“Os
Espíritos constituem todo um mundo, toda uma população que enche o espaço,
circula ao nosso lado, mistura-se a tudo quanto fazemos. Se o véu que nô-los
oculta viesse a ser levantado, nós os veríamos à nossa volta, indo e vindo,
seguindo-nos ou nos evitando, conforme o grau de simpatia; uns indiferentes,
verdadeiros desocupados do mundo oculto, outros muito ocupados, quer consigo
mesmos, quer com os homens aos quais se ligam, com um propósito mais ou menos
louvável, segundo as qualidades que os distinguem”. O comentário de Allan
Kardec é amplamente autenticado por outro, o do físico Marcelo
Gleiser no seu livro CRIAÇÃO
IMPERFEITA (record) ao se referir visão da Teoria das Supercordas ao
considerar que diz, “mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que
determinam a realidade física em que vivemos”. Se pensarmos o nível
de exposição às influências possíveis na atualidade pela desconexão que as
pessoas vivem pelo afastamento dos assuntos da Espiritualidade, bem como, o
desconhecimento sobre a realidade da revelação oferecida pelo Espiritismo, vale
a pena avaliarmos o exposto no artigo que abre a edição de setembro de 1859 da REVISTA ESPÍRITA. Entre outras coisas,
escreveu o autor da matéria sobre essas influências recíprocas do Mundo
Espiritual ao Material e vice-versa: -“uma cópia perfeita do gênero humano, com
suas boas e más qualidades, com suas virtudes e vícios. Esse envolvimento, ao
qual não podemos escapar, já que não há recantos por demais ocultos que sejam
inacessíveis aos Espíritos, exerce sobre nós e à nossa revelia, uma influência
permanente. Uns nos impelem ao bem, outros ao mal; muitas vezes as nossas
determinações resultam de suas sugestões; felizes daqueles que têm juízo
suficiente para discernir o bom ou o mau caminho por onde nos procuram
arrastar. Considerando-se que os Espíritos nada mais são que os próprios homens
despojados de sua indumentária grosseira, ou almas que sobrevivem aos corpos,
segue-se que há Espíritos desde que há seres humanos no Universo”.
Tratando do fator desencadeador de qualquer processo de envolvimento e
influencia observa: -“Antes de tudo podemos estabelecer como princípio que os Espíritos
maus não aparecem senão onde alguma coisa os atrai. Portanto, quando se
intrometem nas comunicações, é que encontram simpatias no meio onde se
apresentam ou, pelo menos, lados fracos que esperam aproveitar; em todo caso,
porque não encontram uma força moral suficiente para os repelir. Entre as
causas que os atraem, é preciso colocar em primeira linha as imperfeições morais
de qualquer natureza, porque o mal simpatiza sempre com o mal”. Como
orientação para nos precavermos contra as más influências, devemos refletir
sobre o seguinte: -“A primeira coisa é não os atrair e evitar tudo quanto lhes possa dar
acesso. Como vimos, as disposições morais são uma causa preponderante. Todavia,
abstração feita dessa causa, o modo empregado não deixa de ter influência. (...).
Ora, se nos recordarmos do que já dissemos sobre a variada e numerosa população
dos Espíritos que nos cercam, compreenderemos sem dificuldade que isso seria
colocar-nos à mercê do primeiro que viesse, bom ou mau. E como nessa multidão
há mais Espíritos maus do que bons, existe mais oportunidade para os maus,
exatamente como se abríssemos a porta a todos os passantes da rua”., (...) Os
bons chegam mesmo a permiti-lo para exercitar a nossa sagacidade em
reconhecê-los, mas não terão nenhuma influência”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário