Tendo
conhecido o Espiritismo aos 16 anos logo após ter-se mudado com a família para
Araraquara (SP), procedentes do interior do Estado do Espírito Santo, Wallace
Leal Valentim Rodrigues, teve ao longo do restante de sua mais recente
existência na nossa Dimensão, participação significativa na História da Casa
Editora O Clarim, entidade fundada por Cairbar Schutel, pioneiro do
Espiritismo na região araraquarense do Estado de São Paulo. Acatando orientação
do Espírito Emmanuel através de Chico Xavier assumiu no final da
década de 60, o comando da instituição responsável pela publicação da REVISTA INTERNACIONAL DO ESPIRITISMO e
do jornal O CLARIM, como revela em
capítulo com que enriqueceu a obra AMOR
E SABEDORIA DE EMMANUEL organizada pelo Professor Clovis Tavares.
Inteligência brilhante, escreveu, organizou e traduziu várias obras importantes
publicadas pela editora que dirigiu. Quando do recebimento do título de Cidadão
Paulistano por Chico Xavier, Wallace reuniu uma série de
mensagens de autoria de Emmanuel psicografadas pelo médium e
publicadas avulsamente ao longo de vários anos e compôs o livro SEGUE-ME (clarim, 1973). Como prefácio,
apresentou um interessante estudo de sua autoria, demonstrando como o trabalho
do médium, notadamente os escritos de seu Orientador Espiritual foram
produzidos dentro de uma técnica absolutamente compatível com a evolução da
comunicação escrita ao longo do final do século 20. Para demonstrar a
genialidade do Wallace especialista em comunicação, destacamos alguns trechos
do seu texto: -“Inesperadamente, tomou-se conhecimento da existência do Professor
Françóis Richaudeau, Coordenador do Centro de Estudos e Promoção da Leitura, de
Paris, e de seu trabalho na revista Comunicação e Linguagem, e de um seu livro,
de fundamental valor na história da percepção dinâmica: “A Legibilidade”. Ele
fez entender que as elites serão comandadas pelas pessoas que SOUBERAM O QUE
LER, que souberam COMO LER, mesmo pondo de lado que o façam em velocidades
diferentes. (...) Eis, porém, que o livro
“A Legibilidade”, de François Richadeau e alguns números da revista
“Comunicação e Linguagem”, me vieram ter às mãos. E minha surpresa foi
indescritível ao verificar que, já nos idos de 1937, o Espírito Emmanuel
empregava a metodologia descoberta por Richaudeau, levando, conseguintemente, o
leitor à leitura dinâmica, que, por sua vez, motivou os surtos crescentes de
progresso que o Espiritismo apresenta em nosso país, e que não podem ser
comparados a nenhum, em qualquer outra nação da terra, inclusive a própria
França. (...) Quanto a Richaudeu, é preciso dizer que a sua obra é fundamental
na história da Percepção Dinâmica - o que vem provar, como foi previsto, que o
Espiritismo vai caminhando passo a passo com os avanços da ciência. A
proliferação dos computadores, dos aparelhos eletrônicos de sistematização,
certamente provocará uma diversificação no processo da leitura. Richaudeau diz
o seguinte: “Nossos olhos, comandados pelo cérebro, se tornarão instrumentos de
uma pequena caixa de velocidade. Existirão textos para serem lidos com primeiro
interesse, com segundo interesse, e assim por diante. Os mais hábeis, como os
automóveis mais potentes, conseguirão ampliar sua potencialidade até seis ou
sete estágios de leitura”. Em última análise, o leitor do futuro regularizará
seus olhos de acordo com suas necessidades, com a importância de cada mensagem,
e, principalmente, com o tempo. (...) Quem defende a civilização da imagem e, consequentemente,
do som, se esquece de um detalhe muito simples e fundamental: mesmo que o homem
consiga falar à velocidade de 9 mil palavras por hora sempre conseguirá ler à
razão de 27 mil palavras por hora - três vezes mais depressa. Um leitor rápido
dobra facilmente essa marca. Melhor ainda, esses números se referem à leitura
integral. Numa leitura seletiva, a taxa de informação se multiplica por dois ou
três. Assim, parece evidente que a leitura deva se manter como meio de
aquisição, aprendizado, assimilação, por mais tempo, e num tempo de duração
superior a qualquer sistema audiovisual. . O Espírito Emmanuel, entretanto, parece já
saber que o processo visual de um leitor não é contínuo. Pode-se acreditar que
ele siga um caminho normal : primeiro, na primeira linha, depois na segunda e assim por diante. O
olho usa, para ler, movimentos bruscos : fixa-se em média durante um quarto de
segundo sobre um trecho de texto; lê efetivamente durante outro quarto de
segundo, iniciando um novo ciclo. O olho do leitor rápido não segue esse
processo mais rapidamente do que o olho do leitor lento. Ao contrário, o ponto
de fixação é sempre constante. Emmanuel parece conhecer que o que distingue
realmente os leitores rápidos dos lentos é que, durante essa fixação de um
quarto de segundo, o olho e os prolongamentos nervosos dos rápidos aprendem,
decifram, leem uma quantidade maior que a dos lentos”.
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