desde que tivera o primeiro
contato com uma reunião onde se manifestava por meios insólitos uma
inteligência que oferecia esclarecimentos lógicos e substancias à duvidas
levantadas. Para tornar mais impessoal seu trabalho e para que não se o
confundisse com suas contribuições na área da Pedagogia introduzindo a
metodologia do educador Jean Baptiste Pestalozzi, ocultou-se
no pseudônimo Allan Kardec, nome que teria tido em existência remota entre os
gauleses, onde fora sacerdote conforme revelação espiritual a ele feita. O
formato definitivo com quatro partes e 1019 perguntas e respostas, somente foi
lançado em 1860, oferecendo as bases de uma nova visão científica, filosófica
de consequências morais para a vida. Logo de cara, na pergunta número 1, a
resposta que começava a desconstruir o Deus humanizado das principais escolas
religiosas do lado Ocidental da Terra, redefinindo-o como a Inteligência Suprema do
Universo, causa primária de todas as coisas. Na resposta à questão 1019
indagando sobre se o reino do Bem poderá um dia realizar-se na Terra, o
esclarecimento inclusive para entendermos as controvérsias da atualidade: O Bem reinará na Terra
quando, entre os Espíritos que vêm habitá-la, os bons predominarem sobre os
maus; então eles farão reinar na Terra o amor e a justiça, que são a fonte do
bem e da felicidade. Pelo progresso moral e praticando as leis de Deus é que o
homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e afastará os maus; mas os maus só
a deixarão quando o homem tiver expulsado de si o orgulho e o egoísmo. A transformação
da humanidade foi anunciada e é chegado o tempo em que todos os homens amantes
do progresso se apresentam e se apressam, porque essa transformação se fará
pela encarnação dos Espí- ritos melhores, que formarão sobre a Terra uma nova
ordem. Então, os Espíritos maus, que a morte vai retirando a cada dia, e
aqueles que tentam deter a marcha das coisas serão excluídos da Terra porque
estariam deslocados entre os homens de bem dos quais perturbariam a felicidade.
Eles irão para mundos novos, menos avançados, desempenhar missões punitivas
para seu próprio adiantamento e de seus irmãos ainda mais atrasados”. Apesar de seu
diversificado e substancial conteúdo, Allan Kardec escreveu num dos
números da REVISTA ESPÍRITA que
fundou e dirigiu de janeiro de 1858 a março de 1869: -O LIVRO DOS ESPÍRITOS
não é um tratado completo de Espiritismo; apenas apresenta as bases e os
pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela
observação. Definição de Espírito e Matéria, Vida em outros Mundos, Uma
atualização das Leis Morais, a Influência dos Espíritos em nossos pensamentos e
atos, o sono e os sonhos, são algumas das dúvidas que qualquer um poderá
esclarecer nas riquíssimas páginas da importante obra.
sexta-feira, 15 de abril de 2016
A JUSTIÇA PERFEITA
Os
33 artigos do Código Penal da Vida
Futura apresentados no capítulo
7 do livro O CÉU E O INFERNO dão uma
ideia dos mecanismos da Justiça Divina Segundo o Espiritismo. A vasta
literatura produzida através de milhares de médiuns notadamente no Brasil
exemplificam baseados em casos reais como nossa vida está inexoravelmente presa
aos efeitos de nossas ações intencionalmente praticadas na relação da
Individualidade consigo mesma, com a família e com a sociedade. Nos estudos
levados a efeito pelo Espírito Emmanuel e transmitidos à nossa
Dimensão pela psicografia de Chico Xavier em 1965 no livro JUSTIÇA DIVINA (feb, 1965) para
comemorar o primeiro centenário da obra de Allan Kardec, recolhemos inúmeros
elementos para refletir sobre o assunto. Um dos capítulos intitulado DESLIGAMENTO DO MAL, o Instrutor
oferece revelações que atendem ao interesse daqueles que se perguntam como
ficam os que infringiram os dispositivos do Código citado há pouco.
Considerando o princípio segundo o qual “ninguém foge de si mesmo”,
percebemos ser a única forma de oferecer ao Ser em evolução a oportunidade de se
redimir perante os delitos arquivados na sua indelével memória. Escreve Emmanuel:
Antes
da reencarnação, no balanço das responsabilidades que lhe competem, a mente,
acordada perante a Lei, não se vê apenas defrontada pelos resultados das
próprias culpas. Reconhece, também, o imperativo de libertar-se dos
compromissos assumidos com os sindicatos das trevas. Para isso partilha estudos
e planos referentes à estrutura do novo corpo físico que lhe servirá por degrau
decisivo no reajuste, e coopera, quanto possível, para que seja ele talhado à
feição de câmara corretiva, na qual se regenere e, ao mesmo tempo, se isole das
sugestões infelizes, capazes de lhe arruinarem os bons propósitos. 1- Patronos
da guerra e da desordem, que esbulhavam a confiança do povo, escolhem o próprio
encarceramento da idiotia, em que se façam despercebidos pelos antigos
comparsas das orgias de sangue e loucura, por eles mesmos transformados em
lobos inteligentes; 2- Tribunos ardilosos da opressão e caluniadores
empeçonhados pela malícia pedem o martírio silencioso dos surdos-mudos, em que
se desliguem, pouco a pouco, dos especuladores do crime, a cujo magnetismo
degradante se rendiam, inconscientes; 3-
Cantores e bailarinos de prol, imanizados a organizações corrompidas, suplicam
empeços na garganta ou pernas cambaias, a fim de não mais caírem sob o fascínio
dos empreiteiros da delinquência; 4- Espiões que teceram intrigas de morte e
artistas que envileceram as energias do amor, imploram olhos cegos e estreiteza
de raciocínio, receosos de voltar ao convívio dos malfeitores que um dia
elegeram por associados e irmãos de luta mais íntima; 5- Criaturas insensatas,
que não vacilavam em fazer a infelicidade dos outros, solicitam nervos
paralíticos ou troncos mutilados, que os afastem dos quadrilheiros da sombra, com
os quais cultivavam rebeldia e ingratidão;6- Homens e mulheres, que se
brutalizaram no vício, rogam a frustração genésica e, ainda, o suplício da
epiderme deformada ou purulenta, que provoquem repugnância e consequente
desinteresse dos vampiros, em cujos fluidos aviltados e vômitos repelentes se
compraziam nos prazeres inferiores. Se alguma enfermidade irreversível te
assinala a veste física, não percas a paciência e aguarda o futuro. E se trazes
alguém contigo, portando essa ou aquela inibição, ajuda esse alguém a aceitar
semelhante dificuldade, como sendo a luz de uma bênção. Para todos nós, que
temos errado infinitamente, no caminho longo dos séculos, chega sempre um
minuto em que suspiramos, ansiosos, pela mudança de vida, fatigados de nossas
próprias obsessões.
quarta-feira, 13 de abril de 2016
"CHIPS" ESPIRITUAIS ?
A questão da obsessão inicialmente identificada por Allan
Kardec e explicada n’O LIVRO DOS
MÉDIUNS, ao longo do século 20, foi sendo exposta em seus aspectos espantosos
e perturbadores a interferir na experiência reencarnatória de milhões de
criaturas. Num dos primeiros livros
publicados com o resultado de suas psicografias, o médium Robson Pinheiro abria
campo para contribuições do Espírito de um ex-homem de comunicação em nossa
Dimensão identificado como Angelo Inácio. A obra intitulada TAMBORES DE ANGOLA, gira em torno de um
engenheiro vitimado por um insidioso processo do que o Espiritismo chama de
fascinação em suas revelações sobre os diferentes níveis de manifestação da Obsessão
denominado fascinação. A surpresa do caso encontra-se no trecho em que
descreve: -“Dirigiu-se, então, para a maca onde o espírito desdobrado do rapaz se
encontrava e começou uma estranha cirurgia. Pequeno aparelho foi
implantado em determinada região do cérebro perispiritual e Erasmino, para
produzir impulsos e imagens mentais, caso a pratica de indução falhasse. Eram
extremamente rigorosos em suas realizações e não cometiam nenhuma imprudência”.
Desdobrando maiores detalhes sobre o
observado pelo autor espiritual, diz o Instrutor que este acompanhava: - “Vê, meu amigo, como os Espíritos trevosos
são organizados? Neste prédio, encontra-se um dos postos mais avançados das
sombras. Nele trabalham cientistas que se especializaram em doenças viróticas,
em epidemias e processos requintados de interferência nas estruturas celulares
dos irmãos encarnados. Outros, psicólogos, psiquiatras e psicanalistas, os
quais, como estes que presenciamos, são especialistas nas questões da mente,
nas modernas técnicas de ficoterapia, com objetivos diabólicos, pretendendo
atuar diretamente nas mentes de dirigentes mundiais, em pessoas que ocupam
cargos importantes no mundo terreno, em religiosos, pastores e dirigentes
espirituais, pelo uso do magnetismo, que sabem manipular com maestria. Toda
essa organização utiliza os modernos métodos desenvolvidos na Terra.
Entretanto, fazem-no para prejudicar, atrasando o progresso da Humanidade, pois
sabem que bem pouco tempo lhes resta para continuarem com seus desequilíbrios,
espalhando a infelicidade na morada dos homens: em breve poderão ser banidos da
psicosfera do Planeta e não ignoram o destino que podem ter. Os Espíritos
infelizes que lhes contratam os serviços especializados, se mantém a eles
ligados por processos que não compreendem, pois eles mesmos se enganam com o
poder ilusório que julgam possuir. Tentam fazer-se deuses e são, na verdade,
apenas homens, embora desenfeixados do corpo carnal. Muitos pensam, inclusive
os espíritas, que as entidades das trevas são espíritos que pararam no tempo e
que se utilizam ainda de métodos antiquados de domínio, quais os que se
utilizavam na Idade Media da Terra, ou nas civilizações mais antigas que
desapareceram ao longo dos séculos. No entanto, podemos observar que tais
criaturas infelizes, como os homens na Crosta, se disfarçam sob o manto
enganador das aparências, das construções suntuosas, sob o abrigo da vaidade e
do orgulho mal dissimulados e, como os homens terrestres, guardam sob essa
aparência a sordidez do caráter inferior, a serviço de intenções
inconfessáveis. Também as forças das trevas têm o requinte da civilização. Calados,
seguimos Erasmino de volta ao ambiente domestico onde repousava seu corpo
físico. De olhos esbugalhados, aproximou-se do veiculo de carne e justapôs-se a
ele, embora permanecesse entre o sono e a vigília”. Surpreendentemente,
contudo, décadas antes – ano de 1970 -, o Espírito Manuel
Philomeno de Miranda através do médium Divaldo Pereira Franco na
obra NOS BASTIDORES DA OBSESSÃO (feb)
tratando do caso de um Espírito que renascera no corpo físico dentro de um
quadro de inversão sexual, ou seja, um espírito feminino preso a corpo masculino. Tal
condição, na verdade, objetivava oferecer-lhe a oportunidade de se redimir de
ações em vida passada no campo da infidelidade conjugal, homicídio, vida
boêmia, promíscua, encerrando a jornada no campo da matéria vitimada pela
tuberculose. Reencarnada, em pleno amadurecimento das faculdades sexuais,
tornou-se assediada por vítima do passado que, apoiado por hipnotizador ligado
à organização criminosa do Plano Espiritual, passou a vampiriza-la no sentido
de locupletar-se, explorando sua a libido, situação agravada pelas orientações
de psicanalista renomado que inspirado pelo obsessor sugeriu-lhe que o
essencial na vida é a pessoa realizar-se como achar conveniente e que tudo o
mais são tabus que devem ser quebrados, em prol da felicidade de cada um. No
processo de que era vítima,
teve implantada nos centros da
memória perispiritual, pequena célula fotoelétrica de material especial,
com mensagem repetindo
insistentemente “você vai enlouquecer! Suicide-se!”.
segunda-feira, 11 de abril de 2016
LONGA, ACELERADA, MAS, ÁRDUA CAMINHADA
-“A Humanidade terrestre, tendo chegado a um desses períodos de
crescimento, está em cheio, há quase um século, no trabalho da sua
transformação, pelo que a vemos agitar-se de todos os lados, presa de uma
espécie de febre e como que impelida por invisível força. Assim continuará, até
que se haja outra vez estabilizado em novas bases”. O comentário
faz parte de mensagem assinada por um Espírito chamado Dr. Barry e foi inserida por Allan
Kardec no capítulo final do livro A
GÊNESE. Considerando a informação “há quase um século”, conclui-se que
o programa objetivando a elevação do Planeta Terra na escala dos mundos,
alcançando a condição de Mundo de Regeneração iniciou-se por volta de 1755,
introduzindo na Humanidade terrena Espíritos que voluntariamente deixaram
sociedades mais evoluídas dentre as distribuídas pelas “muitas moradas na Casa do Pai”,
para aqui vir e colaborar no progresso observado nas revoluções politicas,
sociais, industriais, tecnológicas surgidas nos últimos dois séculos. Na seção ESTUDOS MORAIS da edição de julho
de 1865 da REVISTA ESPÍRITA,
Allan
Kardec comenta matéria divulgada em publicação da época lida e
comentada em reunião da Sociedade Espírita de Paris sobre pequena localidade
existente na Floresta Negra, onde se notava o modelo do Mundo Futuro em
miniatura. Depois de reproduzir breve mensagem psicografada pelo Espírito Lamennais,
através da médium Sra Didier, Kardec formula interessante
comentário do qual destacamos alguns pontos que nos permitem entender a
dimensão dos problemas atuais: -“Qual a
causa da maior parte dos males da Terra, senão o contato incessante dos homens
maus e perversos? O egoísmo mata a benevolência, a condescendência, a
indulgência, o devotamento, a afeição desinteressada e todas as qualidades que
fazem o encanto e a segurança das relações sociais. Numa sociedade de egoístas
não há segurança para ninguém, porque cada um, apenas buscando o próprio
interesse, sacrifica sem escrúpulo o do vizinho. Muitas criaturas se julgam
perfeitamente honestas, porque incapazes de assassinar e de roubar nas
estradas; mas será que aquele que, por cupidez e severidade, causa a ruína de
um indivíduo e o impele ao suicídio, reduzindo toda uma família à miséria, ao
desespero, não é pior que um assassino e um ladrão? Assassina em fogo brando; e
porque a lei não o condena e os semelhantes aplaudem sua maneira de agir e sua
habilidade, crê-se isento de censuras e marcha de fronte erguida! Assim os
homens estão sempre desconfiados uns dos outros; sua vida é uma ansiedade
perpétua; se não temem o ferro, nem o veneno, são alvo das chicanas, da inveja,
do ciúme, da calúnia, numa palavra, do assassinato moral. Que seria preciso
fazer para cessar esse estado de coisas? Praticar a caridade. Tudo está aí,
como diz Lamennais. A comuna de Koenigsfeld oferece-nos em miniatura o que será
o mundo quando for regenerado. O que é possível em pequena escala sê-lo-á em
grande? Duvidar disto seria negar o progresso. Dia virá em que os homens,
vencidos pelos males gerados pelo egoísmo, compreenderão que seguem caminho
errado, e quer Deus que eles o aprendam à própria custa, porque lhes deu o
livre-arbítrio. O excesso do mal lhes fará sentir a necessidade do Bem e eles
se voltarão para este lado, como para a única âncora de salvação. (...) Tudo
está submetido à lei do progresso; os mundos também progridem, física e
moralmente; mas se a transformação da Humanidade deve esperar o resultado da
melhora individual, se nenhuma causa vier acelerar essa transformação, quantos
séculos, quantos milhares de anos não serão ainda precisos? Tendo a Terra chegado a uma de suas fases
progressivas basta não mais permitir aos Espíritos atrasados de aqui
reencarnarem, de modo que, à medida que se forem extinguindo, Espíritos mais
adiantados venham tomar o lugar dos que partem, para que em uma ou duas
gerações o caráter geral da Humanidade seja mudado. Suponhamos, pois,
que em vez de Espíritos egoístas, a Humanidade seja, num dado tempo, formada de
Espíritos imbuídos de sentimentos de caridade: em vez de buscarem
prejudicar-se, eles se ajudarão mutuamente, viverão felizes e em paz. Não mais
ambição de povo a povo e, portanto, não mais guerras; não mais soberanos
governando ao seu bel-prazer, a justiça em vez do arbítrio, portanto não mais
revoluções; não mais os fortes esmagando ou explorando o fraco; equidade
voluntária em todas as transações, portanto não mais querelas e chicanas. Tal
será o estado do mundo depois de sua transformação. De um mundo de expiação e
de provas, de um lugar de exílio para os Espíritos imperfeitos, tornar-se-á um
mundo feliz, um local de repouso para os Espíritos bons; de um mundo de
punição, será um mundo de recompensa”.
sábado, 9 de abril de 2016
CULPA
Havia passado oito anos desde que O LIVRO DOS ESPÍRITOS havia sido
publicado; centenas de reuniões haviam acontecido na Sociedade Espírita de Paris;
milhares de comunicações de entidades espirituais obtidas com a colaboração do
instrumento de pesquisa conhecido como médium fosse pelas evocações,
fosse de forma natural, resultando numa massa de informações que permitia
entender melhor como funciona o mecanismo evolutivo da individualidade -
originalmente simples e ignorante - denominada
Espírito. Necessário relatar aos interessados na Doutrina Espírita a farsa da
morte e o que determina a felicidade ou impõe o circunstancial sofrimento do
Ser, nos diferentes Planos de Vida. Assim nasceu em 1865 a obra O CÉU E O INFERNO subintitulado a
Justiça Divina Segundo o Espiritismo. Dividido em duas partes, na segunda reúne
62 exemplos agrupados conforme o tipo de morte, com os Espíritos comunicantes
fornecendo informações sobre como é morrer, o que se sente, como se descobrem
além dessa vida, permitindo na primeira parte, além de expor aspectos
doutrinários sobre essa inevitável experiência na vida de todas as criaturas
humanas, formula no capítulo 7 o CÓDIGO
PENAL DA VIDA FUTURA com seus 33 artigos. Através dele compreendemos com se
formam as expiações e provas, não apenas através dos atos cometidos, como
através dos pensamentos formulados e acalentados no mais profundo de nós
mesmos. Compreendemos que remorso, arrependimento e reparação
são fatores indutores às experiências reparadoras a que todos nos submeteremos
no sentido de resgatarmos nossas dívidas com a Justiça Divina. No século 20, o
Espírito Emmanuel, através de Chico Xavier, ofertou-nos em interessante
obra intitulada PENSAMENTO E VIDA
(feb,1958 ) uma bem elucidativa síntese de
como ativamos esse mecanismo. Diz ele: -“Quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no
sentimento de culpa, do qual se origina o remorso, com múltiplas manifestações,
impondo-nos brechas de sombra aos tecidos sutis da alma. E o arrependimento,
incessantemente fortalecido pelos reflexos de nossa lembrança amarga,
transforma-se num abscesso mental, envenenando-nos, pouco a pouco, e expelindo,
em torno, a corrente miasmática de nossa vida íntima, intoxicando o hausto
espiritual de quem nos desfruta o convívio. A feição do ímã, que possui campo
magnético específico, toda criatura traz consigo o halo ou aura de forças
criativas ou destrutivas que lhe marca a índole, no feixe de raios invisíveis
que arroja de si mesma. É por esse halo que estabelecemos as nossas ligações de
natureza invisível nos domínios da afinidade. Operando a onda mental em regime
de circuito, por ela incorporamos, quando moralmente desalentados, os
princípios corrosivos que emanam de todas as Inteligências, encarnadas ou
desencarnadas, que se entrosem conosco no âmbito de nossa atividade e
influência. Projetando as energias dilacerantes de nosso próprio desgosto, ante
a culpa que adquirimos, quase sempre somos subitamente visitados por silenciosa argumentação interior que
nos converte o pesar, inicialmente alimentado contra nós mesmos, em mágoa e
irritação contra os outros. É que os reflexos de nossa defecção, a
torvelinharem junto de nós, assimilam, de imediato, as indisposições alheias,
carreando para a acústica de nossa alma todas as mensagens inarticuladas de
revolta e desânimo, angústia e desespero que vagueiam na atmosfera psiquica em
que respiramos, metamorfoseando-nos em autênticos rebelados sociais, famintos
de insulamento ou de escândalo, nos quais possamos dar pasto à imaginação
virulada pelas mórbidas sensações de nossas próprias culpas. É nesse estado
negativo que, martelados pelas vibrações de sentimentos e pensamentos doentios,
atingimos o desequilíbrio parcial ou total da harmonia orgânica, enredando
corpo e alma nas teias da enfermidade, com a mais complicada diagnose da
patologia clássica. A noção de culpa, com todo o séquito das perturbações que
lhe são consequentes, agirá com os seus reflexos incessantes sobre a região do
corpo ou da alma que corresponda ao tema do remorso de que sejamos portadores.
Toda deserção do dever a cumprir traz consigo
o arrependimento que, alentado no Espírito, se faz acompanhar de resultantes
atrozes, exigindo, por vezes, demoradas existências de reaprendizado e
restauração. Cair em culpa demanda, por
isso mesmo, humildade viva para o reajustamento tão imediato quanto possível de
nosso equilíbrio vibratório, se não desejamos o ingresso inquietante na escola
das longas reparações. É por essa razão que Jesus, não apenas como Mestre
Divino mas também como Sábio Médico, nos aconselhou a reconciliação com os
nossos adversários, enquanto nos achamos a caminho com eles, ensinando-nos a
encontrar a verdadeira felicidade sobre o alicerce do amor puro e do perdão sem
limites”.
quinta-feira, 7 de abril de 2016
O OUTRO ANDRÉ LUIZ
Chico
Xavier estava certo quando
disse que depois de sua morte física, muitos afirmariam ter recebido mensagens
atribuídas a ele. Hoje até simpatia para emagrecer “recomendada” por ele
existe. Manifestações sobre posicionamentos políticos também, etc. Circulam
textos com profecias dele ou de Espíritos com quem trabalhou, presumivelmente por
ele psicografados. Ao longo de sua longa caminhada na existência terminada há
quase catorze anos situações semelhantes aconteciam. Em 1949, por exemplo, foi
publicada uma obra assinada por André Luiz, a qual motivou uma
explicação dada em carta enviada em 15 de dezembro daquele ano ao então
presidente da Federação Espírita Brasileira que o questionava sobre o assunto.
Escreveu Chico: -“O livro a que te referes, recebido em Juiz de Fora, não
foI prefaciado por meu intermédio. Já vi um exemplar desse trabalho e tendo
perguntado a André Luiz sobre o assunto, ele apenas me disse que conhece várias
entidades com o mesmo nome usado por ele. Como vês, acredito que há
elementos perturbadores no caso, de vez que me atribuem, embora só
verbalmente, participação direta no prefácio, quando não conheço nem
mesmo a médium que recebeu o trabalho, nem o Grupo em que foi recebido. Um estudo da trajetória de Chico nos 92 anos
de vida, demonstrará a quem o fizer que ele não se aventurava no terreno das
profecias. O mesmo em relação ao autor da série NOSSO LAR e centenas de mensagens. Sobretudo em questões polemicas.
No excelente livro-documentário TESTEMUNHOS
DE CHICO XAVIER (feb,1985) em criteriosa pesquisa conduzida por Suely Caldas Schubert,
encontramos depoimentos de Chico
que não ensejam nenhuma duvida sobre o papel de André Luiz no trabalho de desenvolvimento dos conteúdos em
torno do Espiritismo no Brasil. Vejamos as revelações do médium mineiro: 12-10-1946 - Emmanuel, desde fins de
1941, se dedica, afetuosamente, aos trabalhos de André Luiz. Por essa época, disse-me ele a
propósito de “algumas autoridades espirituais” que estavam desejosas de
algo lançar em um nosso meio, com objetivos de despertamento. Falou-me
que projetavam trazer-nos páginas que nos dessem a conhecer aspectos da
vida que nos espera no “outro lado”, e, desde então, onde me
concentrasse, via sempre aquele “cavalheiro espiritual”, que depois se
revelou por André Luiz, ao lado de Emmanuel. Assim decorreram quase dois
anos, antes do “Nosso Lar”. Mais
adiante: “Desde então, vejo que o
esforço de Emmanuel e de outros amigos nossos concentrou-se nele, acreditando,
intimamente, que André Luiz está representando um círculo talvez vasto de
entidades superiores. Assim digo porque quando estava psicografando o “MISSIONÁRIOS
DA LUZ”, houve um dia em que o trabalho se interrompeu. Levou vários dias
parado. Depois, informou-me Emmanuel, quando o trabalho teve reinicio, que
haviam sido realizadas algumas reuniões para o exame de certas teses que André
Luiz deveria ou poderia apresentar ou não no livro. Em psicografando o capítulo
REENCARNAÇÃO, do mesmo
trabalho, por mais de uma vez, vi Emmanuel e Bezerra de Menezes, associados ao
autor, fiscalizando ou amparando o trabalho”. Em 2006, o livro SEMENTEIRA DE LUZ (fonte viva) com fragmentos de mensagens
do Espírito Arthur Joviano
psicografadas por Chico nas
reuniões de quarta feira na casa da família de Romulo Joviano, patrão do médium na Fazenda Modelo, outros
dados que denotam o perfil de André
Luiz. Tecendo comentários sobre OS MENSAGEIROS que seria lançado em
breve, diz: -“Ainda sobre o novo
livro de André Luiz, as teses são as mais complexas, os assuntos mais
palpitantes. É um mundo novo, creia, para a responsabilidade individual. Esse
esforço foi muito estudado antes da organização que se alcança agora.
Precisava-se de um nome impessoal, sem filiação a grupos preestabelecidos, que
pudesse trazer semelhantes observações de caráter universalista. E, felizmente,
atinge-se presentemente, o objetivo”. Como se vê mensagens proféticas
atribuídas ao André Luiz que
trabalhou com Chico, devem
ser de algum dos outros André Luiz citados
na carta reproduzida em parte linhas atrás.
terça-feira, 5 de abril de 2016
MUITAS VIDAS: QUE ADIANTA ACREDITAR?
Grande
é o número de pessoas no Mundo Ocidental que atualmente admitem a ideia da
reencarnação. Mas uma dúvida que pode ocorre naturalmente naqueles que buscam
meditar sobre o assunto é: como isso pode ser útil? Em extenso artigo com que
abre a edição de outubro de 1866 da REVISTA
ESPÍRITA, Allan Kardec desenvolve alguns argumentos capazes de elucidar a
questão. Diz ele:-“ Quem quer que haja meditado sobre o Espiritismo e suas consequências e
não o tenha circunscrito à produção de alguns fenômenos, compreende que ele
abre à Humanidade uma nova via e lhe desdobra os horizontes do infinito.
Iniciando-os nos mistérios do Mundo Invisível, mostra-lhe seu verdadeiro papel
na Criação, papel perpetuamente ativo, tanto no estado espiritual quanto no
estado corporal. O homem não marcha mais às cegas: sabe de onde vem, para onde
vai e por que está na Terra. O futuro se lhe mostra em sua realidade, isento
dos preconceitos da ignorância e da superstição; já não é uma vaga esperança: é
uma verdade palpável, tão certa para ele quanto a sucessão dos dias e das
noites. Sabe que seu ser não está limitado a alguns instantes de uma
existência, cuja duração está submetida ao capricho do acaso; que a Vida Espiritual
não é interrompida pela morte; que já viveu, que reviverá ainda e que de tudo
que adquire em perfeição pelo trabalho, nada fica perdido; encontra em suas
existências anteriores a razão do que é hoje, e do que hoje a si faz, pode
concluir o que será um dia. Com o pensamento de que a atividade e a cooperação
individuais na obra geral da civilização são limitadas à vida presente, que
nada se foi e nada se será, que interessa ao homem o progresso ulterior da
Humanidade? Que lhe importa que no futuro os povos sejam mais bem governados,
mais ditosos, mais esclarecidos, melhores uns para os outros? Uma vez que disso
não tira nenhum proveito, para ele esse progresso não está perdido? De que lhe
serve trabalhar para os que vierem depois, se jamais os deverá conhecer, se são
seres novos que, eles também, pouco depois, entrarão no nada? Sob o império da
negação do futuro individual, tudo se reduz, forçosamente, às mesquinhas proporções
do momento e da personalidade. Mas, ao contrário, que amplitude dá ao
pensamento do homem a certeza da perpetuidade de seu ser espiritual! que força,
que coragem, não haure ele contra as vicissitudes da vida material! Que de mais
racional, de mais grandioso, de mais digno do Criador que esta lei, segundo a
qual a Vida Espiritual e a Vida Corporal não passam de dois modos de
existência, que se alternam para a realização do progresso! Que de mais justo e
mais consolador que a ideia dos mesmos seres progredindo sem cessar, primeiro
através das gerações de um mesmo mundo e, depois, de mundo em mundo, até a
perfeição, sem solução de continuidade! Assim, todas as ações têm um objetivo,
porquanto, trabalhando para todos, trabalha-se para si, e reciprocamente, de
tal sorte que o progresso individual e o progresso geral jamais são estéreis;
aproveitam às gerações e às individualidades futuras, que outra coisa não são
que as gerações e as individualidades passadas, chegadas a um mais alto grau de
adiantamento. A Vida Espiritual é a vida normal e eterna do Espírito e a
encarnação é apenas uma forma temporária de sua existência. Salvo a vestimenta
exterior, há, pois, identidade entre os encarnados e os desencarnados; são as
mesmas individualidades sob dois aspectos diversos, ora pertencendo ao Mundo Visível,
ora ao Mundo Invisível, encontrando-se ora num, ora noutro, concorrendo, num e
noutro, para o mesmo objetivo, por meios apropriados à sua situação. Desta lei
decorre a da perpetuidade das relações entre os seres; a morte não os separa,
não põe termo às suas relações simpáticas e nem aos seus deveres recíprocos.
Daí a solidariedade de todos para cada um, e de cada um para todos; daí,
também, a fraternidade. Os homens só viverão felizes na Terra quando esses dois
sentimentos tiverem entrado em seus corações e em seus costumes, porque, então,
a eles sujeitarão suas leis e suas instituições. Será este um dos principais
resultados da transformação que se opera. (...) Pela lei da pluralidade das
existências o homem se liga ao que está feito e ao que será feito, aos homens
do passado e aos do futuro; não mais poderá dizer que nada tem de comum com os
que morrem, pois uns e outros se encontram incessantemente, neste e no outro
mundo, para subirem juntos a escada do progresso e se prestarem mútuo apoio. A
fraternidade não está mais circunscrita a alguns indivíduos, que o acaso reúne
durante uma vida efêmera; é perpétua como a vida do Espírito, universal como a
Humanidade, que constitui uma grande família, cujos membros, em sua totalidade,
são solidários uns com os outros, seja qual for a época em que tenham vivido.
Tais são as ideias que ressaltam do Espiritismo, e que ele suscitará entre
todos os homens, quando estiver universalmente espalhado, compreendido,
ensinado e praticado.
domingo, 3 de abril de 2016
CHICO XAVIER: A PESSOA, O MÉDIUM, O SÁBIO (3/3)
A
convivência com as próprias dificuldades e as dores do próximo, ao longo dos
anos, foi dotando Chico Xavier de uma capacidade de avaliação da problemática
humana incomum. Graças a pessoas que testemunharam muitos dos momentos em que
manifestou esse saber preservando em escritos suas lembranças desses fatos,
podemos nos servir das opiniões do médium para igualmente refletirmos. Reunimos
alguns desses ensinamentos para pensarmos a respeito:1- REAL VALORIZAÇÃO
DO BEM - A uma senhora que
perguntou se o um real que oferecia juntamente com um pequeno farnel com
gêneros alimentícios não era pouco, respondeu: “Não é pouco. É amor e amor é sempre muito!”.
2- CRÍTICAS - “Apesar das críticas que recebi a vida inteira, o que me animou a
continuar foi saber que Jesus me aceita como sou.. Se fosse escutar os espíritas, não teria feito
nada. Sim, porquanto as críticas mais contundentes que me foram e ainda são
endereçadas, sempre partiram dos companheiros – principalmente daqueles com os
quais nunca pude estar”. 3- EXEMPLIFICAÇÃO- “Se nós, os Espiritas,
nos preocupássemos mais em exemplificar as lições que os nossos Benfeitores nos
transmitem, estaríamos dando à Doutrina, à fé que professamos, um impulso
extraordinário. Infelizmente, achamos que a vivência dos nossos princípios é
com os outros e não conosco” 4-
TRAUMA- “O trauma psicológico só pode ser tratado à custa de muito amor. Feridas
abertas na alma requisitam longo tempo de cicatrização. Quando recebemos, com humildade, os revezes que
sofremos, o estrago é menor. Sem fé em Deus, muitos Espíritos se tornam áridos,
de uma aridez que a gente não sabe o que fazer para modificar”. 5- OCIOSIDADE - “A ociosidade é um
abismo. Quem não procura ocupar seu tempo, tem o espírito tomado pelos
pensamentos oriundos de mentes enfermas. Precisamos nos ocupar o dia todo,
sendo úteis aos nossos semelhantes, cuidando da casa, do jardim, da
lavagem de roupas, da varredura do quintal. A mente desocupada traz
doença para o Espírito”. 6- VIOLÊNCIA- “A violência é
fruto da falta de amor. Quando nos amarmos
como Jesus nos amou e amará sempre, ninguém mais levantará o braço para
agredir”. 7- ESTÍMULOS- “As dores são estímulos que recebemos. Quem reage
com revolta, diante do sofrimento, está lutando de modo errado. A aceitação do inevitável é sinônimo de paz. Quando eu me resigno, anulo, em boa parte, os
efeitos da prova. 8- CURIOSIDADE-
“Eu não sei o que fui no passado. Estou
preocupado em saber o que serei no futuro. Para
tanto, sei que o tempo presente é fundamental”. 9- PERSONALISMO- “Os médiuns, quando permitem que a vaidade os
domine, interrompem em si mesmos a sintonia com os Espíritos infelizes que
desejam vê-los inutilizados para a tarefa”.10 – ESTUDO- “Precisamos estudar a Doutrina, conhecê-la,
mas, acima de tudo, precisamos senti-la. Só quem sente a grandeza da Doutrina e
quanto ela pode fazer pelos nossos irmãos em Humanidade consegue abraçá-la com
idealismo”.11- CARÊNCIA-
“A violência no mundo é falta de Deus
no coração”. 12- EXERCÍCIO
- “O exercício espiritual da caridade é
o caminho mais curto para o aperfeiçoamento íntimo”. 13- PROVIDÊNCIA DIVINA - “Não
podemos nos entregar ao desânimo; carecemos de maior confiança na Providência
Divina... Os Espíritos Amigos fazem o que podem para nos ajudar. O problema é que
nem sempre fazemos a parte que nos compete: tudo queremos obter, sem o menor
esforço de renovação”. 14- CONTROLE EMOCIONAL- “A cólera é ‘tomada’ para a obsessão...
Quem se encoleriza, ao perder o
controle emocional de si mesmo, permite o assédio dos Espíritos infelizes em
sintonia natural”. 15- FUGA - “Ninguém foge ao compromisso. Quem deserta da obrigação complica o
caminho. Às vezes, a oportunidade que relegamos demorará muito a se renovar para
nós, pois existem Espíritos que esperam 100, 220 anos que a mesma oportunidade
de ascensão se repita para eles” 16- DOENÇAS- “As
doenças e as angústias são condições da alma enferma. O
corpo espiritual estampa o reflexo de cada Ser. Enquanto não formos saudáveis espiritualmente, precisaremos de Medicina
com frequência”. 17 – VERDADE-
“A verdade um dia aparece. Um dia, nos fitaremos sem qualquer
subterfúgio. Penso que esse será um dia terrível o dia que não mais nos será
possível qualquer contestação da própria realidade”. 18- SEXO - “O sexo, sem dúvida, está na base da maioria
dos conflitos psicológicos das criaturas...Todos estão à procura de satisfação
que, em essência, se traduz pela realização de si mesmos. Agora,
ninguém será feliz às custas da infelicidade alheia”. 19- SEM
JESUS- “Os dramas
humanos, sempre me ensinaram que, sem Jesus, jamais conseguiremos resolver os
conflitos psicológicos que nos atormentam” 20 –PRECE- “Nenhuma
prece fica com sinceridade, sem resposta. Às vezes, a solução do problema é
complicada: não depende apenas do esforço dos Benfeitores Espirituais”. 21-
PÃO AOS POBRES- “Um pedaço de
pão que se dê aos pobres tem mais argumentos perante a Lei, do que todas as
explanações da inteligência” 22- PERDÃO- “Sem que nos disponhamos a perdoar uns aos
outros, não suportaremos o peso das provações” 23- MUNDO ESPIRITUAL- “O Mundo Espiritual começa aqui. A
Terra é uma Dimensão espiritual materializada. Somos Espíritos ocupando um
corpo materializado. A morte
significa apenas um passo adiante na caminhada. Não adianta trocar a roupa sem
tomar banho. Após a desencarnação, enfrentaremos a nossa
própria realidade. Para o Espírito que se liberta, é extremamente difícil a
constatação do tempo perdido”. 24- CARATER- “O menino que cresce longe do trabalho
sofrerá sérios danos na formação do caráter”. 25- DEPRESSÃO- “Depressão
se cura à custa de trabalho. Às vezes, o remédio é necessário, mas o trabalho é
indispensável, sempre”. 26- AUTOAVALIAÇÃO-
“O contato com tantos Espíritos
me ensinou que eu não passo de mais um”
sábado, 2 de abril de 2016
CHICO XAVIER: A PESSOA, O MÉDIUM, O SÁBIO (2/3)
Contra
fatos não há argumentos. Embora atavicamente lembrado pela tradicional imagem do
psicógrafo, Chico Xavier revelou em muitas situações várias de suas percepções
mediúnicas dentro das classificações de médium de efeitos inteligentes ou de
efeitos físicos conforme a classificação do Espiritismo. Lembrando o 2 de abril de 1910, data de seu renascimento, um
resumo da história e depoimentos de
testemunhas desses momentos: 1- Aos
4 anos (1914) – Desperta a
mediunidade / Corrige o pai, após ouvir uma voz que diz: - “O senhor
naturalmente não está informado com respeito ao caso. O que houve foi um
problema de nidação inadequada do ovo, de modo que a criança adquiriu
posição ectópica”. 2- Aos 5
anos (1915) – Meses após a morte da mãe passa a ver e conversar com seu Espírito, no fundo do
quintal da casa da madrinha que o abrigou. 3- Aos 12 anos (1922) – Recebe
com outras redações selecionadas no Estado de Minas Gerais Menção Honrosa,
texto alusivo ao primeiro centenário da Independência, ditado por um
Espírito começando assim: - “O Brasil
descoberto por Pedro Álvarez Cabral, pode ser comparado ao mais precioso
diamante do mundo que logo passou a ser engastado na Coroa Portuguesa”. 4-
Aos 17 anos (1927) – Atende a orientação
para que pegasse lápis e papel, psicografa a primeira mensagem, assinada por Um
Espírito Amigo, discorrendo sobre a prática da caridade.5- Aos 21 (1931) – Avista pela primeira vez o
Espírito Emmanuel, que lhe fala do trabalho dos livros, sugerindo como diretriz
para alcançar êxito, DISCIPLINA, DISCIPLINA, DISCIPLINA. 6- Aos 22 (1932) – Publicado PARNASO DE ALÉM TUMULO, o
primeiro dos 418 livros resultantes de sua mediunidade. 7- Aos 25 (1935) – Vê em
desdobramento do sono pela primeira vez,
Humberto de Campos, que passa a escrever por seu intermédio.
8- Aos 26 (1936) – primeira viagem ao Rio de Janeiro – lançado
segundo livro CARTAS DE UMA MORTA. 9- Aos 27 (1937) – Teatro Municipal de São
Paulo, psicografa perante mais de 500 pessoas, entre outras uma saudação em inglês
do Espírito Emmanuel, aos participantes da Primeira Semana de Metapsiquica / Lançado
o terceiro livro EMMANUEL. 10- Aos 28 (1938) – BRASIL- CORAÇÃO
DO MUNDO,PATRIA DO EVANGELHO; A CAMINHO DA LUZ; PALAVRAS DO INFINITO. Emmanuel
inicia a produção da série
histórica publicada a partir de 1939: HÁ
DOIS MIL ANOS, AVE CRISTO, RENÚNCIA e AVE CRISTO. 11- Aos 31 anos (1941) – é apresentado ao Espírito que se tornaria
conhecido como André Luiz e que publicaria, a partir de 1943, a série
NOSSO LAR. 12- Aos 36 anos (1946) – conclue-se
a primeira meta estabelecida para a produção de livros, com o lançamento de VOLTA BOCAGE, de autoria do poeta portugues Manuel Maria Du
Bocage 13- Final dos
anos 40, Pedro Leopoldo (MG) – “Numa das peregrinações, uma das senhoras visitadas rogou ao Chico
entrasse em sua casa, para ver um dos parentes que se encontrava acamado e
muito enfermo. O lar era modestissimo. Entramos em pequeno grupo, que mais o
dormitório não comportava. O enfermo, no leito, exalava um odor
nauseante, a ponto de fazer um dos visitantes sentir-se mal, obrigando-se à
retirada e levando os demais a empreender esforços visíveis para sustentar-se
no posto de socorro. O médium rogou por uma prece. Quando as primeiras palavras
eram articuladas, na busca do Mundo Maior, uma onda de éter varreu todo o
ambiente, seguida por uma brisa perfumada em magnólia, transformando a
atmosfera interior num recanto de paz”. (Joaquim Alves, 40 ANOS NO MUNDO DA MEDIUNIDADE, luz no lar) 14- “De repente, Chico assumiu ares estranhos. De pé, andando de lá para cá,
pelo quarto, manifestava a presença de um capitão de navio posto a pique em
combate, em mares angrenses – presumimos – por volta de 1808,1810. Travara
combate com corsários franceses. Demonstrava o cuidado com seus comandados, com
a carga, com o inimigo (..) Muitas outras manifestações se apresentaram aos
nossos olhos: um juiz que vendera sua consciência, à época do Primeiro Império
de D. Pedro I, proferindo sentenças iníquas para obter títulos de nobreza,
fortuna e prestígio político; a farra dos franciscanos, que na ganância,
luxúria e avidez por riquezas, matavam os viajantes que pernoitavam no Convento
para roubá-los; as bacanais, as missas negras, o furto de recém-nascidos nas
senzalas e os rituais sacrílegos, onde os inocentinhos serviam de oferenda na
prática da bruxaria, cujos sangues eram ingeridos. Houve o desfile de uma horda
de criaturas satânicas, sórdidas, cruéis. Seres em forma de répteis. Homens e
mulheres que, por vício degenerativo de suas mentes, achavam-se travestidos,
exibindo grandes órgãos sexuais masculinos ou femininos – fenômenos de zooantropia
– tão terríveis e nauseabundos! (Arnaldo Rocha;
MANDATO DE AMOR; uem)
15- Entre 1951/1952, Pedro
Leopoldo (MG) –Serve como médium para materialização de vários Espíritos,
fatos testemunhados por várias pessoas, experiências interrompidas pelo
Orientador Espiritual Emmanuel, sob a alegação que o compromisso de Chico era
com a produção de livros.16-
“Chico aplicava passes. Ao nosso
lado, ocorreu um ruído, qual se algum objeto de pequeno porte tivesse sido
arremessado, sem muita violência. – Jô – disse o médium – Scheilla deu-lhe um presente. Logo mais,
procuramos em derredor e vimos um caramujo grande e adoravelmente belo,
estriado em delicadas cores. Apanhamo-lo, incontinente, e verificamos nele água
marinha, salgada e gelada, com restos de uma areia fresca. Scheilla o transportara
para nós. Estávamos a centenas de quilômetros de uma nesga de mar, no Triângulo
Mineiro, em manhã de Sol abrasador, que crestava a vegetação e, em nossas mãos,
o caramujo que o Espírito nos ofertara, servindo-se da mediunidade de Chico”. (Joaquim Alves, 40 ANOS NO
MUNDO DA MEDIUNIDADE, luz no lar) 17- “Uma onda de perfume. Corporifica-se o Espirito Scheilla, loira e
jovial, falando com seu forte sotaque alemão – lingua exercitada em sua
derradeira romagem terrena. Bissoli estabeleceu o diálogo.
–Eu me sinto
mal – diz Bissoli. Scheilla, graciosa e delicada, informou: -Você come muita
manteiga, Bissoli. Vou tirar uma radiografia de seu estomago. A pedido, nosso
companheiro levantou a camisa. O Espírito materializado aproxima-se e
entrecorre, num sentido horizontal, seus dedos semi-abertos sobre a região do
estômago de nosso amigo. E tal se lhe incrustasse uma tela de vidro no abdomem,
podíamos ver as vísceras em funcionamento. – Pronto!,
diz Scheilla, apagando o fenômeno. –Agora levarei a radiografia ao Plano
Espiritual para que a estudem e lhe deem um remédio”. (Joaquim Alves, 40 ANOS NO MUNDO DA MEDIUNIDADE, luz
no lar)
18- “Saindo o Espírito Auta de
Souza, a voz de quem dirigia o trabalho se fez ouvir, da Espiritualidade. –”Agora
peço aos nossos amigos que abram a porta, para ver o médium. (VOZ DIRETA) Atendemos.
Descerrada a porta, encontramos o ambiente todo iluminado e Chico, permanecia
deitado, atravessado na cama, inanimado. De seu peito, no local do coração, um
esfuziante foco de luz se lançava ao espaço e, em letras douradas, se escrevia
a palavra:AMOR! (Joaquim Alves, 40 ANOS NO MUNDO DA MEDIUNIDADE, luz
no lar) 19- Aos 49 anos (1959) – Cumpre-se a segunda meta estabelecida pelos
Espíritos com mais 30 livros publicados, sendo o sexagésimo uma obra escrita
pelo Espírito André Luiz através de Chico Xavier e Waldo Vieira, em cidades e
dias diferentes. Título: EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS, de André Luiz. 20- Suzana Mouzinho -“Certa vez lanchávamos em companhia de Chico, em Uberaba
(MG), quando ele passou às minhas mãos uma xícara de café. Em pleno dia, houve
então impressionante fenômeno de efeitos físicos; vi, altamente surpreendida,
que seus dedos brilhavam e como se fossem de cera a derreter-se com o calor,
começou a jorrar perfume. O café ficou perfumado e o chão respingado de
agradável perfume que invadiu a sala toda. Ele ocultou a mão, meio sem jeito, e
perguntei: -Chico, o que você sente quando isso acontece? Respondeu-me: Sinto
vergonha, minha filha!. Este fato, no meu entender, fala por si só, da
humildade e da estatura espiritual desse amado mensageiro de Jesus”. (LUZ BENDITA,
ideal)
21- Aos 59 anos (1969) – ´Cumpre-se
a terceira etapa do trabalho programado com livros, com a publicação de POETAS
REDIVIVOS, sendo informado que , a partir daí, a meta era até onde se pudesse
ir, perfazendo ao final da jornada 418 livros. 22- Aos 61 (1971) – Participa
de dois programas PINGA_FOGO, na extinta TV TUPI, dividindo a História do
Espiritismo na Brasil. 23-
9/11/74 - MARIA PHILOMENA ALUOTTO - (sede de União Espírita Mineira,
Belo Horizonte) – “Empunhando uma arma, alguém bradava: - “-Ninguém vai tocar em Chico Xavier. Eu o
defenderei de qualquer um. Ele é um santo”. Notava-se
o desequilíbrio da pessoa(...), a movimentação aumenta no recinto, uns se
apavorando, outros procurando correr, e outros ainda tentando controlar a
pessoa. O Chico, tranquilo, afasta-se um pouco do grupo e põe-se em silêncio,
permanecendo, contudo, no recinto. Descemos ao andar térreo pensando em
providências defensivas, e, para nosso alívio, um jipe com militares da PMMG para
junto de ao meio fio e seus ocupantes, vem ao nosso encontro, sendo
recebidos com as seguintes palavras: - “Graças a Deus vocês chegaram. Estamos
com problemas lá em cima!”. Antes de qualquer explicação, para surpresa
nossa, o Chefe da patrulha fala:- “Não tem nada não, vamos subir. O senhor
Chico Xavier foi nos chamar na estação rodoviária, onde nos encontrávamos em
serviço de ronda. Viemos logo atender ao chamado”. Fora evidente o fenômeno
de bilocação. (LUZ BENDITA, ideal)
sexta-feira, 1 de abril de 2016
CHICO XAVIER: A PESSOA, O MÉDIUM, O SÁBIO (1/3)
Ante
a aproximação do dia 2 de abril e considerando os 14 anos passados da morte
física de Chico Xavier, necessário rever alguns aspectos de sua vida recente.
Primeiro para lembrar e mostrar que foi marcada por extremas restrições
físicas, sociais, econômicas mas nem por isso tirou proveito algum do trabalho
dos Espíritos especialmente no que se refere às mais de quatro centenas de
obras vertidas por vários autores. Segundo que suas percepções mediúnicas iam
além da psicografia que o notabilizou perante a sociedade humana. Pela riqueza
e variedade de detalhes dividimos nossa pesquisa em três partes, a serem apresentadas
consecutivamente. Começamos pelo perfil como pessoa:
1-
Nasce em Pedro Leopoldo (MG), no dia 2 de abril de 1910, como quinto filho de
João Cândido Xavier e de Maria João de Deus, filha de uma ex-escrava e de pai
desconhecido, tendo sido registrada com o nome da Casa de Saúde em que nasceu,
João de Deus.
2-
Aos 5 anos (1915),
desencarna sua mãe, sendo entregue aos cuidados de uma madrinha de nome
Rita, pessoa muito perturbada, onde passa a sofrer severos castigos para sua
idade, impostos pela senhora e seu filho Moacir.
3-
Aos 8 de idade (1918),
reencontra os irmãos após o casamento de seu pai com Dona Cidália Batista
que impõem como condição a reunião dos filhos de Maria João de Deus.
4-
Aos 10 anos (1920),
por orientação do confessor Sebastião Scarzelli, emprega-se na Companhia de
Fiação e Tecelagem Cachoeira Grande, trabalhando das 3 da tarde à Meia-noite,
acordando às 6:30 para estar na escola à 7 horas.
5-Aos
12 anos (1922),
avaliado ao final de ano letivo no Grupo Escolar São José pelo médico Cristiano
Ottoni, como tendo alcançado uma instrução abaixo do nível,
apesar de ser um menino de inteligência muito lúcida, superior à normal,
excelente memória, grande poder de assimilação e presença de espírito.
6-
Aos 15 anos (1925), o ritmo e as condições precárias de trabalho, acomete-o de
uma doença de nome Coreia, o que o obriga a largar o primeiro emprego, passando
a trabalhar na venda do Sr. José Felizardo como ajudante de balcão, cozinha e
horta
7-
Aos 17 anos (1927), inicia atividades sociais com mais carentes da periferia de
Pedro Leopoldo, ofertando, no primeiro dia, alguns pães com moradores de uma
ponte da cidade, prática que desenvolveria até os últimos anos de vida em
Uberaba(MG), atendendo uma orientação espiritual recebida.
8-
Aos 21 anos (1931), em abril, dia 18, assume com sua madrasta e
protetora, Dona Cidália Batista, pouco
antes de sua morte, o compromisso de cuidar dos seus irmãos mais novos,
impedindo que fossem dispersados entre amigos da família como aconteceu com ele
e seus irmãos maternos. Recebe o diagnóstico de uma espécie de catarata
inoperável que o manteria praticamente cego e dependente de colírios pelo resto
da vida após ter experimentado um incomodo no olho esquerdo, diagnosticado
posteriormente como um amolecimento do olho esquerdo,
9-
Aos 23 anos (1933), cede às pressões do pai para tentar oportunidade de emprego oferecida por
intelectual mineiro, permanecendo semanas em sua residência em Belo Horizonte
sem a promessa fosse cumprida, ouvindo , por fim, de amigos deste como
condição para que conseguisse o tal emprego,
a proposta para que assumisse e negasse a autoria espiritual dos poemas
por ele recebidos por não passar de um “sofrê”-
pássaro capaz de imitar o canto de outros -, ao que o Espírito Emmanuel surpreendendo-o,
acrescentou: -Sim, volte a Pedro Leopoldo e procuremos trabalhar. Você não é
um sofrê, mas precisa sofrer para aprender”.
10-
Aos 25 anos (1935), é objeto de série de matérias publicadas pelo jornal O
GLOBO, ao longo de vários meses / Emprega-se como Trabalhador Diarista na
Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura, em Pedro Leopoldo, em vista da
falência do estabelecimento onde trabalhava causada pelo AVC de seu patrão Zé
Felizardo
11-
Aos 30 (1940), ameaçado por um fatal ataque de uremia, pede ao Espírito
Emmanuel que o recebesse na Espiritualidade, ouve dele: - “Não posso, Chico, auxiliá-lo no seu
desencarne. Tenho muito que fazer. Mas, se você sentir que hora chegou, recorra
aos amigos do Luiz Gonzaga. Você não é melhor que os outros”.
12-
Aos 32 (1942), acata sugestão/solução do seu superior no trabalho, alterando
seu nome para Francisco de Paula Candido Xavier, ante as pressões exercidas por
autoridade eclesiástica para que fosse demitido.
13-
Aos 34 (1944), é tema de entrevista desmoralizante efetuada por dois
consagrados jornalistas que se fizeram passar por estrangeiros, ocultando-se
em nomes falsos, usando inclusive
“interprete” para formular suas perguntas, assustando-se quando
do retorno ao Rio de Janeiro, ao verem na dedicatória dos livros a eles
oferecidos, a referência do Espírito Emmanuel aos seus nomes verdadeiros / Passa
a enfrentar processo judicial aberto em fórum do Rio de Janeiro pela viúva do
escritor Humberto de Campo.
14-
Aos 25 anos (1935), é objeto de série de matérias publicadas pelo jornal O
GLOBO, ao longo de vários meses / Emprega-se como Trabalhador Diarista na
Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura, em Pedro Leopoldo, em vista da
falência do estabelecimento onde trabalhava causada pelo AVC de seu patrão Zé
Felizardo
15-
Aos 30 (1940), ameaçado por um fatal ataque de uremia, pede ao Espírito
Emmanuel que o recebesse na Espiritualidade, ouve dele: - “Não posso, Chico,
auxiliá-lo no seu desencarne. Tenho muito que fazer. Mas, se você sentir que
hora chegou, recorra aos amigos do Luiz Gonzaga. Você não é melhor que os
outros”.
16-
Aos 32 (1942), acata sugestão/solução do seu superior no trabalho, alterando
seu nome para Francisco de Paula Candido Xavier, ante as pressões exercidas por
autoridade eclesiástica para que fosse demitido
17-
Aos 34 (1944), é tema de entrevista desmoralizante efetuada por dois
consagrados jornalistas que se fizeram passar por estrangeiros, ocultando-se
em nomes falsos, usando inclusive
“interprete” para formular suas perguntas, assustando-se quando
do retorno ao Rio de Janeiro, ao verem na dedicatória dos livros a eles
oferecidos, a referência do Espírito Emmanuel aos seus nomes verdadeiros / Passa a enfrentar processo judicial aberto em
fórum do Rio de Janeiro pela viúva do escritor Humberto de Campos.
18-Aos
49 anos (1959), muda-se para a cidade de Uberaba (MG), motivado pelas pressões
decorrentes de matéria publicada por jornal de grande circulação em Minas
Gerais, contendo entrevista difamatória de um sobrinho que suicidaria meses
depois
19-
Aos 58 (1968), nova cirurgia, desta vez da próstata, em Hospital na cidade de
São Paulo
20-
Aos 66 (1976), sofre enfarto do miocárdio, impondo-lhe um quadro de angina que
o perseguira até o fim da vida, com grandes desconfortos
20-
Aos 75 (1985), abre mão de um donativo de 22 milhões a ele oferecido por admiradora da cidade de Nanuque (MG), em
favor do Hospital da Caridade
21-
Aos 92 (2002), desencarna no dia 30 de junho, do modo como desejara: um dia em
que o povo estivesse muito feliz.
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