Diferentemente
do Espírito identificado como André Luiz, Manoel Philomeno de Miranda
a partir da própria cura de um processo obsessivo, passou a trabalhar enquanto
encarnado em Centro Espírita na cidade de Salvador, na Bahia, para onde se
mudara, com trabalhos neles desenvolvidos, voltados para atendimento a pessoas acometidas
por quadros da obsessão. Desencarnado em 1942, psicografou através de
Chico Xavier uma mensagem dirigida ao também médium Divaldo
Pereira Franco e, a partir de 1970, através do mesmo começou a
transferir para nossa Dimensão obras abordando suas experiências do outro lado
da vida mostrando de um angulo privilegiado a intensa interação existente entre os diferentes Planos
Existenciais e a gravidade dos processos de obsessão através de casos que,
segundo ele, atingem proporções inimagináveis. Mais de uma dezena de obras
marcadas por extremo bom senso foi surgindo desde NOS BASTIDORES DA OBSESSÃO, o primeiro da série. Livros excelentes
contendo instigantes revelações como TRANSIÇÃO
PLANETÁRIA (2010), revelando as ações preparatórias para o grande evento de
dezembro de 2004, que impôs em alguns minutos a morte de aproximadamente
quatrocentas mil pessoas, no Tsunami resultante de violento terromoto
ocorrido em alto mar, a quilômetros de distancia das áreas continentais
atingidas em vários Países situados no Oceano Índico. Ou ainda NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA (1982),
abordando os efeitos espirituais e materiais do carnaval nas estruturas sociais
encarnadas e desencarnadas. Um deles, TORMENTOS
DA OBSESSÃO (2001), apresenta um caso extremamente interessante, retratando
personagem que, alcoolizado, teria, certa noite, adentrado um Centro logo após
o termino das suas atividades. Superado o constrangimento inicial dos
remanescentes presentes, foi convencido por um dos dirigentes a submeter-se a
tratamento ali oferecido, o que o fez voltar ainda algumas vezes, até que não
mais apareceu. O próprio Manoel, testemunha do fato, prossegue resgatando
detalhes do sucedido na sequência: -“Não passaram duas semanas, e fomos
informados da tragédia em que se envolvera o pobre Ludgério, tendo fim a
consumida existência física. Discutindo com outro companheiro embriagado,
comparsa habitual das extravagâncias alcoólicas, num dos bares em que se
homiziavam, foi acometido de grande loucura e, totalmente alucinado, tomou de
uma faca exposta no balcão da espelunca, cravando-a, repetidas vezes, no
antagonista, mesmo após tê-lo abatido e morto. A cena de sangue, odienta e
ultrajante, provocou a ira dos passantes e comensais do repelente recinto que, inspirados
por perversos e indigitados Espíritos vampirizadores, se atiraram contra o
alcoólatra, linchando-o sem qualquer sentimento de humanidade, antes que
a polícia que frequentava o local pudesse ou quisesse interferir. Todo
linchamento demonstra o primarismo em que ainda permanece o Ser humano, e
resulta da explosão do ódio que acomete aos imprevidentes, que passam a
servir de instrumentos inconscientes de hordas espirituais perversas, que
dão vasa aos sentimentos vis através das paixões desordenadas (...). Os jornais
fizeram estardalhaço sobre o inditoso acontecimento, que a nós outros que o
conhecíamos, muito nos compungiu, deixando-nos material espiritual para
demoradas reflexões e interrogações que somente após a morte nos foi possível
compreender. Naquela ocasião, indagamo-nos, se teria falhado a ajuda espiritual
que se estava iniciando com futuras perspectivas de atenuar o processo
obsessivo. Por que os desafetos conseguiram atingir as metas estabelecidas?
(...) Após a morte física, ainda interessado no caso Ludgério, tentamos
encontrá-Lo, sem o conseguir. (...) Soubemos, por fim, que aquele, que lhe fora
vítima do homicídio infame, era um dos comparsas de vidas anteriores, que se
desaviera quando da partilha de terras que haviam sido espoliadas de camponeses
humildes que lhes sofriam a dominação arbitrária, tornando-se-lhe igualmente
adversário. Desde então, unidos pelos crimes, uma ponte de animosidade fora
distendida entre eles. Como os adversários espirituais se vinculavam a ambos,
encontraram campo vibratório propício para o assassinato de cunho espiritual”.
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